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Peru Campeão da Copa América 1975

Sem explicação, o Campeonato Sul-Americano foi deixado de lado depois de 1967. Na mesma época, a Libertadores começou um processo de expansão no regulamento. A Conmebol nunca respondeu se uma coisa tem relação com a outra, mas o fato é que foram oito anos sem um torneio de seleções.

Foi somente em 1975 que a entidade voltou a organizar uma competição, com novo nome. O Campeonato Sul-Americano virou Copa América, com uma organização completamente diferente. Se antes as equipes ficavam em sede única com partidas em pontos corridos, a partir de então elas ficaram divididas em três grupos, com os líderes avançando à semifinal, lugar onde o campeão vigente já entrava diretamente. Não havia mais sede fixa, com os jogos ocorrendo em ida e volta.

O primeiro campeão da nova Copa América foi o Peru, seleção que estava no auge de sua melhor geração, que havia chegado longe nas Copas do Mundo de 1970 e 1978. "La Blanquirroja" ficou no grupo B, com Chile e Bolívia. A estreia peruana foi em Santiago, com empate por 1 a 1 com os chilenos. Ainda fora de casa, em Oruro, foi a vez de derrotar por 1 a 0 os bolivianos. No returno, em Lima, o Peru foi soberano e fez duas vezes 3 a 1, tanto na Bolívia quanto no Chile, garantindo a classificação com sete pontos, contra três dos chilenos e dois dos bolivianos.

Na semifinal, o adversário peruano foi o Brasil. A partida de ida, em Belo Horizonte, certamente é uma das mais lembradas da história da Blanquirroja: vitória por 3 a 1, gols marcados Enrique Casaretto (dois) e Teófilo Cubillas. A volta aconteceu em Lima, mas, apesar da grande vantagem, o Peru perdeu por 2 a 0. Não havia disputa de pênaltis nem jogo extra previstos no regulamento da fase. No lugar, a Conmebol definiu o classificado à final em um cara ou coroa. Na moeda, a sorte sorriu aos peruanos.

A decisão foi disputada contra a Colômbia, que na primeira fase passou por Paraguai e Equador, e na semifinal bateu o Uruguai. A primeira partida aconteceu no El Campín, em Bogotá, e o Peru saiu derrotado por 1 a 0. O segundo jogo foi realizado no Estádio Nacional de Lima, e o time peruano reverteu a situação fazendo 2 a 0, gols de Juan Carlos Oblitas e Oswaldo Ramírez.

Como a bizarrice do sorteio para definição só valia para a semi, a Conmebol marcou uma partida de desempate na Venezuela para definir o campeão. No Estádio Olímpico da La UCV, em Caracas, o Peru voltou a vencer, por 1 a 0, gol de Hugo Sotil. Foi o bicampeonato de La Blanquirroja, que já havia erguido a taça em 1939.

A campanha do Peru:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 14 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/FPF

Dínamo Kiev Campeão da Recopa Europeia 1975

A Recopa Europeia seguiu em alta no Leste Europeu em 1975. Uma temporada depois de o título ter ficado na Alemanha Oriental, foi a vez da União Soviética faturar a taça pela primeira vez. A missão coube ao Dínamo Kiev, com o chamado "futebol científico" praticado pelo técnico Valeriy Lobanovskyi.

Atualmente representado a Ucrânia, o Dínamo Kiev foi um dos clubes mais vencedores da União Soviética. Em 1973, os "bilo-syni" (alviazuis) foram vices da Copa Soviética, mas como o campeão Ararat Yerevan também faturou a liga nacional e foi à Liga dos Campeões, o time herdou a vaga na Recopa. Na primeira fase, eliminaram o CSKA Sofia com vitórias por 1 a 0, em Kiev e na Bulgária.

Nas oitavas de final, o Dínamo enfrentou o Eintracht Frankfurt. A primeira partida aconteceu na Alemanha, no Waldstadion, mas os soviéticos não se intimidaram e venceram por 3 a 2, de virada. O segundo jogo foi no Estádio Central de Kiev (atualmente Estádio Olímpico), e novo triunfo por 2 a 1 colocou os soviéticos nas quartas.

A próxima parada azul foi na Turquia, contra o Bursaspor. A campanha do Dínamo seguiu arrasadora com a vitória por 1 a 0 na ida fora, gol marcado por Volodymyr Onyshchenko. A volta foi disputada em Kiev, e os soviéticos voltaram a vencer, por 2 a 0, gols de Viktor Kolotov e Volodymyr Muntyan.

Na semifinal, o adversário foi o PSV Eindhoven. O primeiro jogo foi no Central de Kiev, para 100 mil torcedores. Kolotov, Onyshchenko e Oleg Blokhin anotaram os gols de um dos maiores triunfos da história do Dínamo, por 3 a 0. A segunda partida foi na Holanda. A grande vantagem permitiu ao Dínamo perder por 2 a 1 no Estádio Philips, o que impediu o título com 100% de aproiveitamento.

Na final, o Dínamo Kiev encarou o Ferencváros, que superou Cardiff City, Liverpool, Malmö e Estrela Vermelha. A partida aconteceu na Suíça, no Estádio St. Kakob, na Basileia. Sem dar chances aos húngaros, os soviéticos venceram por 3 a 0, com dois gols de Onyshchenko e um de Blokhin.

A campanha do Dínamo Kiev:
9 jogos | 8 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 17 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo Photopress/Keystone/Bridgeman Images

Borussia Mönchengladbach Campeão da Liga Europa 1975

Na Copa da UEFA de 1975, chegou a vez de se ver a Alemanha no topo. O Borussia Mönchengladbach escreveu um capítulo histórico em sua trajetória ao conquistar seu título internacional. A campanha do clube foi marcada por um desempenho excepcional, puxado pela atuação de jogadores que faziam parte da base da seleção alemã recém-campeã da Copa do Mundo.

O M'gladbach iniciou sua jornada na competição na primeira fase, enfrentando o Wacker Innsbruck, da Áustria. Apesar da derrota por 2 a 1 na ida fora, os alemães conseguiram avançar para a próxima fase com um placar de 3 a 0 na volta em casa. Na fase seguinte, o time teve pela frente o Lyon. O primeiro jogo, na Alemanha, foi bastante disputado, com vitória do Borussia por 1 a 0. Já o segundo, na França, foi um passeio com a goleada por 5 a 2.

Nas oitavas de final, o adversário do Borussia foi o Zaragoza. Nesta fase, os alemães mostraram grande determinação e eliminaram os espanhóis com ao golearem por 5 a 0 na ida em casa, e fazerem mais 4 a 2 na volta fora. Nas quartas, o M'gladbach foi desafiado pelo Baník Ostrava, da Tchecoslováquia. O primeiro jogo terminou com vitória alemã por 1 a 0 fora. A classificação entre os quatro melhores da Copa da UEFA foi confirmada em casa, com outro triunfo por 3 a 1.
 
Na semifinal, o Borussia Mönchengladbach enfrentou o Colônia, em um confronto caseiro. Rivalidades à parte, "die fohlen" se mostraram superiores e avançaram para a final com duas vitórias, por 3 a 1 fora, no Müngersdorfer, e por 1 a 0 em casa, no antigo Bökelbergstadion.

A grande final da Copa da UEFA foi disputada em dois jogos contra o holandês Twente, que eliminou Ipswich Town, RWD Molenbeek (Bélgica), Dukla Praga, Velez Mostar (Iugoslávia) e Juventus. No primeiro confronto, realizado no Bökelbergstadion, o Mönchengladbach não conseguiu sair do 0 a 0, apesar do apoio de mais de 42 mil torcedores alemães.

Na partida de volta, no Estádio Diekman, cidade de Enschede, o Borussia mostrou uma atuação sólida e segura, sem tomar conhecimento do adversário. Ainda ao três minutos do primeiro tempo, Allan Simonsen abriu o placar. Aos nove, Heynckes ampliou, e no segundo tempo completou um hat-trick, aos cinco e aos dez minutos. Simonsen ainda marcou mais um de pênalti, aos 43, depois do gol de honra dos holandeses. A goleada por 5 a 1 marcou o primeiro ápice da história do Borussia Mönchengladbach na Europa.

A campanha do Borussia Mönchengladbach:
12 jogos | 10 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 32 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Borussia Mönchengladbach

Bayern de Munique Campeão da Liga dos Campeões 1975

A supremacia do Bayern de Munique na Copa dos Campeões da Europa teve continuidade no ano de 1975. Com a base da seleção que venceu a Copa do Mundo no ano anterior - Sepp Maier no gol, Franz Beckenbauer na zaga, Gerd Müller no ataque, entre outros -, o clube bávaro prosseguiu seu domínio sobre os adversários com resultados simples e consistentes.

Livre da primeira fase por estar defendendo o título (eram 29 participantes ao todo), o Bayern iniciou sua campanha nas oitavas de final diante do Magdeburg, da Alemanha Oriental. O primeiro jogo aconteceu no Estádio Olímpico de Munique. após sofrer dois gols, o time ocidental virou de maneira épica para 3 a 2. A segunda partida foi em território socialista, e desta vez a vitória veio sem maiores complicações, por 2 a 1.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Ararat Yerevan, da União Soviética. Na ida, os alemães venceram em casa por 2 a 0. Na volta, fora, os armênios pressionaram, tentaram a reação, mas o Bayern segurou a derrota útil por 1 a 0 para chegar à semifinal.

Na fase seguinte, o enfrentamento foi contra o Saint-Étienne. A primeira partida foi realizada na França, no Estádio Geoffroy-Guichard, e terminou empatada por 0 a 0. O segundo jogo ocorreu em Munique, e o Bayern confirmou o favoritismo ao fazer 2 a 0, gols de Beckenbauer (no começo do primeiro tempo) e Bernd Dürnberger (na metade da etapa complementar).

Novamente na final, o Bayern de Munique enfrentou o Leeds United, clube da Inglaterra que no caminho bateu Zürich, Újpesti Dózsa (Hungria), Anderlecht e Barcelona. O local escolhido para a partida foi o Parc des Princes, em Paris.

Os britânicos bem que tentaram segurar o poderio alemão, mas o Bayern conseguiu os gols da vitória no segundo tempo. Aos 26 minutos, Franz Roth abriu o placar. Aos 36, foi a vez do artilheiro Gerd Müller fazer 2 a 0 e confirmar o bicampeonato da equipe.

A campanha do Bayern de Munique:
7 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 11 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/Bayern de Munique

Independiente Campeão da Libertadores 1975

A quadrilogia vencedora do Independiente teve seu último ato em 1975. As coisas nesta Libertadores aconteceram nos mesmos moldes do segundo e do terceiro ato, com o time começando a campanha diretamente na segunda fase.

A melhor participação na fase de grupos foi do Universitario. O time peruano anotou dez pontos. No mais, é digna de registro a disputa entre os argentinos. Em uma rara edição sem clubes de Buenos Aires, Rosario Central e Newell's Old Boys ficaram empatados com oito pontos. A classificação ficou com a equipe canalha, que superou a dos leprosos no saldo de gols (3 a 1).

A semifinal teve início com o Independiente enfrentando exatamente o Central. No Gigante de Arroyito, derrota por 2 a 0. A situação piorou quando o time levou outro 2 a 0, do Cruzeiro em Belo Horizonte. Zerado, o time rojo precisava vencer seus dois jogos em casa e torcer para que o Central também derrotasse os mineiros (que haviam vencido os rosarinos no Brasil). Isso tudo se o saldo de gols favorecesse. Na Doble Visera, o Independiente devolveu os 2 a 0 no Central. Em Rosario, o dono da casa aplicou 3 a 1 nos brasileiros.

Ambos ficaram com quatro pontos, contra dois dos rojos. O saldo até ali era de menos um, contra um dos brasileiros e zero dos compatriotas. Ou seja, a vitória sobre o Cruzeiro precisava ser por três gols de diferença. E assim foi, com um 3 a 0 que positivou o saldo para um e negativou o dos cruzeirenses para menos um, que o Independiente chegou à quarta final seguida.

A decisão foi em três jogos contra o Unión Española, do Chile, que eliminou Universitario e LDU Quito. O primeiro foi no Nacional de Santiago, com derrota por 1 a 0. O segundo foi em Avellaneda, com vitória por 3 a 1. O hexa do Indpendiente veio na terceira partida, no Defensores del Chaco, em Assunção, ao fazer 2 a 0 nos chilenos. Sinal da perda de fôlego do elenco e do fim de um ciclo, foi o título com campanha mais irregular.

A campanha do Independiente:
7 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 3 derrotas | 10 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Internacional Campeão Brasileiro 1975

O Brasileiro de 1975 passou por mais uma mudança de nome. Saiu o Campeonato Nacional, entrou a Copa Brasil. Em relação aos dois anos anteriores, o torneio ganhou mais dois times, somando 42. E nesta temporada, o Brasil viu surgir para a história mais um esquadrão, o Internacional de Manga, Figueroa, Carpegiani, Falcão e Valdomiro. Fora de campo, a regra maluca da vez era a adição de um ponto extra aos times que vencessem por mais de dois gols de diferença.

Na primeira fase, os 42 times foram divididos em quatro grupos. O Inter entrou no grupo D, com mais dez adversários. Jogando em chave cruzada com o grupo C, o Colorado liderou com oito vitórias, dois empates e uma derrota. Fez 23 pontos, sendo cinco vindos da regra do ponto extra. De cada grupo, se classificaram cinco equipes. As restantes foram para uma repescagem.

Na segunda fase, os 20 times foram divididos em mais dois grupos, e o Internacional ficou no grupo B. Agora com jogos dentro do próprio grupo, foi líder mais uma vez, com cinco vitórias, quatro empates e uma derrota. O Santa Cruz fez uma campanha igual. Mas os pontos extras fizeram a diferença. Foram cinco do Inter e só dois dos pernambucanos. No total, 19 aos colorados. Com ambos, avançaram mais quatro equipes do grupo. Na repescagem, 22 times se dividiram em quatro grupos, e o líder de cada um se classificou.

Na terceira fase, os 16 times se dividiram em outros dois grupos. O Inter ficou no grupo B novamente, mas dessa vez perdeu na briga para o Santa Cruz. Se classificou na vice-liderança, com quatro vitórias, dois empates e uma derrota. Foram 12 pontos (dois extras). Na semifinal, o Colorado foi obrigado a jogar a partida única fora de casa. No Maracanã, contra o Fluminense, o Internacional mostrou sua regularidade e calou 97 mil torcedores com a vitória por 2 a 0. Na outra chave, o Cruzeiro eliminou o Santa Cruz também com vitória fora.

A melhor campanha colorada ao longo do campeonato premiou o time com o mando de jogo da final única no Beira-Rio. Internacional e Cruzeiro fizeram um jogo tenso. Mas que culminou no título do Inter. Figueroa marcou de cabeça o "Gol Iluminado" do título. Ele estava posicionado no único ponto do gramado com a luz do sol. Internacional campeão brasileiro.

A campanha do Internacional:
30 jogos | 19 vitórias | 8 empates | 3 derrotas | 51 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Zero Hora