Mostrando postagens com marcador Mundial. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mundial. Mostrar todas as postagens

Chelsea Campeão Mundial 2025

O maior projeto da FIFA desde a criação da Copa do Mundo de seleções está no ar. A Copa do Mundo de Clubes segue o mesmo molde de seu “irmão”, com 32 times na disputa a cada quatro anos. O torneio sucede todos os formatos anteriores e reconhecidos — tanto o de 1960 a 2004 quanto o de 2005 a 2023 — e corre em paralelo com a Copa Intercontinental, que existe desde 2024.

A ideia do novo Mundial de Clubes nasceu ao mesmo tempo que Gianni Infantino assumiu a presidência da FIFA, em 2016. Seu objetivo era substituir a Copa das Confederações por uma competição de clubes, seguindo a fórmula da Copa do Mundo (oito grupos com quatro equipes cada). A primeira edição estava marcada para 2021, na China, mas a pandemia de covid-19 adiou tudo para 2025, com nova sede: os Estados Unidos.

A divisão de vagas ficou assim: 12 times da UEFA, seis da Conmebol, quatro cada da Concacaf, AFC e CAF, um da OFC e um do país-sede. Quase todos os campeões continentais do ciclo 2021–2024 tiveram vaga garantida, independentemente do país, enquanto as demais foram preenchidas por ranking, sem ultrapassar o limite de dois times por nação. O único campeão excluído foi o mexicano León, pois pertence ao mesmo dono do Pachuca. O regulamento da FIFA proíbe equipes com o mesmo proprietário de disputarem a mesma competição. O Los Angeles entrou no lugar. O Brasil emplacou quatro representantes, todos vencedores da Libertadores: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo.

O primeiro campeão da Copa do Mundo de Clubes foi o Chelsea, classificado pelo título da Liga dos Campeões de 2021. No Grupo D, o clube inglês enfrentou Los Angeles, Flamengo e Espérance. Na estreia, venceu os estadunidenses por 2 a 0. Na segunda rodada, perdeu de virada para os brasileiros por 3 a 1. Na terceira partida, bateu os tunisianos por 3 a 0. Com seis pontos, terminou como vice-líder da chave, atrás do Flamengo.

Nas oitavas de final, o Chelsea derrotou o Benfica por 4 a 1, na prorrogação. Nas quartas, enfrentou o Palmeiras e venceu por 2 a 1, com um gol de Cole Palmer e outro contra. Na semifinal, passou pelo Fluminense com vitória por 2 a 0, gols de João Pedro, contratado dias antes, em sua segunda partida com a camisa dos blues.

Na final, o Chelsea encarou o Paris Saint-Germain, que havia eliminado Atlético de Madrid, Seattle Sounders, Inter Miami, Bayern de Munique e Real Madrid. A decisão ocorreu no Estádio MetLife, em Nova York. Mesmo sem ser favorito, o Chelsea resolveu a partida ainda no primeiro tempo, com dois gols de Palmer e um de João Pedro, vencendo por 3 a 0 e conquistando o bicampeonato.

A campanha do Chelsea:
7 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 17 gols marcados | 8 gols sofridos
 

Foto Seth Wenig/AP

Real Madrid Campeão Mundial 2024

Começou uma nova era nas competições mundiais de clubes. Na verdade, duas novas eras. A FIFA encerrou o torneio no formato entre 2005 e 2023 e criou dois novos campeonatos. O mais badalado é a Copa do Mundo de Clubes, com início em 2025, sediada primeiro nos Estados Unidos e com 32 times. O outro é a Copa Intercontinental, que resgatou o nome oficial do Mundial Interclubes clássico e, na prática, segue a linha do tempo dos antecessores. A taça, também, ficou quase igual a anterior.

O regulamento da Copa Intercontinental é semelhante ao do Mundial de Clubes. Uma diferença é que não há um país-sede fixo, e sim um campo neutro para as decisões. Seis campeões continentais entram em diversas fases. Na preliminar, o vencedor da Oceania enfrenta o campeão da Ásia ou da África (alternando a cada ano). Na segunda fase, o asiático ou africano joga contra o time que avançou da etapa anterior, enquanto na outra chave o campeão da América do Sul enfrenta o representante da Concacaf. A terceira fase reúne os vencedores desses confrontos, e quem passar vai à final contra o campeão europeu.

Na prática, o clube europeu ficou com um jogo a menos, pois já está na decisão, enquanto o sul-americano ganhou um jogo a mais, entrando antes da semifinal. Mas a grande novidade da Copa Intercontinental é que cada chave antes da final tem um nome próprio e sua própria taça: a Copa Ásia-África-Pacífico (segunda fase), o Dérbi das Américas (segunda fase) e a Copa Challenger (terceira fase).

Os participantes da Copa Intercontinental de 2024 foram: Auckland City, tradicional campeão da Oceania; Al Ain, vencedor da Ásia; Al Ahly, campeão africano novamente; Pachuca, que conquistou a Liga da Concacaf sobre o Columbus Crew; Botafogo, vencedor da Libertadores contra o Atlético-MG; e Real Madrid, campeão europeu ao bater o Borussia Dortmund.

O torneio começou com Al Ain enfrentando Auckland City. Em casa, nos Emirados Árabes, os campeões asiáticos golearam os neozelandeses por 6 a 2. Na fase seguinte, o Al Ahly venceu o Al Ain por 3 a 0 no Egito, conquistando a primeira taça do torneio. No Dérbi das Américas, disputado no Catar, no Estádio 974, o Pachuca venceu por 3 a 0 um Botafogo exausto após tantas viagens e finais de campeonatos em poucos dias. Na Copa Challenger, também no mesmo estádio, os mexicanos derrotaram os egípcios nos pênaltis por 5 a 4, após empate sem gols em 120 minutos.

Com dois troféus na bagagem, o Pachuca foi o adversário do Real Madrid na decisão da Copa Intercontinental. O jogo ocorreu no Estádio Nacional de Lusail, no Catar. Com tranquilidade, os espanhóis bateram os mexicanos por 3 a 0, conquistando o nono título mundial em sua história (considerando todos os formatos), com gols de Kylian Mbappé, Rodrygo e Vinícius Júnior.


Foto Ibraheem Al Omari/Reuters

Manchester City Campeão Mundial 2023

Se em 2022 faltou pouco para que o Mundial fosse o último de uma era, em 2023 não passou. O fim do formato criado em 2005 foi confirmado pela FIFA em meio à construção da nova competição, com início em 2025, 32 times e periodicidade quadrienal. Mas não foi apenas isso. Paralelamente, a entidade máxima do futebol anunciou, já a partir de 2024 e de forma anual, a Copa Intercontinental.

Não, você não leu errado. A FIFA criou um segundo campeonato de clubes com o mesmo nome da histórica competição que deu origem a tudo o que veio depois de 1960. O regulamento é simples, embora traga diferenças em relação ao que se viu desde 2005: o campeão europeu entra diretamente na decisão, contra o vencedor de um mata-mata entre Oceania, Ásia e África de um lado, e as Américas do outro. Outra novidade é a ausência de um país-sede fixo. Apenas as finais (do mata-mata e a grande decisão) acontecem em campo neutro.

Antes disso, tivemos o último Mundial de Clubes no formato clássico. Em 2023, a FIFA escolheu a Arábia Saudita como anfitriã. Foi nas areias do Oriente Médio que o Manchester City escreveu sua história pela primeira vez na competição, conquistando o título. Sob o comando de Pep Guardiola, o time inglês chegou ao torneio após conquistar a Liga dos Campeões, em final disputada contra a Internazionale.

O principal oponente europeu também estreou no Mundial. O Fluminense, representante do Brasil, venceu a Libertadores após derrotar o Boca Juniors na decisão. Os demais participantes foram: Al-Ahly, mais uma vez campeão africano; Urawa Red Diamonds, vencedor asiático; León, o mexicano que recolocou o país no posto de campeão da Concacaf; Auckland City, dono da vaga da Oceania; e Al-Ittihad, representante saudita.

Na primeira rodada, o Al-Ittihad superou o Auckland por 3 a 0. Nas quartas de final, o Urawa venceu o León por 1 a 0, enquanto o Al-Ahly eliminou o anfitrião ao ganhar por 3 a 1. Na primeira semifinal, o Fluminense derrotou o adversário egípcio por 2 a 0. Na segunda, o Manchester City fez 3 a 0 sobre os japoneses. Na disputa do terceiro lugar, o Al-Ahly venceu o Urawa por 4 a 2.

A decisão foi realizada em 22 de dezembro, após três edições consecutivas disputadas em fevereiro do ano seguinte. O palco foi o Estádio King Abdullah, em Jeddah. Não demorou mais do que 40 segundos para os citizens abrirem o placar contra o Fluminense, com gol de Julián Álvarez. Os demais saíram aos poucos: o brasileiro Nino marcou contra aos 27 minutos do primeiro tempo, Phil Foden ampliou aos 27 da segunda etapa, e Álvarez voltou a marcar aos 43.

A goleada por 4 a 0 e o título para o City escancararam ainda mais o abismo que se abriu entre o futebol da Europa e o da América do Sul. Com essa conquista, o Velho Continente chegou a 11 títulos consecutivos.


Foto Robbie Jay Barratt/AMA/Getty Images

Real Madrid Campeão Mundial 2022

Por muito pouco, o Mundial de Clubes de 2022 não foi o último de uma era. Dois anos após a pandemia de covid-19 suspender a ideia da competição quadrienal com 24 times, a FIFA retomou o projeto reformulado, agora previsto para 2025 e com 32 equipes. Ainda assim, o formato ficou com os dias contados.

As incertezas eram tantas que nem mesmo a entidade parecia ter clareza sobre o futuro do torneio. Prova disso é que a edição de 2022 foi organizada às pressas: o Marrocos foi confirmado como sede apenas dois meses antes do pontapé inicial, retornando ao papel de anfitrião após oito anos. A instabilidade também ficou evidente no desaparecimento de patrocinadores tradicionais, como a Coca-Cola, que sequer estampou sua marca na publicidade. Não houve logotipo exclusivo e, pela primeira vez, a disputa do quinto lugar foi abolida.

Apesar dos desencontros, a taça não perdeu brilho. O Real Madrid conquistou o oitavo título mundial após quatro anos de ausência, garantindo a vaga ao superar o Liverpool na final da Liga dos Campeões. A expectativa geral era por uma decisão contra o Flamengo, campeão da Libertadores diante do Athletico Paranaense, mas novamente o representante sul-americano caiu na semifinal.

O grande adversário dos espanhóis foi o Al-Hilal, da Arábia Saudita, escolhido pela confederação asiática, já que a liga continental ainda não havia terminado. Os outros participantes foram: Seattle Sounders, primeiro clube dos Estados Unidos a disputar o torneio pela Concacaf; Al-Ahly, tradicional equipe egípcia e vice-campeã africana; Auckland City, representante da Oceania; e Wydad Casablanca, campeão africano que também herdou a condição de anfitrião.

O torneio começou com vitória do Al-Ahly sobre o Auckland por 3 a 0. Nas quartas de final, o Wydad, empurrado pela torcida, acabou eliminado pelo Al-Hilal nos pênaltis (5 a 3), após empate por 1 a 1. Na outra partida, os egípcios venceram o Seattle Sounders por 1 a 0. Nas semifinais, o Flamengo caiu diante dos sauditas por 3 a 2, apesar dos dois gols de Pedro. Já o Real Madrid goleou o Al-Ahly por 4 a 1. Na disputa pelo terceiro lugar, os cariocas superaram os egípcios por 4 a 2.

A final entre Real Madrid e Al-Hilal foi disputada em 11 de fevereiro de 2023, no Estádio Prince Moulay Abdellah, em Rabat. E prevaleceu a lógica: com dois gols de Vinícius Júnior, dois de Federico Valverde e um de Karim Benzema, os merengues venceram por 5 a 3. Mesmo com a boa atuação dos sauditas, que marcaram três vezes, a decisão entrou para a história como uma das mais movimentadas e emocionantes da história do Mundial, com oito gols marcados.


Foto Chema Rey/Marca

Chelsea Campeão Mundial 2021

O mundo iniciou sua retomada em 2021. A pandemia de Covid-19 ainda persistia, mas a vacinação em escala global permitiu que muitos países reabrissem, aos poucos, suas atividades. Com o futebol não foi diferente. Se em 2020 quase todos os campeonatos foram disputados sem público ou com grandes limitações, na temporada seguinte o que se viu foi um afrouxamento das regras.

O Mundial de Clubes também sofreu com essas privações. A disputa anterior, realizada no Catar, contou com apenas 30% da ocupação dos estádios. A edição de 2021 estava prevista para acontecer no Japão, mas o país desistiu de sediar o torneio por não oferecer garantias sanitárias suficientes — lembrando que a Olimpíada de Tóquio foi realizada praticamente sem público. Com isso, a FIFA abriu um novo processo de escolha, e os Emirados Árabes Unidos receberam o Mundial pela quinta vez. Devido ao tempo curto até dezembro para organizar tudo, a competição foi novamente adiada para fevereiro de 2022.

Impulsionado pelo investimento do bilionário russo Roman Abramovich, o Chelsea alcançou outro patamar no futebol europeu e conquistou o bicampeonato da Liga dos Campeões ao vencer o Manchester City. Restava apenas o Mundial de Clubes para completar a galeria de títulos. Seu principal adversário foi o Palmeiras, bicampeão consecutivo da Libertadores após derrotar o Flamengo. Os demais participantes foram: Al-Ahly, campeão africano; Al-Hilal, vencedor asiático; Monterrey, campeão da Concacaf; Pirae, representante da Oceania; e Al-Jazira, anfitrião do torneio.

A disputa começou com a goleada dos donos da casa sobre o Pirae por 4 a 1. Nas quartas de final, o Al-Hilal venceu o Monterrey por 1 a 0, e o Al-Ahly goleou o Al-Jazira por 6 a 1. Na primeira semifinal, o Palmeiras vingou-se da eliminação nos pênaltis para os egípcios no ano anterior e venceu por 2 a 0. No dia seguinte, o Chelsea fez 1 a 0 sobre os sauditas. Nas disputas de colocação, o Monterrey terminou em quinto ao derrotar o Al-Jazira por 3 a 1, e o Al-Ahly garantiu o terceiro lugar ao golear o Al-Hilal por 4 a 0.

No dia 12 de fevereiro de 2022, Chelsea e Palmeiras se enfrentaram no Estádio Mohamed Bin Zayed, em Abu Dhabi. Mais de 32 mil torcedores compareceram. A partida foi equilibrada na maior parte do tempo, mas os ingleses aproveitaram melhor suas oportunidades e abriram o placar aos nove minutos do segundo tempo, com o belga Romelu Lukaku. Aos 19, o VAR detectou um toque de mão do zagueiro Thiago Silva, e Raphael Veiga empatou de pênalti para os brasileiros.

O jogo foi para a prorrogação, e a preparação física do Chelsea se sobressaiu. Aos 12 minutos do segundo tempo extra, o árbitro de vídeo apontou outro toque de mão, desta vez na área palmeirense, e o alemão Kai Havertz converteu a cobrança para garantir o 2 a 1. Comandado pelo técnico Thomas Tuchel, também alemão, o Chelsea conquistou o título que faltava e ampliou ainda mais o domínio europeu no Mundial de Clubes.


Foto Darren Walsh/Chelsea/Getty Images

Bayern de Munique Campeão Mundial 2020

O ano de 2020 foi maluco para todas as pessoas, em todos os setores, e para o futebol não foi diferente. Entre março e junho, tudo parou devido à pandemia de Covid-19. O calendário futebolístico ficou apertado, e a solução encontrada foi estender as finais das competições: as previstas para o meio do ano foram transferidas para o fim, e as do fim para o início de 2021. Foi exatamente o que aconteceu com o Mundial de Clubes.

Era necessário cumprir o contrato de duas edições do torneio no Catar. Assim, o Mundial foi realizado inteiramente em fevereiro, revivendo uma situação que havia ocorrido pela última vez em 1980 e 1981. Essa mudança não foi a única implicação do atraso: o novo Mundial planejado pela FIFA, em formato quadrienal com 24 clubes, foi adiado por tempo indeterminado.

Longe do torneio há sete anos, o Bayern de Munique voltou a brilhar fora da Alemanha, vencendo a Liga dos Campeões da Europa sobre o PSG. Com Robert Lewandowski eleito o melhor jogador do planeta, o clube bávaro enfrentou um adversário inédito em finais: o Tigres UANL, do México, campeão da Concacaf diante do Los Angeles FC. Os demais participantes foram: Palmeiras, campeão da Libertadores; Al-Ahly, representante africano; Ulsan Hyundai, campeão asiático; e Al-Duhail, vencedor da Stars League do Catar.

O único clube sem título que entrou na lista foi o Auckland City, que tinha a melhor campanha no momento em que a Liga dos Campeões da Oceania foi encerrada. Porém, a equipe abriu mão da vaga para não correr o risco de levar a Covid-19 de volta à Nova Zelândia, país que praticamente erradicou o vírus. Dessa forma, sua partida contra o Al-Duhail foi considerada W.O., resultando em vitória de 3 a 0 para os catarianos.

Nas quartas de final, o Tigres venceu o Ulsan por 2 a 1, enquanto o Al-Ahly derrotou o anfitrião por 1 a 0. Na semifinal, a expectativa em torno do Palmeiras desmoronou com a derrota por 1 a 0 para os mexicanos. Do outro lado, o Bayern bateu os egípcios por 2 a 0. Na disputa pelo quinto lugar, o Al-Duhail superou o Ulsan por 3 a 1. Já na briga pelo terceiro posto, o Palmeiras voltou a decepcionar: empatou sem gols contra o Al-Ahly e perdeu por 3 a 2 nos pênaltis.

A grande final foi disputada no dia 11 de fevereiro de 2021, no Education City Stadium, em Doha, com público reduzido em razão do distanciamento social. O Bayern dominou a maior parte da partida, mas o gol decisivo saiu apenas aos 14 minutos do segundo tempo, quando Benjamin Pavard aproveitou uma sobra após dividida de Lewandowski com o goleiro Nahuel Guzmán. O lance ainda foi revisado pelo VAR, mas confirmado, garantindo a vitória por 1 a 0 e o tetracampeonato mundial para o clube alemão.


Foto David Ramos/Getty Images

Liverpool Campeão Mundial 2019

O Mundial de Clubes de 2019 contou com uma nova mudança de sede, seguindo o padrão de duas edições por país. A escolha para o biênio até 2020 foi pelo Catar, em uma forma de utilização do torneio como evento-teste para a disputa da Copa do Mundo de 2022. Porém, os dias da competição já estavam contados, pois a partir de 2021 a FIFA prometia colocar em prática um novo formato de Mundial, com 24 clubes e disputado a cada quatro anos, um desejo antigo dos dirigentes desde os anos 50.

Por ora, tudo seguia na simplicidade. Pela quarta vez na história, o Liverpool conquistou vaga no Mundial após vencer a Liga dos Campeões pela sexta vez, derrotando o Tottenham na final. Os Reds nunca haviam dado sorte na competição, acumulando três vices e nenhum gol marcado. Porém, a maré estava prestes a mudar, junto com um acerto de contas com o passado. Seu grande adversário foi o Flamengo, bicampeão da Libertadores após 38 anos, em uma virada cinematográfica sobre o River Plate.

Buscando atrapalhar a revanche, os outros participantes foram: Monterrey, campeão da Concacaf; Al-Hilal, vencedor asiático; Espérance, campeão africano; Hienghène Sport, da Oceania; e Al-Sadd, representante do país-sede.

O Mundial começou com o time da casa enfrentando o amador Hienghène, da Nova Caledônia. O Al-Sadd venceu por 3 a 1, na prorrogação. Na sequência, o anfitrião foi derrotado por 3 a 2 pelo Monterrey, nas quartas de final. Na outra chave, um duelo árabe entre Al-Hilal e Espérance terminou com vitória do time asiático por 1 a 0. Na semifinal, o Flamengo estreou vencendo de virada o Al-Hilal por 3 a 1.

O Liverpool iniciou sua campanha em 18 de dezembro, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha. Contra o Monterrey, venceu por 2 a 1 em jogo duro, decidido apenas nos acréscimos, com gols de Naby Keita e Roberto Firmino. Na disputa pelo quinto lugar, o Espérance aplicou 6 a 2 no Al-Sadd. Já na luta pelo terceiro, o Monterrey empatou em 2 a 2 com o Al-Hilal e venceu nos pênaltis por 4 a 3.

Liverpool e Flamengo se reencontraram no Khalifa no dia 21, em uma final aguardadíssima. As duas equipes, novamente no topo de seus continentes, mostraram futebol de alto nível. Mas, ao contrário de 1981, não houve baile. A partida foi de muitas chances, principalmente para os ingleses, mas o gol não saiu no tempo normal. Foi na prorrogação que veio o desfecho histórico: aos nove minutos do primeiro tempo extra, Roberto Firmino recebeu passe de Sadio Mané, deixou Rodrigo Caio e Diego Alves para trás e tocou rasteiro para as redes. Vitória por 1 a 0 e o primeiro título mundial, enfim, para o Liverpool.


Foto David Ramos/FIFA/Getty Images

Real Madrid Campeão Mundial 2018

O ano mudou, mas os vencedores não. O Mundial de Clubes passou por 2018 com o mais amplo domínio do Real Madrid, que voltou à competição pela décima vez após conquistar sua 13ª Liga dos Campeões, batendo o Liverpool na final. Porém, entre o título europeu e o início do torneio da FIFA, o clube perdeu dois nomes importantíssimos para a sua história: o técnico Zinedine Zidane e o atacante Cristiano Ronaldo. Para o lugar do francês assumiu o argentino Santiago Solari. Já para a vaga do português, ninguém.

O representante sul-americano custou a ser definido. Apenas uma semana antes do Mundial, o River Plate conquistou o tetracampeonato da Libertadores sobre o rival Boca Juniors, em uma final histórica disputada em Madrid, já que a partida de volta em Nuñez foi cancelada por falta de segurança. Extenuado, o River acabou sucumbindo antes da decisão mundialista, eliminado pelo Al-Ain, campeão dos Emirados Árabes. Os demais times na disputa foram: Chivas Guadalajara, vencedor da Concacaf; Espérance, campeão africano; Kashima Antlers, campeão asiático; e Team Wellington, representante da Oceania.

O Mundial começou com emoção. Al-Ain e Team Wellington empataram em 3 a 3 e a equipe da casa avançou nos pênaltis por 4 a 3. Nas quartas de final, no Hazza bin Zayed Stadium, o Al-Ain derrubou o Espérance por 3 a 0. Na outra partida, entre Kashima e Chivas, os japoneses venceram por 3 a 2.

A semifinal reservou o grande choque do anfitrião contra o River Plate. Após empate em 2 a 2 no tempo normal, o Al-Ain avançou nos pênaltis por 5 a 4. Já no dia 19 de dezembro, no Zayed Sports City, o Real Madrid reencontrou o Kashima após dois anos. Desta vez, a vitória veio com mais facilidade: hat-trick de Gareth Bale e triunfo por 3 a 1 em 90 minutos. Nas disputas paralelas, o Espérance bateu o Chivas por 6 a 5 nos pênaltis, após empate em 1 a 1, e o River goleou o Kashima por 4 a 0 na decisão do terceiro lugar.

Em 22 de dezembro, Abu Dhabi recebeu a grande final entre Real Madrid e Al-Ain. Apesar da festa dos torcedores locais, era sabido que a missão de superar os espanhóis era quase impossível. Aos 13 minutos, Luka Modric abriu o placar. Aos 15 do segundo tempo, Marcos Llorente ampliou. Pouco depois, aos 34, o capitão Sergio Ramos fez o terceiro. O Al-Ain descontou aos 41 minutos com o japonês Tsukasa Shiotani, mas a goleada se confirmou nos acréscimos: Vinícius Júnior chutou cruzado e a bola desviou no egípcio Yahia Nader, que marcou contra.

Com o 4 a 1 no placar final, o Real Madrid se tornou o único clube a conquistar o Mundial em três edições consecutivas. O título também valeu como heptacampeonato, reforçando ainda mais sua hegemonia no ranking de clubes. Além disso, a conquista ampliou outra disputa: a de países campeões. Foi a 11ª taça da Espanha, ficando a apenas uma do Brasil.


Foto Andrew Boyers/Reuters

Real Madrid Campeão Mundial 2017

Na eterna discussão sobre se os torneios intercontinentais entre 1960 e 2004 possuíam validade ou não, a FIFA enfim cedeu na queda de braço e fez a correção histórica em outubro de 2017: a Copa Intercontinental também era considerada Mundial, independente de quem a organizou.

Os Emirados Árabes voltaram a receber a disputa do Mundial de Clubes naquele ano. No processo, o país concorreu com o Brasil e o Japão, que tentava emendar quatro edições seguidas, mas a FIFA optou pelo retorno ao território onde já havia sediado o torneio em 2009 e 2010. O lugar pouco importava para o Real Madrid, que conquistou seu 12º título da Liga dos Campeões, em decisão contra a Juventus, e garantiu sua nona participação no Mundial.

Ao lado dele, o Grêmio quebrava um jejum de 22 anos sem participar ao conquistar a Libertadores sobre o Lanús, chegando assim à sua terceira presença no torneio. As demais vagas foram distribuídas da seguinte forma: pela Ásia, o Urawa Red Diamonds; pela Concacaf, o Pachuca; pela África, o Wydad Casablanca; pela Oceania, o Auckland City; e pelo país-sede, o Al-Jazira.

A partida de abertura do Mundial foi entre Al-Jazira e Auckland City, com vitória do time local por 1 a 0. Nas quartas de final, o Pachuca eliminou o Wydad também por 1 a 0. E o Al-Jazira superou o Urawa, novamente pelo placar mínimo. A sequência de resultados magros continuou na semifinal, quando o Grêmio venceu o Pachuca na prorrogação.

A estreia do Real Madrid aconteceu no dia 13 de dezembro, contra o Al-Jazira. No Zayed Sports City, em Abu Dhabi, o time merengue sofreu e chegou a levar um susto quando Romarinho abriu o placar para o adversário. No segundo tempo, porém, Cristiano Ronaldo e Gareth Bale viraram para 2 a 1 e colocaram o Real em mais uma final. Nas disputas paralelas, o Urawa derrotou o Wydad por 3 a 2 e o Pachuca venceu o Al-Jazira por 4 a 1, ficando com o terceiro lugar.

Abu Dhabi recebeu a final do Mundial no dia 16 de dezembro. Enquanto o Real Madrid chegava com 11 jogadores de seleção entre os titulares, o Grêmio vinha embalado por ótimas atuações e pelo título sul-americano conquistado duas semanas antes. No entanto, os espanhóis dominaram os 90 minutos. Em uma partida de ataque contra defesa, os brasileiros quase não tiveram oportunidades, enquanto os madridistas esbarravam na dupla de zaga Pedro Geromel e Walter Kannemann.

Tanta insistência só deu resultado no segundo tempo, e foi na bola parada. Aos oito minutos, o Real conseguiu uma falta próxima à área gremista. Cristiano Ronaldo, em sua especialidade, abriu o placar chutando a bola no meio da barreira, que se abriu. Houve mais chances para ampliar o resultado, mas o 1 a 0 foi suficiente para que o Real Madrid alcançasse o hexa mundial.


Foto Hassan Ammar/AP

Real Madrid Campeão Mundial 2016

Dois fatos marcaram a organização do Mundial de Clubes em 2016. Até o momento, foi a última vez que o Japão recebeu o torneio, totalizando 33 edições desde a reformulação da Copa Intercontinental. A competição também foi a primeira da FIFA a contar com o recurso do árbitro de vídeo, o chamado VAR.

Só o que não foi novidade foi mais uma presença do Real Madrid. O time venceu pela 11ª vez a Liga dos Campeões — a segunda seguida sobre o rival Atlético de Madrid — e rumou para sua oitava participação no Mundial. Seu principal adversário veio da Colômbia: o Atlético Nacional, que foi bicampeão da Libertadores ao bater o Independiente del Valle na final e confirmou um retorno após 27 anos. Mas a final da "lógica" não iria acontecer pela terceira vez.

O Kashima Antlers, campeão japonês, foi o "intruso" da vez. Os demais participantes foram: América do México, campeão da Concacaf; Jeonbuk Motors, vencedor da Ásia; Mamelodi Sundowns, campeão da África; e Auckland City, pela oitava vez vencedor na Oceania.

A competição começou com o Kashima derrotando o Auckland por 2 a 1. Nas quartas de final, o clube japonês eliminou o Jeonbuk por 2 a 1. No outro confronto, o América fez 2 a 1 no Mamelodi. A primeira semifinal foi entre o Atlético Nacional e o Kashima, que venceu por um surpreendente e tranquilo 3 a 0. O Real Madrid estreou no dia 15 de dezembro, em Yokohama, contra o América, e venceu sem grandes dificuldades por 2 a 0. Os gols saíram nos acréscimos de cada tempo: primeiro com Karim Benzema, depois com Cristiano Ronaldo. No duelo pelo quinto lugar, o Jeonbuk goleou o Mamelodi por 4 a 1. E na disputa pela terceira posição, o Nacional venceu o América nos pênaltis por 4 a 3, após empate em 2 a 2 nos 120 minutos.

Depois de tanto tempo servindo apenas como palco do Mundial, enfim um time do Japão chegou à final. Kashima Antlers e Real Madrid se enfrentaram no dia 18, em Yokohama. Mas quem pensou que seria moleza para o time merengue se enganou. Benzema abriu o placar aos nove minutos do primeiro tempo, e depois o Real desperdiçou várias oportunidades. Os japoneses aproveitaram bem o pouco que criaram, empatando aos 44 com Gaku Shibasaki. E, aos sete do segundo tempo, ele virou a partida. Foram oito minutos de vantagem do Kashima, até que Cristiano Ronaldo empatou aos 15, de pênalti. Os espanhóis empilharam finalizações em busca da virada, mas nada mais aconteceu no tempo normal.

Só na prorrogação a situação ficou mais tranquila, já que o Kashima estava exausto pela maratona de quatro jogos em dez dias. Aos oito minutos, Cristiano fez o terceiro do Real. E aos 14, o atacante completou seu hat-trick e fechou o placar em 4 a 2. Com sufoco, o Real Madrid chegou ao pentacampeonato mundial, isolando-se como o maior vencedor do torneio.


Foto Kiyoshi Ota/PAP/EPA

Barcelona Campeão Mundial 2015

Nova mudança na sede marcou a passagem do Mundial de Clubes para 2015. Dois países entraram na disputa para suceder o Marrocos: Índia e Japão. O primeiro desistiu antes da votação, e os nipônicos ganharam pela terceira vez o direito de abrigar o torneio. Assim como aconteceu na primeira passagem, a segunda também contou com a força e a qualidade do Barcelona no topo.

Vários dos nomes que marcaram a história do clube em 2009 e 2011 já não estavam presentes, como Pep Guardiola e Xavi, que buscaram novos caminhos, além do capitão Carles Puyol, que se aposentou. Mas o legado permanecia forte, agora sob o comando de Luis Enrique e com Andrés Iniesta usando a braçadeira de capitão. Desde os 12 anos de idade no clube, o meia tornou-se o símbolo maior de uma era vitoriosa do futebol não só catalão, mas também espanhol. Lionel Messi também seguia no time, marcando gols em profusão, mas agora com o auxílio de Luis Suárez. O Barça chegou ao Mundial após conquistar o quinto título da Liga dos Campeões, superando a Juventus na final.

O principal oponente na tentativa de frear os catalães foi o River Plate, tricampeão da Libertadores ao vencer o Tigres UANL. As outras vagas ficaram com: América do México, campeão da Concacaf; Guangzhou, vencedor da Ásia; Mazembe, campeão africano; Auckland City, representante da Oceania; e Sanfrecce Hiroshima, campeão da J-League.

Na abertura do torneio, o Sanfrecce derrotou o Auckland por 2 a 0. Depois, venceu o Mazembe por 3 a 0, nas quartas de final. O Guangzhou eliminou o América por 2 a 1. Na disputa pelo quinto lugar, os mexicanos superaram os congoleses por 2 a 1. Na semifinal, o River entrou primeiro em campo, vencendo o Hiroshima por 1 a 0. A estreia blaugrana aconteceu em 17 de dezembro, em Yokohama, contra o Guangzhou. O Barcelona venceu com tranquilidade por 3 a 0, todos os gols marcados por Suárez. Antes da final, houve a disputa pelo terceiro lugar, e os japoneses superaram os chineses por 2 a 1.

No dia 20, Barcelona e River se enfrentaram em Yokohama na decisão. O time argentino entrou com esperança de surpreender, mas a partida rapidamente deixou de ser equilibrada. Aos 36 minutos do primeiro tempo, Messi abriu o placar, dando início a mais uma goleada catalã. Aos quatro minutos do segundo tempo, Suárez ampliou, e aos 23, voltou a marcar, fechando o 3 a 0. O resultado permaneceu até o apito final, confirmando a superioridade espanhola.

A conquista do tricampeonato mundial do Barcelona veio acompanhada de uma enxurrada de prêmios individuais. Suárez levou tanto a Bola quanto a Chuteira de Ouro. O uruguaio só não recebeu também o carro porque a Toyota já não patrocinava a competição. Messi ficou com a Bola de Prata, enquanto Iniesta faturou a de Bronze.


Foto Mike Hewitt/FIFA

Real Madrid Campeão Mundial 2014

O Mundial de Clubes de 2014 ficou marcado pelo retorno de um dos clubes mais tradicionais da história, além do início de uma hegemonia que duraria metade da década. Já tricampeão, o Real Madrid iniciaria uma série de cinco conquistas espanholas, sendo quatro obtidas pelo próprio mérito.

Os merengues chegaram pela sétima vez após conquistarem o décimo título na Liga dos Campeões, vencendo de virada o rival Atlético de Madrid na final. Seu principal adversário foi o San Lorenzo, campeão da Libertadores sobre o Nacional do Paraguai. A maior preocupação dos argentinos era não repetir os vexames sul-americanos de 2010 e 2013, mas o time do Papa Francisco não se mostrou páreo para o Real.

Ainda assim, o Mundial teve sua zebra: o Auckland City, que representou a Oceania pela sexta vez em dez torneios. Tamanha experiência fez com que o time da Nova Zelândia complicasse a vida de seus oponentes. Os outros participantes foram: Sydney Wanderers, campeão asiático; Sétif, campeão africano; Cruz Azul, vencedor da Concacaf; e Moghreb Tétouan, campeão marroquino e anfitrião.

A primeira surpresa do Auckland aconteceu na estreia, contra o Moghreb. Após empate sem gols, os neozelandeses venceram nos pênaltis por 4 a 3. Nas quartas de final, derrotaram o Sétif por 1 a 0. No outro confronto, o Cruz Azul bateu o Sydney por 3 a 1. Os grandes estrearam na semifinal: em 16 de dezembro, o Real Madrid goleou o Cruz Azul por 4 a 0 em Marrakech, com gols de Sergio Ramos, Karim Benzema, Gareth Bale e Isco. Na outra chave, o Auckland quase fez história novamente, mas caiu para o San Lorenzo na prorrogação, por 2 a 1.

Na disputa pelo quinto lugar, o Sétif venceu o Sydney por 5 a 4 nos pênaltis, após empate em 2 a 2. Já na briga pelo terceiro posto, o Auckland encerrou sua campanha memorável com mais uma vitória nos pênaltis: 4 a 2 sobre o Cruz Azul, depois de empate em 1 a 1.

A final, disputada em Marrakech no dia 20 de dezembro, não reservou surpresas. O Real Madrid, com autoridade, superou o San Lorenzo por 2 a 0. Aos 37 minutos do primeiro tempo, Sergio Ramos abriu o placar, garantindo também a Bola de Ouro da competição e um carro da Toyota como prêmio. No início da segunda etapa, Gareth Bale ampliou e fechou a vitória. Foi o quarto título mundial do clube espanhol.

Embora não tenha marcado gols no torneio, Cristiano Ronaldo teve papel importante, distribuindo duas assistências. Foi o segundo título mundial do português, o primeiro de três conquistados pelo Real Madrid.


Foto Javier Soriano/AFP/Getty Images

Bayern de Munique Campeão Mundial 2013

Depois de mais duas edições do Mundial no Japão, era hora de trocar mais uma vez a sede. Quatro países candidataram-se para o biênio 2013/2014: África do Sul, Emirados Árabes, Irã e Marrocos. A decisão foi tomada ainda em 2011, e coube aos marroquinos receberem a competição, na primeira incursão fora da Ásia desde 1979 e a primeira na África.

E foi do próprio Marrocos que surgiu a segunda zebra na história do torneio. Clube mais popular do país, o Raja Casablanca venceu a liga local (chamada Botola Pro), garantindo a vaga como anfitrião. Seu caminho ficaria cruzado para sempre com o do Atlético Mineiro, que conquistou pela primeira vez a Libertadores, em final contra o Olimpia e sob o talento de Ronaldinho.

O terceiro elemento presente no enredo principal foi o Bayern de Munique, campeão pela quinta vez da Liga dos Campeões ao bater o rival Borussia Dortmund. As outras quatro vagas ficaram com: Guangzhou Evergrande, campeão asiático; Al-Ahly, vencedor africano; Monterrey, campeão da Concacaf; e Auckland City, campeão da Oceania.

A escalada do Raja começou na abertura do Mundial, com vitória por 2 a 1 sobre o Auckland. Nas quartas de final, foi a vez de derrubar o Monterrey também por 2 a 1, mas na prorrogação. No outro confronto, o Guangzhou venceu o Al-Ahly por 2 a 0. O grande momento do torneio veio na semifinal: Raja e Atlético se enfrentaram no dia 18 de dezembro, em Marrakech. Com uma atuação soberba, os donos da casa aplicaram 3 a 1 nos brasileiros, que protagonizaram a segunda queda sul-americana antes da final.

Um dia antes, em Agadir, o Bayern fez seu papel e eliminou o Guangzhou por 3 a 0, gols de Franck Ribéry, Mario Mandžukić e Mario Götze. O Mundial seguiu com a definição de posições. Na disputa do quinto lugar, o Monterrey goleou o Al-Ahly por 5 a 1. Na partida pela terceira posição, o Atlético Mineiro ficou com o consolo de vencer o Guangzhou por 3 a 2.

No dia 21, o Estádio Municipal de Marrakech recebeu a decisão entre Bayern de Munique e Raja Casablanca. O clube alemão trazia consigo a base da seleção que seria tetracampeã da Copa do Mundo no ano seguinte, além de Pep Guardiola como técnico e outros selecionáveis espalhados pelo planeta. Já o time marroquino chegava extenuado diante da maratona de quatro jogos em dez dias. Não deu outra, e a zebra parou. Logo aos sete minutos do primeiro tempo, o volante brasileiro Dante abriu o placar. E aos 22, o espanhol naturalizado Thiago Alcântara marcou 2 a 0, acabando cedo com o sonho da torcida do Raja e definindo o tricampeonato mundial do Bayern.


Foto Lars Baron/Bongarts/Getty Images

Corinthians Campeão Mundial 2012

O mundo não acabou em 2012, mas ficou diferente depois. O Mundial de Clubes daquele ano foi simbólico por dois motivos. O primeiro é que foi a última vez que um time da América do Sul conquistou o título. O segundo pôde ser visto nas arquibancadas: cerca de 30 mil torcedores do Corinthians deslocaram-se até o Japão para ver o time ser campeão pela segunda vez na história.

Antes disso, o Timão, sob o comando de Tite, precisou vencer a Libertadores pela primeira vez, derrotando o Boca Juniors na decisão. Pela Europa, também houve novidade: o Chelsea foi campeão da Liga dos Campeões pela primeira vez, em uma conquista surpreendente, superando o Bayern de Munique nos pênaltis da final.

O representante local no torneio foi o Sanfrecce Hiroshima, campeão japonês. Pelos outros continentes, os desafiantes foram: o Ulsan Hyundai, vencedor asiático; o Monterrey, bicampeão da Concacaf; o Al-Ahly, em sua quarta presença, campeão africano; e o Auckland City, também em sua quarta participação, campeão da Oceania.

O início do Mundial foi, como sempre, entre o anfitrião e o time da Oceania. O Sanfrecce derrotou o Auckland por 1 a 0. A aventura dos donos da casa acabou nas quartas de final, ao perder por 2 a 1 para o Al-Ahly. Na outra chave, o Monterrey venceu o Ulsan por 3 a 1.

A invasão corintiana começou no dia 12 de dezembro, no Estádio Toyota, na cidade de mesmo nome. O clube alvinegro enfrentou o Al-Ahly diante de mais de 10 mil fiéis torcedores. Os egípcios não resistiram muito tempo, e o Corinthians venceu por 1 a 0, gol do peruano Paolo Guerrero. Um lado da final já estava definido. O outro foi decidido no dia seguinte, quando o Chelsea aplicou 3 a 1 no Monterrey, garantindo a “final dos sonhos”. Antes disso, porém, foram definidos o quinto e o terceiro lugares. Primeiro, o Sanfrecce derrotou o Ulsan por 3 a 2. Depois, o Monterrey fez 2 a 0 no Al-Ahly.

No dia 16, quase metade dos 68 mil presentes no Estádio Internacional de Yokohama eram do “bando de loucos”. O estádio virou uma versão oriental do Pacaembu. Porém, não seria fácil passar pelo Chelsea. O time inglês criou várias oportunidades, todas paradas pelo goleiro Cássio e pelos zagueiros Chicão e Paulo André. O Corinthians teve menos chances, mas levava perigo semelhante aos ingleses.

A explosão alvinegra aconteceu no segundo tempo. Aos 24 minutos, Paulinho entrou na área adversária e deixou para Danilo, que chutou em cima do zagueiro. A bola subiu e sobrou para Guerrero, que, de cabeça, fez o gol mais importante da história do Corinthians. Depois do 1 a 0, Cássio ficou ainda mais gigante e garantiu o título mundial do Timão com defesas memoráveis. Depois, a festa atravessou o Oceano Pacífico.


Foto Toshifumi Kitamura/AFP

Barcelona Campeão Mundial 2011

O Mundial de Clubes entrou em 2011 com um novo velho país-sede. A competição retornou ao Japão, que venceu a disputa para o biênio até 2012. E o torneio chegava à velha casa com uma nova perspectiva, já que todos perceberam, um ano antes, que era possível, sim, haver um finalista de fora da Europa ou da América do Sul.

O alerta ficou redobrado, principalmente para o lado sul-americano. O Santos recebeu a missão de apagar a imagem ruim que a Conmebol deixara no torneio de 2010. Sobre o Peñarol, o Peixe venceu a Libertadores pela terceira vez e voltou ao Mundial após 48 anos. Pela UEFA, o Barcelona derrotou novamente o Manchester United na decisão e sagrou-se tetracampeão da Liga dos Campeões.

Havia atenção especial também para as potenciais zebras. Do país-sede, o Kashiwa Reysol foi campeão da J-League; pela Concacaf, o Monterrey garantiu sua primeira presença; pela África, o Espérance Tunis representava o continente; pela Ásia, o Al-Sadd, outro estreante; e pela Oceania, o Auckland City chegava à sua terceira participação.

Sem Tóquio no roteiro, o Mundial começou com o Kashiwa eliminando o Auckland por 2 a 0. Nas quartas de final, os japoneses superaram o Monterrey após empate em 1 a 1 no tempo normal e vitória por 4 a 3 nos pênaltis. Já o Al-Sadd venceu o Espérance por 2 a 1.

A expectativa nas semifinais foi grande. Mas o Santos não deixou dúvidas: venceu o Kashiwa por 3 a 1, gols de Neymar, Borges e Danilo. O cenário estava desenhado para a final dos sonhos. No dia 15 de dezembro, em Yokohama, o Barcelona goleou o Al-Sadd por 4 a 0, com brilho dos coadjuvantes: Adriano (duas vezes), Seydou Keita e Maxwell marcaram sobre o clube do Catar. Na disputa do quinto lugar, o Monterrey derrotou o Espérance; e no duelo do terceiro, o Al-Sadd venceu o Kashiwa nos pênaltis.

A final mundialista aconteceu no dia 18, em Yokohama. Todos pararam para ver o encontro entre Lionel Messi e Neymar, mas a promessa ficou apenas nisso. Em campo, o argentino sobrou ao lado dos companheiros. O Barcelona abriu o placar aos 17 minutos do primeiro tempo com Messi, e o Santos ficou encurralado. Aos 24, Xavi ampliou, e aos 45, Cesc Fàbregas fez o terceiro. Com a enorme vantagem ainda na etapa inicial, o Barça dedicou-se a administrar o jogo no segundo tempo.

O time brasileiro até criou algumas chances para descontar, mas esteve longe de reagir. Aos 37 minutos, Messi marcou um golaço, driblando o goleiro Rafael Cabral, e completou o passeio catalão. A goleada por 4 a 0 e o bicampeonato mundial foram a cereja do bolo para Pep Guardiola, em sua última temporada como técnico blaugrana, no auge de uma equipe que venceu tudo o que disputou.


Foto Toshifumi Kitamura/AFP

Internazionale Campeã Mundial 2010

Os Emirados Árabes foram muito bem na organização de seu segundo Mundial de Clubes. Para a segunda edição, pouca gente ainda sentia falta do Japão. Mas o que quase ninguém poderia imaginar é que, pela primeira vez em 50 anos, a decisão não seria entre Europa e América do Sul.

Na Liga dos Campeões, a Internazionale quebrou 45 anos de fila ao derrotar o Bayern de Munique na final e se tornar tricampeã europeia. O clube milanista chegaria naturalmente ao Oriente Médio para enfrentar o campeão da Libertadores na decisão, o Internacional, que havia sido bicampeão ao superar o Chivas Guadalajara.

O encontro dos “xarás” não aconteceria. Enquanto isso, confirmavam-se os outros participantes: Al-Wahda, pelo campeonato local; Pachuca, pela Concacaf; Seongnam Ilhwa, pela Ásia; e Hekari United, pela Oceania. Mas faltava um protagonista, responsável pela primeira grande zebra em Mundiais: o Mazembe, da República Democrática do Congo, tetracampeão da Liga dos Campeões da África após derrotar o Espérance Tunis por 5 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.

A competição começou com Al-Wahda e Hekari, e os donos da casa não tiveram problemas para fazer 3 a 0 no clube da Papua-Nova Guiné. Nas quartas de final, os sul-coreanos do Seongnam fizeram 4 a 1 no anfitrião, e o Mazembe aprontou pela primeira vez ao ganhar por 1 a 0 do Pachuca.

A história do Mundial aconteceu na semifinal. O Internacional era amplo favorito contra os congoleses, mas Patou Kabangu e Alain Kaluyituka acabaram com a lógica no segundo tempo, fazendo 2 a 0 nos brasileiros. Na outra semi, em 15 de dezembro, a Internazionale enfrentou o Seongnam e venceu por 3 a 0, com gols de Dejan Stankovic, Javier Zanetti e Diego Milito. Aos colorados restou o terceiro lugar, com vitória por 4 a 2 sobre os sul-coreanos. A quinta posição ficou com o Pachuca, que bateu o Al-Wahda nos pênaltis.

Mazembe e Internazionale se enfrentaram na final, em 18 de dezembro, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Os africanos arriscaram 16 chutes contra 9 da Inter, mas o placar mudou rapidamente: aos 13 minutos, Goran Pandev abriu o placar; aos 17, Samuel Eto’o ampliou; e aos 40 do segundo tempo, o reserva Jonathan Biabiany fechou em 3 a 0. No fim das contas, foi um tricampeonato mundial facilitado pelas circunstâncias. Mas a grande curiosidade da decisão estava na própria equipe milanista: nenhum italiano pisou no gramado durante o jogo. Ou melhor, teve um, o brasileiro naturalizado Thiago Motta.


Foto Matteo Gribaudi/Image Sport

Barcelona Campeão Mundial 2009

Após quatro edições bem-sucedidas do Mundial de Clubes no Japão, a FIFA fez a roda girar a partir de 2009. Assim como acontece na Copa do Mundo, o torneio passou a ter sedes diferenciadas a cada dois anos. No primeiro processo eleitoral, ainda em 2008, Austrália, Japão, Portugal e Emirados Árabes entraram na disputa, vencida pelo país do Oriente Médio.

O Mundial trocou a casa pela arábia. A primeira competição no mundo árabe foi uma das mais emocionantes desta nova era. O Barcelona representou a Europa pela terceira vez, depois de conquistar a tríplice coroa da Liga dos Campeões em final contra o Manchester United. Pela América do Sul, o Estudiantes encerrou um hiato de 41 anos, foi tetra da Libertadores sobre o Cruzeiro e confirmou presença.

Das outras confederações, apareceram: o mexicano Atlante (Concacaf), o sul-coreano Pohang Steelers (Ásia), o congolês Mazembe (África) e o Auckland City (Oceania). Do anfitrião, o Al-Ahli, de Dubai, venceu a liga local e fechou a sétima vaga.

Al-Ahli e Auckland fizeram a abertura do Mundial, com vitória dos neo-zelandeses por 2 a 0. Nas quartas de final, o Pohang, de virada, venceu o Mazembe por 2 a 1, e o Atlante aplicou 3 a 0 no Auckland. Na semifinal, o Estudiantes entrou em campo primeiro e derrotou o Pohang por 2 a 1.

A estreia do Barcelona ocorreu em 16 de dezembro, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Contra o Atlante, o clube catalão saiu perdendo, mas Sergio Busquets, Lionel Messi e Pedro viraram para 3 a 1, confirmando a final lógica. Na disputa do quinto lugar, o Auckland venceu o Mazembe, e pelo terceiro lugar, o Pohang eliminou o Atlante nos pênaltis.

Com um ano e meio no comando, Pep Guardiola montou um verdadeiro esquadrão baseado no toque de bola e na genialidade de Andrés Iniesta, Xavi e Messi, que seria eleito melhor do mundo pela primeira vez em 2009. No entanto, Iniesta não pôde participar da decisão, pois se lesionou na semifinal. Barcelona e Estudiantes se enfrentaram em 19 de dezembro, no Zayed Sports City.

Um susto quase mudou tudo: aos 37 minutos do primeiro tempo, Mauro Boselli abriu o placar para os argentinos. Apesar do domínio do Barcelona, o empate só veio aos 44 do segundo tempo, com Pedro. Na prorrogação, Messi marcou de cabeça aos cinco minutos do segundo tempo, garantindo a virada e o 2 a 1 final. A conquista fez justiça em campo e na história, dando ao Barça o título que faltava e simbolizando a luta e resistência da Catalunha.


Foto Hassan Ammar/AP

Manchester United Campeão Mundial 2008

Firme e forte, o novo Mundial de Clubes seguiu para 2008 sem alterações em relação à temporada anterior. Embora muita gente não concordasse com a inclusão de um representante do país-sede, a FIFA manteve a vaga na quarta edição seguida organizada por ela.

Os principais participantes estavam em patamares bem diferentes. Pelo lado europeu, o Manchester United chegou com o peso do tricampeonato na Liga dos Campeões, conquistado sobre o rival Chelsea nos pênaltis. Com 22 anos à frente do clube, Alex Ferguson tinha entre seus titulares um atacante português que começava a entrar em um longo auge: Cristiano Ronaldo, que em 2008 conquistaria seu primeiro prêmio de melhor jogador do mundo. Do lado sul-americano, uma surpresa: a LDU Quito venceu sua primeira Libertadores. Sem ser favorita, levou o Equador ao primeiro título continental ao derrotar o Fluminense, também nos pênaltis.

Pelas demais confederações, entraram: Pachuca (Concacaf), Gamba Osaka (Ásia), Al-Ahly (África) e Waitakere United (Oceania). Mais uma vez, um clube japonês levou o título asiático, e a vaga do país-sede ficou com o vice continental, o australiano Adelaide United.

O Mundial começou com o confronto entre os times do Pacífico Sul, e o Adelaide venceu o Waitakere por 2 a 1. Nas quartas de final, o Pachuca eliminou o Al-Ahly por 4 a 2, na prorrogação. Na outra chave, o Gamba Osaka derrotou novamente o Adelaide, por 1 a 0.

Chegando à semifinal, a LDU Quito não teve problemas para vencer o Pachuca por 2 a 0. Depois, no dia 18 de dezembro, o Manchester United enfrentou o Gamba Osaka em Yokohama. No primeiro tempo, dois gols: Nemanja Vidic e Cristiano Ronaldo. Os Red Devils deslancharam no segundo tempo com mais três gols — outro de Ronaldo, um de Wayne Rooney e um de Darren Fletcher. O Gamba ainda marcou três vezes, mas a partida terminou 5 a 3 para os ingleses. Antes da decisão, o Adelaide conquistou o quinto lugar ao derrotar o Al-Ahly por 1 a 0, e o Gamba ficou em terceiro ao vencer o Pachuca pelo mesmo placar.

Manchester United e LDU Quito se enfrentaram no dia 21, em Yokohama. O favoritismo europeu era evidente, enquanto os equatorianos apostavam na tradicional raça sul-americana. O United dominou a primeira etapa, mas o gol não saiu. No segundo tempo, a LDU buscou o empate, mas a presença dos craques pesou a favor dos ingleses. Aos 28 minutos, Cristiano Ronaldo recebeu passe na entrada da área e tocou para Rooney, que chutou colocado no canto esquerdo do goleiro José Cevallos, marcando o único gol da partida. Manchester United bicampeão mundial, em final mais complicada do que se imaginava.


Foto Tadayuki Yoshikawa/AFP

Milan Campeão Mundial 2007

Grandes times merecem grande espaço na história. Um deles, sem dúvida, é o Milan dos anos 90 e 2000, que emendou, praticamente em sequência, quase 20 anos de conquistas e ótimas campanhas. A última cartada importante do Rossonero no futebol aconteceu em 2007, em mais uma edição do Mundial de Clubes, consolidando-o como maior campeão de todos até aquele momento.

Os italianos chegaram ao Japão depois de conquistar o hepta na Liga dos Campeões, em revanche contra o Liverpool na final. O Mundial reservava outra “vendetta” para os milanistas: o Boca Juniors — com Juan Riquelme em estado de graça — conquistou o hexa na Libertadores em decisão sobre o Grêmio, trazendo a possibilidade de repetir o encontro de 2003.

Mas agora seria preciso aguardar os outros continentes. A FIFA fez uma pequena expansão na competição, adicionando um representante do país-sede. Geralmente, esse time é o campeão local, mas como o vencedor da Ásia foi o Urawa Red Diamonds, a vaga local foi herdada pelo iraniano Sepahan. Os demais classificados foram: o mexicano Pachuca, pela Concacaf; o tunisiano Étoile du Sahel, pela África; e o neozelandês Waitakere United, pela Oceania.

O Mundial de Clubes passou a começar com uma preliminar entre o “local” e o time oceânico, e o Sepahan eliminou o Waitakere por 3 a 1. Nas quartas de final, o Urawa venceu por 3 a 1 o time iraniano, e o Étoile derrotou o Pachuca por 1 a 0.

Os gigantes entraram na semifinal. O Boca Juniors enfrentou o clube da Tunísia e avançou com um simples 1 a 0. O Milan deu início à sua jornada no dia 13 de dezembro, em Yokohama, contra o Urawa. Uma situação pouco comum em Mundiais: uma equipe atuando como visitante. Os italianos tiveram que encarar mais de 67 mil torcedores, embora muitos japoneses torcessem pelo próprio Rossonero. A partida foi difícil, mas o Milan venceu por 1 a 0, gol de Clarence Seedorf.

Argentinos e italianos repetiram a final de quatro anos antes, no dia 16, também em Yokohama. O Boca já não tinha mais Riquelme, contando apenas com Martín Palermo. O favorito óbvio era o Milan, com Seedorf, o futuro Bola de Ouro Kaká, Andrea Pirlo, Filippo Inzaghi e o quase santificado Paolo Maldini. Os times começaram o jogo intensamente, com Inzaghi abrindo o placar aos 21 minutos do primeiro tempo, e Rodrigo Palacio empatando já aos 22.

No segundo tempo, o Milan passeou. Alessandro Nesta (aos cinco minutos), Kaká (aos 16) e Inzaghi (aos 26) marcaram, confirmando o tetra mundial ao time italiano. Pablo Ledesma descontou para 4 a 2 aos 40, mas já era tarde.


Foto Junko Kimura/Getty Images

Internacional Campeão Mundial 2006

A reunião de todas as confederações na busca pelo título mundial de clubes foi bem recebida pelos torcedores. Mas nem toda fórmula é perfeita. A FIFA não considerou a história entre 1960 e 2004 por pura birra. A Copa Intercontinental nunca foi organizada por ela, portanto todos os seus campeões acabaram “renegados”. A questão é lógica: o Mundial de Clubes só avançou depois que a entidade se juntou ao que já dava certo; os acontecimentos de um sucedem os do outro — futebol não é geografia.

O Mundial de 2006 ficou marcado pelo encontro de dois extremos na decisão. Pela América do Sul, o Internacional — com pragmatismo e um conjunto forte — conquistou o primeiro título da Libertadores ao derrotar o São Paulo. Pela Europa, o Barcelona — com um futebol de arte e estrelas de peso — conseguiu sua segunda Liga dos Campeões ao vencer o Arsenal.

Entre os dois clubes, completaram o Mundial: o mexicano América, pela América do Norte e Central; o egípcio Al-Ahly, pela África; o sul-coreano Jeonbuk Motors, pela Ásia; e o neozelandês Auckland City, pela Oceania.

Todos os olhos do planeta estavam voltados para o time catalão, amplo favorito e liderado por Ronaldinho, ainda no auge. O Inter, o primeiro rival da carreira do jogador, chegou ao Japão com um trabalho sério e silencioso, comandado por Abel Braga e capitaneado por Fernandão. A promessa era, no mínimo, tornar a final entre as equipes competitiva.

No início do torneio, o Al-Ahly derrotou o Auckland por 2 a 0, e o América eliminou o Jeonbuk por 1 a 0. O time africano foi o adversário do Colorado na semifinal, no dia 13 de dezembro, em Tóquio. Com bom futebol, os gaúchos venceram por 2 a 1, gols de Alexandre Pato e Luiz Adriano. Na outra semifinal, o Barcelona não tomou conhecimento dos mexicanos e aplicou 4 a 0, aumentando ainda mais o favoritismo europeu.

A decisão do Mundial aconteceu em 17 de dezembro, em Yokohama. O ritmo da partida seguiu o esperado: o Barcelona atacando e o Internacional explorando os contra-ataques. Mas o time espanhol desperdiçou inúmeras chances, o que abriu espaço para o sonho brasileiro. O momento decisivo ocorreu aos 31 minutos do segundo tempo, quando Fernandão deu lugar ao rejeitado Adriano Gabiru.

Coisas do destino: aos 36 minutos, Iarley recebeu lançamento, venceu dividida com Carles Puyol e tocou para Gabiru, que entrou livre na área e bateu na saída do goleiro Víctor Valdés. Depois do gol, Clemer apareceu com grandes defesas e garantiu o 1 a 0, surpreendendo o mundo e pintando-o de vermelho.


Foto Daniel Boucinha/Internacional