Independiente Campeão da Libertadores 1974

A história roja continuou a ser escrita em letras douradas. Tetracampeão da Libertadores e atual bi, o Independiente voltaria a superar as próprias barreiras em 1974, em uma edição que um clube brasileiro quase estragou a festa. Os venezuelanos voltaram à competição, deixando a fase de grupos com os 20 times previstos. Enquanto isso, os campeões esperavam pela semifinal.

A primeira fase foi bem competitiva, com a definição de três classificados com só um ou nenhum ponto de diferença para os vice-líderes: Defensor Lima, Peñarol e Huracán. Mas os argentinos fecharam com dez pontos e a melhor campanha junto do São Paulo, que liderou com facilidade sua chave. O Rojo começou sua trajetória exatamente diante do Peñarol e do Huracán.

A estreia foi com empate fora diante do rival argentino, por 1 a 1. Contra os uruguaios, vitória por 3 a 2 em plena Montevidéu. No returno, vitória por 3 a 0 sobre o adversário hermano deixou o Independiente em boa situação para o confronto decisivo contra os carboneros. A partida foi na Doble Visera e os rojos aproveitaram-se de ter a vantagem do empate, fazendo 1 a 1 e conseguindo um lugar na final com seis pontos, contra cinco da equipe uruguaia.

Na outra chave, o São Paulo passou por Millonarios e Defensor Lima para ser o outro finalista. A parada mais difícil para o Independiente até então. Na ida, os argentinos perderam por 2 a 1 no Pacaembu. Precisando da vitória na volta para forçar o desempate, o clube bateu os brasileiros por 2 a 0 em Avellaneda, gols de Ricardo Bochini aos 34 do primeiro tempo e de Agustín Balbuena aos três do segundo.

A derradeira ficou para o Estádio Nacional de Santiago, onde a vantagem do empate seria roja. Mas não foi preciso, pois o Independiente voltou a derrotar os paulistas, desta vez por 1 a 0. O gol de penta saiu aos 37 da etapa inicial, com o capitão e ídolo Ricardo Pavoni.

A campanha do Independiente:
7 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1973

Depois de retornar ao caminho dos títulos na Libertadores, o Independiente ficou imparável. Logicamente, entrar já na fase semifinal facilitou as coisas, mas a alcunha "Rey de Copas" começava a se justificar.

Na edição de 1973, a competição ficou desfalcada dos clubes venezuelanos, que enfrentavam problemas internos com a federação do país. A primeira fase foi composta por 18 equipes e um dos grupos foi transformado em confronto mata-mata, entre Millonarios e Deportivo Cali.

As demais quatro chaves transcorreram normalmente, com a melhor campanha ficando na conta do San Lorenzo, com dez pontos no grupo 1. O Independiente já estava na fase seguinte, em que enfrentou o próprio San Lorenzo, além do Millonarios.

A estreia foi com derrota para os colombianos, por 1 a 0 em Bogotá. A recuperação veio na volta, na Doble Visera, derrotando os azules por 2 a 0. Sobraram as partidas com o rival argentino, que definiram o finalista. Em Buenos Aires, empate por 2 a 2 deixou os azulgrana na liderança. Era preciso vencer em Avellaneda para conseguir o lugar na decisão. E assim foi feito, com 1 a 0 no placar.

A decisão foi disputada contra o Colo-Colo, que bateu Cerro Porteño e Botafogo na semifinal. O time chileno veio com força para tentar desbancar o Independiente, tanto que a partida de ida na Doble Visera terminou empatada por 1 a 1. El Rojo não podia perder o segundo jogo. E conseguiu, segurando outro empate, por 0 a 0, no Nacional de Santiago.

O desempate foi marcado para o Centenario, em Montevidéu. Aos 25 minutos do primeiro tempo, Mario Mendoza abriu o placar, mas Carlos Caszely empatou aos 39. Só na prorrogação houve a definição a favor do tetra do Independiente, com Miguel Giachello fazendo 2 a 1 no primeiro minuto do segundo tempo. O Rey de Copas nunca mais seria ultrapassado no ranking de títulos da Libertadores.

A campanha do Independiente:
7 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 8 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1972

Rei morto, rei posto. Um ditado comum na política que pode ser aplicado também ao esporte. Principalmente o futebol. Após três temporadas de domínio, o Estudiantes não levou a Libertadores em 1971, caindo logo depois no ostracismo (levaria uma década para ressurgir). Mas para 1972 a Argentina retornaria com outra dinastia, que já havia tido um ensaio nos anos 1960 e voltaria para assumir todos os recordes, a maioria perdurando até a atualidade, com o Independiente.

Campeão metropolitano, o time rojo participou da primeira fase no grupo 1, junto de Rosario Central e os colombianos Santa Fe e Atlético Nacional. A classificação veio com quatro vitórias, dois empates e dez pontos na liderança da chave. O principal resultado foi o 4 a 2 sobre o Santa Fe em plena Bogotá. 

Na segunda fase, o sorteio colocou o Independiente frente a São Paulo e Barcelona de Guayaquil. Sua estreia foi no Equador, empatando por 1 a 1. Na sequência, vitória por 1 a 0 sobre os equatorianos em Avellaneda. No Brasil, a equipe roja perdeu sua primeira na competição, levando 1 a 0 do São Paulo. A disputa da vaga na final ficou mesmo entre os dois, na Doble Visera, na última rodada. E com vitória por 2 a 0 o clube argentino voltou à decisão depois de sete anos.

Seu adversário foi uma surpresa. Vindo do Peru, o Universitario derrubou simplesmente Nacional e Peñarol na semifinal. A partida de ida aconteceu no Estádio Nacional de Lima, e o Independiente soube segurar a pressão, levando para casa um empate sem gols.

A volta foi em Avellaneda, na Doble Visera. O placar foi aberto aos seis minutos do primeiro tempo, com Eduardo Maglioni. O segundo gol veio aos 16 da etapa complementar, novamente com Maglioni. O Universitario chegou a reagir aos 34 minutos, com Percy Rojas, mas a história já apontava para o Independiente, que venceu por 2 a 1, ficou com o tri da Libertadores e deu início a uma sequência de quatro taças jamais igualada.

A campanha do Independiente:
12 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 19 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Nacional Campeão da Libertadores 1971

Depois de dez anos de desencontros e desentendimentos, a Conmebol encontrou a primeira fórmula perfeita da Libertadores no ano de 1971. Na primeira fase, 20 times atuando em cinco grupos binacionais. O líder de cada chave avança à semifinal, onde se encontram com o campeão anterior e formam outros dois grupos. O primeiro de cada triangular avança à final. Esse regulamento duraria até 1987, sendo até hoje o que mais tempo foi utilizado pela entidade.

Com o Brasil voltando à competição regularmente, foi possível executar tudo dentro da normalidade. E foi nesta temporada que caiu o domínio do Estudiantes, com o título indo parar nas mãos do Nacional do Uruguai. A primeira fase do Decano foi quase perfeita. No grupo 3, junto de Peñarol e os bolivianos The Strongest e Chaco Petrolero, o time conseguiu cinco vitórias e um empate nas seis partidas que disputou, incluindo uma goleada por 5 a 0 sobre o Strongest no quarto jogo.

Com 11 pontos, o Nacional classificou-se à fase seguinte. Seus adversários no triangular foram Palmeiras e Universitario. A invencibilidade da equipe continuou nas quatro partidas que fez, com três vitórias e outro empate, aqui inclusas as vitórias sobre os peruanos por 3 a 0 e sobre os brasileiros por 3 a 1, ambos em casa.

O adversário na final foi o Estudiantes, que eliminou Barcelona de Guayaquil e Unión Española. Era a revanche do confronto de 1969, quando os argentinos levaram o segundo título. Mas a chance do tetra seria interrompida. A ida aconteceu em La Plata, no Jorge Luis Hirschi, com vitória do mandante por 1 a 0. O Nacional empatou na volta, no Centenario, em Montevidéu, ao vencer pelo mesmo 1 a 0.

A terceira partida ocorreu no Estádio Nacional de Lima, no Peru, sem vantagem alguma para as equipes. O primeiro título do Decano se desenhou no gols de Víctor Espárrago e Luis Artime, e a vitória por 2 a 0 deu fim à pressão causada pelos três vices na década de 1960 e pelo tri do seu maior rival.

A campanha do Nacional:
13 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 26 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Estudiantes Campeão da Libertadores 1970

A Libertadores vira a década e entra no ano de 1970 ainda em desacerto com o Brasil. Pelo segundo ano seguido, e pelo terceiro em cinco temporadas, o país não indicou representantes. Outra vez a CBD preferiu priorizar a preparação da seleção para a Copa do Mundo. De forma que, com o retorno dos argentinos desde a fase de grupos, 19 times participaram da edição.

Dono das duas últimas taça e imbatível atuando dentro de seu estádio, o Estudiantes entrou novamente na semifinal e aguardou o desenrolar das partidas. A primeira fase foi composta por quatro grupos, sendo um de seis equipes e três de quatro.

Naturalmente, as melhores campanhas vieram da chave hexagonal, com as classificações de Guaraní do Paraguai e Universidad de Chile. Mas no aproveitamento, Boca Juniors e Peñarol também fizeram bonito em primeiro de seus grupos.

Os oito classificados seguiram à segunda fase, onde jogaram divididos em mais três chaves. Cada líder avançou até a semifinal, onde enfim encontraram-se com os pincharratas. E o confronto de abertura da campanha do tricampeonato do Estudiantes começou de forma caseira, contra o River Plate. Com duas vitórias -  1 a 0 em Buenos Aires e 3 a 1 em La Plata -, os então campeões rumaram à terceira decisão consecutiva.

O adversário na final foi o Peñarol, que sofreu para bater a Universidad de Chile na fase anterior. O jogo de ida foi disputado no Jorge Luis Hirschi, e o Estudiantes abriu vantagem com simples 1 a 0, gol marcado pelo zagueiro Néstor Togneri aos 43 minutos do segundo tempo.

A volta aconteceu no Estádio Centenario, em Montevidéu, e o time pincharrata precisou enfrentar uma enorme pressão. Mas os jogadores conseguiram segurar o 0 a 0 em solo uruguaio e ficaram com a terceira Libertadores nas mãos. Até ali, um feito inalcançável pelos outros.

A campanha do Estudiantes:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/El Gráfico

Estudiantes Campeão da Libertadores 1969

A Libertadores de 1969 teve um aspecto marcante, que nunca se repetiu e dificilmente se repetirá na história. A edição do torneio foi a única que não teve nenhum representante indicado do Brasil e da Argentina. O primeiro porque a Taça Brasil ficou travada nos tribunais e o segundo porque campeão e vice do Nacional desistiram da participação. De forma que, o único time argentino na disputa foi o Estudiantes, que defendeu seu título e entrou diretamente na semifinal.

Até chegar nesse estágio, as outras 16 equipes participantes atuaram divididas em quatro grupos. A primeira fase não teve grandes destaques, com Peñarol e Cerro Porteño fazendo as melhores campanhas em suas chaves.

A curiosidade ficou na conta do grupo com chilenos e peruanos, em que todos os times marcaram seis pontos, e - já não havia critérios de desempate - duas rodadas extras além das seis normais foram necessárias para apontar os classificados, Universidad Católica e Santiago Wanderers. 

Na segunda fase, os oito sobreviventes jogaram em mais três chaves, avançando o líder de cada para a semfinal. A estreia do Estudiantes foi exatamente contra a Católica, cansada das partidas a mais. Logo na ida, em Santiago, vitória por 3 a 1 encaminhou a classificação pincharrata. Outro 3 a 1, desta vez no Jorge Luis Hirschi selou a vaga na final.

Do outro lado, o Nacional do Uruguai passou pelo rival Peñarol e também chegou na decisão. O primeiro jogo aconteceu no Centenario, em Montevidéu. Eduardo Flores deu início ao bicampeonato ao fazer o gol da vitória aos 21 minutos do segundo tempo. Com o 1 a 0 de frente, o empate já bastava ao Estudiantes para fazer outra festa em La Plata.

Mas o segundo título da Libertadores veio com outra vitória, agora por 2 a 0, gols de Flores aos 32 e de Marcos Conigliaro aos 38 do primeiro tempo. Nunca houve, e jamais haveria, outro campeão da América com 100% de aproveitamento.

A campanha do Estudiantes:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Estudiantes Campeão da Libertadores 1968

O início da dinastia do Estudiantes na Libertadores, em 1968, é uma história digna de filme: um time pequeno, localizado fora da região da capital federal da Argentina e que jamais havia tido um título profissional de primeira divisão até 1967, quando levou a taça do Metropolitano.

A glória conduziu o clube ao Nacional daquele mesmo ano, onde foi vice e obteve a vaga de estreante na competição sul-americana, que contou com 21 equipes, sendo 20 delas divididas em cinco grupos na primeira fase.

Com um futebol caracterizado pela máxima "defender primeiro, atacar, depois" e por supostas práticas que adentraram ao folclore da época, como a de zagueiros e volantes atuarem com agulhas escondidas nas mãos para espetarem os atacantes adversários, o plantel comandado por Osvaldo Zubeldía ficou no grupo 1, junto de Independiente e os colombianos Deportivo Cali e Millonarios. Em seis jogos, os pincharratas venceram cinco e empataram um, classificando-se na liderança com 11 pontos.

Na segunda fase, os dez líderes e vices foram reorganizados em três chaves. O Estudiantes voltou a ficar no grupo 1 e a enfrentar o Independiente, desta vez com a companhia do Universitario, do Peru. Com três vitórias em quatro partidas, o clube de La Plata marcou seis pontos e conseguiu um lugar na semifinal, onde já estava o então campeão da América, o Racing. Depois de fazerem 3 a 0 na ida em casa, levarem 2 a 0 na volta fora e segurarem o 1 a 1 no jogo extra, os platenses chegaram à final.

O oponente do Estudiantes na primeira decisão de Libertadores foi o Palmeiras, que havia eliminado o Peñarol. O primeiro jogo ocorreu no mítico Jorge Luis Hirschi, em La Plata, com vitória sofrida por 2 a 1, de virada no fim - gols de Juan Ramón Verón e Eduardo Flores.

A segunda partida foi no Pacaembu, em São Paulo, mas a derrota por 3 a 1 forçou o desempate. E no Centenario, em Montevidéu, Felipe Ribaudo e Verón marcaram os tentos do 2 a 0 que abriu a porteira do tri pincharrata.

A campanha do Estudiantes:
16 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 25 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Racing Campeão da Libertadores 1967

Na Libertadores de 1967, Brasil e Colômbia se acertaram com a Conmebol e indicaram seus times. Mas pouco antes do início, o Santos - vice da Taça Brasil - comunicou sua desistência da competição, alegando conflito de datas com a edição de estreia do Robertão. Somente o Cruzeiro representou o país. 

Outro desfalque veio do Uruguai, pois o Peñarol - então o campeão da América - também foi vice no campeonato local e sua federação indicou somente o vencedor Nacional. No total, 19 clubes participaram do torneio, divididos em três grupos de cinco, seis e sete equipes.

Buscando as mesmas glórias que o seu rival Independiente, o Racing de Avellaneda, entrou na Libertadores como campeão argentino. No grupo 2 da disputa, enfrentou o compatriota River Plate, os colombianos Santa Fe e Independiente Medellín e os bolivianos Bolívar e 31 de Octubre. Ao fim de dez jogos, La Academia liderou a chave com 17 pontos, oito vitórias e um empate.

Os dois primeiros de cada grupo avançaram à segunda fase, onde juntaram-se ao Peñarol em duas chaves. Aqui, o Racing voltou a jogar contra o River e enfrentou também o peruano Universitario e o chileno Colo Colo. Com mais quatro vitórias, um empate e nove pontos em seis partidas, o time argentino tornou a liderar seu grupo e avançou à final inédita.

Seu adversário foi o Nacional uruguaio, que deixou para trás o Peñarol e o Cruzeiro. O primeiro jogo aconteceu no Estádio Presidente Perón, em Avellaneda, e terminou com empate por 0 a 0. A segunda partida ocorreu no Centenario, em Montevidéu, e outro empate sem gols levou ao jogo-extra, em campo neutro.

A derradeira foi em solo chileno, no Nacional de Santiago, e o Racing levou sua histórica e única Libertadores ao vencer por 2 a 1, gols de João Cardoso, aos 14 minutos, e de Norberto Raffo, aos 43 do primeiro tempo. Milton Viera descontou aos 34 do segundo tempo, mas foi insuficiente.

A campanha do Racing:
19 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 42 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Peñarol Campeão da Libertadores 1966

A Libertadores de 1966 trouxe um avanço. Na sétima edição, o número de participantes dobrou para 21. Isso se deu porque a Conmebol passou a distribuir duas vagas para cada país, geralmente o campeão e o vice da ligas nacionais.

Mas Colômbia e Brasil não indicariam representantes. O primeiro por desentendimentos com a entidade e o segundo porque não concordava com o inchaço da competição e, além disso, preferiu dar prioridade à preparação (ruim) da seleção à Copa do Mundo daquele ano.

Com isso, 16 times ficaram divididos em três grupos: dois com seis e um com quatro na primeira fase, avançando dois cada à segunda fase, composta com a adição do Independiente em uma chave de quatro e outra de três. Daqui, sairiam os dois finalistas. E dessa sopa do regulamento ressurgiu o Peñarol rumo ao seu terceiro título sul-americano.

No grupo 3, os carboneros enfrentaram o rival Nacional, os bolivianos Jorge Wilstermann e Deportivo Municipal, e os equatorianos Emelec e 9 de Octubre. Em dez partidas, o time uruguaio venceu oito e perdeu duas, liderando o pelotão com 16 pontos.

Na segunda fase, o Peñarol voltou a jogar contra o Nacional, além da Universidad Católica. A estreia foi com derrota por 1 a 0 no Chile, mas depois o clube emendou três vitórias - incluindo um 3 a 0 sobre o rival -, e classificou-se à decisão com seis pontos. Do outro lado, o River Plate superava a maratona eliminando Boca Juniors, Independiente e Guaraní-PAR para ser o adversário dos uruguaios.

O primeiro jogo da final foi no Centenario, em Montevidéu, com vitória carbonera por 2 a 0. A segunda partida foi no Monumental, em Buenos Aires, e o River sobreviveu ao virar para 3 a 2 no segundo tempo. O desempate foi marcado para o Nacional de Santiago, que acabou empatado por 2 a 2 nos 90 minutos - gols de Alberto Spencer e Julio Abbadie. No prorrogação, Spencer voltou a marcar e Pedro Rocha finalizou o 4 a 2 que deu o tricampeonato ao Peñarol.

A campanha do Peñarol:
17 jogos | 13 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 34 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Independiente Campeão da Libertadores 1965

A Copa dos Campeões da América mudou para o nome que a consagrou a partir de 1965. Saiu a denominação comum, entrou a homenagem aos homens que lideraram a independência do continente no século 19: Copa Libertadores da América. Apesar da mudança, o campeão continuou igual, com o Independiente juntando-se a Peñarol e Santos no clube dos bicampeões.

O regulamento da competição manteve-se sem alterações, exceto pela exclusão da fase preliminar. Isso porque a Colômbia não indicou representante e nove times formaram a primeira fase, em três grupos. 

Defensores do título, Los Diablos Rojos entraram somente na semifinal. Até chegar lá, a primeira fase correu solta. Boca Juniors e Santos venceram todas as quatro partidas e classificaram-se com folgas. Já o Peñarol precisou superar o Guaraní do Paraguai no saldo de gols para conseguir a terceira vaga.

A campanha do Independiente começou no confronto local contra o Boca. Os dois jogos foram disputados no Monumental de Nuñez. No primeiro, vitória dos vermelhos por 2 a 0. No segundo, os azuis e amarelos fizeram 1 a 0. Como o saldo de gols não era válido neste momento para o desempate, uma partida extra foi realizada no mesmo estádio. Após 90 minutos do tempo normal e 30 da prorrogação, o clássico terminou 0 a 0. Só aqui o saldo entrou como critério, classificando o Independiente à decisão.

Seu adversário na final foi o Peñarol, que também passou pelo Santos em três jogos. A ida contra os uruguaios aconteceu na Doble Visera, em Avellaneda, com Raúl Bernao marcando o gol da simples vitória por 1 a 0. A volta foi disputada no Centenario, em Montevidéu, e os carboneros aplicaram 3 a 1 nos rojos, forçando a terceira partida.

O jogo extra foi realizado em Santiago do Chile, no Estádio Nacional, e em atuação sensacional o Independiente goleou por 4 a 1, gols de Carlos Pérez (contra), Bernao, Roque Avallay e Osvaldo Mura, conquistando assim sua segunda taça.

A campanha do Independiente:
6 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 8 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1964

A ainda incipiente Copa dos Campeões da América começava a ganhar suas pequenas histórias de hegemonia. Depois de Peñarol e Santos, seria a vez do Independiente, de Avellaneda, inaugurar para a Argentina uma era de títulos. Pela primeira vez, a competição teria todos os dez países da Conmebol participando, devido a filiação da Venezuela no ano anterior.

No total, 11 times entraram na disputa, divididos em três grupos, com o campeão vigente já na semifinal e um confronto preliminar antes de tudo, para enxugar a primeira fase em nove equipes.

Los Diablos Rojos ficaram no grupo 2, junto com Alianza Lima e Millonarios. Contra os peruanos, os argentinos venceram em casa por 2 a 0 e empataram fora (no estádio do rival Racing) por 2 a 2. Diante dos colombianos, o Independiente aplicou 5 a 1 na Doble Visera, garantindo a classificação com sete pontos. A partida em Bogotá nem chegou a ser realizada, por causa de brigas entre Conmebol e Federação Colombiana.

A semifinal foi contra o Santos. Em dois jogos cercados de enormes polêmicas, o time argentino venceu por 3 a 2 na ida no Rio de Janeiro e por 2 a 1 na volta em Avellaneda, classificando-se à final.

Um campeão inédito seria decretado na decisão da quinta edição da Libertadores. O Independiente enfrentou o Nacional do Uruguai, que havia batido o Colo Colo na semi. Foram duas partidas recheadas de tensão, com os gols quase que desaparecendo. O jogo de ida acabou com empate por 0 a 0, no Centenario, em Montevidéu.

A volta foi disputada na Doble Visera, em Avellaneda, e com gol solitário de Mario Rodríguez, aos 35 minutos do primeiro tempo, o Independiente venceu por 1 a 0 e levou o primeiro de seus sete títulos, no que deu origem a uma alcunha utilizada até hoje por torcida e imprensa: "El Rey de Copas".

A campanha do Independiente:
8 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Independiente

Santos Campeão da Libertadores 1963

O Santos chegou ao topo do mundo em 1962, vencendo tudo o que foi possível: Paulista, Taça Brasil, Libertadores e o Mundial. Era a hora de manter a hegemonia em 1963. No estadual não conseguiu, mas na Taça Brasil repetiu o êxito, e na Libertadores igualmente.

O Peixe na entrou na Copa dos Campeões da América com o status de campeão diretamente na semifinal. Sua vaga pelo nacional foi herdada pelo Botafogo. Foram nove times na disputa da Libertadores, pois a Venezuela ainda não fazia parte da Conmebol e a Bolívia não indicou ninguém. 

Enquanto o Santos esperava seu adversário, a primeira fase ocorreu em três grupos, com Botafogo, Peñarol e Boca Juniors conseguindo a classificação. Argentinos e uruguaios se enfrentam na semifinal, com duas vitórias e a classificação do Boca.

Na outra chave, o Santos de Pelé enfrentou o Botafogo de Garrincha. A partida de ida foi no Pacaembu, e o Peixe não conseguiu vantagem, apenas empatando em 1 a 1. A volta foi no Maracanã, onde apareceu o talento do Alvinegro Praiano. A goleada de 4 a 0 colocou o Santos em sua segunda final.

A decisão contra o Boca Juniors foi emocionante. O jogo de ida aconteceu no Maracanã, e o público carioca viu o Santos fazer três gols no primeiro tempo. O Boca reagiu e marcou duas vezes no segundo tempo. O 3 a 2 dava uma leve vantagem ao Peixe e uma esperança aos argentinos.

O jogo de volta foi em La Bombonera. A rivalidade Brasil e Argentina ficou evidente em campo. Os gols só saíram no segundo tempo, e o Boca marcou primeiro. A final iria à partida extra se não fosse a dupla Coutinho e Pelé surgir para decidir. Os dois atacantes marcaram os gols da virada, e o Santos voltou de Buenos Aires com a vitória por 2 a 1 e o bicampeonato da Libertadores. A supremacia santista seria consolidada dois meses depois com a nova conquista do Mundial.

A campanha do Santos:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 10 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Brasil Campeão Olímpico 2020

Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram realizados em tempos difíceis. A pandemia do coronavírus atrasou as disputas de 2020 para 2021, mas a vontade dos atletas de vencer permaneceu a mesma. E na melhor participação brasileira em um século de história olímpica, o futebol masculino não poderia ficar de fora da festa, conquistando o bicampeonato nos gramados japoneses. A competição seguiu o mesmo regulamento das últimas edições, com 16 seleções divididas em quatro grupos. A única mudança foi forçada pelo adiamento do evento: jogadores de 24 anos foram autorizados pela FIFA e pelo COI a participarem das partidas.
A pressão pela conquista do ouro já era coisa do passado, e o Brasil começou a jornada no grupo D da primeira fase. A estreia foi contra a Alemanha, vencendo por 4 a 2. Na segunda rodada, um empate chato por 0 a 0 contra a Costa do Marfim. A classificação foi confirmada no terceiro jogo, em vitória por 3 a 1 sobre a Arábia Saudita. Com sete pontos, a Seleção Brasileira ficou na liderança da chave. Nas quartas de final, o Brasil passou pelo Egito com vitória simples, por 1 a 0. Na semifinal, foi a vez de eliminar o México (na revanche de 2012) com 4 a 1 nos pênaltis após 0 a 0 na partida e na prorrogação. A final foi contra a Espanha, que havia passado sobre Argentina, Austrália, Costa do Marfim e Japão. Mas antes da decisão, teve a disputa do bronze, com os mexicanos fazendo 3 a 1 sobre os japoneses.
A medalha de ouro foi decidida em Yokohama, no Estádio Internacional - o mesmo em que o Brasil levou o penta na Copa do Mundo, em 2002. Depois de 19 anos, o reencontro com o palco foi sem público na arquibancada e de jogo tenso em campo. O placar foi aberto aos 47 minutos do primeiro tempo, com Matheus Cunha. Antes, Richarlison tinha perdido um pênalti, atirando a bola para fora. Os espanhóis empataram aos 16 do segundo tempo, com Mikel Oyarzabal. A partida foi à prorrogação, e aos três da segunda etapa extra Malcom recebeu assistência de Antony para fazer 2 a 1. Os 12 minutos restantes foram de muita emoção, mas a Espanha não conseguiu reagir e o Brasil segurou o resultado para conquistar o segundo título olímpico.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 10 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Fernando Vergara/AP

Canadá Campeão Olímpico Feminino 2020

Em uma Olimpíada diferente de tudo que já foi visto, o futebol feminino conheceu um nova seleção campeã. O Canadá faturou sua primeira medalha de ouro na modalidade, que lhe permitiu ser o pioneiro de uma façanha solitária na história: ser o único país a ficar no lugar mais alto do pódio tanto entre os homens quanto entre as mulheres, repetindo o gesto dos Jogos de 1904, ainda na época fosse apenas exibição. A competição disputada em Tóquio sofreu com os efeitos da pandemia. Primeiro, o COI adiou o evento de 2020 para 2021, mas sem alterar a marca e a nomenclatura. Segundo, a organização local optou por realizar tudo sem a presença de público, com as arquibancadas e as instalações ficando restritas ao pessoal credenciado.
O regulamento do futebol feminino continuou sem alteração em relação as edições anteriores, com 12 participantes. As canadenses começaram a campanha no grupo E, estreando com empate por 1 a 1 sobre o Japão, com o gol sendo marcado pela ídolo Christine Sinclair. Na segunda rodada, a equipe encaminhou a classificação ao vencer o Chile por 2 a 1. No fechamento das três rodadas, foi a vez de empatar por 1 a 1 com a Grã-Bretanha. Ao fim da primeira fase, o Canadá ficou na segunda posição, com cinco pontos. Nas quartas de final, o time canadense passou pelo Brasil, com vitória por 4 a 3 nos pênaltis após 0 a 0 nos 120 minutos de partida. Na semifinal, eliminaram os Estados Unidos, vencendo o clássico por 1 a 0, gol marcado por Jessie Fleming. A final foi contra a Suécia, que chegou lá batendo Nova Zelândia, Japão e Austrália. Na disputa pela medalha de bronze, as norte-americanas derrotaram as australianas por 4 a 3.
A decisão olímpica foi jogada no Estádio Internacional de Yokohama. O placar foi aberto pelas suecas, aos 34 minutos do primeiro tempo, com Stina Blackstenius. O empate canadense veio aos 24 do segundo tempo, com o pênalti convertido de Fleming. O 1 a 1 permaneceu no resultado até o fim da prorrogação. Na disputa de penalidades, o Canadá foi levemente mais eficiente e venceu por 3 a 2, levando seu primeiro ouro no feminino.

A campanha do Canadá:
6 jogos | 2 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Naomi Baker/Getty Images

Santos Campeão da Libertadores 1962

Em 1962, o Santos era o melhor time de futebol do Brasil, e ia para sua primeira Libertadores embalado pela conquista da Taça Brasil de 1961. Era um representante a altura para derrubar a hegemonia do Peñarol. Depois de duas edições totalmente realizadas em mata-mata, a competição ganharia pela primeira vez uma fase de grupos.

Isso foi possível graças à introdução da vaga automática para o campeão anterior já na semifinal. A regra permitiu à Conmebol colocar nove equipes em grupos de três times. No total foram dez clubes participantes.

O Peixe ficou no grupo 1, ao lado do Cerro Porteño, do Paraguai, e do Deportivo Municipal, da Bolívia. E o time de Pelé, Coutinho e Pepe não teve problemas para passar de fase. Na Vila Belmiro, goleou os bolivianos por 6 a 1 e os paraguaios por 9 a 1. No Paraguai, empatou por 1 a 1, e na Bolívia, venceu por 4 a 3. O Alvinegro se classificou na liderança com sete pontos.

Na semifinal, o Santos enfrentou a Universidad Católica, do Chile. Em jogos difíceis, o Peixe empatou em 1 a 1 em Santiago e venceu por 1 a 0 em casa. Na outra chave, o Peñarol bateu o Nacional no clássico uruguaio e chegou na sua terceira decisão consecutiva.

A final entre Santos e Peñarol foi longa. Na ida, no Centenario, em Montevidéu, Coutinho decidiu para o Peixe, fazendo os gols na virada por 2 a 1. Na volta, na Vila Belmiro, o Santos não conteve o ataque uruguaio e perdeu por 3 a 2, sob tumulto: depois do terceiro gol do Peñarol, uma agressão ao árbitro vinda da arquibancada fez a partida ser suspensa. Ela chegou a ocorrer inteira por pressão santista, mas somente 51 minutos são considerados oficiais.

No jogo extra, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, tudo ocorreu tranquilamente. Pelé foi o craque da partida, marcando dois gols nos 3 a 0 do Peixe, que derrubou a supremacia uruguaia e trouxe o primeiro título de Libertadores para o Brasil.

A campanha do Santos:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 29 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Wikimedia Commons

Peñarol Campeão da Libertadores 1961

A primeira edição da Copa dos Campeões da América foi bem sucedida e motivou a adesão de mais países à competição. Os sete participantes de 1960 subiram para nove em 1961, com as entradas de Equador e Peru. Com isso, o regulamento precisou ser estendido em uma fase preliminar com duas equipes, para que sobrassem oito nas quartas de final. Aqui, o colombiano Santa Fe eliminou os equatorianos do Barcelona de Guayaquil e fechou o mata-mata.

A campanha do bicampeonato do Peñarol teve início contra o Universitario, do Peru. Na ida, em Montevidéu, os carboneros estrearam com goleada por 5 a 0 sobre os peruanos, consolidando uma enorme vantagem para a volta. Tanto que o time uruguaio se permitiu perder por 2 a 0 na partida em Lima.

Na semifinal, o Peñarol reencontrou seu vice de um ano antes, o Olimpia. E mais uma vez o time aurinegro mandou o primeiro jogo em casa, vencendo os paraguaios por 3 a 1. Na volta, no Manuel Ferreira, em Assunção, os uruguaios voltaram a vencer, desta vez por 2 a 1, e conquistaram a vaga na final pela segunda vez consecutiva. Seu adversário viria do Brasil. O Palmeiras chegou no outro lado da decisão passando pelos argentinos do Independiente e também pelo Santa Fe.

A segunda final da Libertadores teve o pontapé inicial no Centenario, em Montevidéu. Em uma partida complicada e brigada, o Peñarol conseguiu a vitória somente aos 44 minutos do segundo tempo, com o gol do artilheiro Alberto Spencer. O 1 a 0 já era uma ótima vantagem, dependendo do que ocorresse no Brasil.

O segundo jogo aconteceu no Pacaembu, em São Paulo. E a vantagem carbonera aumentou logo aos dois minutos do primeiro tempo, quando José Sasía abriu o placar. Os dois gols de frente permitiram ao Peñarol cozinhar ao máximo a partida. Os brasileiros fizeram 1 a 1 aos 32 do segundo tempo, mas já era tarde para tirar o segundo título da equipe uruguaia.

A campanha do Peñarol:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 12 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol