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Argentina Campeã da Copa América 1991

Chegam os anos 1990, e a Copa América desembarcou no Chile. A competição continental de 1991 continuou com o regulamento adotado dois anos antes, com as dez seleções divididas em dois grupos e quatro classificadas avançando para o quadrangular final. Era um momento de reconstrução para várias seleções, principalmente Brasil e Argentina, que ainda assimilavam seus fracassos na Copa do Mundo na temporada anterior. E o título ficou nas mãos de La Albiceleste, que acabou com 32 anos de fila.

No grupo A do torneio, o time argentino precisou se virar sem Diego Maradona, que enfrentava na justiça italiana um processo de doping por uso de cocaína. As lideranças em campo foram assumidas por Oscar Ruggeri, o novo capitão, e Gabriel Batistuta, o novo artilheiro. A estreia da Argentina foi contra a Venezuela, vencendo por 3 a 0. Depois, derrotou o Chile por 1 a 0. Na terceira partida, goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai.

Os argentinos conseguiram a classificação para o quadrangular final na última rodada, na vitória por 3 a 2 sobre o Peru. Com quatro vitórias nos quatro jogos que disputou, a Argentina liderou a chave com oito pontos, dois a mais que os donos da casa, que ficaram em segundo lugar. No outro grupo, Colômbia e Brasil avançaram após superarem empate tríplice de cinco pontos com o Uruguai.

Na fase final, no Estádio Nacional de Santiago, La Albiceleste fez sua primeira partida contra o Brasil, vencendo de maneira emocionante por 3 a 2. Na rodada seguinte, a equipe ficou apenas no empate sem gols com o Chile, que deixou tudo aberto para a última jornada. Os argentinos estavam na liderança do quadrangular com três pontos, seguidos por chilenos e brasileiros, que somavam dois pontos cada. Os colombianos estavam praticamente fora da briga, com apenas um ponto.

A rodada decisiva da Copa América começou com o Brasil ganhando do Chile por 2 a 0, que deixou os brasileiros com quatro pontos e três gols de saldo. Com três pontos e um gol de saldo, a Argentina passou a necessitar da vitória sobre a Colômbia, pois até mesmo o empate ficaria insuficiente.

Com o Nacional de Santiago cheio, Diego Simeone e Gabriel Batistuta tranquilizaram as coisas marcando gols aos 11 e aos 19 minutos do primeiro tempo, encaminhando o título. A equipe colombiana até iniciou uma reação no segundo tempo, diminuindo para 2 a 1, mas La Albiceleste sustentou a vitória e chegou aos cinco pontos, que confirmaram pela 13ª vez o título da Copa América. Com seis gols, Batistuta foi o artilheiro do campeonato.

A campanha da Argentina:
7 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Manchester United Campeão da Recopa Europeia 1991

Depois de cinco temporadas banidos das competições da UEFA por causa da Tragédia de Heysel, os clubes ingleses retornaram a disputar na temporada 1990/91. O gosto da volta era bom, mas ficou mais especial na Recopa de 1991, vencida pelo Manchester United. Foi o primeiro título a nível continental sob o comando de Alex Ferguson, logo depois da conquista da Copa FA de 1990, a primeira no geral.

Se por um lado a Inglaterra voltou, pelo outro a Iugoslávia ficou de fora, pois o Hadjuk Split foi suspenso pela UEFA e não pode representar o ainda unido país do Leste Europeu. Desta forma, a Recopa seguiu com 33 participantes. A jornada do Manchester United começou contra o Pécsi, da Hungria, com vitórias por 2 a 0 no Old Trafford e por 1 a 0 fora de casa.

Nas oitavas de final, os red devils tiveram um confronto local com o Wrexham, do País de Gales, mas que também atuava no Campeonato Inglês. O primeiro jogo foi no Old Trafford, uma tranquila vitória por 3 a 0. A segunda partida aconteceu em solo galês, com novo triunfo do United, por 2 a 0.

Nas quartas de final, os red devils encararam o Montpellier. A ida novamente ocorreu em casa, mas desta vez os ingleses ficaram apenas no empate por 1 a 1. A volta foi na França, e o United precisou vencer por 2 a 0 no Stade de la Mosson para se classificar.

O Manchester United chegou na semifinal para enfrentar o Legia Varsóvia. A primeira partida foi realizada na Polônia, e os ingleses encaminharam bem a vaga na final ao vencerem por 3 a 1, gols de Brian McClair, Mark Hughes e Steve Bruce. O segundo jogo foi no Old Trafford, terminando empatado por 1 a 1.

Na decisão, Manchester United e Barcelona mediram forças. Os espanhóis bateram Trabzonspor, Fram, Dínamo Kiev e Juventus. A disputa aconteceu no De Kuip, em Roterdã, e, com autoridade, os red devils chegaram ao título inédito e invicto na vitória por 2 a 1, com os dois gols sendo anotados por Hughes.

A campanha do Manchester United:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Neal Simpson/PA Images/Getty Images

Cruzeiro Campeão da Supercopa Libertadores 1991

Depois de três edições com somente um vice-campeonato, o Brasil chegou ao primeiro título da Supercopa Libertadores em 1991. E foi logo com o clube que amargou a segunda posição em 1988, o Cruzeiro. Antes, a competição teve entrada do Colo-Colo, novo campeão da Libertadores que fez o número de participantes voltar para 14, visto que o Atlético Nacional optou por não disputar, mesmo sem estar mais punido pela Conmebol. 

Para chegar ao primeiro título na Supercopa, o time mineiro superou uma campanha emocionante. Nas oitavas de final, enfrentou o Colo-Colo. O primeiro jogo foi em Belo Horizonte, e ficou empatado por 0 0. A segunda partida foi em Santiago, e outro empate sem gols levou o confronto aos pênaltis, onde a Raposa venceu por 4 a 3.

Nas quartas foi a vez de encarar o Nacional do Uruguai. Na ida, no Mineirão, o Cruzeiro goleou por 4 a 0, com três gols do atacante Charles e outro de Boiadeiro. Na volta, no Centenário, a equipe teve uma má atuação e perdeu por 3 a 0, obtendo a classificação na base do drama e da tensão.

A semifinal foi disputada contra o Olimpia, defensor da taça. Assim como duas fases antes, os mineiros tiveram dois empates nos confronto, por 1 a 1 em Belo Horizonte e por 0 a 0 no Paraguai. Os pênaltis fizeram novamente a felicidade cruzeirense, com a vitória por 5 a 3 e a vaga na final.

Na decisão, a Raposa enfrentou o River Plate, que bateu Grêmio, Flamengo e Peñarol. O primeiro jogo foi no Monumental, e o Cruzeiro saiu derrotado por 2 a 0. O segundo jogo foi no Mineirão. Precisando de gols, a Raposa foi ao ataque e a todo custo conseguiu o objetivo. Ademir abriu o placar no primeiro tempo e Mário Tilico anotou dois gols no segundo tempo. Com a vitória por 3 a 0, o Cruzeiro chegou ao histórico título, um dos primeiros que consolidaram a fama de copeiro ao clube.

A campanha do Cruzeiro:
8 jogos | 2 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 8 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nélio Rodrigues/Placar

Estados Unidos Campeão da Copa do Mundo Feminina 1991

Quando criada, em 1930, a Copa do Mundo foi um sucesso imediato entre jogadores e torcedores. Mas desde o início e pelos 60 anos seguintes, a competição só existiu na versão masculina. O futebol feminino começou a crescer nos anos 1970, quando começou a ser possível fazer uma competição equivalente, embora a modalidade fosse restrita em muitos lugares (o próprio Brasil proibiu que mulheres praticassem até 1979).

Entre 1970 e 1971, Itália e México sediaram duas edições de uma "Copa do Mundo", organizadas por uma entidade independente europeia. A Dinamarca venceu as duas. Entre 1981 e 1988, houve cinco edições de um torneio chamado Mundialito, sediados entre Japão e Itália, com três conquistas aos italianos e duas à Inglaterra.

Foi nesta época que a FIFA capitulou. Durante congresso em 1986, foi levantada a proposta de se desenvolver uma competição mundial de seleções entre as mulheres. E em 1988, foi disputado o Torneio Internacional, na China. Com 12 países convidados, o evento foi criado para servir de teste à FIFA. A Noruega foi campeã batendo a Suécia na final, a competição foi um sucesso e acabou aprovada pela entidade, que deu início de fato à Copa do Mundo Feminina.

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A primeira edição da Copa do Mundo Feminina foi em 1991, na China. A FIFA resolveu repetir quase toda a receita que funcionou em 1988 no torneio teste: 12 seleções divididas em três grupos. A diferença é que a definição delas se deu por meio de eliminatórias. Foram cinco da UEFA, três da Ásia e uma cada de Conmebol, Concacaf, África e Oceania. Ainda, na época as partidas femininas possuíam duração de 40 minutos cada tempo.

O favoritismo recaiu sobre a dona da casa e as equipes europeias, mas quem levou a primeira Copa foi uma seleção que jogava para valer há apenas seis anos. Com um forte investimento no futebol feminino universitário, os Estados Unidos chegaram ao primeiro título com uma campanha arrasadora, liderada pelos gols e habilidade do quarteto de ataque formado por Michelle Akers, Carin Jennings, April Heinrichs e Mia Hamm. Juntas, elas somaram 22 dos 25 gols do time.

As estadunidenses ficaram no grupo B da Copa. A estreia foi contra a Suécia, na partida mais difícil da fase: vitória por 3 a 2, após abrir os três gols de vantagem e levar a reação. Na sequência, goleadas por 5 a 0 sobre o Brasil e por 3 a 0 sobre o Japão deixaram a equipe na liderança da chave, com seis pontos.

Nas quartas de final, o adversário dos Estados Unidos foi Taiwan (oficialmente chamado de Taipé Chinês). Foi aqui que aconteceu a maior goleada das estadunidenses, por 7 a 0. Na semifinal, outro passeio, agora por 5 a 2 diante da Alemanha.

A final da primeira Copa Feminina aconteceu no dia 30 de novembro, no Estádio Tianhe, em Guangzhou, entre Estados Unidos e Noruega, que passou por Nova Zelândia, Dinamarca, Itália e Suécia. As estadunidenses não encontraram a mesma facilidade, mas contavam com a ótima fase de Akers, que abriu o placar aos 20 minutos do primeiro tempo.

Aos 29, as norueguesas empataram com Linda Medalen. O jogo permaneceu empatado até os 33 do segundo tempo, quando Akers fez 2 a 1 e confirmou a primeira conquista estadunidense. A primeira capitã a erguer uma Copa Feminina foi a atacante Heinrichs.

A campanha dos Estados Unidos:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 25 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Internazionale Campeã da Liga Europa 1991

A bela fase do futebol italiano na Copa da UEFA atingiu seu terceiro ato na edição de 1991, logo após a realização da Copa do Mundo no país. Tudo era festa, exceto pela eliminação da Azzurra na semifinal do Mundial. O título ficou com a Alemanha. Mas o que isso tem a ver? É que alguns dos alemães vencedores na seleção foram os pilares do primeiro título da Internazionale na Copa da UEFA,

Lothar Matthäus, Jürgen Klinsmann e Andreas Brehme era o trio alemão que, à sua forma, emulava na Inter o que o rival Milan possuía com a trinca holandesa (Van Basten, Rijkaard e Gullit) na mesma época. O ápice foi a conquista da Copa da UEFA, que em 1991 teve o retorno do regulamento de 64 times e da Inglaterra entre os representantes.

A jornada do clube nerazzurri teve início contra o Rapid Viena, o qual bateu com muita dificuldade. Na ida, derrota por 2 a 1 na Áustria, de virada. Na volta no San Siro, a Internazionale devolveu o resultado nos 90 minutos, com dois gols de Nicola Berti e um austríaco a dois minutos do fim. Na prorrogação, Klinsmann fez 3 a 1 e sacramentou a classificação.

Na segunda fase, o adversário foi o Aston Villa, em mais uma passagem com drama. O primeiro jogo foi na Inglaterra, e a Inter perdeu por 2 a 0. A segunda partida aconteceu em Milão, e com gols de Klinsmann, Berti e Alessandro Bianchi, a equipe italiana avançou para as oitavas de final.

A tranquilidade enfim apareceu nas oitavas, contra o Partizan. O clube nerazzurri venceu a ida em casa por 3 a 0 para depois segurar o empate por 1 a 1 na volta em Belgrado, Iugoslávia. Nas quartas, um confronto regional com a Atalanta. A primeira partida aconteceu na cidade de Bergamo, e acabou empatada sem gols. O segundo jogo foi no San Siro, e a Inter venceu por 2 a 0.

A semifinal foi disputada contra o Sporting, de Portugal. A ida ocorreu no José Alvalade, em Lisboa, e mais uma vez a Internazionale conseguiu segurar o empate por 0 a 0. A volta foi realizada na Itália, e com gols de Klinsmann e Matthäus a Inter venceu por 2 a 0 e se classificou à final.

Assim como em 1990, a final da Copa da UEFA de 1991 foi entre italianos: Internazionale e Roma. Os romanos chegaram lá ao superarem Benfica, Valencia, Bordeaux, Anderlecht e Brondby. A ida foi jogada no San Siro, para mais de 73 mil torcedores. Matthäus abriu o placar aos 10 minutos do segundo tempo, de pênalti. Aos 22, Berti fez 2 a 0 e consolidou a vantagem. A volta foi no Olímpico de Roma. Com a pressão de quase 71 mil na arquibancada, a Inter perdeu por 1 a 0, mas comemorou o título.

A campanha da Internazionale:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 17 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Estrela Vermelha Campeão da Liga dos Campeões 1991

O último suspiro de uma nação dividida. Esta é a frase que resume o único título da Copa dos Campeões da Europa do Estrela Vermelha, da Iugoslávia, em 1991. Menos de um mês depois da decisão (29 de maio), o país entrou na guerra civil (25 de junho) que o separa em cinco (depois sete). Um ano antes, as tensões internas ficaram escancaradas justamente durante uma batalha campal em partida do Estrela (Crvena Zvezda em sérvio) contra o hoje croata Dínamo Zagreb.

O mapa do futebol estava em mudanças tanto quanto o político. Durante o torneio europeu, as Alemanhas Ocidental e Oriental se unificaram. Dessa forma, foi a primeira vez que um país teve mais de um participante atuando sem ser o campeão. Ainda, foi a primeira temporada após a punição aos ingleses, embora o representante Liverpool estivesse com um ano adicional de gancho pela tragédia de 1985.

Assim, foram 31 times no último campeonato feito todo em mata-mata. A campanha vencedora do Estrela Vermelha começou contra o Grasshopper, com o qual empatou por 1 a 1 em Belgrado e goleou por 4 a 1 na Suíça.

Nas oitavas de final, os iugoslavos eliminaram o Rangers com 3 a 0 em casa e 1 a 1 na Escócia.
Nas quartas, foi a vez bater o Dínamo Dresden com outro 3 a 0 em Belgrado e um tapetão na agora ex-Alemanha Oriental. A UEFA suspendeu o jogo de volta - quando estava 2 a 1 para o Estrela - por causa do tumulto e da invasão de torcedores do Dresden. O time acabou excluído e o resultado concedido foi de 3 a 0 para os iugoslavos.

Na semifinal, o Estrela superou o Bayern de Munique depois de vencer por 2 a 1 fora e empatar por 2 a 2 em casa, com gols de Darko Pancev e Dejan Savicevic lá, e de Sinisa Mihajlovic e um contra cá (aos 45 minutos do segundo tempo).

A final foi contra o Olympique Marselha, que passou por Dínamo Tirana (Albânia), Lech Poznan (Polônia), Milan e Spartak Moscou. A partida aconteceu no Estádio San Nicola, na cidade de Bari, na Itália. Sem gols em 120 minutos, a disputa foi aos pênaltis. E por 5 a 3, deu Estrela Vermelha sobre os franceses. As cobranças foram de Robert Prosinecki, Dragisa Binic, Miodrag Belodedici, Mihajlovic e Pancev.

A campanha do Estrela Vermelha:
9 jogos | 5 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 19 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Imago-Images/Colorsport

Colo-Colo Campeão da Libertadores 1991

No maior deserto de títulos de argentinos e brasileiros na Libertadores até hoje (de 1987 a 1991), o Chile levou sua única conquista na edição de 1991. Com a maior torcida do país, o Colo-Colo teve o gosto de levantar a taça com uma bela campanha, de ponta a ponta.

El Cacique estrearam no grupo 2 da primeira, enfrentando o compatriota Deportes Concepción e os equatorianos LDU Quito e Barcelona de Guayaquil. Sem perder, o time conseguiu três vitórias e três empates na chave. Com nove pontos, o Colo-Colo garantiu a liderança, livrando três de LDU e Concepción.

No mata-mata, o caminho dos chilenos seguiu diante do peruano Universitario, nas oitavas de final. Na ida, em Lima, empate sem gols. Na volta, em Santiago, vitória por 2 a 1 e vaga nas quartas. Nesta fase, o clube albo enfrentou o Nacional do Uruguai. Atuando em seu Estádio Monumental, no primeiro jogo, os jogadores não tomaram conhecimento dos uruguaios, golearam por 4 a 0 e praticamente encaminharam um lugar na semifinal. Tanto que, na segunda partida, em Montevidéu, o Colo-Colo se deu ao luxo de perder por 2 a 0.

A parada mais complicada foi na semi, contra o Boca Juniors. A ida aconteceu em La Bombonera, e os argentinos venceram por 1 a 0. A pressão da volta foi grande, e o Colo-Colo conseguiu reverter a desvantagem ao vencer em Santiago por 3 a 1, com todos os gols ocorrendo no segundo tempo.

A final foi definida entre Colo-Colo e Olimpia, que partiu rumo à ela pela terceira vez seguida após eliminar o também paraguaio Colegiales, o rival Cerro Porteño e o Atlético Nacional (de novo!). Mas a busca pelo tri foi sumariamente complicadada depois da primeira partida, no Defensores del Chaco, quando o Cacique conseguiu segurar o 0 a 0 e levar tudo para o Chile.

E jogando no Monumental David Arellano, o Colo-Colo chegou ao histórico título com categóricos 3 a 0, dois gols de Luis Pérez e outro de Leonel Herrera. A grande fase com Brasil e Argentina longe da taça da Libertadores viu a derrocada do Uruguai e uma (falha) ascensão de Colômbia, Paraguai e Chile.

A campanha do Colo-Colo:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/CDI Copesa

Estrela Vermelha Campeão Mundial 1991

O mundo estava mudando no começo dos anos 90. A cortina de ferro que dividia os lados capitalista e socialista foi derrubada nesta época, e o futebol não ficou alheio a isso. E a história da Copa Intercontinental de 1991 tem muitas ligações com o fato. Mas ela começa ainda em 1990.

O Estrela Vermelha, de Belgrado, era um dos principais clubes de uma Iugoslávia quase esfacelada. Em 13 de maio, a equipe enfrentou o Dínamo Zagreb pelo campeonato local. Fora de casa, os torcedores do clube começaram a entoar cantos nacionalistas sérvios em provocação aos croatas, que revidaram. Não demorou para que os ultras invadissem o lado um do outro e iniciassem uma briga generalizada, que estendeu-se à polícia, ao campo e aos jogadores. Um cenário de guerra que acelerou o conflito civil que estava prestes a estourar. A partida jamais terminou, mas ela não tirou o título do Estrela, que foi para a Copa dos Campeões Europeus da temporada 1990/91.

Com cinco sérvios, dois montenegrinos, dois macedônios e um croata no time-base (além de um romeno), o Estrela Vermelha conquistou o título europeu com sobras, eliminando Rangers, Dínamo Dresden e Bayern de Munique antes de bater o Olympique de Marselha na final, nos pênaltis: 0 a 0 no tempo normal e 5 a 3 nas cobranças. Uma das últimas glórias de um território que mergulharia em sangue pelos dez anos seguintes.

Só um iugoslavo sorria de verdade em 1991: Mirko Jozic, o técnico croata do Colo Colo. O clube chileno foi o campeão da Libertadores, batendo Universitario, Nacional-URU, Boca Juniors, e o Olimpia na decisão, com 0 a 0 na ida e 3 a 0 na volta.

O Mundial Interclubes aconteceu em 8 de dezembro, no Nacional de Tóquio. O domínio do Estrela ficou evidente desde os primeiros minutos. Aos 19 do primeiro tempo saiu o primeiro gol iugoslavo. Dejan Savicevic avançou da ponta direita ao meio e lançou para Vladimir Jugovic, que entrou na área e bateu na saída do goleiro Daniel Morón. Aos 42, Savicevic foi expulso, mas o ritmo dos vermelhos continuou o mesmo.

Aos 13 da etapa final, Jugovic fez o segundo em lance de três tempos, aproveitando rebote após um chute dele mesmo e outro de Darko Pancev. Aos 27, Sinisa Mihajlovic arrancou em contra-ataque e cruzou pela esquerda para Pancev, que finalizou para o gol aberto e fechou os 3 a 0.

O título mundial do Estrela Vermelha foi incontestável e a última alegria de um povo já desunido. A temporada 1991/92 na Iugoslávia não foi concluída, e o clube teve que defender o título europeu jogando na Bulgária e na Hungria. A guerra civil durou até 2001, fragmentada em diversos conflitos, espalhados por Eslovênia (1991), Croácia (1992), Bósnia (1995) e Kosovo (1999).


Foto Masahide Tomikoshi

Corinthians Campeão da Supercopa do Brasil 1991

A segunda e última edição da Supercopa do Brasil antes do hiato de 29 anos foi em 1991, reunindo o Flamengo, campeão da Copa do Brasil, e o Corinthians, campeão brasileiro. E desta vez, as ideias previstas para 1990 saíram do papel. Nada de jogos válidos para dois campeonatos, nem taça esquecida. Agora, uma partida única abrindo a temporada iria decidir o título entre os dois clubes de maior torcida do país.

O estádio escolhido para o jogo foi o Morumbi, em São Paulo. Na teoria, um campo neutro, já que o Timão atuava comumente no Pacaembu. Na prática, o benefício seria maior para os corinthianos, que jogariam na sua própria cidade e com chance de ter muito mais torcida a favor. Mas no fim ocorreu um meio-termo. A combinação entre as comemorações do aniversário da capital paulista e as chuvas fortes do período arrastaram apenas pouco mais de 2 mil pessoas para a partida, em 27 de janeiro.

Não há muito a se lembrar da decisão. Exceto pelo gol que deu a conquista ao time alvinegro. Aos 25 minutos do segundo tempo, Neto tentou duas vezes após cruzamento do lateral-direito Giba. Na primeira, dividiu de cabeça com o goleiro Zé Carlos. Na segunda, caído, chutou para o gol aberto, decretando o 1 a 0 e o título para o Corinthians. Na queda, o histórico meia machucou o ombro, mas nada que atrapalhasse para a festa depois do apito final.

PS: o pôster a seguir é de 1990, com um jogador diferente em relação à partida original (Antônio Carlos no lugar de Mauro).


Foto Arquivo/Corinthians

Paysandu Campeão Brasileiro Série B 1991

Novas mudanças foram concretizadas na Série B de 1991. As 24 equipes do ano anterior foram transformadas em 64. A Série C, que foi disputada em 1990, acabou fundida mais uma vez na Segunda Divisão, o nome oficial da competição. Os participantes foram as duas equipes rebaixadas da Série A, as quatro que subiram da terceira divisão, e as outras 58 vieram pelos estaduais. O Paysandu vinha de um vice paraense e um quinto lugar na Série C de 1990, e entrava na disputa pelo acesso e pelo título.

Na primeira fase da Série B, os participantes ficaram em oito grupos e o Papão caiu no grupo 1. Ao final de dois turnos, o Paysandu conseguiu a classificação na segunda posição, com 23 pontos em 14 jogos, sendo dez vitórias, três empates e uma derrota. Terminou empatado com o Sampaio Corrêa, mas com uma vitória a menos, e deixou para trás os rivais do Remo e da Tuna Luso.

Daqui para a frente, a competição foi toda em mata-mata. Entre os 16 classificados, o time celeste enfrentou na oitavas de final o Ceará. A ida foi no Mangueirão, e o Papão venceu por 1 a 0. A volta foi no Presidente Vargas e o empate em 1 a 1 classificou os paraenses. Nas quartas, o adversário foi o ABC. Em Natal, a derrota por 1 a 0 deu um pequeno susto. Em Belém, o Paysandu reverte o resultado com a vitória por 3 a 1 e avança para a semifinal.

O último adversário antes do acesso foi o Americano-RJ. No Godofredo Cruz, o Paysandu voltou a perder por 1 a 0, e a vitória no Mangueirão foi pelo mesmo placar. Nos pênaltis, o Bicolor fez 5 a 4 e comemorou a volta para a Série A.

A final foi contra o Guarani, e a primeira partida foi no Brinco de Ouro. O jogo foi truncado e com três expulsões, e o Paysandu perdeu por 1 a 0. No Mangueirão, outros seis expulsos, e o Papão da Curuzu conseguiu os dois gols que precisava no segundo tempo, pelos pés dos atacantes Cacaio e Dadinho. O resultado de 2 a 0 deu o título da Série B para o Paysandu, o primeiro dos dois que o clube possui.

A campanha do Paysandu:
22 jogos | 15 vitórias | 2 empates | 5 derrotas | 26 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Paysandu

São Paulo Campeão Brasileiro 1991

Foram dois vices seguidos, até que o time do São Paulo conseguiu o tricampeonato brasileiro em 1991. Em campo com Raí, Cafu, Zetti e Müller, e no banco com Telê Santana, o Tricolor abriu caminho para se tornar o melhor time do mundo nos dois anos seguintes.

O Campeonato Brasileiro daquele foi um dos mais simples e com regulamento fácil de entender. Foram 20 times se enfrentando em grupo único, com os quatro melhores se classificando para a semifinal e os dois piores caindo para a segunda divisão. O Grêmio foi o primeiro entre os considerados grandes que sofreu com o rebaixamento.

Nas 19 rodadas da primeira fase, o Tricolor Paulista mostrou que não estava para brincadeira e disposto a superar os traumas anteriores. Foram 11 vitórias, quatro empates e quatro derrotas para a equipe, que somou 26 pontos ao todo. Terminou classificado na liderança do campeonato, com a mesma pontuação da grande surpresa caipira, o Bragantino, mas com duas vitórias a mais. Em terceiro lugar ficou o Fluminense, com 24 pontos, mesma pontuação que o quatro lugar Atlético-MG, em que o critério de vitórias também definiu a posição final.

Estes quatro times foram para a semifinal, e o São Paulo enfrentou o time de Minas Gerais no confronto. No Mineirão, o Tricolor arrancou um bom empate em 1 a 1, e no Morumbi, não saiu do 0 a 0 com o Atlético-MG. Por ter campanha melhor que o adversário, o São Paulo avançou para a final contra o Bragantino, que era o queridinho do país.

A pontuação cumulativa da semifinal fez com que o Tricolor perdesse a vantagem do saldo de gols igual, pois o Bragantino tinha feito três pontos, e o São Paulo somente dois. Assim, o mando de campo também foi alterado, com o jogo de ida sendo no Morumbi. O único gol de toda a final foi marcado no primeiro jogo, por Mário Tilico, e deu a vitória por 1 a 0 ao São Paulo.

Não podendo perder, o time foi até Bragança Paulista, no Marcelo Stéfani, e segurou o ímpeto do Bragantino ao manter o 0 a 0 no placar. Com o empate, a pequena torcida são-paulina no acanhado estádio fez a festa pelo tri brasileiro.

A campanha do São Paulo:
19 jogos | 11 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 26 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar

Criciúma Campeão da Copa do Brasil 1991

Ainda sem engrenar comercialmente, a Copa do Brasil seguiu para a terceira edição em 1991. E se nas duas primeiras, as zebras quase beliscaram o título, desta vez não escapou. A taça ficou com o Criciúma, que ao mesmo tempo disputava a Série B do Brasileirão e que sequer passou da primeira fase nesta competição.

Mas não dá para dizer que a conquista foi surpreendente. O Tigre já havia sido semifinalista em 1990, e na época nem todos os clubes ditos “grandes” se classificavam, pois o máximo para cada Estado eram duas vagas. A força do Heriberto Hülse também foi um dos fatores fundamentais para a conquista, invicta. No comando do time estava Luiz Felipe Scolari, e foi este trabalho que o projetou nacionalmente.

Na primeira fase, o Criciúma enfrentou o Ubiratan, do Mato Grosso do Sul. Na ida, empate por 1 a 1 fora de casa. Na volta, goleada por 4 a 1 em Santa Catarina. Nas oitavas de final, o Tigre eliminou o Atlético-MG ao vencer o primeiro jogo por 1 a 0 em casa, e o segundo pelo mesmo resultado, no Mineirão.

Nas quartas, o carvoeiro teve pela frente o Goiás, na revanche da semifinal de 1990. A primeira partida aconteceu no Serra Dourada, em Goiânia, e acabou empatada por 0 a 0. O segundo jogo foi no Heriberto Hülse, e o Criciúma obteve a classificação com uma histórica vitória por 3 a 0.

Na semi, foi a vez de encarar o Remo. A ida foi realizada no Baenão, em Belém. Com gol do atacante Soares, o Tigre voltou de lá com a vitória e a vantagem de 1 a 0. A volta foi disputada no Heriberto Hülse, e com outro tento de Soares, além de um contra dos paraenses, o Criciúma venceu por 2 a 0 e se colocou na decisão.

A final foi contra o Grêmio, que lidava com o rebaixamento no Brasileirão. Todavia, na Copa bateu Auto Esporte-PB, Fluminense de Feira, Corinthians e Coritiba. O primeiro jogo foi no Olímpico, em Porto Alegre, mas os carvoeiros não ligaram para isso. Vilmar fez o gol do Criciúma no empate por 1 a 1 que deixou o time em vantagem. No Heriberto Hülse, para quase 20 mil torcedores, outra igualdade, mas sem gols, deu o título merecido para o Tigre, o primeiro nacional de um clube catarinense.

A campanha do Criciúma:
10 jogos | 6 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 14 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/Criciúma