Benfica Campeão da Liga dos Campeões 1962

O tira-teima das decisões em 1962. A sétima edição da Copa dos Campeões da Europa teve no seu desfecho uma final com todos os títulos reunidos. Benfica e Real Madrid colocaram frente a frente duas legiões de craques. Os portugueses, liderados por um jovem moçambicano chamado Eusébio, vindo da África logo após a primeira conquista. Os espanhóis continuavam sob a batuta dos experientes Alfredo Di Stéfano e Ferenc Puskás. No fim, a juventude prevaleceu e o Benfica levou o bicampeonato.

A competição continental teve a participação de 29 clubes, e as águias entraram já nas oitavas de final, devido a defesa do título. O primeiro adversário foi o Austria Viena. Na ida, empate por 1 a 1 no Praterstadion. Na volta, os sonoros 5 a 1 no Estádio da Luz classificaram o time benfiquista.

Nas quartas de final, os encarnados passaram sufoco no primeiro jogo contra o Nürnberg, da Alemanha. Fora de casa, os portugueses saíram derrotados por 3 a 1. Porém, na segunda partida, em Lisboa, a desvantagem foi revertida com outra goleada, por 6 a 0.

Na semifinal, o Benfica enfrentou o Tottenham. A ida foi em Portugal, com vitória vermelha por 3 a 1. A volta foi em Londres, e os ingleses conseguiram vencer de virada, por 2 a 1, que foi insuficiente para desfazer o caminho de glória das águias.

Mais uma vez na final, o Benfica viu o Real Madrid retornar para tentar a sexta taça. A equipe espanhola passou por Vasas (Hungria), Boldklubben (Dinamarca), Juventus e Standard Liège. O jogo foi no Estádio Olímpico de Amsterdã.

No primeiro tempo, o Real saiu na frente com dois gols de Puskás, os encarnados empataram com José Águas e Domiciano Cavém, mas o hispano-húngaro faria o terceiro logo depois. Tudo isso aconteceu em 39 minutos. A virada épica veio na segunda etapa, com os tentos de Mário Coluna aos cinco minutos, e de Eusébio aos 19 e aos 24. A vitória por 5 a 3 valeu o bicampeonato e a consagração de uma era para o Benfica.

A campanha do Benfica:
7 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 22 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Benfica

Benfica Campeão da Liga dos Campeões 1961

De novo com 26 equipes, a Copa dos Campeões da Europa mergulha de vez na década de 60. A sexta edição do torneio, encerrada em 1961, conheceu novos resultados, pois o Real Madrid caiu antes da final pela primeira vez e o título enfim trocou de mãos, mais para oeste. Da Espanha para Portugal, o Benfica rompeu a hegemonia e ergueu a taça inédita.

Na primeira fase, os encarnados enfrentaram o Heart of Midlothian, da Escócia. Na ida, em Edimburgo, vitória por 2 a 1. Na volta, no Estádio da Luz, triunfo por 3 a 0 confirmou a classificação. Nas oitavas de final, o adversário foi o Újpesti Dózsa, da Hungria. A primeira partida foi em Lisboa, e o Benfica goleou por 6 a 2. A vantagem permitiu que as águias até perdessem por 2 a 1 no segundo jogo, em Budapeste.

Nas quartas, foi a vez de encarar o AGF, da Dinamarca. Na ida, em casa, os encarnados ganharam por 3 a 1. Na volta, fora, goleada por 4 a 1 e mais uma vaga garantida. Na semifinal, o clube português enfrentou o Rapid Viena. Outra vez, o primeiro jogo aconteceu na Luz, e o Benfica usou novamente a força dos adeptos para vencer, desta vez por 3 a 0. Na segunda partida, na Áustria, os portugueses seguraram empate por 1 a 1 para chegar na final pela primeira vez.

O adversário do Benfica na decisão foi espanhol, mas não foi o Real Madrid. E sim o Barcelona, que derrubou o Real ainda nas oitavas de final. Antes, ela passou pelo Lierse (Bélgica), e depois, superou o Hradec Králové (Tchecoslováquia) e o Hamburgo. O jogo foi disputado no Wankdorf, na suíça Berna, com grandes doses de emoção.

As águias começaram perdendo aos 21 minutos do primeiro tempo, mas viraram de maneira relâmpago, aos 31 e 32, com José Águas e Antoni Ramallets, contra. Aos dez do segundo tempo, Mário Coluna marcou o terceiro gol, e o Barcelona ainda descontou para 3 a 2, aos 30. Este resultado permaneceu até o apito final, para a festa dos vermelhos.

A campanha do Benfica:
9 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 26 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Benfica

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 1960

Na Copa dos Campeões da Europa que virou a década, de 1959 para 1960, o número de participantes estabilizou-se em 26. A única mudança foi a reentrada (e estreia) da Grécia e a ausência da União Soviética da competição.

No mais, tudo permaneceu igual, com um adendo importante ao fim dela: o campeão europeu debutaria como o representante da UEFA na Copa Intercontinental - ou Mundial Interclubes - contra o vencedor da inédita Libertadores (que era a Copa dos Campeões da América), criada na América do Sul.

E não havia clube melhor para ser este estreante mundialista se não o Real Madrid. Só dava o clube espanhol na Europa, e o caminho rumo à "la quinta" começou nas oitavas de final, contra o amador Jeunesse Esch, de Luxemburgo. Com duas goleadas - 7 a 0 em casa e 5 a 2 fora -, o time merengue já estava nas quartas.

O próximo adversário foi o Nice. O jogo de ida aconteceu na França, e o Real permitiu uma virada por 3 a 2 após sair vencendo por dois gols. A remontada ocorreu no Santiago Bernabéu, na vitória por 4 a 0. Os gols foram marcados por Pepillo, Francisco Gento, Alfredo Di Stéfano e Ferenc Puskás - contratado em 1959 depois de desertar da Hungria.

Na semifinal, a UEFA reservou dois confrontos contra o Barcelona. No primeiro "El Clasico" válido pelo principal torneio europeu, o Real Madrid venceu em casa por 3 a 1. E no segundo também, desta vez no Camp Nou.

A dupla Di Stéfano e Puskás se entrosou de maneira maravilhosa, e o Real chegou a mais uma final. Seu oponente foi o Eintracht Frankfurt, que eliminou Young Boys (Suíça), Wiener (Áustria) e Rangers. A partida foi no Hampden Park, em Glasgow. E o estádio escocês serviu de palco para a decisão com maior número de gols na história: dez. Di Stéfano marcou três, Puskás anotou quatro, e o Real Madrid foi penta ao golear a equipe alemã por 7 a 3.

A campanha do Real Madrid:
7 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 31 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Hans-Dietrich Kaiser/Nordbild

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 1959

Alguns países entraram, outros saíram. Assim foi com mais uma Copa dos Campeões da Europa, na quarta edição. O número de participantes aumentou para 26, e a primeira fase passou a contar com dez confrontos.

Seriam 12 se não fossem as desistências da Grécia - que era contra o retorno da Turquia - e do Manchester United - que foi convidado pela UEFA após sofrer a tragédia aérea em Munique em fevereiro de 1958. Mas nada disso alterou o caminho do Real Madrid, que foi rumo à "la cuarta" em 1959.

Mais uma vez iniciando já nas oitavas de final, o clube merengue estreou contra o turco Besiktas, o qual venceu na ida, no Santiago Bernabéu, por 2 a 0, e empatou na volta, em Istambul, por 1 a 1. Nas quartas, o Real enfrentou o Wiener, da Áustria. No primeiro jogo, em Viena, os espanhóis empataram por 0 a 0. No segundo, em Madrid, despacharam o adversário com goleada por 7 a 1 - quatro gols de Alfredo Di Stéfano.

Na semifinal, reservou-se o clássico madrilenho entre Real e Atlético. A primeira partida aconteceu no Santiago Bernabéu, e os merengues venceram por 2 a 1, de virada. A segunda parada foi no antigo Estádio Metropolitano, e o rival vermelho e branco fez 1 a 0. O desempate foi realizado em campo neutro, no La Romareda, em Zaragoza, e o Real voltou a ganhar por 2 a 1, de virada, classificando-se para mais uma final.

A decisão europeia foi entre Real Madrid e Reims, repetindo-se o que ocorreu na edição de abertura, em 1956. Os franceses apareceram de novo depois de baterem Ards (Irlanda do Norte), Helsingin Palloseura (Finlândia), Standard Liège e Young Boys (Suíça).

O palco agora foi o Neckarstadion, em Stuttgart, na Alemanha. E a vitória madridista foi mais tranquila, por 2 a 0. Logo no primeiro minuto de jogo, Enrique Mateos abriu o placar. Aos dois do segundo tempo, Di Stéfano fechou a conta e garantiu o tetra espanhol.

A campanha do Real Madrid:
8 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/Real Madrid

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 1958

A Copa dos Campeões da Europa parte rumo à sua terceira edição com novo aumento de participantes. Enquanto um país não conseguiu inscrever seu representante a tempo (a Turquia), outros três fizeram suas estreias. Dessa forma, o número de equipes pulou para 24 e o de confrontos da primeira fase subiu de seis para oito. O campeão Real Madrid continuou entrando diretamente nas oitavas de final.

A campanha de "la tercera" madridista começou contra o Antwerp, da Bélgica. Na ida, na Antuérpia, o Real abriu vantagem com a vitória por 2 a 1. Na volta, no Santiago Bernabéu, confirmou a classificação com uma goleada por 6 a 0.

Nas quartas de final, confronto contra o Sevilla, vice espanhol que herdou uma das vagas merengues. E eles dizimaram qualquer esperança sevillista na primeira partida, ao golearem por 8 a 0, em Madri. No segundo jogo, no antigo Estadio Nervión, o rival ainda arrancou do Real um empate por 2 a 2.

Na semifinal, o adversário foi o Vasas, da Hungria. Mais uma vez abrindo o confronto no Santiago Bernabéu, o Real Madrid fez a sua goleada mais modesta no torneio, aplicando 4 a 0 no adversário. Na partida de volta, em Budapeste, o clube húngaro faria insuficientes 2 a 0 que serviram apenas para tirar a invencibilidade espanhola.

Em mais uma final, o Real enfrentou o Milan, que havia passado por Rapid Viena, Rangers, Borussia Dortmund e Manchester United. E se a trajetória merengue tivesse começado contra uma equipe belga, ela terminaria também na Bélgica, no Estádio de Heysel, em Bruxelas.

O jogo contra os italianos foi duro, e o Real Madrid saiu perdendo aos 14 minutos do segundo tempo. O empate veio aos 29, com Alfredo Di Stéfano, e o Milan voltou a ficar na frente aos 32. Aos 34, Héctor Rial empatou de novo. Na prorrogação, o time madridista virou para 3 a 2, com o gol de Francisco Gento aos dois do segundo tempo, e conquistou o tricampeonato.

A campanha do Real Madrid:
7 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 25 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto AFP/Getty Images

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 1957

A segunda edição da Copa dos Campeões da Europa foi marcada pela expansão. Seis países a mais aderiram ao torneio, enquanto um deixou de existir (o Protetorado de Sarre, incorporado à Alemanha Ocidental). Por ter tido o campeão Real Madrid, a Espanha ficou com duas vagas: a do próprio Real na defesa do título e do Athletic Bilbao campeão nacional. E ainda, de presente, o país ganhou o direito de sediar a decisão em Madri.

Ao todo, foram 22 clubes participantes, tendo sido acrescentada uma fase preliminar antes das oitavas de final. Dono da taça, o Real Madrid entrou direto nas oitavas, pronto para agarrar a chance do bicampeonato sob os olhos do próprio torcedor.

Seu primeiro adversário foi o Rapid Viena, que impôs confrontos duríssimos. No primeiro, no Santiago Bernabéu, a equipe merengue venceu por 4 a 2. No segundo, na capital da Áustria, o Real perdeu por 3 a 1. Não havia disputa de pênaltis, e um desempate foi realizado em Madri, com vitória espanhola por 2 a 0. Nas quartas, contra o Nice, mais tranquilidade: vitórias por 3 a 0 na ida, em casa, e por 3 a 2 na volta, na França.

A semifinal foi contra o Manchester United, e mais uma vez o Real abriu o duelo em Madri, desta vez ganhando por 3 a 1. A segunda partida aconteceu no Old Trafford, e os merengues conquistaram novamente um lugar na final com empate por 2 a 2, cedido após Raymond Kopa e Héctor Rial abrirem confortável vantagem.

Podendo ser campeão no seu próprio estádio, o Santiago Bernabéu, o Real Madrid enfrentou na decisão a Fiorentina, que chegou lá ao eliminar IFK Norrköping (Suécia), Grasshopper (Suíça) e Estrela Vermelha. Superior ao (muito bom) time italiano, o Real levou o bicampeonato diante de 124 mil torcedores ao vencer por 2 a 0, gols de Alfredo Di Stéfano e Francisco "Paco" Gento aos 24 e 30 minutos do segundo tempo.

A campanha do Real Madrid:
8 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 20 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Real Madrid

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 1956

A UEFA é fundada em 1954, e logo no ano seguinte também entra no ar a Copa dos Campeões da Europa. Nas primeiras edições, o jornal francês L'Equipe (onde trabalhavam Jacques Ferran e Gabriel Hanot) auxiliou na montagem da competição, já que a entidade ainda engatinhava.

Na primeira temporada, todos os campeões nacionais europeus do momento foram convidados, mas muitos recusaram ou foram impedidos de participar, sob alegação de que o torneio era uma distração para as ligas locais. Só 16 toparam (e alguns substitutos nem campeões eram).

Quem era vencedor e bem resolvido na Espanha era o Real Madrid, liderado em campo por Alfredo Di Stéfano e Francisco Gento. No regulamento de mata-mata estabelecido pela UEFA, o clube merengue enfrentou nas oitavas de final o Servette, da Suíça. Na ida, vitória por 2 a 0 em Genebra. Na volta, 5 a 0 no Santiago Bernabéu.

Nas quartas, foi a vez de encarar o Partizan, da Iugoslávia. O primeiro jogo nesta oportunidade foi em Madrid, e o Real abriu vantagem com goleada por 4 a 0. Na segunda partida, os iugoslavos assustaram, mas só ganharam por 3 a 0 e permitiram o avanço espanhol. A semifinal foi contra o Milan, com duas disputas abertas. Na ida, 4 a 2 para o Real Madrid no Bernabéu. Na volta, os italianos fizeram 2 a 1 e não impediram os madrilenhos de irem à primeira final.

A final foi contra o Reims, time da França que eliminou AGF Aarhus (Dinamarca), Vörös Lobogó (Hungria) e Hibernian (Escócia). Desde já, a UEFA instituiu a regra do jogo único em campo neutro, escolhendo em 1956 o Parc des Princes, em Paris.

Com doses cavalares de emoção, o Real Madrid chegou ao primeiro de cinco títulos em sequência (e 13 no geral). A equipe perdia por 3 a 2 até os 21 minutos do segundo tempo. Aos 22 e 34, o Real virou para 4 a 3. Os gols foram de Di Stéfano, Héctor Rial (dois) e Marquitos.

A campanha do Real Madrid:
7 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Universal/Corbis/VCG/Getty Images

Liga dos Campeões da Europa: um preâmbulo para o maior campeonato de clubes do mundo


Europa e Brasil guardam algumas semelhanças geográficas e futebolísticas. Tirando a parte para lá dos Montes Urais, na Rússia, o velho continente e o nosso (nem tão) virtuoso país possuem quase o mesmo tamanho. E é justamente por causa dessas grandes dimensões que o futebol custou a se unir em ambos locais. Se desse lado do Atlântico o primeiro modelo de campeonato só foi surgir em 1959, do outro a primeira competição de fato europeia só nasceu quatro anos antes, em 1955.

Mas o que não faltaram foram tentativas anteriores de interligar a Europa pela bola no pé. E não, não iremos contar a egoísta "World Championship", da virada do século 19 entre os campeões da Inglaterra e da Escócia. Ou a "Challenge Cup", do finado Império Austro-Húngaro na mesma época, e que é basicamente um torneio nacional.

A primeira aposta de fato em uma competição europeia foi a Copa Mitropa, que reunia equipes da Áustria, Hungria (separadas), Itália, Tchecoslováquia, Iugoslávia e Romênia. Ela foi sucesso entre 1927 e 1939, parou por causa da Segunda Guerra Mundial e retornou sem força em 1951. Durou até 1992, mas totalmente escanteada pelo que viria em 1955.

Em 1930, o time suíço do Servette montou um campeonato com ele e outros nove campeões nacionais, nomeado Copa das Nações. O vencedor foi o húngaro Újpest, mas o torneio só durou uma única edição.

Depois da guerra, em 1949, clubes de França, Itália, Espanha e Portugal montaram, com a bênção da FIFA, a Copa Latina, que foi até 1957 e acabou exatamente por conta da competição introduzida em 1955.

Mas o que apareceu em 1955? Ela mesma, a Liga dos Campeões da Europa. Sua história começa junto com a fundação da UEFA, um ano antes. Seus criadores foram os jornalistas franceses Jacques Ferran e Gabriel Hanot, que sugeriram a ideia para a entidade a partir do que acompanharam durante a cobertura do Campeonato Sul-Americano de 1948.

Atualmente uma verdadeira liga, com 32 times na fase de grupos, a "UEFA Champions League" era muito diferente nos primórdios. A começar pelo nome: Copa do Campeões Europeus. A "European Cup" era a condução de todos os campeões nacionais dos membros da UEFA (e nada além deles) em um mata-mata espalhado pela temporada. Em seu segundo ano de existência, a entidade-mor do futebol do velho continente organizou a primeira edição.

França Campeã da Liga das Nações 2021

A segunda edição da Liga das Nações da UEFA foi prejudicada pela pandemia de covid-19. Sua fase final, que deveria ter acontecido em junho de 2021, foi marcada para outubro do mesmo ano. Isso porque a Eurocopa, que era para ter sido em 2020 foi postergada para o período que era o original da temporada 2020/21.

E a competição ainda sofreu mudanças no regulamento. Os rebaixamentos de 2018/19 foram cancelados, e as Ligas A, B e C foram aumentadas para 16 equipes em quatro grupos. Já a Liga D foi reduzida para só sete seleções em duas chaves.

Todos os jogos da Liga das Nações transcorreram com a presença de público limitada ou proibida, dependendo do país. E o título desta vez ficou com a França. A seleção teve uma ótima primeira fase entre setembro e novembro de 2020, um momento de incerteza após o fracasso na Eurocopa e uma recuperação nas finais.

No grupo 3, Les Bleus começaram a campanha com vitórias por 1 a 0 sobre a Suécia fora, e por 4 a 2 sobre a Croácia em casa. Na virada do turno, os únicos pontos foram perdidos no empate sem gols com Portugal, no Stade de France. No returno, 2 a 1 nos croatas e 1 a 0 nos portugueses fora, além do 4 a 2 sobre os suecos em casa, garantiram a classificação francesa com 16 pontos, três a mais que Portugal.

A fase final da Liga foi realizada na Itália, quase um ano após os grupos. A França estava lá, mas a empolgação estava cortada após a queda nas oitavas da Eurocopa. A semifinal foi no Estádio Juventus, em Turim, contra a Bélgica. Os belgas fizeram dois gols no primeiro tempo e pareciam encaminhar a vaga na decisão, mas os franceses viraram para 3 a 2 no segundo tempo. Na outra partida, a Espanha vingou-se da eliminação para a equipe italiana na Euro e venceu a dona da casa por 2 a 1. Antes da final, valendo o terceiro lugar, a Itália fez 2 a 1 na Bélgica.

O San Siro, em Milão, recebeu França e Espanha pelo título da Liga das Nações. O jogo foi bem amarrado na etapa inicial, e as coisas só andaram no 45 minutos derradeiros. Aos 19, Mikel Oyarzabal abriu o placar para os espanhóis. Aos 21, Karim Benzema empatou. A virada francesa veio aos 35, com Kylian Mbappé fazendo 2 a 1 e garantindo a conquista azul.

A campanha da França:
8 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 17 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Emilio Andreoli/UEFA/Getty Images

Portugal Campeão da Liga das Nações 2019

Para otimizar mais as janelas de tempo das Datas FIFA, a UEFA criou uma segunda competição de seleções, chamada de Nations League, ou Liga das Nações, para a participação de todas as seleções filiadas no continente europeu. Desta forma, mesmo aqueles países mais fracos e com futebol amador teriam um calendário de jogos mais extenso, além de uma maior participação na fatia dos valores de direitos de transmissão.

O torneio foi aprovado pelas federações do velho continente em 2014, no itinerário de uma edição a cada dois anos, entre setembro e junho, sempre entre Copa do Mundo/Eurocopa e as próximas Eliminatórias. O início ficou marcado para a temporada 2018/19. No primeiro torneio, os 55 membros da UEFA foram divididos em quatro divisões, de acordo com o coeficiente da entidade: 12 nas Ligas A e B, 15 na Liga C e 16 na Liga D, divididos em quatro grupos cada e rebaixamento e acesso entre ligas (um por grupo, quatro por divisão).

O primeiro campeão da Liga das Nações foi Portugal. Detentor do título da Eurocopa de 2016, o time vinha de uma participação mediana Copa do Mundo de 2018, mas conseguiu crescer durante a primeira fase. No grupo 3, a Esquadra das Quinas enfrentou Itália e Polônia. No turno, venceu os italianos, em casa, por 1 a 0 e os poloneses, fora, por 3 a 2. A classificação veio no returno, com os empates com a Itália, fora, por 0 a 0 e com a Polônia, em casa, por 1 a 1. Portugal finalizou com oito pontos.

Conforme o regulamento, a fase final da Ligas das Nações foi centralizada num único país. E Portugal foi escolhido em 2019. A semifinal foi jogada contra a Suíça, no Estádio do Dragão, no Porto. Liderada pela bela atuação de Cristiano Ronaldo, que anotou um hat-trick, a anfitriã avançou para a decisão com vitória por 3 a 1. Na outra chave, a Holanda passou pela Inglaterra com o mesmo placar de 3 a 1, mas na prorrogação. Na disputa do terceiro lugar, ingleses e suíços empataram sem gols, com vitória inglesa nos pênaltis por 6 a 5.

Portugal e Holanda fizeram a primeira final da Liga das Nações no Estádio do Dragão. O time português soube fazer uso do fator local, empurrou os holandeses para trás e conseguiu o gol do título inédito no segundo tempo, aos 15 minutos, com Gonçalo Guedes.

A campanha de Portugal:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Paulo Novais/EPA

Alemanha Campeã da Copa das Confederações 2017

Uma despedida sem cara de despedida. Assim foi realizada a Copa das Confederações de 2017, na Rússia. Apesar da longevidade de mais de 20 anos, a competição nunca foi exatamente lucrativa para a FIFA. E, sem sabermos, vimos a edição no Leste Europeu ser a última da história.
Inicialmente, a competição de 2021 estava marcada, mas a troca de comando na entidade máxima fez com que os planos mudassem. A Copa das Confederações foi extinta, e no seu lugar entrou o novo Mundial de Clubes (adiado para 2024, no mínimo, devido à pandemia).
Nos gramados russos, Alemanha e Portugal foram os maiores favoritos ao título. Não muito longe, Chile e México especulavam. E a Rússia torcia pelo melhor. Austrália, Nova Zelândia e Camarões completaram as outras vagas. Mesmo sem seus principais jogadores, a seleção alemã confirmou a expectativa e levou o título. No grupo B, a Nationalelf venceu australianos por 3 a 2, empatou com chilenos por 1 a 1 e derrotou camaroneses por 3 a 1. A liderança da Alemanha veio com sete pontos. O Chile foi vice com cinco.
No grupo A, Portugal e México também avançaram com sete pontos. Os portugueses fizeram saldo cinco contra dois dos mexicanos. A anfitriã Rússia só venceu a Nova Zelândia na estreia e ficou com três pontos, eliminada. Na primeira semifinal, Chile e Portugal empataram por 0 a 0, com vitória sul-americana nos pênaltis por 3 a 0. A outra perna da chave trouxe Alemanha e México, com os europeus passando facilmente na goleada por 4 a 1. Os gols foram de Leon Goretzka (duas vezes), Timo Werner e Amin Younes. Na disputa do terceiro lugar, a seleção portuguesa precisou da prorrogação para vencer o time mexicano por 2 a 1.
A última final de Copa das Confederações foi entre Alemanha e Chile, no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo. Não foi um jogo de se encher os olhos. Lars Stindl fez 1 a 0 para a Nationalelf aos 20 minutos do primeiro tempo, e a equipe depois dedicou-se apenas a fazer o tempo passar. Já os chilenos tentaram, arriscaram e sonharam com o empate e a chance de um título que seria o máximo deles, mas pararam nas mãos do goleiro Marc-André Ter Stegen.

A campanha da Alemanha:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 12 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Patrik Stollarz/AFP

Brasil Campeão da Copa das Confederações 2013

E a Copa das Confederações pousou na América do Sul, no país que mais a venceu. Sede da Copa do Mundo de 2014, o Brasil recebeu o evento preparatório de 2013, que antecipou o gosto do Mundial em um ano. Então detentor dos últimos dois títulos, a Seleção Brasileira era favorita ao tri consecutivo e tetra no geral.
Mas a concorrência desta vez foi maior. Campeã do mundo e bi da Europa, a Espanha entrou disposta a superar a queda antes da final em 2009. A Itália (vice europeia), mais concentrada, e o Uruguai (campeão sul-americano), no auge de uma geração, também chegavam mirando a taça. México, Japão, Nigéria e o simpático Taiti completaram os oito lugares.
A Canarinho ficou no grupo A, e estreou em Brasília com 3 a 0 nos japoneses. Depois, em Fortaleza, o time antecipou a classificação com os 2 a 0 sobre os mexicanos. Valendo a liderança, o Brasil enfrentou a Azzurra em Salvador e venceu por 4 a 2. Os brasileiros somaram nove pontos e os italianos ficaram com seis. Fora, o México marcou três pontos, e o Japão nenhum.
No grupo B, a Fúria confirmou as expectativas e também fez nove pontos com vitórias por 2 a 1 sobre o Uruguai, por 10 a 0 sobre o Taiti e por 3 a 0 sobre a Nigéria. A Celeste Olímpica passou em segundo, com seis, e os nigerianos fizeram três. Já a amadora equipe da Polinésia Francesa apenas se divertiu, embora tenha ficado zerada e com outras goleadas fora os dez dos espanhóis: levaram 6 a 1 dos africanos e 8 a 0 dos charrúas.
As semifinais ocorreram com os favoritos. Em Belo Horizonte, o Brasil venceu o Uruguai por 2 a 1. Na outra chave, Espanha e Itália empataram por 0 a 0, e os ibéricos avançaram com 7 a 6 nos pênaltis. Na disputa do terceiro lugar, uruguaios e italianos ficaram no 2 a 2, com 3 a 2 nos pênaltis para o time europeu.
No Maracanã, no Rio de Janeiro, Brasil e Espanha enfim disputaram a final que não aconteceu quatro anos antes. Mas, em atuação muito acima da média (e ilusória, como se provou depois na Copa do Mundo), a Canarinho não deu chances á Fúria. Fred abriu o placar aos dois minutos do primeiro tempo, Neymar ampliou aos 44 e - de novo - Fred fechou 3 a 0 aos três do segundo tempo. Em casa, o time comandado por Luiz Felipe Scolari chegou ao quarto e último título da Copa das Confederações.

A campanha do Brasil:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 14 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Piervi Fonseca/AGIF

Brasil Campeão da Copa das Confederações 2009

Passados quatro anos, igualmente ao que acontece com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a Copa das Confederações voltou a dar o ar da graça em 2009. Foi na África do Sul, num verdadeiro teste de fogo para o país de Nelson Mandela, mirando o Mundial do ano seguinte.
Campeão da Copa América, o Brasil foi novamente o principal favorito ao título, mas desta vez com a forte concorrência da Espanha, vencedora da Eurocopa. A Itália, mesmo sendo campeã da Copa, não aparentava tanto brilho e correu por fora. Os demais participantes foram Estados Unidos, Egito, Nova Zelândia e Iraque.
No grupo B, o Brasil começou a trajetória do tricampeonato com sofrida vitória por 4 a 3 sobre o Egito. Na segunda rodada, as coisas se tranquilizaram nos 3 a 0 sobre os Estados Unidos. No fim, contra uma fragilizada Itália, nova vitória por 3 a 0 valeram os nove pontos e a classificação na primeira posição. As outras seleções marcaram três pontos cada, e o saldo e os gols pró definiram: norte-americanos em segundo, com quatro e menos dois, italianos em terceiro, com três e menos dois, egípcios em último, com três e menos três.
No grupo A, a Espanha não sofreu gols, também venceu todas e somou nove pontos. A anfitriã África do Sul foi vice com quatro, enquanto Iraque e Nova Zelândia voltaram para casa sem vitórias e sem balançarem as redes.
Na semifinal, a Canarinho passou pelo time sul-africano ao vencer por 1 a 0, gol de falta de Daniel Alves. Mas a esperada final com a Espanha melou um dia antes, por que a Fúria levou 2 a 0 dos Estados Unidos. Na disputa do terceiro lugar, a equipe espanhola derrotou a dona da casa por 3 a 2.
Brasil e Estados Unidos jogaram a final no Ellis Park, em Johannesburgo. E quase que o US Team cometeu outro crime, pois abriu dois gols de vantagem no primeiro  tempo, com Clint Dempsey, aos dez minutos, e Landon Donovan, aos 27. Os brasileiros reagiram no segundo tempo. Luís Fabiano descontou no minuto um e empatou aos 29. Aos 39, Lúcio marcou de cabeça e virou para 3 a 2. De maneira dramática, o Brasil - comandado pelo técnico Dunga - chegou ao seu terceiro título de Copa das Confederações, o primeiro ganhando todas as partidas.

A campanha do Brasil:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 14 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Pierre-Philippe Marcou/AFP/Getty Images

Brasil Campeão da Copa das Confederações 2005

Após a Copa das Confederações de 2003, a FIFA resolveu mudar o itinerário. Não haveriam mais edições de pós-Copa, sobrando apenas as versões de evento-teste no país-sede do Mundial de um ano depois. Assim, a competição passaria a ser disputa a cada quatro anos. E 2005, na Alemanha, deu o pontapé inicial na nova fase.
Junto com a anfitriã, Brasil e Argentina despontaram como candidatos ao título. Campeão do mundo e da América do Sul, a Canarinho foi com força quase máxima. A Albiceleste, que herdou uma das vagas brasileiras no vice continental, prometia incomodar. Os outros lugares ficaram com México, Grécia, Japão, Austrália e Tunísia.
O Brasil ficou no grupo B do torneio, e começou vencendo bem o time grego, por 3 a 0. Na segunda rodada, porém, os brasileiros perderam por 1 a 0 para os mexicanos e ficaram com a classificação ameaçada. Na última partida, contra a equipe japonesa, o Brasil não podia perder. Ficou no 2 a 2 (empate cedido nos minutos finais) e conseguiu uma vaga na semifinal ao ficar na vice-liderança da chave, com quatro pontos, tal como o próprio Japão. Mas no saldo de gols, o dois contra zero deixou para trás os asiáticos. Em primeiro, o México fez sete pontos.
No grupo A, alemães e argentinos duelaram ponto a ponto e chegaram a sete. No saldo, Alemanha líder com quatro gols e Argentina vice com três. Austrália e Tunísia nem chance tiveram.
Na semifinal, o Brasil se reencontrou contra a dona da casa e venceu por 3 a 2, com dois gols de Adriano e um de Ronaldinho. No outro jogo, argentinos venceram os mexicanos por 6 a 5 nos pênaltis após empate por 1 a 1 em 120 minutos. Na disputa do terceiro lugar, a Alemanha derrotou o México por 4 a 3.
A decisão, no Waldstadion, em Frankfurt, reuniu o maior clássico da história. Valendo o bicampeonato, Brasil e Argentina prometeram, ao menos no papel, uma partida equilibrada. Mas o que se viu foi um baile brasileiro em campo. Adriano, aos 11 do primeiro tempo e aos 18 do segundo, abriu e fechou a goleada, que também passou pelos gols de Kaká, aos 16 da etapa inicial, e de Ronaldinho, aos dois da complementar. Pablo Aimar descontou para 4 a 1 aos 20 minutos, porém isso não serviu nem um pouco para diminuir o efeito do passeio brasileiro.

A campanha do Brasil:
5 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nilton Santos/CBF

Palmeiras Campeão da Recopa Sul-Americana 2022

Na sua quarta final caseira (repetindo 1993, 1994 e 2013), o Brasil chegou ao 12º título da Recopa Sul-Americana. E pela primeira vez o Palmeiras foi campeão, superando a frustração do vice em 2021. O Verdão chegou para o confronto depois de ter conquistado a Libertadores sobre o Flamengo na final. Seu adversário foi o  Athletico-PR que faturou a Copa Sul-Americana ao bater o Bragantino na decisão.

O jogo de ida da Recopa foi realizado na Arena da Baixada, em Curitiba. O Athletico chegou a ficar duas vezes na frente do placar, com gols de David Terans aos 17 minutos do primeiro tempo, e de Marlos aos 31 do segundo. Mas o Palmeiras buscou o empate nas duas oportunidades, com Jailson aos 28 da etapa inicial, e Rapahel Veiga - de pênalti - aos 52 da complementar.

A partida de volta aconteceu no Allianz Parque, em São Paulo. No primeiro tempo, pouca coisa aconteceu, e o placar não saiu do zero, embora o time palmeirense tenha jogado melhor. As coisas melhoraram para o Alviverde nos outros 45 minutos. Logo aos cinco, Zé Rafael abriu o marcador.

O domínio do time paulista foi aumentando ainda mais e a conquista passou a ser mera questão de tempo. Aos 43, Danilo fez 2 a 0 e confirmou a primeira conquista do Palmeiras na Recopa. Mais do que isso: também é a primeira taça que o técnico Abel Ferreira levanta na presença do torcedor na capital paulista.


Foto César Greco/Palmeiras