Milan Campeão da Liga dos Campeões 1990

Os anos 90 chegaram, e a Copa dos Campeões da Europa passaria a viver seus últimos dias de simplicidade. Até mesmo seu nome estava com os dias contados. Assim como o continente no geral, a UEFA iria absorver todas as mudanças que a queda do socialismo iria trazer naquela época.

Enquanto isso não acontecia, o Milan continuava à frente dos outros. Em 1990, o estilo de jogo da equipe já não era mais novidade e a campanha foi mais difícil, mas ainda assim suficiente para o tetra.
Na primeira fase, o rossonero enfrentou o HJK, da Finlândia. Tranquilamente, venceu a ida em Milão por 4 a 0, e a volta em Helsinque por 1 a 0.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Real Madrid. Outra vez o primeiro confronto foi na Itália, com vitória milanista por 2 a 0. O segundo jogo ocorreu na Espanha. O Milan se classificou, mas passou aperto ao perder por 1 a 0.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Mechelen, da Bélgica. Contra uma equipe surpreendentemente complicada, o rossonero só foi fazer gols depois de quase 200 minutos. Na ida, empate por 0 a 0 em Bruxelas. Na volta, no San Siro, o tempo normal também passou zerado. Apenas na segunda etapa da prorrogação que o Milan desencantou: Marco Van Basten e Marco Simone marcaram os tentos do 2 a 0 que levaram o clube à semifinal.

O penúltimo oponente foi o Bayern de Munique. A primeira partida aconteceu na Itália, com simples 1 a 0 a favor do time rossonero. O segundo jogo foi na Alemanha, e os locais devolveram o resultado. De novo na prorrogação, Stefano Borgonovo fez o gol fora do alívio antes do segundo alemão. A derrota por 2 a 1 colocou o Milan em mais uma final.

A decisão reeditou 1963 contra o Benfica, que amargava a sina de quatro vices nas quatro últimas finais disputadas. Os portugueses bateram Derry City (Irlanda), Honvéd (Hungria), Dnipro (União Soviética) e Olympique Marselha. A partida foi no Praterstadion, em Viena. De modo apertado, o Milan foi campeão ao ganhar por 1 a 0, gol de Frank Rijkaard aos 23 minutos do segundo tempo.

A campanha do Milan:
9 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Milan Campeão da Liga dos Campeões 1989

Depois de um período bem variado de vencedores na Copa dos Campeões da Europa, o fim dos anos 80 viu o ressurgimento de uma nova força, vinda da Itália. Com um futebol que fugia completamente das características defensivas italianas, o Milan do técnico Arrigo Sacchi encantou o Velho Continente a partir de 1989.

O time, de toque de bola rápido e ofensivo, era uma mistura de Itália e Holanda, com Paolo Maldini, Franco Baresi, Alessandro Costacurta e Carlo Ancelotti do lado azul, e Frank Rijkaard, Marco Van Basten e Ruud Gullit do lado laranja. Na primeira fase, o rossonero enfrentou o Vitosha Sofia (atual Levski), da Bulgária. Tranquilamente, venceu os dois jogos, por 2 a 0 fora de casa, e por 5 a 2 no San Siro.

Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Estrela Vermelha, da Iugoslávia. Na ida, em Milão, empate por 1 a 1. Na volta, em Belgrado, os iugoslavos chegaram a abrir o placar, mas a comemoração da torcida com o uso de muita fumaça obrigou o árbitro a apitar o fim da partida com 20 minutos do segundo tempo. Ela foi remarcada para o dia seguinte, e refeita do zero. Na nova disputa, o Milan largou na frente e levou o 1 a 1. Nos pênaltis, venceu por 4 a 2 e passou de fase.

Nas quartas, o adversário foi o Werder Bremen, da Alemanha. O primeiro jogo acabou sem gols fora, e no segundo, o clube italiano venceu por 1 a 0 em casa e chegou à semifinal.

O confronto seguinte foi contra o Real Madrid. A ida foi no Santiago Bernabéu, com mais um empate por 1 a 1. A volta aconteceu no San Siro, e foi um show rossonero. Ancelotti, Rijkaard, Gullit, Van Basten e Roberto Donadoni anotaram um gol cada, e o Milan goleou por 5 a 0.

O adversário milanista na final foi o Steaua Bucareste, que superou Sparta Praga, Spartak Moscou, IFK Gotemburgo e Galatasaray. A partida foi em Barcelona, no Camp Nou. Com show holandês, o Milan foi tricampeonato ao golear por 4 a 0, dois gols de Gullit e outros dois de Van Basten.

A campanha do Milan:
9 jogos | 5 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Peter Robinson/Getty Images

PSV Eindhoven Campeão da Liga dos Campeões 1988

Nem sempre o melhor time vence um campeonato quando ele é disputado no sistema mata-mata. Às vezes, nem é o caso de os jogadores não serem bons, mas sim de se saber utilizar do regulamento em benefício próprio. Foi o que aconteceu com o PSV Eindhoven na Copa do Campeões da Europa em 1988.

Com bons atletas (parte da base da Holanda que viria a conquistar a Eurocopa no mesmo ano) e muita sabedoria, o único clube grande holandês que ainda não possuía o maior título europeu chegou lá e deu fim a 15 anos de fila do país.

Na primeira fase, os "boeren" (camponeses) enfrentaram o Galatasaray, da Turquia. A primeira partida aconteceu em Eindhoven, no Estádio Philips, com vitória do mandante por 3 a 0. A grande vantagem permitiu ao PSV até perder no segundo jogo, em Istambul, por 2 a 0 - com certo sufoco.

Nas oitavas de final, foi a vez de jogar contra o Rapid Viena, da Áustria. De maneira tranquila, os holandeses se classificaram ao vencer por 2 a 1 fora e por 2 a 0 em casa. Foram as últimas vitórias do PSV na competição. Nas quartas, o time vermelho e branco encarou o Bordeaux e avançou com dois empates, por 0 a 0 em Eindhoven e por 1 a 1 na França. A regra do gol fora de casa se fez valer.

A semifinal foi contra o Real Madrid, e a ida foi como visitante. No Santiago Bernabéu, mais um empate por 1 a 1. A volta aconteceu no Philips, e o PSV passou para a decisão ao segurar o time espanhol com outro 0 a 0, que acionou novamente a regra do gol fora.

Pela primeira vez na final, o time holandês enfrentou o Benfica, que chegou lá pela sexta vez ao eliminar Partizani (Albânia), Aarhus (Dinamarca), Anderlecht e Steaua Bucareste. A partida ocorreu no Neckarstadion, na alemã Stuttgart, e não se viu gols nos 120 minutos percorridos.

Nos pênaltis, Ronald Koeman começou marcando e foi seguido por todos até Anton Janssen acertar o sexto. Quando António Veloso tentou o empate, Hans Van Breukelen defendeu e o PSV foi campeão por 6 a 5.

A campanha do PSV Eindhoven:
9 jogos | 3 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 9 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Porto Campeão da Liga dos Campeões 1987

Portugal passou bons anos longe do maior título europeu. Desde o Benfica, em 1962, o país amargou somente mais dois vices na Copa dos Campeões. Foi então quando apareceu - fora da capital - o Futebol Clube do Porto, equipe de sucesso nacional, mas que ainda não tinha uma glória internacional para chamar de sua.

Na primeira fase, os dragões enfrentaram o amador Rabat Ajax, de Malta. Na ida em casa, a classificação já estava garantida nos 9 a 0 aplicados. Só Fernando Gomes marcou quatro vezes. Na volta fora, o Porto completou o serviço e os dez gols na vitória por 1 a 0.

Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Vítkovice, da Tchecoslováquia. O primeiro jogo aconteceu em território tcheco, e os azuis perderam de maneira surpreendente por 1 a 0. A segunda partida foi no antigo Estádio das Antas, e o Porto reverteu com sobras, com 3 a 0 no placar.

Nas quartas, o adversário foi o Brondby, da Dinamarca. O confronto foi aberto em Portugal, com vitória azul por 1 a 0, gol do argelino Rabah Madjer. Depois, o brasileiro Juary salvou a pátria portista com o gol do empate por 1 a 1 na volta.

Na semifinal, foi a vez de enfrentar o Dínamo Kiev. A primeira partida ocorreu nas Antas, com vitória lusitana por 2 a 1. O segundo jogo foi na União Soviética, e os dragões repetiram o 2 a 1 no resultado. Com isso, o Porto chegava na final da competição continental pela primeira vez na história.

O adversário português foi clube experiente em decisões, mas que já não vencia há 11 anos: o Bayern de Munique. Os alemães derrotaram PSV Eindhoven, Austria Viena, Anderlecht e Real Madrid. A partida foi disputada no Praterstadion, em Viena.

O Porto saiu perdendo aos 25 minutos do primeiro tempo e buscou a reação no restante do tempo. Após insistir muito, Madjer empatou aos 32 do segundo tempo. E o reserva Juary, em campo desde o intervalo, virou para 2 a 1 aos 35. A conquista europeia dos azuis precisou de apenas três minutos para acontecer.

A campanha do Porto:
9 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 20 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Porto

Steaua Bucareste Campeão da Liga dos Campeões 1986

O desastre de Heysel em 1985 trouxe consequências sérias. Os hooligans ingleses foram apontados culpados pela confusão e as 39 mortes no estádio belga. Como punição, a UEFA baniu os clubes da Inglaterra das competições europeias por cinco temporadas. O estádio também jamais receberia novamente uma decisão de Copa dos Campeões (depois Liga dos Campeões). Apenas a final de 1996 da finada Recopa e algumas partidas da Eurocopa 2000 aconteceriam lá. Mas isso são outras histórias.

A principal competição de clubes do Velho Continente seguiu para 1986 com uma surpresa: pela primeira vez, o Leste Europeu celebrou um campeão. A façanha coube ao Steaua (Estrela) Bucareste, clube pertencente ao Ministério da Defesa da Romênia, localizado na capital do país.

Na primeira fase, os "ros-albastrii" (rubro-anis) passaram pelo Vejle, da Dinamarca, com empate fora por 1 a 1 e vitória em casa por 4 a 1. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o Honvéd, da Hungria. Na ida, derrota em Budapeste por 1 a 0. Na volta, outra goleada por 4 a 1 dentro do Estádio Ghencea.

O adversário nas quartas foi o Kuusysi, da Finlândia. De maneira sofrida, o Steaua avançou depois de empatar sem gols o primeiro jogo em casa e vencer por 1 a 0 o segundo fora. A semifinal foi contra o Anderlecht, da Bélgica. Em remontada semelhante à das oitavas, o time romeno perdeu a ida, em Bruxelas, por 1 a 0 e venceu a volta, em Bucareste, por 3 a 0.

Na histórica final, o Steaua enfrentou o Barcelona, que antes superou Sparta Praga, Porto, Juventus e IFK Gotemburgo. O campeão inédito foi definido no Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, em Sevilha, na Espanha.

Embora o jogo tenha contado geograficamente com mais torcida e pressão catalã, os romenos em campo seguraram o 0 a 0 por 120 minutos. Nos pênaltis, quatro barcelonistas erraram contra dois ros-albastrii. Marius Lacatus e Gabi Balint converteram, e o Steaua Bucareste levou o título com o magro 2 a 0 nas cobranças.

A campanha do Steaua Bucareste:
9 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 13 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Aldo Liverani/Tuttosport

Juventus Campeã da Liga dos Campeões 1985

A Copa dos Campeões da Europa de 1985 poderia ficar marcada por vários acontecimentos positivos. Poderia ter sido pela campanha quase perfeita da Juventus, que recolocou a Itália no mapa da competição depois de 16 anos. Poderia ter sido também pela trajetória do Liverpool, que foi à sua quinta final em nove temporadas, e que por pouco não levou o penta. Mas o que marcou aquele torneio foi a tragédia protagonizada pelos "hooligans" ingleses na final.

Antes, o torneio ocorreu sem maiores problemas. Sob as lideranças de Michel Platini e Paolo Rossi, a Juventus iniciou seu caminho rumo ao título inédito diante do Ilves, da Finlândia. Com vitórias por 4 a 0 fora e 2 a 1 em casa, os "bianconeri" avançaram tranquilamente. Nas oitavas de final, mais dois triunfos contra o Grasshopper, da Suíça: 2 a 0 em Turim e 4 a 2 em Zurique.

O adversário de "La Vecchia Signora" nas quartas foi o Sparta Praga. No Comunale, em casa, os italianos abriram vantagem de 3 a 0. Na Tchecoslováquia, derrota controlada por 1 a 0 classificou a equipe. A semifinal foi contra o Bordeaux. E outra vez com a ida em Turim, o Juventus repetiu os 3 a 0. A volta foi na França, no Parc Lescure, e o time bianconeri passou aperto antes de chegar na decisão, pois perdeu por 2 a 0.

A segunda final da história da Juventus foi contra o Liverpool, que eliminou Lech Poznan (Polônia), Benfica, Austria Viena e Panathinaikos. O local escolhido foi Heysel, em Bruxelas.
 
Na Bélgica, torcedores italianos e ingleses provocaram-se desde a chegada até dentro do estádio. A barreira policial montada e as grades na arquibancada eram fracas. Bêbados, os hooligans invadiram o espaço dos italianos e os agrediram violentamente. Em pânico, quem fugia passava por cima de qualquer coisa, até mesmo de outras pessoas. Resultado: 39 mortes e mais de 600 feridos.

A UEFA não adiou a partida e, sem saberem de nada, os jogadores foram à campo. Platini fez o gol do 1 a 0 que deu o título à Juventus aos 13 minutos do segundo tempo, de pênalti.

A campanha da Juventus:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 19 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 1984

Os clubes ingleses tiveram um fim de anos 1970 e início de anos 1980 muito forte, com seis títulos consecutivos na Copa dos Campeões da Europa. Até que em 1983 o alemão Hamburgo quebrou a sequência. Mas não fosse por isso, a Inglaterra poderia ter emendado oito conquistas. Em 1984, o Liverpool isolou-se como segundo maior vencedor da competição, quando chegou ao tetracampeonato.

Agora sob o comando do técnico Joe Fagan, os reds iniciaram a campanha contra o dinamarquês Odense, na primeira fase. Na ida, vitória por 1 a 0 na Dinamarca, com gol de Kenny Dalglish. Na volta, goleada por 5 a 0 no Anfield Road.

Nas oitavas de final, o adversário foi o duro Athletic Bilbao, da Espanha. O primeiro jogo aconteceu na Inglaterra e terminou empatado sem gols. O Liverpool foi para a segunda partida no País Basco precisando vencer. E conseguiu, por 1 a 0, no gol marcado por Ian Rush no Estádio San Mamés.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Benfica. A ida foi mais uma vez no Anfield, e acabou com vitória inglesa por 1 a 0, de novo por meio de Rush. A pequena vantagem aumentou muito na volta em Lisboa, no Estádio da Luz: goleada por 4 a 1, ao natural.

A semifinal foi contra o romeno Dínamo Bucareste. Mais uma vez em casa, o Liverpool abriu 1 a 0 de frente. O gol desta vez foi de Sammy Lee. O segundo jogo foi na Romênia e, com dois tentos do artilheiro Rush, os reds avançaram à final com vitória por 2 a 1.

A decisão foi contra a italiana Roma, que passou por IFK Gotemburgo, CSKA Sofia, Dínamo Berlim (Alemanha Oriental) e Dundee United (Escócia). A partida foi justamente na capital da Itália, no Estádio Olímpico, e tudo parecia ir contra o Liverpool.

Aos 13 minutos do primeiro tempo, Phil Neal abriu o placar, mas a Roma empatou aos 42. Com 1 a 1 no placar, a disputa foi aos pênaltis pela primeira vez em uma final. Steve Nicol errou a primeira batida, mas os italianos erraram duas vezes e os reds venceram por 4 a 2 para levar para casa o quarto - e invicto - título europeu.

A campanha do Liverpool:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Andrew Cowie/Colorsport

Hamburgo Campeão da Liga dos Campeões 1983

Foram longas seis temporadas de hegemonia inglesa na Copa dos Campeões da Europa. Até que em 1983 apareceu alguém para quebrar a sequência. E foi exatamente o último país a vencer antes da Inglaterra: a Alemanha. Ela chegou lá com o Hamburgo, que viveu sua melhor época entre as décadas de 1970 e 1980.

Na primeira fase, os "rothosen" (shorts vermelhos) enfrentaram o coirmão do leste, o Dínamo Berlim. A ida foi jogada na Alemanha Oriental, com empate por 1 a 1. A volta aconteceu no Volksparkstadion, e o Hamburgo passou com vitória tranquila por 2 a 0.

Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Olympiacos, da Grécia. Desta vez, a primeira partida foi em casa e acabou com 1 a 0 para o clube alemão. O segundo jogo foi em Atenas, no Estádio Olímpico. E a primeira alegria do HSV em terras gregas veio na goleada por 4 a 0.

Nas quartas de final, o Hamburgo foi até a União Soviética enfrentar o Dìnamo Kiev. Mas a ida não aconteceu na Ucrânia, e sim na Geórgia, em Tbilisi, devido ao mau tempo. O campo praticamente neutro ajudou os alemães, que ganharam por 3 a 0 - obtidos no hat-trick do atacante dinamarquês Lars Bastrup. Na Alemanha, o Dínamo assustou, mas a derrota por 2 a 1 serviu para a classificação do HSV.

Na semifinal, o adversário foi a Real Sociedad, da Espanha. A ida ocorreu no País Basco, na cidade de San Sebastián, e terminou empatada por 1 a 1. O Volksparkstadion recebeu a volta, e o Hamburgo conquistou um lugar na final inédita ao vencer por 2 a 1.

Decisão inédita para o HSV, mas não para seu adversário, o Juventus. Os italianos chegaram lá pela segunda vez ao baterem Hvidovre (Dinamarca), Standard Liège, Aston Villa e Widzew Lódz (Polônia). O estádio? O mesmo Olímpico de Atenas da goleada do Hamburgo nas oitavas. Desta vez com um resultado mais modesto, 1 a 0, gol de Felix Magath aos nove minutos do primeiro tempo, o time alemão levou para casa seu maior título em toda a história.

A campanha do Hamburgo:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Hamburgo

Aston Villa Campeão da Liga dos Campeões 1982

Quando a oportunidade do sucesso aparece, precisamos aproveitá-la da melhor maneira possível. Foi o caso do Aston Villa no começo dos anos 80. O clube da cidade de Birmingham não era campeão inglês desde 1910 (chegou a passear até mesmo pela terceira divisão nacional na década de 70). Até que conseguiu sair da fila em 1981.

E em 1982 o time chegou ao histórico título da Copa dos Campeões da Europa, que estabeleceu o recorde definitivo de seis conquistas consecutivas da Inglaterra na competição. Na primeira fase, os lions enfrentaram o Valur, da Islândia. No primeiro jogo, goleada por 5 a 0 no Villa Park. Na segunda partida, vitória por 2 a 0 em Reykjavik e classificação fácil.

Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Dínamo Berlim. A ida foi disputada na Alemanha Oriental, e o Villa conseguiu vencer por 2 a 1. A volta aconteceu na Inglaterra, e os berlinenses do lado leste até ganharam por 1 a 0, mas a regra do gol fora de casa valeu para mais um avanço britânico.

Nas quartas, o adversário foi o Dínamo Kiev. Na União Soviética (em solo ucraniano), empate por 0 a 0. Tudo ficou para o confronto em Birmingham, e em casa os lions passaram de fase na vitória por 2 a 0. A semifinal foi contra o Anderlecht, da Bélgica. E mais uma vez o time inglês se classificou de modo simples, com 1 a 0 a favor em casa e empate sem gols fora.

Na final inédita, o Aston Villa encarou o cascudo Bayern de Munique, que havia eliminado Östers (Suécia), Benfica, Universitatea Craiova (Romênia) e CSKA Sofia. O jogo contra os alemães foi realizado no Estádio De Kuip, na holandesa Roterdã.

Tal qual havia acontecido nas quatro decisões anteriores, o 1 a 0 mínimo serviu para definir o campeão europeu. Aos 22 minutos do segundo tempo, Peter Withe marcou o gol da maior glória jamais vista antes e igualada depois pelo clube das cores grená e azul.

A campanha do Aston Villa:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 1981

Maior força do futebol inglês, o Liverpool recuperou também o domínio na Europa após duas temporadas vencedoras do Nottingham Forest. Ainda comandados por Bob Paisley, os reds conquistaram o tricampeonato da Copa dos Campeões, em 1981, e deram continuidade ao domínio da Inglaterra com cinco taças consecutivas (e ainda teremos mais uma).

Na primeira fase, o Liverpool enfrentou o Oulun Palloseura, da Finlândia. Mesmo sem se tratar de um adversário competitivo, os ingleses cederam o empate para o time nórdico na ida, fora, por 1 a 1. A compensação veio na volta, na goleada por 10 a 1 no Anfield Road.

As goleadas foram a tônica do Liverpool em quase todo o campeonato. Nas oitavas de final, contra o Aberdeen, o clube inglês avançou com duas vitórias, por 1 a 0 na Escócia e por 4 a 0 na Inglaterra.
Nas quartas, o adversário foi o CSKA Sofia. O primeiro jogo foi no Anfield, e os reds aplicaram 5 a 1 nos búlgaros. A segunda partida aconteceu na Bulgária, e o Liverpool outra vez ganhou fora por simples 1 a 0.

A semifinal reservou um duelo de titãs contra o Bayern de Munique. O primeiro confronto entre os campeões da década anterior foi disputado na Inglaterra, na casa do Liverpool, e terminou empatado sem gols. O segundo jogo ocorreu na Alemanha, no Olímpico de Munique, e novamente acabou com empate. Os reds abriram o placar aos 38 minutos do segundo tempo, com Ray Kennedy, e os alemães buscaram o 1 a 1 aos 43. Pela regra do gol fora de casa, o Liverpool se classificou para a final.

A terceira decisão vermelha na Copa dos Campeões teve como adversário o Real Madrid, hexacampeão que estava há 15 anos longe do título. Os espanhóis voltaram para mais uma tentativa após bater Limerick (Irlanda), Honvéd (Hungria), Spartak Moscou e Internazionale. O Parc des Princes, em Paris, recebeu a partida. A equipe inglesa era a favorita e confirmou a conquista na vitória por 1 a 0, gol marcado por Alan Kennedy aos 37 minutos do segundo tempo.

A campanha do Liverpool:
9 jogos | 6 vitórias | 3 empate | 0 derrotas | 24 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Peter Robinson/Empics/Getty Images

Nottingham Forest Campeão da Liga dos Campeões 1980

Mais uma década ficou para trás, e a Copa dos Campeões da Europa seguiu forte. Os anos 80 ficaram marcados pela alternância de forças no domínio da competição, mas não sem antes ver a consolidação inglesa com mais três taças em sequência às que vieram no fim dos anos 70. Quem emendou o quarto título consecutivo para a terra da rainha em 1980 foi, de novo, o assombroso Nottingham Forest.

A campanha do bicampeonato vermelho teve início contra o Östers, da Suécia. No primeiro jogo, vitória por 2 a 0 dentro do City Ground. Na segunda partida, empate por 1 a 1 no interior sueco. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar outra equipe pouco conhecida, o Arges Pitesti, da Romênia. E mais uma vez o Nottingham passou de maneira tranquila, vencendo a ida em casa por 2 a 0, e a volta fora por 2 a 1.

Nas quartas, quase que a história foi para o buraco. Contra o Dínamo Berlim, da Alemanha Oriental, o Nottingham perdeu a primeira desde o início da edição anterior, por 1 a 0 no City Ground. A equipe precisou se recuperar fora de casa, e os britânicos conseguiram a classificação no outro lado do muro, no triunfo por 3 a 1.

O oponente da semifinal foi o Ajax. Novamente abrindo a série na Inglaterra, o time todo vermelho venceu por 2 a 0. No Olímpico de Amsterdã, o time holandês até largou na frente, mas a derrota por 1 a 0 classificou o Nottingham Forest.

Mais uma final para os ingleses. O último adversário rubro foi o Hamburgo, clube alemão que eliminou Valur (Islândia), Dínamo Tbilisi (União Soviética), Hajduk Split (Iugoslávia) e Real Madrid. A partida aconteceu no já figurinha carimbada Santiago Bernabéu, em Madrid, palco da decisão pela terceira vez na história.

E tal qual ocorreu em 1979, poucas chances de gol surgiram. A única fatal veio aos 20 minutos do primeiro tempo pelo escocês John Robertson, que fez 1 a 0 e confirmou mais uma conquista para a soberana e - até ali - inquestionável Inglaterra.

A campanha do Nottingham Forest:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 13 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Peter Robinson/Empics/Getty Images

Nottingham Forest Campeão da Liga dos Campeões 1979

O Liverpool levou o bicampeonato europeu em 1978, mas não conseguiu fazer o mesmo na busca pelo tri no campeonato inglês. O time terminou a competição no segundo lugar, atrás do Nottingham Forest, um clube médio do interior da Inglaterra que até então nunca havia vencido a primeira divisão.

Pois este foi o primeiro passo de uma ascensão fulminante na vida da equipe do centro-leste britânico, treinada pelo histórico Brian Clough e cujo torcedores também são conhecidos como "reds", que culminaria no período de dominância mais alternativo já visto na Copa dos Campeões da Europa.

Na primeira fase, a UEFA tratou de eliminar um dos ingleses ao fazer o confronto caseiro entre os ganhadores do país e do continente. Na ida, o Nottingham abriu vantagem ao fazer 2 a 0 no seu estádio, o City Ground. Na volta, bastou segurar o empate sem gols no Anfield para conseguir a classificação e despachar o defensor de título de maneira precoce.

Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o AEK Atenas. Com tranquilidade, a equipe da árvore venceu os dois jogos, por 2 a 1 na Grécia e por 5 a 1 na Inglaterra. Nas quartas, o adversário foi o Grasshopper, da Suíça. No primeiro jogo, o Nottingham voltou a golear em casa, agora de virada, por 4 a 1. Na segunda partida, o empate por 1 a 1 em Zurique selou a vaga na semifinal.

O oponente seguinte foi o alemão Colônia (ou Köln). Na ida, um emocionante empate por 3 a 3, cheio de reviravoltas no City Ground. Na volta, o Nottingham precisou desembolsar uma suada vitória por 1 a 0 fora de casa para atingir a final.

A novidade britânica na decisão enfrentou outro clube igualmente estreante nesta fase, o Malmö. Os suecos chegaram lá ao passar por Monaco, Dínamo Kiev, Wisla Cracóvia (Polônia) e Austria Viena. O jogo foi disputado no Estádio Olímpico de Munique, na Alemanha. De poucas oportunidades, o jogo teve o placar definitivo aos 46 minutos do primeiro tempo, quando Trevor Francis fez 1 a 0 para o Nottingham Forest - um pequeno, grande, novo e invicto campeão.

A campanha do Nottingham Forest:
9 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Paul Popper/Popperfoto/Getty Images

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 1978

Passada a reconquista inglesa da Copa dos Campeões da Europa em 1977, era a hora de consolidar a hegemonia em 1978. Tudo estava nas mãos do Liverpool. Na temporada anterior, o clube conseguiu o feito de unificar os títulos europeu e nacional, mas uma das vagas não foi repassada ao vice (o Manchester City), e a competição continental ficou com 31 participantes.

Dessa forma, os reds ganharam um passe direto às oitavas de final. A estreia aconteceu contra o Dínamo Dresden. Na ida, goleada britânica por 5 a 1 no Anfield. Na volta, derrota por 2 a 1 na Alemanha Oriental, que não afetou a trajetória.

Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Benfica. O primeiro jogo foi no Estádio da Luz, em Lisboa, e o Liverpool venceu por 2 a 1, de virada. A segunda partida aconteceu na Inglaterra, e mais um resultado largo - de 4 a 1 - entrou para a conta vermelha (do mandante).

Na semifinal, dois encontros com um velho conhecido, o Borussia Mönchengladbach. O time alemão queria deixar de ser freguês para se tornar algoz, e até chegou a derrotar o Liverpool por 2 a 1 na ida, na Alemanha. Todavia, os ingleses reverteram com sobras a situação na volta, ao fazer 3 a 0 no Anfield. Os reds estavam de novo na decisão.

O último encontro antes do bicampeonato europeu foi contra o Club Brugge, equipe da Bélgica que deixou para trás Floriana (Malta), Panathinaikos, Atlético de Madrid e Juventus. O jogo foi disputado em terras quase locais, no Wembley, em Londres. Mais de 92 mil torcedores acompanharam nas arquibancadas - a maioria saída de Liverpool.

Em campo, os belgas engrossaram o máximo que puderam - até os 19 minutos do segundo tempo. Foi nesse tempo que Kenny Dalglish anotou o gol do simples 1 a 0 que valeu o segundo título. Em sua primeira temporada no time inglês, o atacante escocês já havia aparecido na foto oficial da conquista anterior, que foi tirada somente na abertura da jornada seguinte, com ele já contratado. Teriam mais imagens pela frente.

A campanha do Liverpool:
7 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 1977

Os domínios holandês e alemão passaram, e a Copa dos Campeões da Europa passou a ver uma nova hegemonia. A partir de 1977, três equipes inglesas emendaram uma sequência de seis títulos, que jamais seria igualada por qualquer outro país. E quem deu a partida na nova era da competição foi o Liverpool, treinado pela lenda Bob Paisley, de quase 50 anos dedicados ao clube.

Na primeira fase, os "reds" enfrentaram o Crusaders, da Irlanda do Norte, e avançaram de maneira tranquila, com vitórias por 2 a 0 no Anfield Road, e por 5 a 0 em Belfast. Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Trabzonspor, da Turquia. Na ida, o Liverpool foi surpreendido e levou 1 a 0 dos turcos em Trabzon. Os ingleses compensaram a derrota na volta em casa, fizeram 3 a 0 em 19 minutos de jogo e levaram a classificação.

Nas quartas, o adversário foi o Saint-Étienne, em mais dois confrontos com dificuldades. A primeira partida aconteceu na França, com outra derrota vermelha por 1 a 0. O segundo jogo foi no Anfield, e o Liverppol mais uma vez reverteu o quadro ao ganhar por 3 a 1.

A semifinal foi disputada contra o Zürich, da Suíça. A ida foi jogada no Letzigrund, em Zurique, e os reds obtiveram a vitória por 3 a 1. A volta ocorreu em Liverpool, e o clube inglês novamente venceu por 3 a 0.

Pela primeira vez na final, o Liverpool enfrentou na busca pelo título inédito o Borussia Mönchengladbach, já conhecido (e vencido) na disputa derradeira na Copa da UEFA em 1973. Na tentativa de manter a supremacia germânica, o time alemão passou por Austria Viena, Torino, Club Brugge e Dínamo Kiev.

A partida aconteceu no Estádio Olímpico de Roma, e os ingleses não demoraram muito para tomar o controle. Aos 28 minutos do primeiro tempo, Terry McDermott abriu o placar. O empate rival veio aos sete do segundo tempo, mas Tommy Smith desempatou aos 19, e Phil Neal converteu pênalti aos 38 para determinar 3 a 1 e o primeiro dos seis títulos europeus do Liverpool.

A campanha do Liverpool:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Bayern de Munique Campeão da Liga dos Campeões 1976

O capítulo final do domínio germânico na Copa dos Campeões da Europa na década de 70. Em 1976, o Bayern de Munique levou o tricampeonato continental e deu os últimos contornos a uma história iniciada três temporadas antes. A conquista elevou o clube ao status de segundo maior vencedor até àquele momento, empatado em taças com o Ajax e com metade atrás do Real Madrid.

De volta com 32 participantes, a UEFA acabou mais uma vez com o benefício de se começar já nas oitavas de final. Assim, o time bávaro teve de disputar a primeira fase na defesa do título. Os primeiros confrontos foram diante do Jeunesse Esch, de Luxemburgo, com duas vitórias tranquilas por 5 a 0, fora, e 3 a 1, em casa.

Nas oitavas, o Bayern enfrentou o Malmö. Na ida, derrota por 1 a 0 na Suécia - a única até a decisão. Na volta, vitória por 2 a 0 no Olímpico de Munique e vaga nas quartas de final. Na outra fase, foi a vez de enfrentar o Benfica. O primeiro jogo aconteceu no Estádio da Luz, em Lisboa, e ficou no 0 a 0. Na segunda partida, na Alemanha, Bernd Dürnberger marcou duas vezes, Karl-Heinz Rummenigge fez outro e Gerd Müller também anotou dois para o Bayern golear os portugueses por impiedosos 5 a 1.

A semifinal foi contra o Real Madrid. No Santiago Bernabéu, empate por 1 a 1 entre alemães e espanhóis. No Olímpico, mais dois gols de Gerd Müller e 2 a 0 para a equipe germânica, finalista.

O Bayern de Munique chegou na terceira decisão para enfrentar o Saint-Étienne, clube francês que superou KB (Dinamarca), Rangers, Dínamo Kiev, e PSV Eindhoven. A partida foi realizada no Hampden Park, na cidade escocesa de Glasgow.

Favorito, o time bávaro chegou à vitória e ao terceiro título no gol de Franz Roth, anotado aos 12 minutos do segundo tempo. O placar de 1 a 0 foi suficiente e fechou com chave de ouro uma grande passagem da história da principal competição de clubes da Europa. 

A campanha do Bayern de Munique:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 19 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto George Beutter/Onze/Icon Sport/Getty Images