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Nacional Campeão da Libertadores 1988

A Libertadores mudou de regulamento em 1988. Para aumentar o número de times depois da primeira fase, a Conmebol passou a classificar dois por grupo. A quantidade total de clubes permaneceu em 21, com o campeão anterior entrando desta vez na terceira fase e os outros 20 ainda sendo divididos em cinco chaves binacionais.

A fórmula durou apenas nesta edição, por causa de uma bizarrice: o mata-mata começava com dez equipes, sobrando cinco para a fase seguinte, que se juntaram ao Peñarol. Daqui, sobravam três times para a semifinal. Então, para fechar quatro, a única solução encontrada foi puxar também melhor perdedora desta etapa de seis. Isso se revelou num problema na hora da final.

Final esta que acabou vencida pelo Nacional, na última vez que o Uruguai comemorou uma Libertadores. Antes, a equipe precisou passar pelo grupo 3 da primeira fase, contra América de Cali, Millonarios e Montevideo Wanderers. Em seis jogos, o Decano obteve três vitórias, dois empates e uma derrota, de 6 a 1 para o Millonarios, em Bogotá. Antes, o clube havia aplicado 4 a 1 no mesmo adversário colombiano. Com oito pontos, o time ficou em segundo lugar, um ponto distante do América.

Na segunda fase, o Bolso eliminou a Universidad Católica no gol fora de casa, com os empates por 1 a 1 em Santiago e por 0 a 0 em Montevidéu. Na sequência, contra o Newell's Old Boys, o Nacional avançou com empate por 1 a 1 na Argentina e vitória por 2 a 1 no Uruguai. Na semifinal, foi a vez bater o América de Cali, com vitória por 1 a 0 em casa e empate por 1 a 1 fora.

Na decisão depois de oito anos, o adversário do Nacional foi o Newell's Old Boys. Aquele mesmo, que tinha sido superado duas partidas antes. Pois foi o clube argentino o melhor perdedor da terceira fase, superando Peñarol e Oriente Petrolero. Na semi, a equipe se recuperou eliminando o San Lorenzo. A ida da final foi disputa no Gigante de Arroyito, em Rosário, e o time uruguaio não segurou a pressão, perdendo por 1 a 0.

Disposto a não passar a vergonha de perder o título para um rival que havia derrotado nas quartas, o Nacional foi com tudo para a volta, no Centenario, em Montevidéu. Com gols de Ernesto Varga, Santiago Ostolaza e Hugo De León, o Decano fez 3 a 0 e levou o tricampeonato.

A campanha do Nacional:
14 jogos | 6 vitórias | 6 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/El País

Nacional Campeão da Libertadores 1980

A Libertadores entra nos anos 80 sem mudança em relação à década anterior. O regulamento do momento ainda duraria mais alguns anos. Outro fato sem alteração foi o interesse das equipes no título, sobretudo as da Argentina e as do Uruguai. Longe do topo desde 1971, os uruguaios voltariam a vencer em 1980 com o Nacional, justamente o último vencedor do país.

Vice da Liguilla Pré-Libertadores uruguaia, o Decano estreou na competição no grupo 2, ao lado do campeão Defensor e dos bolivianos The Strongest e Oriente Petrolero. Franco favorito à classificação, o clube fez uma primeira fase tranquila, de cinco vitórias em seis jogos. A única derrota foi na altitude da La Paz, por 3 a 0 para o Strongest.

Esse resultado adverso foi compensado com 3 a 0 a favor sobre o Defensor fora de casa, e com os 5 a 0 sobre o Petrolero em Montevidéu. Ainda assim, a vaga na semifinal só foi garantida na última rodada, ao fazer 2 a 0 no confronto direto com o carrasco boliviano do primeiro turno e somar dez pontos na tabela.

Na segunda fase, o Nacional ficou na chave junto do então campeão Olimpia e do chileno O'Higgins. E o time encaminhou bem sua situação ao vencer as duas primeiras partidas por 1 a 0, em Assunção e em Santiago. Na terceira, 1 a 1 com os paraguaios em casa adiou a vaga na final. Ela foi confirmada no último jogo, com 2 a 0 sobre os chilenos no Centenário.

Em sua quarta final de Libertadores na história, foi a primeira vez que o Nacional enfrentou um clube brasileiro: o Internacional, que na sua tentativa de trazer o título de volta ao Brasil bateru na semi o América de Cali e o Vélez Sarsfield. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, em Porto Alegre, e El Bolso voltou das terras gaúchas com um bom, porém perigoso, empate sem gols.

Estava proibido perder em Montevidéu na volta. E a tradição fez a diferença no Estádio Centenario. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o ídolo Waldemar Victorino fez 1 a 0 e decretou a segunda conquista sul-americana do Nacional.

A campanha do Nacional:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Nacional Campeão da Libertadores 1971

Depois de dez anos de desencontros e desentendimentos, a Conmebol encontrou a primeira fórmula perfeita da Libertadores no ano de 1971. Na primeira fase, 20 times atuando em cinco grupos binacionais. O líder de cada chave avança à semifinal, onde se encontram com o campeão anterior e formam outros dois grupos. O primeiro de cada triangular avança à final. Esse regulamento duraria até 1987, sendo até hoje o que mais tempo foi utilizado pela entidade.

Com o Brasil voltando à competição regularmente, foi possível executar tudo dentro da normalidade. E foi nesta temporada que caiu o domínio do Estudiantes, com o título indo parar nas mãos do Nacional do Uruguai. A primeira fase do Decano foi quase perfeita. No grupo 3, junto de Peñarol e os bolivianos The Strongest e Chaco Petrolero, o time conseguiu cinco vitórias e um empate nas seis partidas que disputou, incluindo uma goleada por 5 a 0 sobre o Strongest no quarto jogo.

Com 11 pontos, o Nacional classificou-se à fase seguinte. Seus adversários no triangular foram Palmeiras e Universitario. A invencibilidade da equipe continuou nas quatro partidas que fez, com três vitórias e outro empate, aqui inclusas as vitórias sobre os peruanos por 3 a 0 e sobre os brasileiros por 3 a 1, ambos em casa.

O adversário na final foi o Estudiantes, que eliminou Barcelona de Guayaquil e Unión Española. Era a revanche do confronto de 1969, quando os argentinos levaram o segundo título. Mas a chance do tetra seria interrompida. A ida aconteceu em La Plata, no Jorge Luis Hirschi, com vitória do mandante por 1 a 0. O Nacional empatou na volta, no Centenario, em Montevidéu, ao vencer pelo mesmo 1 a 0.

A terceira partida ocorreu no Estádio Nacional de Lima, no Peru, sem vantagem alguma para as equipes. O primeiro título do Decano se desenhou no gols de Víctor Espárrago e Luis Artime, e a vitória por 2 a 0 deu fim à pressão causada pelos três vices na década de 1960 e pelo tri do seu maior rival.

A campanha do Nacional:
13 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 26 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Nacional Campeão Mundial 1988

O encontro de duas escolas distintas de futebol nas competições mundiais sempre foi um evento interessante de se assistir. E na Copa Intercontinental é possível viajar horas e horas por estes embates, que ganham páginas muito bem escritas por quem viu a história acontecer. A edição mundialista de 1988 é uma das mais importantes neste sentido. Nela foi possível ver o retorno e a despedida de duas forças diferentes.

A Holanda ressurgiu naquele ano, tanto com a seleção quanto com os clubes. O PSV, de Eindhoven, foi campeão europeu pela primeira vez ao bater o Benfica na decisão: empate por 0 a 0 no tempo regulamentar e na prorrogação e vitória por 6 a 5 nos pênaltis. Antes, os Boerens eliminaram Galatasaray, Bordeaux e Real Madrid. No time-base havia parte dos atletas vencedores da Eurocopa, como o goleiro Hans Van Breukelen, o zagueiro Ronald Koeman e o volante Gerald Vanenburg.

Já a Libertadores viu o último suspiro do Uruguai, através do tricampeonato do Nacional. O Decano passou por Millonarios, Universidad Católica e América de Cali, e na final reverteu contra o Newell's Old Boys, perdendo por 1 a 0 na ida e vencendo por 3 a 0 na volta. A equipe tinha nomes como Santiago Ostolaza, Ernesto Vargas e Hugo De León, de volta como capitão após oito anos. Por ironia do tempo, ele não conseguiu jogar o Mundial de 1980, pois sua transferência para o Grêmio (onde venceria em 1983) aconteceu antes da disputa atrasada de fevereiro de 1981.

O Mundial foi disputado no dia 11 de dezembro, com sol e tempo limpo, bem diferente da nevasca do ano anterior. O Nacional jogou com a base do tri, enquanto o PSV ganhou o acréscimo de Romário no ataque. O confronto foi movimentado e cheio de reviravoltas, no que muitos consideram como o melhor já jogado. Logo aos sete minutos, Ostolaza abriu o placar para El Bolso, de cabeça após um escanteio. O time holandês só empatou aos 30 do segundo tempo, quando Romário aproveitou uma bola mal afastada pelo goleiro Jorge Seré e também concluiu de cabeça.

Na prorrogação, aos cinco do segundo tempo, Hans Gillhaus sofreu pênalti. Koeman converteu e virou para o PSV. O árbitro já conferia o relógio quando, aos 14 minutos, o Nacional conseguiu um escanteio. Yubert Lemos levantou para Ostolaza cabecear. A zaga afastou a bola, mas depois de ela ultrapassar a linha. O 2 a 2 nos últimos segundos da partida levou a decisão aos pênaltis. Depois de 18 cobranças, Berry Van Aerle atirou nas mãos de Seré, enquanto Tony Gómez acertou o canto esquerdo do gol, marcando 7 a 6 e dando o último título mundial do Uruguai, o tri do Nacional.


Foto Masahide Tomikoshi

Nacional Campeão Mundial 1980

A década de 80 foi marcada por muitas transformações no mundo. No futebol não foi diferente, visto que as fronteiras esportivas entre os países foi diminuindo ano após ano. A Copa Intercontinental também passou por uma profunda reformulação, em 1980.

Depois das disputas capengas dos anos 70, UEFA e Conmebol precisavam chegar em um consenso para que o Mundial não morresse. A ideia escolhida foi a de realizar o torneio em partida única em campo neutro. Em um primeiro momento, Nova York foi o local escolhido. Mas era preciso que houvesse apoio financeiro, e nenhuma empresa dos Estados Unidos embarcou no projeto.

Até que entrou na história a Toyota, montadora de carros do Japão. Ela propôs que o Mundial fosse levado à Tóquio, e a organização seria feita a seis mãos. Em troca, a empresa bancaria todas as despesas dos clubes, além das premiações e a entrega de um carro para o craque da partida. O nome oficial da competição também seria alterado, para Copa Toyota (ou Copa Europeia/Sul-Americana). Os únicos trabalhos dos clubes seriam o de viajar e o de jogar.

Mas o principal inconveniente não estava resolvido. Como obrigar o campeão europeu a jogar sempre? A UEFA chegou a uma conclusão radical: passou a obrigar os clubes a assinarem um contrato, antes de entrarem na Copa dos Campeões, obrigando-os a disputar a competição se chegassem ao título. Caso não disputassem o Mundial, a quebra de contrato levaria à suspensão de competições europeias.

A mudança não foi bem digerida no Velho Continente. O Nottingham Forest conquistou o bicampeonato europeu, ao fazer 1 a 0 no Hamburgo, e foi ao Japão sob protesto: o técnico Brian Clough levou só 14 atletas para o torneio, alegando que o clube só faria aquele "amistoso" para cumprir o contrato. Na Libertadores, o Nacional do Uruguai também foi bi, depois de derrotar o Internacional na decisão, com 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta. Os uruguaios, ao contrário dos ingleses, foram empolgados para a Terra do Sol Nascente.

As negociações entre Conmebol, UEFA e Toyota foram longas, e o Mundial de 1980 foi jogado apenas no dia 11 de fevereiro de 1981. Foi a primeira de 22 finais no Estádio Nacional de Tóquio, que nesta primeira vez recebeu 62 mil torcedores. Ao meio-dia, a bola rolou no gramado queimado pelo frio. Como era de se esperar, o Nottingham se esforçou pouco, enquanto o Nacional deu o seu máximo. Logo aos dez minutos de jogo, Victorino recebeu cruzamento de Moreira e tocou rasteiro entre a zaga: 1 a 0 Bolso. O resultado persistiu até o fim, e a comemoração pelo segundo título varou a madrugada no Uruguai.


Foto Arquivo/Nacional

Nacional Campeão Mundial 1971

Muito alívio para os organizadores do Mundial após a tranquilidade que foi a edição de 1970, sem maiores brigas entre os clubes e os jogadores. Tudo parecia voltar ao normal, exceto pela segunda tentativa da FIFA de incluir outras confederações na competição. Desta vez, o pedido partiu de Concacaf e CAF (a entidade africana), já que a AFC descontinuou seu torneio asiático. Em meio a Feyenoord e Estudiantes, UEFA e Conmebol descartaram mais uma vez a aliança.

A Copa Intercontinental de 1971 caminharia para acontecer igual as anteriores. Até o momento em que a Copa dos Campeões da Europa chegou na decisão. Temeroso por uma recaída na segurança sul-americana, o holandês Ajax prometeu recusar sua vaga caso fosse campeão. E foi exatamente o que ocorreu após a final contra o grego Panathinaikos, vencida por 2 a 0. Durante meses a UEFA tentou convencer os irredutíveis holandeses a disputar o Mundial, sem sucesso. Enquanto isto, a Libertadores trocava de mãos. O Nacional do Uruguai conseguiu sua primeira conquista ao derrubar o Estudiantes em três jogos: derrota por 1 a 0 na ida, e vitórias por 1 a 0 e 2 a 0 na volta e no desempate.

A recusa do Ajax em enfrentar o Nacional gerou um impasse de seis meses. A UEFA insistia em ver seu campeão no Intercontinental, do outro lado, a Conmebol levantava a hipótese de apontar o time uruguaio como vencedor por W.O.. A divergência entre as entidades quase cancelou o Mundial. Até que, no fim de 1971, a UEFA indicou à disputa o vice Panathinaikos.

Assim, em 15 de dezembro, a grande Atenas recebia a ida mundialista. Cerca de 60 mil espectadores foram ao Estádio Karaiskakis e viram dois times com vontade de ganhar, o Panathinaikos pelo pragmatismo e o Nacional pela raça. Filakouris abriu o placar ao time grego aos três minutos do segundo tempo, mas Artime empatou em 1 a 1 ao time uruguaio aos cinco. Com mais qualidade, porém com o atacante Morales expulso, o Nacional não conseguiu a virada, somente uma leve vantagem.

A volta aconteceu às portas de 1972, no dia 28 de dezembro, em Montevidéu. O Centenario recebeu cerca de 63 mil torcedores, que não se decepcionaram com El Bolso. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Artime abriu o marcador. Depois, aos 29 do segundo tempo, ele novamente ampliou. Com total controle da partida, o Nacional fazia o tempo passar. Apenas aos 44 minutos da etapa final que o Panathinaikos chegou lá, com Filakouris. Antes do 2 a 1, o goleiro Manga garantia tranquilidade com suas defesas. E para alívio da organização, o Mundial estava temporariamente salvo com o título uruguaio, mas com o futuro ainda incerto.


Foto Arquivo/El País