Botafogo Campeão Carioca Feminino 2020

Existente desde 1983, o Cariocão Feminino é o estadual mais antigo do Brasil, embora tenha ocorrido interrupções entre 1989 e 1995 e entre 2002 e 2003. A edição de 2020 também quase não aconteceu devido à Covid-19, mas no fim ela ficou mesmo durante os meses de janeiro a março de 2021, com a presença de nove equipes.

Nem todos os clubes grandes do Rio de Janeiro tiveram sempre uma boa história entre as mulheres em todos esses anos de campeonato: os quatro juntos nas finais só havia ocorrido em 1999 e em 2019. A terceira foi agora, com o título tomando o caminho de General Severiano, a casa do Botafogo. Na primeira fase, as Gloriosas ficaram na vice-liderança, vencendo sete jogos e perdendo um, deixando escapara Taça Guanabara para os 100% do Flamengo.

Na semifinal, o Fogão eliminou  o Vasco ao vencer por 3 a 0. A final foi contra o Fluminense, em jogo único no Nilton Santos. E por 2 a 0 no placar, o time conquistou o segundo estadual na história, repetindo o feito de 2014.

A campanha do Botafogo:
10 jogos | 9 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 36 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Vitor Silva/Botafogo

Fortaleza Campeão Cearense Feminino 2020

Mais um estadual feminino de 2020 a ser encerrado somente em 2021, o Cearense está começando a ver uma concentração de forças maior na dupla Fortaleza e Ceará, que durante anos deixaram de investir na modalidade e deixaram o caminho aberto para clubes do interior, como o Caucaia. A edição desta temporada foi apenas a segunda a ter o Clássico-Rainha na decisão, com o título ficando com o Fortaleza.

Mas antes, as equipes tiveram de enfrentar São Gonçalo e Menina Olímpica em um quadrangular de dois únicos. No primeiro, as Leoas do Pici ficaram na vice-liderança com duas vitórias e uma derrota, e depois perderam a final para o Ceará por 1 a 0. No segundo, o time liderou com outras duas vitórias e um empate, vencendo as rivais na final por 4 a 2 nos pênaltis após empate por 1 a 1 no tempo normal. 

Na decisão geral, o Fortaleza voltou a derrotar o Ceará, por 1 a 0 na partida única que deu o segundo título estadual ao Tricolor na história. Antes, a conquista de 2010 era a única da equipe feminina.

A campanha do Fortaleza:
9 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 38 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Thais Pontes/Fortaleza

JC Campeão Amazonense Feminino 2020

Estado com relativa força no futebol feminino, o Amazonas realizou sua edição de 2020 do estadual cercado de problemas. Primeiro foi a ausência da principal equipe e maior vencedora da competição (com oito títulos), o Iranduba. Só quatro times se inscreveram: 3B da Amazônia, JC, Recanto da Criança e Rio Negro.

O regulamento foi simples, com o enfrentamento todos contra todos em turno único, mais a final. A liderança ficou com o 3B, com sete pontos, seguido pelo Recanto, também com sete, JC, com três, e Rio Negro, com nenhum. Mas uma escalação irregular custou cinco pontos do líder, e as vagas na decisão ficaram com Recanto e JC.

Após quatro meses de disputas judiciais (entre novembro e março), a final aconteceu na Arena da Amazônia. Nos 90 minutos da partida, nada de gols. Após o 0 a 0, tudo foi definido nos pênaltis. Foi então quando brilhou a goleira Mariana, fazendo defesas que garantiram a vitória por 4 a 3 nas cobranças e o inédito título para o JC. Com pouco mais de dois anos de fundação, é o primeiro título conquistado pelo clube situado na cidade de Itacoatiara.

A campanha do JC:
4 jogos | 1 vitória | 1 empate | 2 derrotas | 2 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto João Normando/FAF

Brasil Campeão da Copa América 2019

Pela quinta vez na história, e pela segunda na era moderna, o Brasil sediou a Copa América, em 2019no que completou a inversão iniciada em 2015 com o Chile. Nada mudou em relação às edições normais anteriores do torneio, com 12 participantes. O que mudou foram os convidados: pela primeira vez desde 1993, o México estava de fora. Aí, a coitada da geografia sofreu, a Ásia virou América, e Japão e Catar foram chamados para jogar. Mas o mais importante era saber que o Brasil jamais havia perdido a competição em casa. Era preciso manter a escrita.
Escaldada pelos fracassos recentes na últimas quatro Copas do Mundo e nas últimas três Copas América, a Seleção Brasileira foi reconquistando a confiança da torcida aos poucos. Sem Neymar (lesionado), os condutores do time foram Everton (o Cebolinha), Gabriel Jesus, Philippe Coutinho e Daniel Alves. Todos eles estiveram comandados pelo técnico Tite. No grupo A da primeira fase, a estreia foi com vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia. Depois, o empate por 0 a 0 com a Venezuela gerou algumas dúvidas no torcedor. A situação melhorou na rodada final, na goleada por 5 a 0 no Peru. Líder com sete pontos, o time canarinho enfrentou o Paraguai nas quartas de final. Após empate sem gols nos 90 minutos, classificação por 4 a 3 nos pênaltis. Os traumas das eliminações de 2011 e 2015 na mesma fase, para o mesmo adversário e na mesma condição, enfim foram superados. Na semifinal, contra a Argentina, os hermanos não tiveram chance e a seleção avançou ao vencer por 2 a 0.
A final foi disputada no Maracanã contra o Peru, que apesar da goleada sofrida anteriormente se recuperou eliminado Uruguai e Chile no mata-mata. Com o favoritismo e as arquibancadas ao seu lado, o Brasil não deu chances aos peruanos e venceu por 3 a 1. Everton abriu o placar para os brasileiros. De pênalti, Guerrero deu um susto ao empatar a partida. Ainda no primeiro tempo Gabriel Jesus fez o segundo, antes de sair expulso de campo e dar um pouco de esperança ao adversário. Perto do fim, Richarlison fez o terceiro gol, de pênalti. A conquista da Copa América de 2019 é a nona na história do Brasil, que ainda se mantém distante dos 15 títulos do Uruguai e dos 14 da Argentina.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Luis Acosta/AFP

Ferroviária Campeã da Libertadores Feminina 2020

Realizada toda no mês de março de 2021, a Libertadores Feminina de 2020, sediada na Argentina, foi a maior edição da história em número de times. Foram 16 espalhados entre os dez membros da Conmebol. O Brasil contou com três representantes: o Corinthians, defendendo o título, a Ferroviária, campeã do Brasileirão de 2019, e o Kindermann, terceiro colocado em parceria com o Avaí.

Sem contar com o favoritismo e em início de trabalho com a técnica Lindsay Camila, a Locomotiva correu por fora e cresceu durante a competição. No grupo D, estreou sofrendo goleada por 4 a 0 para o Libertad/Limpeño, do Paraguai. O empate por 1 a 1 com o Peñarol na segunda rodada obrigou a equipe vencer na partida que encerrava a fase de grupos, além de torcer por empate entre paraguaias e uruguaias.

E foi o que aconteceu: goleada por 4 a 1 sobre a Universidad de Chile e empate sem gols no outro jogo. Com quatro pontos, as Guerreiras Grenás ficaram na vice-liderança da chave, atrás das chilenas.

O espírito copeiro tomou conta das jogadoras. Nas quartas de final, vitória por 1 a 0 sobre o River Plate. Na semifinal, reencontraram a Universidad e venceram por 7 a 6 nos pênaltis após empate por 0 a 0 no tempo regulamentar.

A final foi entre Ferroviária e o América de Cali, que no mata-mata passou por Boca Juniors e Corinthians. A maldição sobre o clube colombiano em decisões de Libertadores atravessou as modalidades, e depois de quatro vices no masculino era a vez das mulheres sofrerem. Sochor, aos sete minutos, e Aline Milene, aos 42 fizeram os gols da vitória por 2 a 1 das brasileiras, que tornaram a Ferroviária bicampeã sul-americana.

A campanha da Ferroviária:
6 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 1 derrotas | 8 gols marcados | 7 gols sofridos



Fotos Staff Images Woman/Conmebol

Chile Campeão da Copa América 2016

No ano de seu 100º aniversário, a Conmebol resolveu criar uma edição extra da Copa América, apenas uma temporada depois da versão mais recente e três antes da próxima programada. Para justificar o marco e o furo no cronograma, a entidade a nomeou Copa América Centenário, com formato e taça diferentes do convencional. A organização foi em parceria com a Concacaf, que comanda o futebol nas Américas do Norte e Central. O país-sede escolhido foram os Estados Unidos, e os participantes foram aumentados para 16: todos os sul-americanos mais seis convidados (os próprios EUA junto com México, Costa Rica, Jamaica, Haiti e Panamá). E o regulamento foi levemente alterado, apenas acrescentando um grupo na primeira fase, depois seguindo o mata-mata clássico a partir das quartas.
Defensor do título, o Chile entrou no torneio sem o mesmo favoritismo de outrora, pois a equipe ainda sentia a transição do comando de Jorge Sampaoli para Juan Antonio Pizzi. No grupo D, a estreia foi contra a Argentina, sua vice de um ano antes, perdendo por 2 a 1. Na sequência, sofreu para vencer a Bolívia por 2 a 1, conseguindo somente com gol de Arturo Vidal aos 55 minutos do segundo tempo. A fase terminou com vitória por 4 a 2 sobre o Panamá, o que deixou a Roja na vice-liderança, com seis pontos. O time foi embalando, e nas quartas de final eliminou o México com impiedosos 7 a 0, com quatro gols de Eduardo Vargas. Na semifinal, venceu a Colômbia por 2 a 0, o que garantiu outra final aos chilenos. E o adversário seria mais uma vez a Argentina.
Para chegar na decisão, os hermanos passaram por Venezuela e Estados Unidos. E o campo agora era neutro de fato, no MetLife Stadium, que fica localizado no distrito de East Rutherford, na região de Nova York e Nova Jersey. Com menos apoio do torcedor, o Chile se reservou apenas a espantar o ataque argentino e especular os contra-ataques. Os times tiveram um expulso de cada lado, e a final voltou a não registrar gols nos 120 minutos. Após o 0 a 0, os pênaltis estavam mais uma vez na vida das seleções. E a Roja chegou ao bicampeonato vencendo por 4 a 2, com a primeira cobrança contra perdida por Lionel Messi, e a última a favor convertida por Francisco Silva.

A campanha do Chile:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Omar Torres/AFP/Getty Images

Chile Campeão da Copa América 2015

O tempo de espera entre Copas América aumentou, mas as boas histórias continuaram na mesma medida. Na edição de 2015, tivemos um grande exemplo do que acontece quando torcida e time jogam juntos pelo mesmo objetivo. A disputa era para ter sido no Brasil, seguindo fielmente o rodízio de países. Mas o excesso de eventos em solo brasileiro (Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016) fez com que a Conmebol invertesse a sede com o Chile. Sorte dos andinos.
Com a melhor geração de jogadores em 20 anos e sob ordens do técnico Jorge Sampaoli, A Roja ficou no grupo A do torneio, fazendo todos os jogos no Estádio Nacional de Santiago. Na estreia, vitória tranquila por 2 a 0 sobre o Equador. A segunda partida foi um emocionante empate por 3 a 3 com o México. Na última rodada, goleada por 5 a 0 sobre a Bolívia para deixar a equipe de Arturo Vidal, Jorge Valdivia, Alexis Sánchez e Eduardo Vargas na liderança da chave, com sete pontos. Nas quartas de final, vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai. Já na semifinal, 2 a 1 em cima do rival Peru. Depois de 36 anos, o Chile estava de volta em uma decisão. O adversário foi a Argentina, que no caminho passou por Jamaica, Colômbia e Paraguai. Eles vinham ávidos para acabar com a fila de 32 anos sem títulos e enfim dar uma conquista de seleção para Lionel Messi, mas o Chile tinha o ambiente a seu favor.
Mais de 45 mil torcedores encheram o Nacional de Santiago para a final. A partida foi bem disputada, com lances de parar o coração, como o gol argentino perdido por Gonzalo Higuaín nos acréscimos do segundo tempo. Mas no geral, a Roja foi superior, apesar de a bola não ter entrado em 120 minutos. Com o 0 a 0 no placar, a conquista foi definida nos pênaltis. Matías Fernández e Messi acertaram a primeira série. Na segunda, Vidal converteu e Higuaín errou. Depois, foi a vez Charles Aránguiz acertar e Éver Banega perder. Na cobrança decisiva, Sánchez acertou uma cavadinha com a maior frieza do mundo para fazer 4 a 1 e dar o título inédito ao Chile. O país enfim vencua uma Copa América, mas não haveria muito tempo para ostentar o posto, pois no ano seguinte a Conmebol daria início a mais uma de suas invencionices.

A campanha do Chile:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/FFCH