Corinthians Campeão Brasileiro 2005

O Brasileirão de 2005 foi um dos mais emocionantes, polêmicos e manchados da história. Em campo, 22 equipes repetiram o regulamento de pontos corridos. Fora dele, a Máfia do Apito abalou com as estruturas do futebol nacional. Durante o campeonato, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho foi preso em uma operação da polícia por manipular resultados dos jogos em que atuou para que empresários de sites de apostas pudessem lucrar mais.

Em uma decisão polêmica e inédita em toda a história do futebol, o STJD determinou a anulação dos 11 jogos apitados pelo árbitro envolvido nas acusações. Estes jogos alteraram toda a configuração final da tabela de classificação. Sem a anulação, o Internacional teria quebrado 26 anos de jejum de títulos brasileiros. Com a anulação, o Corinthians terminou como tetracampeão. E com uma equipe com Tevez, Mascherano e Nilmar não poderia ser diferente.

O Timão começou a competição de maneira tímida, empatando com o Juventude em 2 a 2 no Pacaembu. Nos jogos seguintes, derrotas para o Botafogo por 3 a 1 no Rio de Janeiro, e para o São Paulo em um desastre por 5 a 1 em casa. A primeira vitória veio apenas na quarta rodada, por 2 a 1 sobre o Atlético-PR na Arena da Baixada. A partir dali o Corinthians foi se ajeitando, cresceu de produção, e na 17ª rodada assumiu o primeiro lugar com uma vitória em casa por 3 a 0 sobre o Coritiba. 

O turno terminou na 21ª rodada com os paulistas na frente. Neste momento é que começa a briga direta com o Internacional, com os dois times revezando na ponta a cada rodada. O escândalo de arbitragem estourou depois da 27ª rodada. Neste momento o Alvinegro era vice-líder, e os gaúchos estavam na frente. Em meio aos jogos da 29ª rodada, a decisão pela anulação dos 11 jogos foi oficializada, e assim o Corinthians pulou para a liderança em definitivo, com o Internacional caindo para terceiro. Nessa rodada, o Timão venceu o Brasiliense por 3 a 2 no Pacaembu.

Antes da confirmação do título, o Corinthians ainda protagonizou dois jogos históricos no estádio em que era mandante: a goleada por 7 a 1 sobre o Santos na 37ª rodada, e o empate em 1 a 1 com o Internacional na 40ª rodada. Esta partida foi considerada a final do campeonato, e também teve a sua polêmica, o pênalti que Fábio Costa teria cometido sobre o volante Tinga, mas que o árbitro não marcou, e ainda expulsou o colorado.

O tetra corinthiano aconteceu na última rodada, na derrota para o Goiás por 3 a 2 no Serra Dourada. O Internacional também perdeu seu jogo (1 a 0 para o já rebaixado Coritiba), e a combinação de resultados permitiu a festa do Corinthians pelo título, apesar de toda a turbulência.

A campanha do Corinthians:
42 jogos | 24 vitórias | 9 empates | 9 derrotas | 87 gols marcados | 59 gols sofridos


Foto Paulo Pinto/Estadão Conteúdo

Santos Campeão Brasileiro 2004

O Campeonato Brasileiro de 2004 manteve quase todo o regulamento do ano anterior. Os 24 participantes seguiram no enfrentamento em dois turnos, apenas o número de rebaixados subiu de dois para quatro. E esta edição foi mais emocionante que a antecessora, com o campeão sendo definido somente na última rodada. O Santos de Robinho dominou na maioria das rodadas e levou a oitava taça para o litoral paulista.

O Peixe estreou no Brasileirão com derrota para o Paraná por 3 a 2, em Curitiba. Na segunda rodada veio a primeira vitória, sobre o Botafogo por 2 a 0, na Vila Belmiro. Com um começo trepidante, o Alvinegro trocou de técnico na sétima rodada, após derrota em casa para o Palmeiras por 4 a 0. 

Vanderlei Luxemburgo desembarcou em Santos e arrumou o time. Na 15ª rodada, o time venceu o Flamengo por 2 a 0 na Vila Belmiro, e assumiu a liderança pela primeira vez. Na 16ª, perdeu por 1 a 0 para o Fluminense no Maracanã e foi ultrapassado pelo Palmeiras. No jogo seguinte, o primeiro lugar foi retomado com a goleada de 5 a 2 sobre o Criciúma, em casa.

O turno terminou com o Peixe em primeiro, mas na 25ª rodada uma derrota derrota para o Botafogo por 2 a 0 em Caio Martins o tirou outra vez da ponta, superado novamente pelo Palmeiras. Na rodada seguinte, o Santos faz 4 a 1 no Figueirense, em Mogi Mirim, e volta para a liderança. A grande briga do campeonato começou mesmo na 33ª rodada, quando o Peixe perdeu para o Internacional por 2 a 1 no Beira-Rio, e o Athletico-PR assumiu a primeira colocação.

Na 38ª partida, o Santos empatou em 1 a 1 com o Flamengo no Maracanã e recuperou a frente. Nessa mesma rodada ocorreu a morte em campo do jogador Serginho, do São Caetano. Na 40ª rodada, outra troca de posição com o Athletico-PR, após empate santista em 1 a 1 com o Criciúma em Santa Catarina.

O primeiro lugar do Santos só foi conquistado em definitivo na penúltima rodada, com a vitória fora de casa por 3 a 0 sobre o São Caetano. Na última rodada, o título foi confirmado com a vitória sobre por 2 a 1 sobre o Vasco, no Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto. O Alvinegro encerrou 2004 com 89 pontos em 46 jogos, com 27 vitórias, oito empates, 11 derrotas e 103 gols marcados, o recorde absoluto de ataque em uma edição de Brasileiro, até hoje nunca superado.

A campanha do Santos:
46 jogos | 27 vitórias | 8 empates | 11 derrotas | 103 gols marcados | 58 gols sofridos


Foto Djalma Vassão/Gazeta Press

Cruzeiro Campeão Brasileiro 2003

Muita gente passou décadas pedindo um campeonato nacional na forma de pontos corridos. E em 2003 a CBF os atendeu, ao acabar com qualquer confronto de mata-mata no regulamento. Os 24 participantes daquele ano tiveram que disputar dois turnos inteiros, em 46 rodadas, com o time que conquistasse mais pontos se tornando o campeão.

Vencendo somente Copas do Brasil e (sete anos antes da unificação dos títulos) a Taça Brasil de 1966, o Cruzeiro montou uma equipe quase imbatível, com jogadores como Alex, Aristizábal, Maicon, Luisão e Maldonado. O time treinado por Vanderlei Luxemburgo entrou como um dos favoritos e embalado pelo tetra na Copa do Brasil.

A Raposa estreou no Brasileirão em Belo Horizonte, empatando em 2 a 2 com o São Caetano. A primeira vitória veio na rodada seguinte, fora de casa, contra o São Paulo por 4 a 2. A liderança foi assumida pela primeira vez na quarta rodada, na vitória por 4 a 3 sobre o Coritiba no Couto Pereira. Na sexta partida, um empate em 1 a 1 com o Guarani em Campinas tirou a equipe Celeste do primeiro lugar, colocando no lugar o Internacional.

Na oitava rodada, a vitória fora de casa sobre o Santos por 2 a 0 deu a liderança novamente ao Cruzeiro. A primeira derrota só aconteceu na décima rodada, por 2 a 1 para o Vitória no Barradão. Na 16ª rodada, o líder mudou mais uma vez com a derrota cruzeirense para o Figueirense por 1 a 0,  em Florianópolis. 

O Santos tomou a ponta, mas a Raposa a recuperou na partida seguinte ao vencer o Fortaleza no Mineirão por 2 a 0. O turno encerrou com o Cruzeiro em primeiro, e assim ele permaneceu até a rodada 28, quando a derrota fora de casa por 1 a 0 para o Goiás colocou outra vez o Santos na liderança. O primeiro lugar cruzeirense foi conquistado em definitivo na 29ª rodada, quando venceu por 4 a 1 o Guarani, em Belo Horizonte.

Empilhando vitórias e gols, o Cruzeiro chegou ao título histórico na 44ª rodada, ao vencer o Paysandu por 2 a 1, no Mineirão. A Raposa ainda fecharia a competição com goleadas de 5 a 2 sobre o Fluminense, em casa, e de 7 a 0 sobre o Bahia, fora. No final, o Cruzeiro fez incríveis 100 pontos em 46 jogos, com 31 vitórias, sete empates, oito derrotas e 102 gols marcados. Pela primeira vez uma equipe superou 100 gols em uma só edição do Campeonato Brasileiro. Em grande estilo, o Raposa quebrou 37 anos de jejum e levou o bicampeonato.

A campanha do Cruzeiro:
46 jogos | 31 vitórias | 7 empates | 8 derrotas | 102 gols marcados | 47 gols sofridos


Foto Alexandre Mota/O Tempo

Santos Campeão Brasileiro 2002

O Campeonato Brasileiro de 2002 foi o último em que o regulamento contou um sistema de mata-mata e uma final. Foram 26 os participantes da competição, que para variar, contou com polêmica antes do início. Figueirense e Caxias disputaram no tribunal uma das vagas na primeira divisão. O time gaúcho tentou jogar novamente o fim da partida contra o Figueirense, na última rodada do quadrangular final da Série B de 2001.

Tudo porque torcedores do time catarinense invadiram o gramado antes do fim do segundo tempo, o que fez com que o árbitro encerrasse antes do fim. No entanto, o resultado final do confronto foi mantido e o Figueirense ratificou o acesso. Resolvida a questão, o torcedor viu em campo surgir uma geração jovem de craques no time do Santos. Robinho, Diego, Elano e Alberto ajudaram o time paulista a quebrar 34 anos de jejum de taças nacionais.

Mas a garotada santista demorou a embalar, chegando até a frequentar a 19ª posição nas primeiras rodadas. A classificação só foi obtida no último jogo. Apesar da derrota por 3 a 2 para o São Caetano, um revés do Coritiba para o Gama ajudou o Alvinegro Praiano na tabela.

O Santos ficou em oitavo lugar, com 11 vitórias, seis empates e oito derrotas, fazendo 39 pontos em 25 rodadas. Foram 13 pontos a menos que o líder da fase, o São Paulo. São Caetano, Corinthians, Juventude, Grêmio, Atlético-MG e Fluminense foram os demais classificados. Embaixo, Palmeiras e Botafogo foram os times grandes rebaixados.

Nas quartas de final, o Peixe enfrentou justamente o São Paulo. Na Vila Belmiro, o Santos se mostrou amadurecido e abriu vantagem de 3 a 1 sobre a melhor campanha até então. E no Morumbi, o time voltou a vencer, de virada, por 2 a 1. Na semifinal, o adversário foi o Grêmio. Em atuação de luxo, o Santos fez 3 a 0 em casa na partida de ida. No Olímpico, os gaúchos até tentaram, mas o Santos perdeu apenas por 1 a 0 e se classificou para a final.

A última final da história do Brasileiro foi o clássico entre Santos e Corinthians, ambas as partidas no Morumbi. No jogo de ida, o Peixe não deu chance ao rival e venceu por 2 a 0. O jogo de volta foi um dos mais movimentados em finais. Robinho deu as famosas "pedaladas" e foi o protagonista da vitória de virada por 3 a 2, com o último sendo marcado nos acréscimos da etapa final. Assim, o Santos conquistou seu sétimo título nacional, o último da era do mata-mata.

A campanha do Santos:
31 jogos | 16 vitórias | 6 empates | 9 derrotas | 59 gols marcados | 41 gols sofridos


Foto Renato Pizzutto/Placar

Athletico-PR Campeão Brasileiro 2001

O Brasileirão de 2001 voltou para as mãos da CBF, mas não deu continuidade aos resultados finais de 1999. Depois das disputas judiciais que quase impediram a realização do Campeonato de 2000, a CBF decidiu manter na Série A os 25 clubes que disputaram o Módulo Azul da Copa João Havelange, convidando ainda o Paraná e o Botafogo-SP, para que não houvesse tratamento diferenciado entre os clubes rebaixados em 1999.

A CBF também decidiu incluir o São Caetano, vice-campeão da Copa João Havelange. O Remo (15º lugar em 2000) tentou sua inclusão, mas não houve tempo para entrar com o recurso na Justiça. No fim, 28 times entraram na elite brasileira.

O Campeonato Brasileiro teve o seu regulamento normal da época retomado, com uma fase única e oito vagas para o mata-mata, e quatro para o rebaixamento. Vindo de várias boas campanhas anteriores, o Athletico-PR entrou na competição sem muito alarde mas, com a equipe entrosada pelo técnico Geninho, foi passando pelos adversários.

Depois de 27 rodadas, o Furacão se classificou na segunda posição da tabela, com 15 vitórias, seis empates e seis derrotas, marcando 51 pontos. Terminou oito pontos atrás do líder São Caetano, e empatado com o terceiro lugar Fluminense. Também passaram de fase Atlético-MG, Grêmio, Ponte Preta, São Paulo e Bahia.

O mata-mata teve uma pequena alteração, e as quartas de final e a semifinal foram feitas em partida única. O Rubro-Negro enfrentou o São Paulo no primeiro confronto, na Arena da Baixada. Em jogo disputado, o Athletico-PR se classificou com vitória por 2 a 1. Na semifinal, o adversário foi o Fluminense. Em outra partida dramática em Curitiba, o Furacão venceu por 3 a 2, de virada, com o último gol aos 44 minutos do segundo tempo.

Na final, as duas melhores campanhas se enfrentaram, Athletico-PR e São Caetano. Embalado, o time paranaense fez o jogo de ida na Arena da Baixada, e não tomou conhecimento do rival, vencendo de virada por 4 a 2. Com esta vantagem o time foi ao Anacleto Campanella, no ABC Paulista, e segurou a força do São Caetano, conseguindo vencer por 1 a 0 e faturando seu primeiro título brasileiro na história. Com seis gols na fase inicial, o atacante Alex Mineiro assumiu o protagonismo nas finais, marcou oito gols em quatro partidas, e encerrou o ano como o craque do campeonato.

A campanha do Athletico-PR:
31 jogos | 19 vitórias | 6 empates | 6 derrotas | 68 gols marcados | 45 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar