Botafogo Campeão Carioca Feminino 2020

Existente desde 1983, o Cariocão Feminino é o estadual mais antigo do Brasil, embora tenha ocorrido interrupções entre 1989 e 1995 e entre 2002 e 2003. A edição de 2020 também quase não aconteceu devido à Covid-19, mas no fim ela ficou mesmo durante os meses de janeiro a março de 2021, com a presença de nove equipes.

Nem todos os clubes grandes do Rio de Janeiro tiveram sempre uma boa história entre as mulheres em todos esses anos de campeonato: os quatro juntos nas finais só havia ocorrido em 1999 e em 2019. A terceira foi agora, com o título tomando o caminho de General Severiano, a casa do Botafogo. Na primeira fase, as Gloriosas ficaram na vice-liderança, vencendo sete jogos e perdendo um, deixando escapara Taça Guanabara para os 100% do Flamengo.

Na semifinal, o Fogão eliminou  o Vasco ao vencer por 3 a 0. A final foi contra o Fluminense, em jogo único no Nilton Santos. E por 2 a 0 no placar, o time conquistou o segundo estadual na história, repetindo o feito de 2014.

A campanha do Botafogo:
10 jogos | 9 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 36 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Vitor Silva/Botafogo

Fortaleza Campeão Cearense Feminino 2020

Mais um estadual feminino de 2020 a ser encerrado somente em 2021, o Cearense está começando a ver uma concentração de forças maior na dupla Fortaleza e Ceará, que durante anos deixaram de investir na modalidade e deixaram o caminho aberto para clubes do interior, como o Caucaia. A edição desta temporada foi apenas a segunda a ter o Clássico-Rainha na decisão, com o título ficando com o Fortaleza.

Mas antes, as equipes tiveram de enfrentar São Gonçalo e Menina Olímpica em um quadrangular de dois únicos. No primeiro, as Leoas do Pici ficaram na vice-liderança com duas vitórias e uma derrota, e depois perderam a final para o Ceará por 1 a 0. No segundo, o time liderou com outras duas vitórias e um empate, vencendo as rivais na final por 4 a 2 nos pênaltis após empate por 1 a 1 no tempo normal. 

Na decisão geral, o Fortaleza voltou a derrotar o Ceará, por 1 a 0 na partida única que deu o segundo título estadual ao Tricolor na história. Antes, a conquista de 2010 era a única da equipe feminina.

A campanha do Fortaleza:
9 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 38 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Thais Pontes/Fortaleza

JC Campeão Amazonense Feminino 2020

Estado com relativa força no futebol feminino, o Amazonas realizou sua edição de 2020 do estadual cercado de problemas. Primeiro foi a ausência da principal equipe e maior vencedora da competição (com oito títulos), o Iranduba. Só quatro times se inscreveram: 3B da Amazônia, JC, Recanto da Criança e Rio Negro.

O regulamento foi simples, com o enfrentamento todos contra todos em turno único, mais a final. A liderança ficou com o 3B, com sete pontos, seguido pelo Recanto, também com sete, JC, com três, e Rio Negro, com nenhum. Mas uma escalação irregular custou cinco pontos do líder, e as vagas na decisão ficaram com Recanto e JC.

Após quatro meses de disputas judiciais (entre novembro e março), a final aconteceu na Arena da Amazônia. Nos 90 minutos da partida, nada de gols. Após o 0 a 0, tudo foi definido nos pênaltis. Foi então quando brilhou a goleira Mariana, fazendo defesas que garantiram a vitória por 4 a 3 nas cobranças e o inédito título para o JC. Com pouco mais de dois anos de fundação, é o primeiro título conquistado pelo clube situado na cidade de Itacoatiara.

A campanha do JC:
4 jogos | 1 vitória | 1 empate | 2 derrotas | 2 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto João Normando/FAF

Brasil Campeão da Copa América 2019

Pela quinta vez na história, e pela segunda na era moderna, o Brasil sediou a Copa América, em 2019no que completou a inversão iniciada em 2015 com o Chile. Nada mudou em relação às edições normais anteriores do torneio, com 12 participantes. O que mudou foram os convidados: pela primeira vez desde 1993, o México estava de fora. Aí, a coitada da geografia sofreu, a Ásia virou América, e Japão e Catar foram chamados para jogar. Mas o mais importante era saber que o Brasil jamais havia perdido a competição em casa. Era preciso manter a escrita.
Escaldada pelos fracassos recentes na últimas quatro Copas do Mundo e nas últimas três Copas América, a Seleção Brasileira foi reconquistando a confiança da torcida aos poucos. Sem Neymar (lesionado), os condutores do time foram Everton (o Cebolinha), Gabriel Jesus, Philippe Coutinho e Daniel Alves. Todos eles estiveram comandados pelo técnico Tite. No grupo A da primeira fase, a estreia foi com vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia. Depois, o empate por 0 a 0 com a Venezuela gerou algumas dúvidas no torcedor. A situação melhorou na rodada final, na goleada por 5 a 0 no Peru. Líder com sete pontos, o time canarinho enfrentou o Paraguai nas quartas de final. Após empate sem gols nos 90 minutos, classificação por 4 a 3 nos pênaltis. Os traumas das eliminações de 2011 e 2015 na mesma fase, para o mesmo adversário e na mesma condição, enfim foram superados. Na semifinal, contra a Argentina, os hermanos não tiveram chance e a seleção avançou ao vencer por 2 a 0.
A final foi disputada no Maracanã contra o Peru, que apesar da goleada sofrida anteriormente se recuperou eliminado Uruguai e Chile no mata-mata. Com o favoritismo e as arquibancadas ao seu lado, o Brasil não deu chances aos peruanos e venceu por 3 a 1. Everton abriu o placar para os brasileiros. De pênalti, Guerrero deu um susto ao empatar a partida. Ainda no primeiro tempo Gabriel Jesus fez o segundo, antes de sair expulso de campo e dar um pouco de esperança ao adversário. Perto do fim, Richarlison fez o terceiro gol, de pênalti. A conquista da Copa América de 2019 é a nona na história do Brasil, que ainda se mantém distante dos 15 títulos do Uruguai e dos 14 da Argentina.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Luis Acosta/AFP

Ferroviária Campeã da Libertadores Feminina 2020

Realizada toda no mês de março de 2021, a Libertadores Feminina de 2020, sediada na Argentina, foi a maior edição da história em número de times. Foram 16 espalhados entre os dez membros da Conmebol. O Brasil contou com três representantes: o Corinthians, defendendo o título, a Ferroviária, campeã do Brasileirão de 2019, e o Kindermann, terceiro colocado em parceria com o Avaí.

Sem contar com o favoritismo e em início de trabalho com a técnica Lindsay Camila, a Locomotiva correu por fora e cresceu durante a competição. No grupo D, estreou sofrendo goleada por 4 a 0 para o Libertad/Limpeño, do Paraguai. O empate por 1 a 1 com o Peñarol na segunda rodada obrigou a equipe vencer na partida que encerrava a fase de grupos, além de torcer por empate entre paraguaias e uruguaias.

E foi o que aconteceu: goleada por 4 a 1 sobre a Universidad de Chile e empate sem gols no outro jogo. Com quatro pontos, as Guerreiras Grenás ficaram na vice-liderança da chave, atrás das chilenas.

O espírito copeiro tomou conta das jogadoras. Nas quartas de final, vitória por 1 a 0 sobre o River Plate. Na semifinal, reencontraram a Universidad e venceram por 7 a 6 nos pênaltis após empate por 0 a 0 no tempo regulamentar.

A final foi entre Ferroviária e o América de Cali, que no mata-mata passou por Boca Juniors e Corinthians. A maldição sobre o clube colombiano em decisões de Libertadores atravessou as modalidades, e depois de quatro vices no masculino era a vez das mulheres sofrerem. Sochor, aos sete minutos, e Aline Milene, aos 42 fizeram os gols da vitória por 2 a 1 das brasileiras, que tornaram a Ferroviária bicampeã sul-americana.

A campanha da Ferroviária:
6 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 1 derrotas | 8 gols marcados | 7 gols sofridos



Fotos Staff Images Woman/Conmebol

Chile Campeão da Copa América 2016

No ano de seu 100º aniversário, a Conmebol resolveu criar uma edição extra da Copa América, apenas uma temporada depois da versão mais recente e três antes da próxima programada. Para justificar o marco e o furo no cronograma, a entidade a nomeou Copa América Centenário, com formato e taça diferentes do convencional. A organização foi em parceria com a Concacaf, que comanda o futebol nas Américas do Norte e Central. O país-sede escolhido foram os Estados Unidos, e os participantes foram aumentados para 16: todos os sul-americanos mais seis convidados (os próprios EUA junto com México, Costa Rica, Jamaica, Haiti e Panamá). E o regulamento foi levemente alterado, apenas acrescentando um grupo na primeira fase, depois seguindo o mata-mata clássico a partir das quartas.
Defensor do título, o Chile entrou no torneio sem o mesmo favoritismo de outrora, pois a equipe ainda sentia a transição do comando de Jorge Sampaoli para Juan Antonio Pizzi. No grupo D, a estreia foi contra a Argentina, sua vice de um ano antes, perdendo por 2 a 1. Na sequência, sofreu para vencer a Bolívia por 2 a 1, conseguindo somente com gol de Arturo Vidal aos 55 minutos do segundo tempo. A fase terminou com vitória por 4 a 2 sobre o Panamá, o que deixou a Roja na vice-liderança, com seis pontos. O time foi embalando, e nas quartas de final eliminou o México com impiedosos 7 a 0, com quatro gols de Eduardo Vargas. Na semifinal, venceu a Colômbia por 2 a 0, o que garantiu outra final aos chilenos. E o adversário seria mais uma vez a Argentina.
Para chegar na decisão, os hermanos passaram por Venezuela e Estados Unidos. E o campo agora era neutro de fato, no MetLife Stadium, que fica localizado no distrito de East Rutherford, na região de Nova York e Nova Jersey. Com menos apoio do torcedor, o Chile se reservou apenas a espantar o ataque argentino e especular os contra-ataques. Os times tiveram um expulso de cada lado, e a final voltou a não registrar gols nos 120 minutos. Após o 0 a 0, os pênaltis estavam mais uma vez na vida das seleções. E a Roja chegou ao bicampeonato vencendo por 4 a 2, com a primeira cobrança contra perdida por Lionel Messi, e a última a favor convertida por Francisco Silva.

A campanha do Chile:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Omar Torres/AFP/Getty Images

Chile Campeão da Copa América 2015

O tempo de espera entre Copas América aumentou, mas as boas histórias continuaram na mesma medida. Na edição de 2015, tivemos um grande exemplo do que acontece quando torcida e time jogam juntos pelo mesmo objetivo. A disputa era para ter sido no Brasil, seguindo fielmente o rodízio de países. Mas o excesso de eventos em solo brasileiro (Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016) fez com que a Conmebol invertesse a sede com o Chile. Sorte dos andinos.
Com a melhor geração de jogadores em 20 anos e sob ordens do técnico Jorge Sampaoli, A Roja ficou no grupo A do torneio, fazendo todos os jogos no Estádio Nacional de Santiago. Na estreia, vitória tranquila por 2 a 0 sobre o Equador. A segunda partida foi um emocionante empate por 3 a 3 com o México. Na última rodada, goleada por 5 a 0 sobre a Bolívia para deixar a equipe de Arturo Vidal, Jorge Valdivia, Alexis Sánchez e Eduardo Vargas na liderança da chave, com sete pontos. Nas quartas de final, vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai. Já na semifinal, 2 a 1 em cima do rival Peru. Depois de 36 anos, o Chile estava de volta em uma decisão. O adversário foi a Argentina, que no caminho passou por Jamaica, Colômbia e Paraguai. Eles vinham ávidos para acabar com a fila de 32 anos sem títulos e enfim dar uma conquista de seleção para Lionel Messi, mas o Chile tinha o ambiente a seu favor.
Mais de 45 mil torcedores encheram o Nacional de Santiago para a final. A partida foi bem disputada, com lances de parar o coração, como o gol argentino perdido por Gonzalo Higuaín nos acréscimos do segundo tempo. Mas no geral, a Roja foi superior, apesar de a bola não ter entrado em 120 minutos. Com o 0 a 0 no placar, a conquista foi definida nos pênaltis. Matías Fernández e Messi acertaram a primeira série. Na segunda, Vidal converteu e Higuaín errou. Depois, foi a vez Charles Aránguiz acertar e Éver Banega perder. Na cobrança decisiva, Sánchez acertou uma cavadinha com a maior frieza do mundo para fazer 4 a 1 e dar o título inédito ao Chile. O país enfim vencua uma Copa América, mas não haveria muito tempo para ostentar o posto, pois no ano seguinte a Conmebol daria início a mais uma de suas invencionices.

A campanha do Chile:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/FFCH

Uruguai Campeão da Copa América 2011

Um ciclo termina, outro começa. Depois de 34 anos, a Copa América retorna à Argentina, dando início a um novo rodízio de sedes. De quebra, a competição volta à sua configuração de periodicidade original, a a cada quatro anos, sempre um após a disputa da Copa do Mundo. O torneio foi marcado pelos resultados inesperados e estranhos, além das quedas precoces de Argentina e Brasil, nas quartas de final e ambos nos pênaltis. O primeiro caiu para o futuro campeão Uruguai, já o outro ficou diante do Paraguai, errando todas as cobranças e perdendo apenas por 2 a 0.
Renascida, a Celeste Olímpica vinha embalada pela quarta colocação no Mundial, treinada por Óscar Tabárez e liderada em campo pela experiência de Diego Forlán e Diego Lugano, e o talento de Luis Suárez e Edinson Cavani, que começavam a entrar no auge das carreiras. A equipe ficou localizada no grupo C, e estreou apenas empatando por 1 a 1 diante do Peru. Na segunda rodada, contra o Chile, outro empate por 1 a 1. A primeira vitória e a classificação vieram na última partida, ao fazer 1 a 0 no México. De modo simples, com cinco pontos, o time uruguaio encerrou a fase de grupos na vice-liderança. Nas quartas de final foi a vez de enfrentar a dona da casa, a Argentina. E mais uma vez o 1 a 1 imperou no placar, no que levou o jogo à disputa de pênaltis. E fazendo 5 a 4, a Celeste avançou mais uma vez. O Peru voltou a ser adversário, agora na semifinal, e desta vez o resultado foi diferente, vencendo tranquilamente por 2 a 0.
Na final, o adversário foi um Paraguai de campanha muito incomum: cinco empates em cinco jogos, eliminando Equador na primeira fase, e Brasil e a surpresa Venezuela no mata-mata. A partida foi realizada no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. A onda de empates paraguaios seria definitivamente encerrada pelos uruguaios. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Suárez abriu o placar. Aos 41, Forlán ampliou. A decisão foi jogada de maneira tranquila, sem nenhuma ameaça à conquista celeste. Aos 44 do segundo tempo, Forlán fez 3 a 0 e decretou os números finais do título, o 15º do Uruguai na Copa América, desempatando com a Argentina no ranking histórico.

A campanha do Uruguai:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Emiliano Lasalvia/El Gráfico

Brasil Campeão da Copa América 2007

Após a única disputa de Copa América em ano par desde 1975, a Conmebol voltou à programação original na edição de 2007, seguindo com a transição do período bienal para quadrienal. A sede foi a Venezuela, completando o rodízio que colocou os dez países como anfitriões iniciado em 1987. Pela primeira vez na organização, o país fez uma estrutura só vista em Copas do Mundo, com nove estádios, quase todos grandes demais para um futebol nem tão popular assim por lá.
Com uma equipe extremamente modificada em relação à que fracassou na Copa do Mundo de 2006, o Brasil entrou para defender o título de maneira desacreditada. E a estreia parecia comprovar as previsões, pois o time treinado por Dunga perdeu por 2 a 0 para o México, atuando mal. A recuperação veio no jogo seguinte, ao vencer o Chile por 3 a 0, todos os gols marcados por Robinho. O artilheiro manteve a pegada na última rodada, ao fazer o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Equador, que deixou os brasileiros na vice-liderança do grupo B, com seis pontos. Classificado às quartas de final, o Brasil voltou a encontrar a equipe chilena. E se na fase inicial foram, no mata-mata conta dobrou: 6 a 1, fora o baile. Mas a grande dificuldade estava por vir na semifinal, contra o Uruguai. A seleção Canarinho ficou duas vezes à frente do placar, mas cedeu o empate em ambas as oportunidades. O 2 a 2 levou a partida aos pênaltis, e por 5 a 4 o Brasil conquistou seu lugar na decisão.
E pela segunda vez seguida a final contaria com Brasil e Argentina. Para chegar junto, os hermanos tiveram que derrubar pelo caminho Colômbia, Peru e México. Mas diferentemente do que aconteceu três anos antes, o jogo reservou pouca emoção no Pachencho Romero, em Maracaibo. Isso porque Júlio Baptista abriu o placar com um golaço logo aos quatro minutos. Aos 40, o zagueiro Roberto Ayala tentou cortar uma bola cruzada na área e acabou atirando contra o próprio gol, ampliando para os brasileiros. Aos 24, Daniel Alves fechou a conta, marcando 3 a 0. O resultado consolidou mais um tempo de fila à Argentina (e que dura até a atualidade), além do oitavo título de Copa América ao Brasil.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Sérgio Pinto/CBF

Brasil Campeão da Copa América 2004

Conforme avança a história da Copa América, é possível observar muito bem como ela correu ao longo dos anos. Recriada para acontecer de quatro em quatro anos na década de 70, foi reduzida para ser de dois em dois nos anos 80. A conta foi assim até 2001, quando a Conmebol reorganizou mais uma vez, colocando a edição seguinte três anos depois, em 2004. O plano não era torná-la trienal (porque uma hora iria se chocar com a Copa do Mundo), mas sim adaptar de maneira gradual para ser novamente quadrienal. Assim, três disputas ocorreriam nesse intervalo especial.
Jogada no Peru, a Copa América teve a sua hegemonia recuperada pelo Brasil, que poupou o time principal e levou à campo uma equipe B, quase inteira de jovens e comandada pelo meia Alex, o goleiro Júlio César, e os atacantes Luís Fabiano e Adriano. No grupo C da primeira fase, a estreia foi contra o Chile, vencendo por 1 a 0 com o gol marcado aos 45 minutos do segundo tempo. Contra a Costa Rica, goleada por 4 a 1 classificou o time antecipadamente. Na vez de enfrentar o Paraguai, porém, o time canarinho perdeu por 2 a 1, terminando a chave em segundo lugar, com seis pontos. Nas quartas de final, o Brasil se recuperou e goleou o México por 4 a 0. Na semifinal, empate por 1 a 1 com o Uruguai e vitória nos pênaltis por 5 a 3.
Eis que chega a decisão. E nela estão Brasil e Argentina, que eliminou Equador, Peru e Colômbia. A partida aconteceu no Nacional de Lima e até hoje povoa o imaginário do torcedor. Com os principais jogadores, o time argentino ficou duas à frente do placar. A primeira foi dos 20 até aos 45 do primeiro tempo, quando o zagueiro Luisão empatou pela primeira vez. E outra foi a partir dos 42 da etapa final, quando pareceu que o título seria da Argentina. Mas aos 48 minutos, Adriano recebeu a bola na entrada da área e, sem deixar ela cair no gramado, girou batendo no canto esquerdo do goleiro Roberto Abbondanzieri. O 2 a 2 levou o jogo aos pênaltis. Andrés D'Alessandro e Gabriel Heinze perderam suas cobranças, enquanto quatro brasileiros acertaram as suas. Nem precisou da quinta: por 4 a 2, o Brasil conquistou sua sétima Copa América.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 6 gols sofridos 


Foto Orlando Kissner/AFP/Getty Images

Colômbia Campeã da Copa América 2001

A Copa América mais conturbada da era atual. Foi assim que ficou conhecida a edição de 2001, sediada na Colômbia. A tensão política entre o governo nacional e as forças paramilitares das FARC quase inviabilizaram a competição, que chegou a ser cogitada a ser realizada no Brasil. No fim, a Conmebol confirmou o território colombiano como anfitrião, mantendo à risca o rodízio de países.
Por consequência, duas seleções desistiram da disputa, alegando falta de segurança: o convidado Canadá, que foi substituído pela Costa Rica, e a Argentina. A ausência dos hermanos foi como uma bomba, na véspera do início do torneio. Para o seu lugar entrou Honduras, que precisou convocar seus jogadores com a Copa América já em andamento, e estrear quase sem fazer treinos. A corrente de fatos com o time hondurenho tornou ainda mais vexatória a eliminação do remendado time do Brasil, que perdeu por 2 a 0 para eles nas quartas de final. A qualidade técnica baixa foi outro marco do campeonato, que basicamente viu apenas a dona da casa apresentar um bom futebol, que lhe rendeu o histórico primeiro título.
No grupo A do torneio, a Colômbia estreou fazendo 2 a 0 na Venezuela. No restante da fase, mais duas vitórias, por 1 a 0 sobre o Equador e por 2 a 0 sobre o Chile. Líder da chave com nove pontos, Los Cafeteros enfrentaram nas quartas de final o Peru, o qual derrotaram por 3 a 0. Na semifinal, foi a vez de encarar a zebra Honduras e vencer por 2 a 0.
A decisão foi entre Colômbia e México, que na fase de grupos venceu o Brasil, e no mata-mata eliminou Chile e Uruguai. A partida disputada em Bogotá, no El Campín, refletiu o que foi toda a competição até ali, de nível técnico aquém da expectativa. O time colombiano chegava com o enorme apoio da torcida, que jamais havia visto sua seleção erguer uma taça. O gol do título saiu aos 20 minutos do segundo tempo, com Iván Córdoba. Com 1 a 0 no placar da final, e nenhum gol sofrido em seis jogos, a Colômbia finalmente tinha uma Copa América para chamar de sua, a única até a atualidade.

A campanha da Colômbia:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 0 gols sofridos 


Foto José Herchel/Colprensa

Brasil Campeão da Copa América 1999

Em uma confederação com somente dez países, sempre foi mais complicado de organizar competições entre seleções, mas a Copa América nunca chegou a subverter tanto a geografia como faria em 1999. Ancorado no Paraguai, um dos dois convidados foi o já corriqueiro México, Já o outro, não foi nem Estados Unidos ou Costa Rica - os de edições anteriores -, mas o Japão. Isso mesmo que você leu, uma equipe da Ásia jogando na América do Sul. Tudo parte de um acordo que envolveu a Toyota, patrocinadora máster da Libertadores desde um ano antes. Os "penetras" não foram longe: empataram um jogo, perderam dois e se despediram ainda na fase de grupos.
A disputa pelo título ficou concentrada nos irmãos mais velhos, de sangue. Com uma equipe bem renovada, disposta a esquecer rápido o vice na Copa do Mundo de 1998, o Brasil entrou louco para levar o hexa e manter a hegemonia em seu quintal. Na estreia já veio o primeiro furacão: goleada por 7 a 0 sobre a Venezuela, lembrada até hoje devido ao golaço do então garoto de 19 anos Ronaldinho, dando um chapéu no zagueiro. Foi o primeiro dele com a camisa Canarinho, logo na sua primeira partida, entrando no segundo tempo. Na sequência, vitórias por 2 a 1 sobre o México e por 1 a 0 sobre o Chile garantiram a liderança do grupo B, com nove pontos. O adversário nas quartas de final foi a Argentina, que antes havia perdido por 3 a 0 para a Colômbia e visto seu atacante Martín Palermo perder três pênaltis neste jogo. A vitória no clássico aconteceu por 2 a 1, de virada. Na semifinal, outro triunfo sobre o México, agora por 2 a 0.
Chegada a final, o rival do Brasil foi o Uruguai, repetindo o confronto pela quarta vez nas últimas oito edições. O palco foi o Defensores del Chaco, em Assunção. Mas desta vez a dificuldade não chegou nem perto dos resultados apertados de 1983, 1989 e 1995. Com 20 minutos de partida, Rivaldo já abria o placar ao time brasileiro. Aos 27, outra vez ele mandou a bola no fundo da rede. E no primeiro minuto do segundo tempo, Ronaldo fez 3 a 0 e fechou o placar da decisão. Pela sexta vez, Brasil campeão da Copa América.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 2 gols sofridos 


Foto Arquivo/Gazeta Press

Palmeiras Campeão da Copa do Brasil 2020

O ano de 2020 teve de tudo. Quando a pandemia de covid-19 explodiu, tudo paralisou, incluindo o futebol. No Brasil, ficamos de março a julho sem uma partida acontecer. Quando voltou, os estádios ficaram vazios. Foi nesse contexto que o Palmeiras conquistou o tetra da Copa do Brasil naquela temporada, que precisou invadir o ano de 2021. Era o início de uma era histórica para o clube alviverde, que havia conquistado a Libertadores meses antes, e levaria outros títulos mais.

O Verdão entrou na competição já nas oitavas de final, devido exatamente a disputa da Libertadores. Seu primeiro adversário foi o Bragantino, sob o prefixo e o aporte da Red Bull. No jogo de ida, vitória por 3 a 1 em Bragança Paulista. Na volta, outro triunfo por 1 a 0 no Allianz Parque garantiu a classificação. Essa partida não teria nada demais, não fosse pela estreia do técnico português Abel Ferreira, que tornou-se no pilar do Palmeiras vencedor.

Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Ceará. O primeiro jogo aconteceu em São Paulo, e o alviverde venceu por 3 a 0, gols de Gustavo Scarpa, Raphael Veiga e Gabriel Veron. A segunda partida foi no Castelão, e o Palmeiras confirmou nova classificação ao empatar por 1 a 1.

A semifinal foi disputada contra o América-MG. A primeira partida foi disputada no Allianz Parque, na antevéspera do Natal, mas o Palmeiras ficou apenas no empate por 1 a 1 com os mineiros. O segundo jogo foi realizado no Independência, em Belo Horizonte, na antevéspera de Ano Novo, e o Verdão precisou vencer fora de casa, por 2 a 0, para chegar na quinta decisão de Copa do Brasil na história.

A final foi contra o Grêmio, que superou Juventude, Cuiabá e São Paulo. As disputas aconteceram dois meses depois da semi, pois a conquista da Libertadores alviverde fez com que o time fosse jogar o Mundial de Clubes, e a decisão precisou ser postergada. A ida foi na Arena do Grêmio, em fevereiro de 2021, e o Palmeiras venceu por 1 a 0, gol anotado por Gustavo Gómez. Mesmo sem torcida nas arquibancadas para apoiar, os paulistas foram amplamente superiores nas duas partidas. A volta aconteceu no Allianz Parque, já em março. E o clube alviverde voltou a vencer, por 2 a 0, gols de Wesley e Gabriel Menino. Para coroar uma temporada diferente e verde, um tetra merecido.

A campanha do Palmeiras:
8 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 15 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Lucas Figueiredo/CBF

Brasil Campeão da Copa América 1997

A concorrida década de 90 foi marcada por surpresas, inícios e quedas de tabu na Copa América. Dois destes fatos aconteceram na edição de 1997, sediada na Bolívia. Houve muita reclamação por parte de várias seleções com a escolha, pois a maioria dos estádios escolhidos localizavam-se nas grandes altitudes bolivianas, como La Paz (3.637 metros), Oruro (3.702), Sucre (2.810) e Cochabamba (2.582). O ar rarefeito fez certa diferença nas eliminações do Uruguai, na primeira fase, e da Argentina, contra o Peru nas quartas de final. Acerca disto, a competição teve um novo estreante, a convidada Costa Rica.
Só um fator ficou inalterado no torneio: o favoritismo do Brasil. Atuando na única cidade ao nível do mar - Santa Cruz de la Sierra -, a seleção Canarinho estava disposta a dar um fim no incômodo de nunca ter vencido a competição fora de seu país. E sob a liderança ofensiva da dupla Ronaldo e Romário, todos "engoliram" o título do time do técnico Zagallo. No grupo C, a estreia foi com uma tranquila goleada por 5 a 0 sobre a Costa Rica. A dificuldade subiu contra o México, uma sofrida vitória de virada por 3 a 2. Com a classificação garantida, a equipe bateu a Colômbia por 2 a 0 na rodada final e encerrou na liderança, com nove pontos. Nas quartas de final, nova vitória por 2 a 0, agora sobre o Paraguai. E na semifinal, o Brasil aplicou impiedosos 7 a 0 sobre o Peru.
O adversário brasileiro na decisão foi a Bolívia, que até ali despachou Uruguai, Colômbia e México. Se a seleção tinha feito todos os jogos no "bem-ventilado" Ramón Aguilera, em Santa Cruz, agora teria de subir o morro até o Hernando Siles, em La Paz, onde os bolivianos atuaram em todas as partidas. O problema já era previsto, mas a qualidade técnica muito maior por parte do Brasil atenuou a questão da falta de fôlego. O primeiro gol demorou para sair, e foi com Denílson aos 40 minutos do primeiro tempo. Aos 45, a Bolívia empatou e conseguiu deixar o jogo amarrado. Mas os brasileiros souberam se poupar e os gols da vitória aconteceram no segundo tempo. Antes com Ronaldo, aos 34 minutos, e depois com o substituto Zé Roberto, aos 45 minutos. A vitória por 3 a 1 trouxe o penta com 100% de aproveitamento e, finalmente, a primeira taça estrangeira da Copa América para o Brasil.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 3 gols sofridos 


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Uruguai Campeão da Copa América 1995

A edição de 1995 da Copa América consolidou muitas das novidades que o Mundial do ano anterior havia trazido, como os três pontos por vitória. Mas a competição é mais lembrada pelos resultados históricos, como os 3 a 0 dos Estados Unidos sobre a Argentina na fase de grupos e a subsequente semifinal do time norte-americano, além do empate por 2 a 2 dos argentinos com o Brasil nas quartas de final, com o gol brasileiro que levou aos pênaltis sendo marcado por Túlio após ajeitar a bola no braço. E por fim, pelo título do anfitrião Uruguai, que marcou o fim de uma era para o futebol do país.
A Celeste começou a trajetória rumo ao 14º título no grupo A. Sua estreia foi ótima, goleando a Venezuela por 4 a 1. Na segunda rodada, bateu o Paraguai por 1 a 0, gol de Enzo Francescoli. Fechando a primeira fase, o Uruguai teve de buscar o empate por 1 a 1 contra o México, que lhe deixou classificado na liderança da chave, com sete pontos. Nas quartas foi a vez de enfrentar a Bolívia, algoz nas Eliminatórias da Copa do Mundo dois anos antes. E os uruguaios conseguiram a revanche ao vencerem por 2 a 1. Na semifinal veio a Colômbia, e o embalada equipe venceu por 2 a 0, chegando mais uma vez na decisão.
A final da Copa América teria mais um encontro entre Uruguai e Brasil, o terceiro desde a reformulação em 1975. E os brasileiros eram o outro algoz da Celeste nas Eliminatórias do Mundial. Para chegar até ali, foi preciso passar por Argentina e Estados Unidos no mata-mata. Mas o Uruguai tinha toda a força da sua torcida e conhecimento de cada pedaço do gramado gelado do Estádio Centenario, em Montevidéu. A partida foi bem equilibrada, bem como todo clássico entre as duas seleções era na época. O Brasil abriu o placar com Túlio aos 30 minutos do primeiro tempo. o Uruguai não ficou abalado e empatou por 1 a 1 aos seis do segundo tempo, com gol de falta de Pablo Bengoechea. Nos pênaltis, todos os uruguaios converteram, enquanto uma cobrança brasileira parou nas mãos de Fernando Álvez. Por 5 a 3, o Uruguai era mais uma vez o (invicto) campeão, no que foi praticamente o último ato da geração de Francescoli e Bengoechea, que ali já fazia sua transição para uma entressafra que duraria até após a virada do século 20.

A campanha do Uruguai:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 4 gols sofridos 


Foto Arquivo/El País

Penarol Campeão Amazonense 2020

Com 315.966 casos 10.860 mortes por Covid-19 até 1º de março, o Amazonas conheceu seu campeão estadual. Foi o último dos 27 campeonato de um ano pesado, mas o Barezão de 2020 foi definido em favor do Penarol, clube da cidade de Itacoatiara. Aliás, houve dois torneios no Estado. O primeiro, realizado até a terceira rodada do returno, entre janeiro e março.

A pandemia do coronavírus paralisou todas as atividades e a princípio não haveria campeão, mas após idas e vindas na Justiça, foi decidido recomeçar tudo do zero, já em fevereiro de 2021 e com um regulamento de tiro curto, com os oito participantes dividindo-se em dois grupos, e os dois melhores de casa avançando ao mata-mata, tudo em turno único. No grupo A, o Penarol fez quatro pontos em três jogos: perdeu por 2 a 0 para o Manaus, empatou por 0 a 0 com o Nacional e venceu por 3 a 0 o Amazonas. Na semifinal, derrotou por 1 a 0 o São Raimundo.

A final marcou o reencontro com o Manaus, na Arena da Amazônia, e a partida terminou empatada por 1 a 1. Nos pênaltis, por 6 a 5, o Leão da Velha Serpa conquistou o terceiro título na sua história, acabando com nove anos de fila.

A campanha do Penarol:
5 jogos | 2 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 5 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto João Normando/FAF