Atlético-MG Campeão Brasileiro Série B 2006

A Série B de 2006 ficou marcada na história por ter sido a primeira no formato de pontos corridos, três anos depois que a primeira divisão. E a competição entrou no prumo, se estabilizando no número de 20 equipes. Pelo menos quatro delas já haviam conquistado a Série A no passado. Entre elas o Atlético-MG, que pela primeira vez jogaria a segunda divisão. Buscando apagar a péssima impressão do ano de 2005, o time entrou na competição disposto a ser campeão sem sufoco.

O Galo estreou na competição com empate em 1 a 1 com o Marília fora de casa. Na segunda rodada ocorreu a primeira vitória, de 3 a 1 sobre o Náutico no Mineirão. Não demorou muito para que o Atlético ocupasse as primeiras posições logo de cara. A primeira derrota aconteceu na sexta rodada, por 2 a 1 para o Ituano em casa, e o time passou por um momento complicado, só se recuperando na 13ª rodada, ao vencer o Gama por 4 a 2. O time virou o primeiro turno na sexta posição, enquanto o líder era o Sport.

A liderança foi conquistada pela primeira vez pelo Galo durante o segundo turno, na 29ª rodada, na vitória de 1 a 0 sobre o Brasiliense no Mineirão. Na 33ª partida, o time empatou em 1 a 1 com a Portuguesa no Canindé e caiu para vice. Mas no jogo seguinte voltou para a ponta ao fazer 3 a 0 no Paysandu em Belo Horizonte.

A equipe de Diego Alves, Eder Luís e Marinho conseguiu o acesso na 36ª rodada, com a vitória de 3 a 2 sobre o Coritiba no Couto Pereira. No jogo seguinte, contra o Ceará, o Galo venceu por 1 a 0 no Castelão e garantiu também o título. A última partida ficou reservada para o Atlético erguer a taça e dar a volta olímpica, no empate em 2 a 2 com o América-RN em Minas. A briga pelas outras vagas de acesso também foi boa.

Cinco times lutaram pelas três chances de subir. No final, Sport, Náutico e América-RN ficaram nas posições seguintes e deixaram para trás Paulista e Coritiba.  O Atlético-MG encerrou a Série B com 71 pontos, 20 vitórias, 11 empates e sete derrotas, marcando sete pontos a mais que o vice-campeão e dez a mais que o quinto colocado.

A campanha do Atlético-MG:
38 jogos | 20 vitórias | 11 empates | 7 derrotas | 70 gols marcados | 39 gols sofridos


Foto José Leomar/Placar

Grêmio Campeão Brasileiro Série B 2005

O Grêmio encontrou o fundo do poço em 2005, depois dos desastres nos dois anos anteriores, e o iminente rebaixamento no Brasileiro. Sem dinheiro, o time precisava do acesso urgentemente, pois o caso era sério, e uma possível licença das competições nunca foi descartada na época.

A saída era conseguir uma das duas vagas pela Série B, torneio onde o Tricolor já havia dado as caras em 1992, onde conseguiu uma classificação indolor, em nono lugar. Foram 22 times na segunda divisão, e o regulamento seguia os moldes da época, com turno único, oito classificados e seis rebaixados.

A campanha gremista não começou boa. A primeira rodada registrou derrota por 2 a 1 para o Gama fora de casa. No jogo seguinte veio a primeira vitória, um sofrido 4 a 3 sobre o Avaí em um Beira-Rio de portões fechados, fruto da punição ao clube ainda no fim de 2004. Até a nona rodada, o Tricolor alternou bons e péssimos resultados, como a vitória de 2 a 1 sobre o Paulista, recém vencedor da Copa do Brasil, no Olímpico, e a derrota por 4 a 0 para a Anapolina em Goiás. As coisas só melhoraram mesmo no 11º jogo, uma virada de 4 a 3 sobre o Ceará no Castelão. A passagem de fase veio na 18ª rodada, ao vencer a Portuguesa por 2 a 1 no Canindé.

O Grêmio encerrou a primeira fase em quarto lugar, com 35 pontos em 21 jogos, nove vitórias, oito empates e quatro derrotas. Na fase seguinte, grupo dividido com Santo André, Avaí e Santa Cruz. O time se classificou sem problemas, em segundo lugar com 12 pontos, um a menos que os pernambucanos e dois a mais que os paulistas.

No quadrangular final, Grêmio, Santa Cruz, Náutico e Portuguesa duelaram pelo acesso e pelo título. O Tricolor começou com pé direito, vencendo o Náutico no Olímpico por 1 a 0. Na sequência, dois empates fora de casa e por 1 a 1, com Santa Cruz e Portuguesa. Na quarta rodada, o Grêmio buscou empate de 2 a 2 com o time paulista. Depois, vitória de 2 a 0 sobre o Santa Cruz no Olímpico.

A última rodada foi fora de casa, e tudo estava em aberto. De um lado, o Santa Cruz venceu a Portuguesa e garantiu a primeira vaga. Do outro, Náutico e Grêmio empatavam, com pernambucanos perdendo um pênalti. Quando o árbitro marcou o segundo, a revolta gremista foi geral. Quatro jogadores expulsos, e o time no limite, não podendo perder.

Eis que surge o primeiro herói, o goleiro Galatto, que defendeu a nova penalidade. Na saída de bola, o segundo herói, Ânderson, pegou a defesa no Náutico aberta e fez o gol do acesso e do título. Com sete jogadores em campo, o Tricolor comprovava novamente a fama de Imortal e voltava para a primeira divisão. Esta partida se tornou conhecida como "Batalha dos Aflitos", por causa no nome do estádio em que se realizou. Um capítulo de orgulho para o torcedor do Grêmio.

A campanha do Grêmio:
33 jogos | 16 vitórias | 11 empates | 6 derrotas | 48 gols marcados | 34 gols sofridos


Foto Teófilo Pereira/Fone Mídia

Brasiliense Campeão Brasileiro Série B 2004

Fenômeno do futebol brasileiro do começo deste século, o Brasiliense foi o incontestável campeão da Série B de 2004, logo na sua segunda participação. Fundado em 2000, o time de Taguatinga (DF) foi vice candango logo no ano seguinte, que lhe valeu passagem para a Copa do Brasil de 2002, onde eliminou Fluminense e Atlético-MG e acabou vice do Corinthians. Depois, na Série C, foi campeão e ingressou na segunda divisão de 2003, onde chegou entre os oito finalistas. No ano seguinte, aí não teve pra ninguém.

O regulamento foi igual ao da temporada passada, 24 times em turno único, com oito classificados aos quadrangulares. Só o número de rebaixados mudou de dois para seis. O Brasiliense dominou completamente a competição. Iniciou com empate fora de casa em 1 a 1 com o Ituano, e logo na terceira rodada o Jacaré venceu o Londrina por 3 a 0 também fora de casa. A classificação foi carimbada nos 3 a 0 sobre o Santo André na Boca do Jacaré, na 21ª rodada.

O Brasiliense encerrou a primeira fase na liderança, com 46 pontos em 23 jogos, sendo 13 vitórias, sete empates e três derrotas. Junto com ele se classificaram Náutico, Bahia, Ituano, Fortaleza, Marília, Avaí e Santa Cruz. No quadrangular semifinal, o Brasiliense fez grupo equilibrado com Fortaleza, Ituano e Santa Cruz, se classificando no segundo lugar com oito pontos, mesma pontuação de cearenses e paulistas, e um ponto a menos que pernambucanos.

No quadrangular final, Brasiliense, Fortaleza, Avaí e Bahia disputaram as duas vagas. O Jacaré começou com pé direito, vencendo o Bahia em casa por 2 a 1. Na sequência, duas derrotas por 1 a 0 para Fortaleza e Avaí colocaram um ponto de interrogação no acesso do clube. Tudo desfeito na vitória por 2 a 0 sobre os catarinenses na Boca do Jacaré.

Na quinta rodada, o acesso inédito foi obtido com o 1 a 0 sobre o time catarinense em casa. Na rodada final, o Brasiliense confirmou o título na vitória de 3 a 2 sobre o Bahia na Fonte Nova. Campeão com 12 pontos, quatro a mais que o vice Fortaleza. Até hoje, a Série B de 2004 é a maior conquista do clube candango.

A campanha do Brasiliense:
35 jogos | 19 vitórias | 9 empates | 7 derrotas | 57 gols marcados | 33 gols sofridos


Foto Edson Ruiz/Placar

Palmeiras Campeão Brasileiro Série B 2003

A Série B de 2003 foi histórica. As presenças de Palmeiras e Botafogo aumentaram a exposição da competição na mídia, e ela começou a ser vista com melhores olhos, deixando de ser aquele fim de mundo dos anos 80 e 90. Os times vieram de péssimo Brasileirão em 2002 e tinham o único pensamento de retornar rapidamente para a elite. Em relação aos últimos anos, a Série B até que foi tranquila, sem viradas de mesa e tribunais.

O único problema foi o regulamento. A CBF tinha a intenção de fazer a segunda divisão também em pontos corridos, até divulgou tabela. Mas na última hora voltou atrás, pois vários clubes alegaram não ter condições financeiras de jogar as 46 partidas. O regulamento então voltou ao modelo anterior e a competição teve um mês de atraso.

No fim, os 24 times jogam em turno único, com os oito melhores se classificando para a segunda fase. Como foi de se esperar, Palmeiras e Botafogo dominaram o torneio do início ao fim. O time carioca liderou por 10 rodadas, e o Alviverde assumiu a ponta nas outras 13. A estreia palmeirense foi com empate em 1 a 1 fora de casa com o Brasiliense. A primeira vitória foi na quarta rodada, por 4 a 0 sobre o São Raimundo-AM no Palestra Itália. A classificação foi garantida na goleada de 5 a 1 sobre o União São João em casa, na 19ª rodada.

O Verdão terminou a primeira fase na liderança, com 47 pontos, 13 vitórias, oito empates e duas derrotas. Fez seis pontos a mais que o vice Botafogo. Na segunda fase, os oito classificados ficaram em dois grupos. O Palmeiras enfrentou Sport, Brasiliense e Santa Cruz, e fez uma campanha tranquila, com 15 pontos, cinco vitórias e só uma derrota. Se classificou com sobras, sete pontos a mais que o vice Sport.

No quadrangular final chegaram Palmeiras, Sport, Botafogo e Marília. O Verdão começou a fase final com empate com os cariocas no Caio Martins por 1 a 1. Depois, vitória por 1 a 0 sobre o Sport em casa, e duas vezes 2 a 0 sobre o Marília, no Bento de Abreu e no Palestra Itália.

O acesso e o título palmeirense vieram na quinta rodada, na vitória por 2 a 1 sobre o Sport na cidade de Garanhuns, já que a Ilha do Retiro estava interditada. Na última rodada, todos jogaram de cabelo verde na goleada de 4 a 1 sobre o Botafogo, para comemorar a conquista com a taça. O Palmeiras de Marcos, Magrão e Vágner Love voltava em grande estilo.

A campanha do Palmeiras:
35 jogos | 23 vitórias | 9 empates | 3 derrotas | 80 gols marcados | 36 gols sofridos


Foto Arquivo/Palmeiras

Criciúma Campeão Brasileiro Série B 2002

A Série B de 2002 foi mais uma competição que começou com indefinições. A polêmica começou em 2001, na partida entre Figueirense e Caxias. O time catarinense vencia por 1 a 0 e conquistava o acesso. Nisso, torcedores invadiram o gramado para comemoração antes do apito final. O time gaúcho alegou que o jogo não havia encerrado, e queria a remarcação da partida. A questão se arrastou nos tribunais da vida, mas o resultado foi mantido, o Figueirense subiu e o Caxias permaneceu na segunda divisão.

O campeonato teve o regulamento exatamente igual ao da Série A, com 26 clubes em grupo único, com os oito melhores se classificando ao mata-mata. E antes do início, um outro problema. O Malutrom comunicou desistência da competição, e no seu lugar entrou o Guarany de Sobral, terceiro lugar da Série C anterior. Um ano antes, o time paranaense havia escapado por pouco do rebaixamento, ao lado do Criciúma. O time carvoeiro teria uma história bem diferente naquela Série B.

Liderado por um cara chamado Paulo César, que passaria a se chamar Paulo Baier, o Tigre foi o melhor time da Série B, de cabo a rabo. A estreia foi com vitória em casa sobre o Paulista de Jundiaí por 2 a 0, e a classificação para a fase final foi confirmada com acachapantes 5 a 1 sobre o Sport no Heriberto Hülse, a quatro rodadas do fim. Ao final de 25 rodadas, o Criciúma terminou na liderança, com 51 pontos, 16 vitórias, três empates e seis derrotas. Também foram ao mata-mata, Sport, Fortaleza, Santa Cruz, Avaí, América-MG, Paulista e Remo.

Nas quartas de final, o Tigre enfrentou o time paraense, oitavo colocado. No Baenão, o Criciúma não resistiu e perdeu de virada por 2 a 1. A situação foi revertida no Heriberto Hülse, com a goleada por 4 a 0. Depois do Remo, o adversário foi o Santa Cruz. A semifinal foi aberta no Arruda, e o Criciúma venceu por 1 a 0. O acesso foi consumado com outra vitória por 3 a 0 em casa.

A final foi contra o Fortaleza. Na ida no Castelão, um susto, e a derrota por 2 a 0 deixou tudo com tons dramáticos. Foi na volta que apareceu o protagonismo de Paulo Baier. Precisando devolver o resultado, o então lateral-direito marcou três vezes e o Criciúma venceu por 4 a 1, conquistando assim o título da Série B de 2002, a segunda taça nacional do clube.

A campanha do Criciúma:
31 jogos | 20 vitórias | 3 empates | 8 derrotas | 58 gols marcados | 39 gols sofridos


Foto Cristiano Andujar/Placar

ABC Campeão Potiguar 2018

O ABC é o primeiro campeão estadual de 2018. E também é o maior campeão de todos. Aliás, o maior campeão do mundo. Conquistou o 55º título potiguar. É o clube do planeta com mais conquistas de um único campeonato. E o tricampeonato veio com tranquilidade. O Elefante venceu os dois turnos do estadual. O primeiro com seis vitórias e uma derrota, e o segundo com cinco vitórias e um empate.

O título veio um dia depois do empate do ABC com o Força e Luz por 1 a 1. Isto foi possível porque o América-RN perdeu para o Santa Cruz-RN e não pode mais alcançar o rival no returno. Ainda falta uma rodada para o término do Potiguar, mas a próxima partida promete ser apenas de festa e taça para o Alvinegro.


Foto Divulgação/Hugo Monte

Paysandu Campeão Brasileiro Série B 2001

A organização da Série B voltou para as mãos da CBF no ano de 2001. E devido ao Brasileirão ter se transformado em Copa João Havelange no anterior, tendo sua forma de disputa modificada, a intenção era respeitar os rebaixamentos e ascensões de 1999. Mas a competição quase foi para o espaço mais uma vez.

Diversos lobbys políticos fizeram com que a composição dos participantes fosse diferente, com clubes que não estavam nos planos assegurando a participação na Série A, como Fluminense, Bahia, América-MG e Botafogo-SP. Juventude e São Caetano estavam incluídos na Série B, mas também conseguiram nos bastidores a inclusão na primeira divisão. O Remo não teve a mesma sorte, mas tentou até o último instante uma vaga na elite, quase trancando o início das duas competições. No fim de tudo, a segunda divisão contou com 28 times.

O Paysandu foi um dos times com 1999 horrível, um dos rebaixados na Série B daquele ano. Mas em 2000 o clube se reestruturou, foi quarto colocado do Módulo Amarelo, e acabou recolocado na Série B em 2001. A competição contou com dois grupos de 14 times se enfrentando em dois turnos. O Papão ficou no grupo 1, com outras equipes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O Alviceleste fez uma primeira fase quase perfeita, com a melhor campanha no geral. Liderou o grupo com 47 pontos em 26 jogos, sendo 12 vitórias, 11 empates e três derrotas. O time abriu sete pontos de vantagem para os outros classificados, Ceará, Náutico e CRB. Nas quartas de final da competição, o Paysandu encarou o União São João, quarto lugar do outro grupo. Dois empates sem gols, em Araras e em Belém, garantiram o Papão no quadrangular final, ao lado de Figueirense, Avaí e Caxias.

A fase final foi disputada em todos os sentidos. O Paysandu começou com empate com o Avaí na Ressacada, em 3 a 3. Depois, 0 a 0 com o Caxias na Curuzu e outro 3 a 3 com o Figueirense no Orlando Scarpelli. A primeira vitória veio no returno, por 3 a 0 em casa sobre o Figueirense. Na quinta rodada, o Paysandu quase garantiu o acesso, mas permitiu uma virada de 3 a 0 para 4 a 3 do Caxias no Centenário.

Todos os times chegavam na rodada final com seis pontos. E o Papão tratou de não dar chance ao azar, goleou o Avaí por 4 a 0 na Curuzu. Enquanto isso, o Figueirense fez só 1 a 0 no Caxias, em partida que só se encerrou meses depois no tribunal. Fora da polêmica, com nove pontos e melhor saldo de gols, o Paysandu se sagrou bicampeão da Série B.

A campanha do Paysandu:
34 jogos | 14 vitórias | 16 empates | 4 derrotas | 60 gols marcados | 36 gols sofridos


Foto Cristino Martins/O Liberal

Paraná Campeão Brasileiro Série B 2000

A Série B de 2000 quase não aconteceu. Aliás, todas as divisões foram ameaçadas com o imbróglio envolvendo Gama e CBF. Uma guerra judicial quanto ao rebaixamento (ou não) do time candango levou o clube para a Justiça Comum. Assim, a entidade foi impedida de organizar o Brasileirão naquele ano e passou a bola para o Clube dos 13, que fez a competição do zero, sem respeitar a ordem de acesso e descenso. Enquanto a primeira divisão foi chamada de Módulo Azul, a segundona virou o Módulo Amarelo.

De 1999, ficaram todos menos Goiás (campeão e com acesso legítimo), Santa Cruz (vice e também com acesso no campo), América-MG (resgatado pelo C13) e Bahia (outro que foi "subido"). E das equipes que jogariam a Série B em 2000, não o fizeram o próprio Gama (que entrou por último na primeira divisão), o Juventude (salvo do rebaixamento pelo C13) e o Fluminense (campeão da Série C de 1999, pinçado pelo C13).

Para completar, muitos dos times do Módulo Amarelo vieram com critério baseado nos estaduais, sem passar pela terceira divisão do ano anterior. No fim, os únicos rebaixamentos respeitados foram o do Botafogo-SP e do Paraná.

O Paraná Clube não foi beneficiado pela confusão que virou a Copa João Havelange. Mas dentro de campo tentou contornar essa situação. O Módulo Amarelo contou com 36 clubes, em dois grupos regionalizados. O Tricolor da Vila ficou no grupo 1, ao lado de times da região Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

A disputa seria em turno único com oito vagas de classificação por grupo. Com uma defesa sólida (11 gols, a menos vazada) e um ataque cirúrgico (18 gols em 17 jogos), o Paraná não encontrou maiores dificuldades para se classificar na terceira posição. Foram 29 pontos, oito vitórias, cinco empates e quatro derrotas, ficando 11 pontos atrás do líder São Caetano.

A segunda fase foi toda em mata-mata de ida e volta, e contou com 16 times. Nas oitavas de final, o Tricolor enfrentou a Anapolina, vencendo por 1 a 0 em Anápolis e por 2 a 0 em Curitiba. Nas quartas, o adversário foi o Bangu, e o Paraná definiu logo no primeiro jogo em Moça Bonita, ao vencer por 3 a 0. Depois, nova vitória por 2 a 1 na Vila Capanema.

Na semifinal, confronto contra o Remo, e na ida em casa o Paraná ficou no 0 a 0. A emoção ficou para a volta no Mangueirão, onde o time paranista venceu por 2 a 1 e se classificou para a final, além de garantir o acesso para a fase final do Módulo Azul ainda na mesma temporada.

A final foi contra o São Caetano, e o primeiro jogo na Vila Capanema acabou 1 a 1. Mais uma vez, o Paraná precisou mostrar seu valor fora de casa. No Palestra Itália, o Tricolor não quis saber de nada, e com 11 minutos já marcava dois gols. No final, vitória paranaense por 3 a 1 e o título do Módulo Amarelo. Pela primeira vez uma equipe chegava ao bicampeonato na Série B. Na sequência, o Paraná disputou o mata-mata da Copa João Havelange, e foi bem. Eliminou o Goiás nas oitavas e só perdeu no saldo de gols para o Vasco (futuro campeão) nas quartas.

A campanha do Paraná:
25 jogos | 14 vitórias | 7 empates | 4 derrotas | 32 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Rogério Pallatta/Placar

Goiás Campeão Brasileiro Série B 1999

A Série B deu um importante passo rumo à valorização dentro do futebol brasileiro no ano de 1999. Ela deixava de ser dividida em grupos, e os clubes passariam a jogar todos contra todos em turno único, com oito classificados para a fase seguinte e seis rebaixados. Assim, os participantes teriam o seu calendário dobrado, e os ascendidos mais confiança para a disputa da primeira divisão do ano seguinte.

 Tudo estaria ótimo, não fossem os problemas envolvendo Gama e Botafogo na fuga do rebaixamento na elite. O imbróglio cancelou quase tudo para o ano seguinte, os rebaixamentos não ocorreram, acessos a mais foram forçados, e o únicos resultados respeitados foram o título do Goiás e o vice do Santa Cruz.

Ainda longe de imaginar o que estaria por vir em 2000, o Goiás entrava em campo com um ótimo time, de nomes como Harlei, Sílvio Criciúma, Araújo, Dill e Fernandão, e era um dos favoritos para subir em meio aos 22 participantes. A estreia já mostrou que o Esmeraldino não estava para brincadeira. Logo de cara com o rival Vila Nova, o time venceu por 1 a 0 no Serra Dourada e dava início a sua escalada.

A primeira fase foi tranquila, a equipe sempre frequentou o grupo dos oito melhores, e se classificou no terceiro lugar com 36 pontos em 21 jogos, sendo dez vitórias, seis empates e cinco derrotas. O Goiás ficou nove pontos atrás do líder São Caetano, mas na fase seguinte tudo começaria do zero.

A segunda fase foi um breve mata-mata, e o time alviverde enfrentou o Ceará, sexto colocado. No Castelão, parecia que seria tudo tranquilo com a vitória goiana por 3 a 0. Mas no Serra Dourada, os cearenses foram para cima e igualaram a pontuação vencendo por 4 a 3. Na época, os mata-matas eram em melhor de três, e o Goiás precisou do terceiro jogo. Jogando pelo empate em Goiânia, o time se reencontrou e venceu por 2 a 0, se classificado para o quadrangular final.

Junto ao Goiás chegaram Bahia, Santa Cruz e Vila Nova. A estreia não foi legal, derrota por 2 a 1 para o Santa Cruz no Arruda. As coisas melhoraram no clássico com a vitória por 1 a 0. Na terceira partida, empate zerado com o Bahia em casa. Depois, o Esmeraldino venceu os baianos por 2 a 1 na Fonte Nova. E no clássico com o Vila Nova, outra vitória por 1 a 0 deu o acesso, legítimo, ao clube.

A última rodada valeu o título, e o Serra Dourada ficou lotado para o jogo contra o Santa Cruz. Com dez pontos contra nove dos pernambucanos e seis do rival, bastou ao Goiás segurar o 0 a 0 para conquistar a sua primeira Série B.

A campanha do Goiás:
30 jogos | 15 vitórias | 8 empates | 7 derrotas | 48 gols marcados | 29 gols sofridos


Foto Léo Caldas/Placar

Gama Campeão Brasileiro Série B 1998

A Série B de 1998 é uma das competições mais emblemáticas que o futebol brasileiro realizou. Nela, estava o time do Fluminense, o quarto do grupo dos "12 grandes" a pisar nesse território. E o primeiro a fracassar completamente. O clube conseguiu, em meio a 24 participantes, ficar na 19ª posição (vice-lanterna no seu grupo) e ser rebaixado para a terceira divisão do ano seguinte, chegando no fundo do poço.

Longe dali, na capital federal, o Gama fazia o caminho inverso. Antes disso, o campeonato teve mais mudanças no regulamento. Os grupos passaram a ser quatro, e o número de rebaixados, seis, os lanternas e os dois piores quintos lugares. O número de acessos seguiu sendo dois.

Na primeira fase, o Gama ficou no grupo 3, mas não teve um começo arrasador. Conseguiu a última vaga, na quarta posição, com 13 pontos em dez jogos, sendo quatro vitórias, um empate e cinco derrotas. Só ultrapassou o Bahia no saldo de gols e terminou a fase 11 pontos longe do líder XV de Piracicaba.

Na fase seguinte, 16 clubes estiveram presentes nas oitavas de final. O Alviverde enfrentou o Remo. O primeiro jogo foi no Bezerrão, com vitória gamense por 1 a 0. E no Mangueirão, a goleada por 4 a 1 evitou a necessidade do terceiro jogo e classificou os candangos.

Na terceira fase, oito times em dois grupos. O Gama ficou no grupo 1, contra Criciúma, Desportiva-ES e XV de Piracicaba. O grupo foi disputado, mas o Alviverde se classificou na liderança. Com dez pontos, três vitórias, um empate e duas derrotas, ficou um ponto na frente dos capixabas, dois na frente dos catarinenses, e três na frente dos paulista.

No quadrangular final, chegaram junto ao Gama, Botafogo-SP, Londrina e Desportiva-ES. E ali eles não perderiam mais. O início alviverde foi no Estádio do Café, em empate sem gols com os paranaenses. Depois, 2 a 2 com a Desportiva em Brasília. A primeira vitória foi em Ribeirão Preto, por 2 a 1 sobre o Botafogo. Na sequência, 1 a 1 em casa com os paulistas e 2 a 2 fora com os capixabas. 

Tudo ficou em aberto na última rodada, e o Gama só dependia de si. Recebeu o Londrina no Mané Garrincha, e com gols de Renato Martins, William e Nei Bala, o Gama fez 3 a 0 no maior jogo de sua história, carimbou o acesso junto com o Botafogo-SP, e conquistou a inédita Série B, primeiro título nacional do futebol do Distrito Federal.

A campanha do Gama:
24 jogos | 11 vitórias | 6 empates | 7 derrotas | 33 gols marcados | 24 gols sofridos


Foto Nonato Borges/Placar

América-MG Campeão Brasileiro Série B 1997

A virada de mesa na Série A entre 1996 e 1997 refletiu na composição da Série B. Os rebaixados Goiatuba, Sergipe e Central-PE foram "resgatados", e a competição que teria 24 clubes voltou ao número original de 25, já que houve troca apenas entre os dois times que subiram para e elite e os que vieram da Série C.

O regulamento da segunda divisão sofreu alterações. Agora, o lanterna de cada um dos cinco grupos estaria rebaixado, ao invés de somente três piores. E as quartas de final davam lugar a uma terceira fase de dois grupos quadrangulares. Em campo, o América-MG se remontava da suspensão de dois anos, devido ao uso da Justiça Comum para evitar o rebaixamento na elite de 1993.

Na primeira fase, o Coelho ficou no grupo 3, ao lado de CRB, Vila Nova, Náutico e Sergipe. Ao final de dez rodadas e oito partidas, os mineiros ficaram em segundo lugar com 13 pontos, com quatro vitórias, um empate e três derrotas. Três times se classificaram por grupo mais o melhor quarto lugar. 

As oitavas de final foram disputadas em play-off, que é quando uma equipe precisa pontuar o suficiente para não ser superado pelo rival no confronto de três jogos (ou seja, vencer os dois primeiros). Nesta fase, o Coelho enfrentou a Desportiva-ES. A primeira partida foi no Independência, e o América venceu por 2 a 0. Depois, empate em 1 a 1 em Cariacica. Como o time mineiro estava com quatro pontos contra um dos capixabas, foi preciso o terceiro jogo, e novamente no Espírito Santo. Mesmo com torcida contra, o América venceu por 2 a 1 e avançou.

Na terceira fase, o Coelho enfrentou Joinville, Tuna Luso e Vila Nova. E o clube mineiro passou com tranquilidade, líder com 13 pontos, quatro vitórias, um empate e uma derrota. Fez um ponto a mais que os goianos. Assim, o América-MG chegava ao quadrangular final, contra Vila Nova, Ponte Preta e Náutico.

Esta fase foi igual a anterior, sem grandes dificuldades. Fez 2 a 0 no Vila Nova no Serra Dourada, 2 a 0 no Náutico e empatou em 1 a 1 com a Ponte Preta, ambas em casa. No Moisés Lucarelli, a derrota por 1 a 0 deixou a briga aberta com o próprio time paulista, além dos pernambucanos. Na quinta rodada, o Coelho deixou tudo encaminhado com a vitória por 2 a 0 sobre o Náutico nos Aflitos.

Valendo acesso e título, na última partida o América recebeu, no Independência, o eliminado Vila Nova. Com gol do atacante Celso, o time venceu por 1 a 0 e conquistou o primeiro título na Série B, já que no outro confronto Ponte Preta e Náutico só empataram, no que valeu o acesso aos paulistas.

A campanha do América-MG:
23 jogos | 14 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 34 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press

União São João Campeão Brasileiro Série B 1996

Em 1996, a Série B era quase um inferno, a estrutura era precária e as condições financeiras pequenas. Cinco clubes desistiram do torneio por estarem sem dinheiro. O Barra do Garças pediu arrego ainda em 1995, e com isso o time caiu no lugar da Ponte Preta. Na virada do ano, Bangu, Ferroviária, Novorizontino e América-SP também pularam fora, e nos lugares entraram Gama, ABC, Atlético-GO e Joinville, os melhores times da Série C depois de XV de Piracicaba e Volta Redonda, que subiram por direito.

Para completar, o América-MG terminava de cumprir uma suspensão de duas temporadas fora de competições e retornou ao seu lugar. Com isso, 25 equipes estariam pleiteando as duas vagas de acesso. Entre elas, o União São João, que vinha do rebaixamento da Série A e estava louco para voltar à elite.

Na primeira fase, foram cinco grupos, e o União ficou no grupo 3. Depois de oito jogos, o time venceu quatro, empatou um e perdeu três, fazendo 13 pontos. Se classificou na vice-liderança, um ponto a menos que o XV de Piracicaba. Passaram de fase os três primeiros de cada grupo e o melhor quarto colocado.

Esses 16 clubes fizeram um breve mata-mata, e a Ararinha enfrentou o Volta Redonda, empatando em 1 a 1 no Raulino de Oliveira e vencendo por 3 a 0 no Hermínio Ometto. Nas quartas de final, um confronto complicado com o Mogi Mirim. Derrota do União em Araras por 1 a 0 e vitória devolvida pelo mesmo placar em Mogi. Nos pênaltis, vitória uniense por 3 a 1 e classificação para o quadrangular final.

O União São João chegou na última fase contra América-RN, Náutico e Londrina. O início foi com vitória nos Aflitos por 2 a 1 sobre o Náutico. Depois, 3 a 1 sobre o América-RN em Araras. Na terceira rodada, 1 a 1 com o Londrina no Estádio do Café. Na partida seguinte, uma histórica virada de 3 a 2 sobre os paranaenses no Herminião. Na quinta rodada, a derrota por 2 a 1 para o América em Natal adiou o acesso e embolou a tabela.

Três times chegaram com chances na última rodada. O União recebeu em casa o Náutico e não podia perder. Empatou em 1 a 1, resultado que somado a derrota do América-RN em Londrina deu o título ao Verdão. Foram 11 pontos contra nove dos potiguares e oito dos pernambucanos. A Série B de 1996 é até hoje a maior glória obtida pelo União São João, que atualmente está licenciado, tentando recursos para voltar as competições profissionais.

A campanha do União São João:
18 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 28 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto André Ricardo/Placar

Athletico-PR Campeão Brasileiro Série B 1995

Coisa rara de se ver, a Série B manteve o número participantes de uma temporada para outra. Em 1995, novamente seriam 24 as equipes lutando pelas duas vagas de acesso. Na outra ponta, os dois piores clubes cairiam para a Série C do ano seguinte. O regulamento sofreu breves alterações, exceção feita as duas primeiras fases, iguais a de 1994

A competição ganharia mais uma fase antes da final, que deixou de ser em mata-mata e se transformou em quadrangular. Outra novidade foi as vitórias valendo três pontos. Em campo, a dupla Atletiba via de longe a hegemonia estadual do Paraná, e entrava disposta a frear essa coqueluche. Os dois times se destacaram na competição, e no final quem sorriu melhor foi o Athletico-PR.

Dentre os quatro grupos da primeira fase, o Furacão ficou no grupo 3. Com sobras, terminou na liderança, com 23 pontos em dez jogos, sete vitórias, dois empates e uma derrota. Foram nove pontos a mais que o vice Goiatuba. Quatro equipes se classificaram por grupo, e essas 16 formaram mais quatro grupos na segunda fase.

O Athletico voltou a ficar no terceiro grupo, ao lado de Mogi Mirim, Londrina e Novorizontino. Com tranquilidade, o time rubro-negro fez 13 pontos, com quatro vitórias, um empate e uma derrota. Se classificou na liderança, superando no saldo de gols o Mogi Mirim, que também avançou.

Na inédita terceira fase, os oito times se dividiram em mais dois grupos, e o Furacão foi sorteado no grupo 1, contra Central-PE, Bangu e Sergipe. Em seis partidas, o clube fez jus ao apelido e foi avassalador, com cinco vitórias, um empate e 16 pontos. Se classificou para o quadrangular final com o dobro da pontuação do vice, o Central de Caruaru.

Na última fase, também chegaram vivos o Coritiba e o Mogi Mirim. Na primeira rodada, o Athletico-PR foi até Pernambuco e venceu por 1 a 0 o Central. No jogo seguinte, o primeiro clássico, empate em 1 a 1 no antigo Estádio Joaquim Américo, a Baixada. A recuperação veio com a vitória em casa por 1 a 0 sobre o Mogi Mirim. Este mesmo placar se repetiu no interior paulista e deu o acesso ao time rubro-negro.

Na quinta rodada, o Furacão chegava com dez pontos, contra sete do Coritiba. Uma vitória no Atletiba em pleno Couto Pereira daria o título antecipado ao Athletico, mas o time teve atuação ruim e perdeu por 3 a 0, resultado esse que também colocou o rival na elite de 1996. A última rodada valeria o título, mas em Mogi Mirim, o Coritiba não passou de um empate. Enquanto isso, na Baixada, o Athletico-PR empilhou gols com a dupla Oséas e Paulo Rink, goleou o Central-PE por 4 a 1, e comemorou o título da Série B, a primeira conquista nacional do Furacão, com o número recorde de 20 vitórias na campanha geral.

A campanha do Athletico-PR:
28 jogos | 20 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 47 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Arquivo/Athletico-PR

Juventude Campeão Brasileiro Série B 1994

Em 23 anos de existência, lá no distante 1994, a Série B vivia uma enorme crise de identidade. Nunca tinha um regulamento definitivo, e em algumas temporadas sequer foi disputada. Um ano antes, devido ao acesso de 12 clubes, a competição foi cancelada junto com a Série C, e em seus lugares foram disputadas seletivas regionais para a definição de 16 participantes no retorno da segunda divisão. Outros oito viriam do rebaixamento na Série A. Entre os 24 contemplados estava o Juventude, que em 1993 eliminou Brasil de Farroupilha e Figueirense, e se garantiu ao lado do Londrina.

A primeira fase da Série B foi dividida em quatro grupos. O Ju, com nomes como Lauro, Galeano e (Dorival) Júnior, ficou no grupo 4 e fez uma campanha suficiente para se classificar no terceiro lugar dentre as quatro vagas disponíveis. Com quatro vitórias, três empates e três derrotas em dez jogos, o time alviverde fez 11 pontos, três a menos que a líder Ponte Preta.

Na segunda fase, os 16 classificados se reuniram em mais quatro grupos, e o Papo ficou mais uma vez no último grupo, contra Athletico-PR, Goiatuba, e mais uma vez a Ponte Preta. Dessa vez era só uma vaga de classificação, e o Juventude aumentou de produção, vencendo quatro jogos e empatando dois, marcando dez pontos, três a mais que o adversário paranaense.

Quatro times foram para a semifinal, que também valiam o acesso. O Juventude enfrentou o Americano-RJ. Venceu por 1 a 0 no Godofredo Cruz e repetiu o resultado no Alfredo Jaconi, conquistando uma vaga na primeira divisão depois de 15 anos.

A final foi contra o Goiás, que havia eliminado a Desportiva-ES. Na final verde, o Ju fez a partida de ida no Serra Dourada, mas perdeu por 2 a 1. Assim, só a vitória interessava em Caxias do Sul, e por qualquer resultado, já que a melhor campanha lhe beneficiava. E no caldeirão do Jaconi, o Juventude devolveu o mesmo placar, com o gol do desafogo marcado por Galeano, a dez minutos do final. Pela primeira o interior do Rio Grande do Sul conquistava um título nacional, e o Juventude não pararia por ali. Cinco anos depois viria a Copa do Brasil.

A campanha do Juventude:
20 jogos | 11 vitórias | 5 empates | 4 derrotas | 36 gols marcados | 23 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar

Paraná Campeão Brasileiro Série B 1992

Metade dos participantes foram cortados na Série B de 1991 para 1992. Com 32 participantes, a Divisão Classificatória recebia o primeiro clube do grupo chamado "12 grandes" depois de dez anos. O Grêmio foi um dos rebaixados ao ano anterior e precisou jogar a segunda divisão para tentar uma das 12 vagas de acesso. Diferentemente do que muitos afirmam, elas estavam definidas pelo regulamento desde antes do início da competição.

Enquanto os holofotes se voltavam ao clube gaúcho, em Curitiba um clube com apenas três anos de existência, fruto da fusão entre o Colorado e o Pinheiros, fazia sua ascensão meteórica. O Paraná Clube veio da terceira divisão em 1990, bateu na trave em 1991 e era o campeão estadual do momento, um dos favoritos para subir.

Na primeira fase da Série B, os 32 times ficaram em quatro grupos, e o Paraná ficou no grupo 4. Em dois turnos, três equipes passavam de fase. O Tricolor da Vila terminou em segundo lugar, com 18 pontos em 14 jogos, cinco vitórias, oito empates e uma derrota. Ficou empatado em pontos com o América-MG, mas com uma vitória a menos. E acabou com um ponto na frente do Grêmio, o último classificado. Dessa forma, o acesso para a Série A do ano seguinte já era garantido, a luta agora seria pelo título.

Na segunda fase, os 12 classificados ficaram em três grupos, com vaga para os dois primeiros colocados mais os dois melhores terceiros. O Tricolor apareceu no grupo 3, ao lado de Coritiba, Criciúma e Grêmio. Em seis rodadas, o Paraná fez oito pontos, com três vitórias, dois empates e uma derrota. Ficou em segundo lugar, empatado em pontos com a equipe catarinense, mas perdendo no saldo de gols.

Na terceira fase, mais dois grupos, e o Paraná caiu no grupo 2, contra Criciúma, União São João e América-MG. Em uma campanha surreal, o Tricolor venceu uma partida e empatou as outras cinco, todas elas em 0 a 0. Com só um gol marcado (e nenhum sofrido), o Paraná foi para a semifinal na vice-liderança e os mesmos sete pontos do líder Criciúma. No mata-mata, o adversário foi o Santa Cruz. No Arruda, vitória paranista por 2 a 1. Este resultado se repetiu no Pinheirão.

O Paraná avançou para a final, contra o Vitória. O jogo de ida foi em Curitiba, com vitória paranaense por 2 a 1. A volta foi na Fonte Nova, e mesmo com a pressão de 60 mil pessoas contra, o Paraná venceu por 1 a 0, gol do ídolo Saulo, e conquistou o histórico título da Série B, o primeiro no currículo do clube.

A campanha do Paraná:
30 jogos | 13 vitórias | 15 empates | 2 derrotas | 32 gols marcados | 19 gols sofridos


Foto Arquivo/James Skroch