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Ceará Campeão Cearense 1980

Após ter sua sequência de quatro títulos estaduais interrompida pelo Ferroviário, o Ceará recuperou a hegemonia e levou a taça em 1980. Foi a 26ª conquista na história do clube alvinegro.

A competição teve dez participantes na disputa de três fases. Em todas elas, os times se enfrentaram em turno único, e os seis melhores avançaram para hexagonais posteriores, que também aconteceram em um turno só. O líder de cada hexagonal se classificou para a final do campeonato.

O Ceará iniciou a primeira fase com derrota por 2 a 0 para o Guarany de Sobral fora de casa. A equipe só veio a vencer a primeira na terceira rodada, quando fez 4 a 0 no Guarani de Juazeiro, também fora. Nos outros sete jogos, o Vozão teve quatro vitórias, dois empates e uma derrota, somando 12 pontos e terminando em terceiro lugar. No hexagonal, o time conseguiu mais três vitórias, um empate e uma derrota. Com sete pontos, ficou empatado com o Fortaleza na liderança. Mas, por ter somado um ponto a mais que o rival na etapa anterior, o Ceará ficou com a vaga na final.

Na segunda fase, o alvinegro estreou com vitória por 3 a 0 sobre o Guarani de Juazeiro em casa. Na sequência, obteve mais seis vitórias e dois empates, que colocaram o time na liderança. No hexagonal, três vitórias e dois empates tornaram o Ceará novamente líder, o que evitou a decisão ser em triangular.

O Vozão colocou o pé no freio na terceira fase. Na abertura, ficou no empate por 2 a 2 com o Calouros do Ar em casa. Depois, acumulou mais duas igualdades, três vitórias e três derrotas. Os resultados deixaram o Ceará apenas em sexto lugar, com nove pontos. No hexagonal seguinte, três vitórias, um empate e uma derrota colocaram a equipe na terceira colocação, com sete pontos. O líder foi o Ferroviário, que somou oito e se garantiu na final.

Ceará e Ferroviário disputaram a final em um sistema de pontuação, em que o título ficaria com aquele que ficasse inalcançável pelo outro. Todas as partidas foram disputadas no Castelão. Na primeira, o alvinegro venceu por 1 a 0 e fez dois pontos. Na segunda, o Ferroviário devolveu o resultado e empatou a série. No terceiro jogo, o Vozão fez 3 a 0 e foi a quatro pontos. Por fim, na quarta partida, o Ceará voltou a fazer 1 a 0 no rival e foi a seis pontos, confirmando o título.

A campanha do Ceará:
46 jogos | 27 vitórias | 11 empates | 8 derrotas | 84 gols marcados | 30 gols sofridos
 

Foto Edson Pio/Placar

Joinville Campeão Catarinense 1980

Ninguém fazia frente com o Joinville entre os anos 1970 e 1980. O clube conseguiu o tricampeonato e o quarto título catarinense em 1980, em mais um campeonato longo e com exatos 100 gols na campanha.

A competição contou com 15 times. Na primeira fase, a Taça Santa Catarina, todos se enfrentaram em dois turnos, e o líder garantiu um ponto extra para a etapa final. Na segunda fase, as equipes foram divididas em dois grupos e se enfrentaram outra vez em dois turnos. O primeiro de cada chave fez a final, e o vencedor também levou um ponto extra. A fase final reuniu as oito melhores campanhas no geral em um octogonal de dois turnos. O primeiro colocado conquistou o título catarinense.

O JEC iniciou o caminho do tri na vitória por 1 a 0 sobre o Marcílio Dias em casa, no Ernestão. Nas outras 27 partidas, o time venceu mais 18, empatou seis e perdeu três. Com 44 pontos, o Joinville conquistou a Taça Santa Catarina e o ponto extra com amplo domínio, encerrando a fase com sete pontos de vantagem sobre o vice Criciúma.

Na segunda fase, o clube tricolor foi designado ao grupo A. Na estreia, vitória por 2 a 1 sobre o Figueirense em casa. Depois, nos 13 jogos restantes, a equipe obteve mais seis vitórias, seis empates e uma derrota. O Joinville somou 20 pontos, dois a mais que a Chapecoense e liderou a chave. Na final, em dois jogos com o Criciúma, líder do grupo B, empate por 0 a 0 na ida fora e goleada por 4 a 0 na volta no Ernestão deram ao JEC o segundo ponto bônus.

O octogonal final teve Joinville, Criciúma, Joaçaba, Figueirense, Marcílio Dias, Avaí, Chapecoense e Blumenau. Com dois pontos na largada, o JEC começou com empate por 1 a 1 sobre o Marcílio Dias em casa. A primeira vitória veio na segunda rodada, no 1 a 0 sobre o Figueirense em Florianópolis. A campanha seguiu no fim de 1980 com mais seis vitórias, dois empates e três derrotas. Em 13 partidas, o time era o líder com 19 pontos, seguido pelo Criciúma com 18. Mas a definição ficaria para 1981.

O calendário de 1980 definido pela CBF acabava em novembro. Mas faltava ainda a última rodada para o encerramento do Campeonato Catarinense. Apenas Joinville e Criciúma disputavam o título, e eles jogariam o confronto direto apenas em março de 1981. No Ernestão, o JEC goleou por 4 a 1 e confirmou mais uma conquista. 

A campanha do Joinville:
58 jogos | 35 vitórias | 16 empates | 7 derrotas | 100 gols marcados | 37 gols sofridos


Foto Orestes Araújo/Placar

Sport Campeão Pernambucano 1980

Com só dois títulos estaduais na década de 1970, o Sport entrou nos anos 1980 disposto a fazer diferente em Pernambuco. A conquista da 22ª taça em 1980, aconteceu depois de três anos sem ganhar.

O Campeonato Pernambucano teve dez participantes em três fases. Na primeira, todos iniciaram se enfrentando em turno único, com o líder passando à final da etapa. Após, os times se dividiram em dois grupos em novo turno, em que o líder de cada chave duelou pela outra vaga na decisão. A segunda fase contou com a mesma fórmula, mas com os oito melhores da etapa anterior. A terceira seguiu com a dinâmica, com os seis melhores da fase anterior. A final do estadual reuniu os vencedores das três fases.

O Sport começou a campanha na Ilha do Retiro, fazendo 4 a 0 no Caruaru. Nos outros oito jogos, venceu seis e empatou dois, com destaque para os 11 a 0 sobre o Íbis, no auge da fama de "pior time do mundo". Com 16 pontos, o Leão da Ilha empatou na liderança com o Santa Cruz e precisou de uma partida extra, a qual venceu por 2 a 1. Na segunda parte da primeira fase, o rubro-negro venceu três partidas e empatou uma no grupo A, ficando em primeiro com sete pontos. Depois, em dois clássicos com o Santa Cruz, perdeu ambos por 1 a 0: o cruzamento de chaves e a final da fase.

Na segunda fase, o Leão estreou com empate por 1 a 1 com o Santo Amaro, vindo a vencer a primeira na rodada seguinte, por 1 a 0 sobre o Ferroviário de Recife. No restante das cinco partidas, a equipe venceu quatro e perdeu uma, ficando em segundo com 11 pontos, um a menos que o líder Náutico. Na sequência, o Sport venceu os três jogos no grupo A, ficando na liderança com seis pontos. No cruzamento com a outra chave, o time bateu o Náutico por 3 a 1. Na decisão, em outro Clássico dos Clássicos, novo triunfo por 1 a 0 colocou o Sport na decisão geral.

A terceira fase começou com o Sport batendo o América de Recife por 2 a 1. Depois, mais duas vitórias e dois empates deixaram o time na liderança, com oito pontos. Ao mesmo tempo, uma repescagem entre os eliminados das fases anteriores trouxe dois clubes para a segunda metade da terceira etapa. Nesta, o Leão venceu dois jogos e empatou um, porém ficando em segundo na chave A, com cinco pontos. O time esperou o Náutico superar o Santa Cruz no cruzamento, para bater o rival por 1 a 0 na decisão.

A maratona de fases, turnos, grupos e finais culminou no Clássico das Multidões na decisão geral. Com duas etapas vencidas, o Sport entrou com a vantagem de levar o título já na primeira partida, em caso de vitória sobre o Santa Cruz. E foi o que aconteceu em plena casa rival, no Arruda, pelo placar de 2 a 0.

A campanha do Sport:
38 jogos | 28 vitórias | 7 empates | 3 derrotas | 80 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Flávio Canalonga/Placar

Vitória Campeão Baiano 1980

A década de 1970 não foi nenhum pouco positiva em termos de títulos para o Vitória. Desde 1972 sem vencer o estadual, o clube viu o rival Bahia ganhar sete vezes consecutivas entre 1973 e 1979. Em 1980, porém, a conquista mudaria de lado, indo para os rubro-negros pela nona vez.

Treze equipes participaram do Baianão de 1980, dividido em três fases. Na primeira e na segunda, todos se enfrentaram em turno único. Os oito primeiros avançaram para dois quadrangulares, também em turno único. Os dois melhores de cada grupo classificaram para outro quadrangular, novamente em mão única. O líder garantiu três pontos extras para a fase final, enquanto o vice ficou com um ponto extra. Na decisão, com duas, três ou quatro equipes, ficou com o título quem primeiro atingiu seis pontos.

O Vitória abriu a campanha no empate por 1 a 1 com o Botafogo de Salvador. O restante da primeira parte da fase seguiu com mais cinco empates, três vitórias e três derrotas em 11 partidas. O Leão da Barra somou 12 pontos, avançando em oitavo. No primeiro quadrangular, a campanha seguiu com empates sem gols com Fluminense de Feira e Leônico, e vitória por 2 a 0 sobre o Bahia. Com quatro pontos, o Vitória foi ao segundo quadrangular e repetiu a sequência de resultados: empates de zero com Itabuna e Galícia, e vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense. O rubro-negro fechou a primeira fase em segundo lugar, classificado para a final com um ponto extra. O Galícia foi o líder.

Na segunda fase, o Leão iniciou com derrota por 1 a 0 para o Ypiranga. A primeira vitória veio na terceira rodada, por 5 a 0 sobre a ABB. Nos demais dez jogos, a equipe venceu cinco, empatou quatro e perdeu uma. O Vitória ficou em quarto lugar, com 16 pontos. No quadrangular seguinte, o time fez 3 a 1 no Atlético Alagoinhas, 3 a 0 no Redenção e empatou por 1 a 1 com o Bahia, somando cinco pontos e passando ao próximo grupo. Por fim, os rubro-negros disputaram o segundo quadrangular e venceram as partidas por 1 a 0, sobre Leônico, Galícia e o Bavi. O Vitória terminou a fase com seis pontos e em primeiro lugar, conquistando mais três pontos extras para a decisão. O Bahia ficou na segunda posição.

A decisão ficou entre Vitória, Galícia e Bahia. Rubro-negros tinham quatro pontos, contra três dos azulinos e um dos tricolores. Ou seja, o título podia ser conquistado com vitória simples sobre qualquer adversário. Na primeira rodada, Galícia e Bahia empataram por 1 a 1. A conquista do Leão foi confirmada na segunda partida, na vitória por 1 a 0 em cima do Galícia.

A campanha do Vitória:
37 jogos | 17 vitórias | 15 empates | 5 derrotas | 44 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto Arquivo/Vitória

Colorado e Cascavel EC Campeões Paranaenses 1980

Um campeonato histórico com final caótico. Esta é a definição mais correta do Campeonato Paranaense de 1980. Dois clubes chegaram a uma conquista inédita e solitária, decidida no tapetão: Cascavel Esporte Clube e Colorado. O primeiro foi fundado em 1979 e estreava no estadual. Já o segundo era fruto de uma fusão de três times (Britânia, Ferroviário e Palestra Itália), à sombra dos rivais de Curitiba.

O Paranaense foi disputado por 20 times. Na primeira fase, todos se enfrentaram em turno único, e os oito melhores avançaram. Na segunda fase, os classificados jogaram mais uma vez em turno único com o líder indo à etapa final. A terceira fase foi igual a anterior. A fase final foi um quadrangular de dois turnos, com os dois líderes dos octogonais e as duas melhores campanhas na soma destas etapas.

A estreia do Cascavel foi com vitória por 3 a 0 sobre o Guarapuava em casa. Já o Colorado perdeu por 3 a 1 para o Coritiba fora. Nos outros 18 jogos, a Serpente venceu oito, empatou cinco e perdeu cinco, somando 25 pontos e encerrando a primeira fase em sétimo. O Boca Negra se recuperou do início ruim com dez vitórias, seis empates e duas derrotas, ficando na segunda colocação com 26 pontos.

Cascavel e Colorado foram aos octogonais com Coritiba, Grêmio Maringá, Pinheiros, Londrina, Toledo e União Bandeirante. O tricolor começou a segunda fase vencendo o Londrina por 1 a 0 fora, enquanto os cascavelenses fizeram 3 a 1 no Maringá em casa, no Ninho da Cobra. Nas seis rodadas seguintes, o Colorado obteve duas derrotas, um empates e três derrotas, terminando em terceiro com sete pontos. O Cascavel venceu três, empatou duas e perdeu uma, fazendo dez pontos e se classificando na liderança.

A terceira fase iniciou com o Colorado marcando 3 a 0 no Londrina na Vila Capanema, enquanto o Cascavel empatou por 1 a 1 com o Grêmio Maringá fora. Depois, o Boca Negra conseguiu mais três vitórias, um empate e duas derrotas, ficando na segunda colocação com nove pontos. A Serpente venceu uma, empatou duas e perdeu três, encerrando em sétimo com cinco pontos. O líder classificado foi o Pinheiros. O Colorado só se garantiu no quadrangular pela soma de pontos, junto com o Londrina.

Cascavel e Colorado disputaram o título cabeça a cabeça, com resultados iguais a cada rodada: duas vitórias, um empate e uma derrota. A única diferença foi o primeiro confronto direto realizado, na terceira rodada, quando os cascavelenses fizeram 3 a 0 nos tricolores dentro do Ninho da Cobra.

Faltando uma rodada para o fim do quadrangular, o Cascavel era o líder com sete pontos, seguido pelo Colorado com cinco. Pinheiros e Londrina tinham quatro cada e não tinham mais chances de título. Assim, teríamos um confronto direto entre cascavelenses e tricolores pelo título na última rodada. A partida estava marcada para a Vila Capanema, em Curitiba, em 30 de novembro. A Serpente tinha a vantagem do empate e podia até mesmo perder por dois gols de diferença, pois tinha quatro gols saldo. Para o Boca Negra, apenas a vitória por três gols de diferença interessava, devido ao saldo zerado.

O Colorado abriu o placar com Jorge Nobre aos cinco minutos. Após gol, os jogadores do Cascavel iniciaram uma confusão e o árbitro expulsou o atleta Marcos. Aos 23 minutos, os tricolores fizeram 2 a 0. No fim do primeiro tempo, Maurinho foi expulso em nova confusão, e os cascavelenses ficaram com dois a menos. Mas a Serpente voltou do intervalo com apenas sete jogadores, com o médico da equipe alegando supostas contusões dos jogadores Nelo e Dudu.

O Cascavel não acreditava mais conseguir o resultado que precisava em campo. Na saída de bola do segundo tempo, o goleiro Zico caiu no gramado e o árbitro encerrou a partida por causa do número de jogadores cascavelenses abaixo do permitido. O Colorado comemorou o título e deu a volta olímpica. O Cascavel também fez festa, pois o 2 a 0 ainda era favorável. Mas o caso seria julgado no tapetão.

Em 4 de dezembro, o TJD do Paraná puniu o Cascavel com a perda de pontos, mas não confirmou o título do Colorado. A decisão ficou para a Federação Paranaense, que decretou os dois clubes como campeões. Curiosamente, ambos terminariam extintos: o Colorado fundiu-se com o Pinheiros em 1989, dando lugar ao Paraná Clube, e o Cascavel EC ajudou a originar o Cascavel Clube Recreativo em 2001.

A campanha do Colorado:
39 jogos | 20 vitórias | 9 empates | 10 derrotas | 44 gols marcados | 25 gols sofridos

A campanha do Cascavel EC:
39 jogos | 17 vitórias | 11 empates | 11 derrotas | 51 gols marcados | 36 gols sofridos


Foto Ignácio Ferreira/Placar


Foto José Eugênio/Placar

Atlético-MG Campeão Mineiro 1980

Com uma dominância poucas vezes vista, o Atlético-MG faturou o tricampeonato mineiro em 1980. Nenhum adversário foi capaz de evitar o 27º título estadual do clube alvinegro, nem mesmo os seus principais rivais.

A competição foi disputada por 21 equipes, com uma duração bem mais curta em relação a outros estaduais naquela mesma temporada. Na primeira fase, os times foram divididos em três grupos e se enfrentaram em turno único. Os dois melhores de cada chave e os dois melhores terceiros colocados avançaram. Na etapa seguinte, os oito classificados jogaram um octogonal de dois turnos, valendo o título para o líder.

O Galo ficou no grupo A da primeira fase, junto com Valeriodoce, Alfenense, Nacional de Muriaé, Caldense, Araxá e Nacional de Uberaba. Na estreia, goleou o Nacional de Muriaé por 5 a 1 em Belo Horizonte. Nos cinco jogos seguintes, venceu mais quatro e perdeu um, conseguindo a classificação na liderança da chave com dez pontos.

Os classificados para o octogonal foram: Atlético, Valeriodoce, Cruzeiro, Democrata de Governador Valadares, Guaxupé, América, Uberaba e Guarani de Divinópolis. O Galo iniciou a luta pelo título com vitória por 2 a 1 sobre o Democrata no Mineirão. A sequência seguiu com mais triunfos: 3 a 1 no América, 4 a 0 no Uberaba, 1 a 0 no Cruzeiro, 1 a 0 no Guaxupé e 2 a 0 no Valeriodoce. O primeiro e único tropeço alvinegro na fase final foi o empate sem gols com o Guarani, na sétima rodada.

O Atlético venceria todos os sete jogos restantes no octogonal. Antes de confirmar o título, o time fez 5 a 0 no Democrata, 3 a 0 no Guarani, 2 a 0 no Uberaba e 2 a 1 no Valeriodoce. Na 12ª rodada, contra o América no Mineirão, o Galo goleou por 5 a 1 e ficou inalcançável para todos os adversários, garantindo o título com duas rodadas de antecedência. A campanha alvinegra foi encerrada com mais duas vitórias: 6 a 1 no Guaxupé e 2 a 0 no Cruzeiro, coroando uma trajetória quase perfeita.

A campanha do Atlético-MG:
20 jogos | 18 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 55 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Auremar de Castro/Placar

Grêmio Campeão Gaúcho 1980

A década de 1980 começou da mesma forma que a de 1970 terminou para o Grêmio: sendo campeão. O clube venceu o 22º título estadual em 1980 e voltou a conquistar um bicampeonato estadual desde de 17 anos na mesma temporada em que o Estádio Olímpico teve a conclusão da obra do anel superior.

A competição daquele ano contou com 16 participantes: os sete melhores da edição de 1979 e os nove melhores da Copa Governador do Estado de 1980. O regulamento foi simples. Na primeira fase, todos os times se enfrentaram em tuno único, com o líder levando um ponto extra para a fase final. Na segunda fase, aconteceu a mesma coisa. Na etapa final, os seis melhores na soma das fases anteriores disputaram um hexagonal em dois turnos, valendo o título.

A campanha do Grêmio teve início na vitória por 3 a 0 sobre o Brasil de Pelotas fora de casa. Na primeira partida no Olímpico, o tricolor fez 2 a 1 no Novo Hamburgo. Nos outros 13 jogos, a equipe venceu nove, empatou três e perdeu um. Com 25 pontos, o clube garantiu a liderança e um ponto extra para o hexagonal. Foram nove pontos de vantagem em relação ao Internacional, que foi apenas o nono.

Na segunda fase, o Imortal começou fazendo 1 a 0 no Lajeadense, em Lajeado. Depois, o time obteve mais nove vitórias, três empates e duas derrotas. O Grêmio somou 23 pontos ao todo e ficou na segunda colocação, um ponto atrás do líder Internacional, que levou o outro ponto extra para o hexagonal.

Além da dupla Grenal, o hexagonal final foi disputado por Inter de Santa Maria, Juventude, Novo Hamburgo e São Borja. O Grêmio estreou goleando o São Borja por 6 a 0 no Olímpico. Nos sete jogos seguintes, o time teve cinco vitórias e dois empates, lutando ponto a ponto pelo título com o Internacional. Ao fim da oitava rodada, os colorados lideravam com 16 pontos, contra 15 dos gremistas.

Os rumos do Gauchão mudariam na penúltima rodada. No Olímpico, o Grêmio fez 1 a 0 no Juventude e foi a 17 pontos. Já o Inter perdeu fora para o São Borja e acabou ultrapassado pelo rival. Desta forma, o Imortal entrou no Grenal da última rodada jogando pelo empate para ser campeão. E a festa aconteceu em pleno Beira-Rio, após o tricolor segurar o 0 a 0 no placar.

A campanha do Grêmio:
40 jogos | 28 vitórias | 9 empates | 3 derrotas | 65 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Ricardo Chaves/Placar

Fluminense Campeão Carioca 1980

Com a bênção do João de Deus, o Fluminense gritou campeão. O ano era 1980, e o Papa João Paulo II fez sua primeira visita ao Brasil, passando pelo Rio de Janeiro. Dias depois, no Maracanã, a torcida tricolor entoou uma música em sua homenagem na final do primeiro turno do Campeonato Carioca, contra o Vasco. O Flu, que não era favorito, venceu a disputa e ganhou moral para a conquista de seu 24º título estadual.

O torneio contou com 18 participantes. Na primeira fase, sete deles disputaram três vagas para as outras duas etapas. A segunda fase foi a Taça Preguinho, em que 14 times jogaram em turno único. O campeão se classificou para a final. A terceira fase foi a Taça Gustavo de Carvalho, com a mesma fórmula e os dez melhores colocados da etapa anterior. O vencedor também foi à decisão. Em caso de empate de pontos na liderança destas fases, partidas extras decidiriam o ganhador. Uma observação sobre o regulamento é a ausência da Taça Guanabara, que pela última vez na história foi disputada à parte, antes do estadual.

A campanha do Fluminense teve início na segunda fase. Na estreia, a equipe fez 2 a 0 no Bonsucesso. Nas demais 12 partidas que teve, conseguiu mais oito vitórias, três empates e uma derrota. O Tricolor somou 21 pontos, a mesma coisa que o Vasco. Ambos acabaram na liderança e precisaram fazer um jogo-desempate. Após 1 a 1 no tempo normal, o Flu fez 4 a 1 nos pênaltis e conquistou a vaga na decisão.

Na terceira fase, o Fluminense perdeu um pouco do ritmo. Na primeira rodada, empatou por 1 a 1 com o Americano. A primeira vitória só veio na terceira partida, quando fez 2 a 0 no Serrano. Nos outros sete jogos, o time teve só mais um triunfo, com três empates e três derrotas. Com apenas oito pontos, o Tricolor ficou em sexto lugar e viu o Vasco somar quase o dobro (15) para ser o primeiro colocado e também e ir à final.

A decisão carioca em 1980 foi simples e direta, com uma partida única entre Fluminense e Vasco. Mais uma vez sem o favoritismo, a torcida tricolor fez a voz do João de Deus nas arquibancadas e o time correspondeu em campo. De falta, Edinho marcou o gol da vitória por 1 a 0 e do título.

A campanha do Fluminense:
24 jogos | 12 vitórias | 8 empates | 4 derrotas | 43 gols marcados | 25 gols sofridos


Foto Arquivo/Fluminense

São Paulo Campeão Paulista 1980

O Campeonato Paulista de 1980 marcou a volta da normalidade no calendário. A competição foi disputada entre maio e novembro daquele ano, sem precisar extrapolar para a temporada seguinte. Para o São Paulo, foi um capítulo marcante de mais um título estadual, o 11º, depois de cinco anos na fila.

A competição daquele ano teve 20 participantes e foi organizada com um regulamento relativamente simples, em duas fases. Em cada uma delas, todos os times se enfrentavam em turno único, e os quatro melhores colocados avançaram ao mata-mata da respectiva etapa. O vencedor de cada fase ganhou o direito de disputar a final do campeonato.

O São Paulo começou a campanha de forma discreta. Na estreia da primeira fase, empatou por 1 a 1 com o América de Rio Preto fora de casa. A primeira vitória veio na partida seguinte, por 2 a 0 sobre a Ferroviária no Morumbi. Nos outros 17 jogos, o time venceu seis, empatou cinco e perdeu seis. O Tricolor ficou apenas na oitava colocação, com 20 pontos, a três da zona de classificação. Portuguesa, Santos, Botafogo de Ribeirão Preto e Ponte Preta disputaram o mata-mata, que teve vitória santista.

No entanto, o Tricolor deu a volta por cima na segunda fase. Logo na abertura, goleou o Corinthians por 4 a 0. Na sequência, venceu mais dez partidas, empatou sete e perdeu uma, garantindo a liderança e a vaga no mata-mata com 29 pontos, à frente de Ponte Preta, Corinthians e Inter de Limeira. Na semifinal, o São Paulo superou a Inter com sofrimento, após perder a ida por 2 a 1, vencer a volta por 2 a 1 e marcar mais um gol na prorrogação. Na final, venceu a Ponte Preta com o roteiro parecido: venceu a ida por 2 a 1, perdeu a volta por 1 a 0 e segurou o empate sem gols na prorrogação.

A final do Paulistão foi disputada entre São Paulo e Santos, em dois jogos no Morumbi. Na primeira partida, o Tricolor venceu por 1 a 0, com gol de Serginho Chulapa. No segundo jogo, o São Paulo venceu novamente por 1 a 0, com outro gol de Serginho, e conquistou o título estadual.

A campanha do São Paulo:
44 jogos | 22 vitórias | 13 empates | 9 derrotas | 55 gols marcados | 32 gols sofridos


Foto Manoel Motta/Placar

Valencia Campeão da Recopa Europeia 1980

A década de 1970 terminou com a Recopa Europeia morando na Espanha. E a década de 1980 começou da mesma forma, com o título permanecendo em território espanhol. Da Catalunha, a taça viajou até a Comunidade Valenciana, que celebrou a conquista inédita do Valencia em 1980, sob o comando de do técnico Alfredo Di Stéfano.

Vencedores da Copa do Rei de 1979, os murciélagos entraram na competição europeia que contou com 34 participantes e a volta da fase preliminar. Já na primeira fase, o Valencia começou a campanha rumo ao título contra o Boldklubben, da Dinamarca. Na ida, empate por 2 a 2 fora de casa. Na volta, goleada por 4 a 0 no Mestalla.

O Valencia seguiu para as oitavas de final e enfrentou o Rangers. O primeiro jogo aconteceu em casa, no Mestalla, mas os valencianos não passaram do empate por 1 a 1 com os escoceses. A segunda partida foi em Glasgow, e os murciélagos tiveram uma bela atuação em pleno Estádio Ibrox, vencendo por 3 a 1 e se classificando às quartas.

Nas quartas de final, foi a vez de encarar o Barcelona.  A ida foi no Camp Nou, e o Valencia fez a festa na casa do rival ao vencer por 1 a 0. A volta foi no Mestalla, cheia de emoção. Enrique Saura abriu o placar, os catalães viraram e Rainer Bonhof empatou, tudo isso em meia hora. No segundo tempo, Saura fez mais um Mario Kempes anotou o quarto gol que classificou o time valenciano. Deu tempo para o Barcelona descontar para 4 a 3, que não serviu para nada.

Na semifinal, o adversário foi o Nantes. A primeira partida foi na França, e o Valencia voltou derrotado por 2 a 1. O segundo jogo foi no Mestalla, e com o apoio da torcida os murciélagos reverteram a desvantagem e golearam por 4 a 0, obtendo a vaga na decisão.

O oponente na final foi o Arsenal, que eliminou Fenerbahçe, Magdeburg, IFK Gotemburgo e Juventus. A partida foi realizada em Bruxelas, no Estádio de Heysel. A disputa foi forte, porém os gols não saíram e tudo ficou no 0 a 0. Nos pênaltis, o Valencia se deu melhor e venceu por 5 a 4, garantindo o título.

A campanha do Valencia:
9 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Diario AS

Eintracht Frankfurt Campeão da Liga Europa 1980

A Copa da UEFA de 1980 viu uma situação inédita em sua história (e também da entidade): todos os quatro semifinalistas pertenciam ao mesmo país. No caso, a Alemanha, que reafirmou sua hegemonia sobre a competição na primeira década de existência. O título ficou nas mãos do Eintracht Frankfurt, que chegou ao maior título de sua história.

A história começou na primeira fase, contra o Aberdeen. A equipe alemã empatou a ida por 1 a 1 na Escócia, e venceu a volta por 1 a 0 em Frankfurt, no antigo Waldstadion. Na segunda fase, as águias (ou "die adler") eliminaram o Dínamo Bucareste de maneira épica. Depois de levar 2 a 0 na Romênia, o time devolveu o resultado em casa ao anotar o segundo gol aos 46 minutos do segundo tempo, com Bernd Hölzenbein. Na prorrogação, Bernd Nickel fez 3 a 0 e garantiu a vaga nas oitavas de final.

Nas oitavas, o Eintracht foi até a Holanda para encarar o Feyenoord. Antes, disputou a ida no Waldstadion e goleou por 4 a 1. E em Roterdã, a derrota por 1 a 0 foi suficiente para mais uma classificação. Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Zbrojovka Brno, da Tchecoslováquia. A vaga na semifinal veio após a goleada por 4 a 1 em Frankfurt, e derrota por 3 a 2 fora de casa.

Nas semifinais, o Eintracht enfrentou o poderoso Bayern de Munique, um dos melhores times da época. O primeiro jogo foi disputado em Munique e terminou derrota por 2 a 0, deixando tudo mais complicado para a partida de volta. Em Frankfurt, o Eintracht mostrou sua garra. No tempo normal, devolveu os dois gols, marcados por Bruno Pezzey. Na prorrogação, fez mais três com Harald Karger (dois) e Werner Lorant. O Bayern chegou a descontar, e o épico 5 a 1 colocou as águias na decisão.

A final da Copa da UEFA foi contra o Borussia Mönchengladbach, que eliminou Viking (Noruega), Internazionale, Universitatea Craiova, Saint-Étienne e Stuttgart. Os dois times proporcionaram dois jogos emocionantes, cheio de reviravoltas. O primeiro jogo aconteceu no Bökelbergstadion, e o Borussia conseguiu superar o Eintracht por 3 a 2, de virada. Os gols da esperança rubro-negra para a volta foram anotados por Karger e Hölzenbein.

A volta foi realizada no Waldstadion. O Eintracht insistiu no gol do título desde os primeiros instantes, mas o Borussia conseguia se segurar. Até que, aos 36 minutos do segundo tempo, Fred Schaub marcou o tento mais importante da história do clube. A vitória por 1 a 0 garantiu o título pela regra do gol fora da casa.

A campanha do Eintracht Frankfurt:
12 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 5 derrotas | 23 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Arquivo/Eintracht Frankfurt

Nottingham Forest Campeão da Liga dos Campeões 1980

Mais uma década ficou para trás, e a Copa dos Campeões da Europa seguiu forte. Os anos 80 ficaram marcados pela alternância de forças no domínio da competição, mas não sem antes ver a consolidação inglesa com mais três taças em sequência às que vieram no fim dos anos 70. Quem emendou o quarto título consecutivo para a terra da rainha em 1980 foi, de novo, o assombroso Nottingham Forest.

A campanha do bicampeonato vermelho teve início contra o Östers, da Suécia. No primeiro jogo, vitória por 2 a 0 dentro do City Ground. Na segunda partida, empate por 1 a 1 no interior sueco. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar outra equipe pouco conhecida, o Arges Pitesti, da Romênia. E mais uma vez o Nottingham passou de maneira tranquila, vencendo a ida em casa por 2 a 0, e a volta fora por 2 a 1.

Nas quartas, quase que a história foi para o buraco. Contra o Dínamo Berlim, da Alemanha Oriental, o Nottingham perdeu a primeira desde o início da edição anterior, por 1 a 0 no City Ground. A equipe precisou se recuperar fora de casa, e os britânicos conseguiram a classificação no outro lado do muro, no triunfo por 3 a 1.

O oponente da semifinal foi o Ajax. Novamente abrindo a série na Inglaterra, o time todo vermelho venceu por 2 a 0. No Olímpico de Amsterdã, o time holandês até largou na frente, mas a derrota por 1 a 0 classificou o Nottingham Forest.

Mais uma final para os ingleses. O último adversário rubro foi o Hamburgo, clube alemão que eliminou Valur (Islândia), Dínamo Tbilisi (União Soviética), Hajduk Split (Iugoslávia) e Real Madrid. A partida aconteceu no já figurinha carimbada Santiago Bernabéu, em Madrid, palco da decisão pela terceira vez na história.

E tal qual ocorreu em 1979, poucas chances de gol surgiram. A única fatal veio aos 20 minutos do primeiro tempo pelo escocês John Robertson, que fez 1 a 0 e confirmou mais uma conquista para a soberana e - até ali - inquestionável Inglaterra.

A campanha do Nottingham Forest:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 13 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Peter Robinson/Empics/Getty Images

Uruguai Campeão do Mundialito 1980

Para comemorar os 50 anos da Copa do Mundo, em 1980, a FIFA resolveu criar um torneio especial. Sua premissa era simples: reunir todos os ganhadores mundiais e definir o "campeão de ouro". Logo ficou decidido que a competição seria disputada no primeiro país sede da histórias das Copas, o Uruguai. E que Itália, Alemanha, Brasil, Inglaterra e Argentina seriam os demais participantes. Nasceu então a "Copa de Oro de Campeones Mundiales", no idioma anfitrião. Para os brasileiros, ela ficou apelidada de Mundialito.

Mas nem tudo foram flores de início. Primeiro, a desistência dos ingleses. Eles acabaram substituídos pela Holanda, vice dos últimos dois Mundiais. Depois, o calendário. A FIFA não conseguiu achar brecha para introduzir o Mundialito durante 1980. Somente no penúltimo dia, 30 de dezembro, que a bola rolou. As seis seleções ficaram em dois grupos. No A, Uruguai, Holanda e Itália. No B, Brasil, Argentina e Alemanha. Todos os jogos aconteceram no Estádio Centenario, em Montevidéu. Só o líder de cada chave avançava de fase.

Na abertura, os uruguaios bateram os holandeses por 2 a 0. Em 1º de janeiro de 1981, os argentinos estrearam com vitória por 2 a 1 - de virada - sobre os alemães. No dia 3, os Charrúas fizeram outro 2 a 0, agora nos italianos, e confirmaram a classificação antecipada à decisão. No dia 4, ocorreu a estreia brasileira, no empate por 1 a 1 com os Albicelestes. No dia 6, a Azzurra e a Laranja cumpriram tabela no empate por 1 a 1. E no dia 7, a Canarinho também garantiu seu lugar na final ao golear a Nationalelf por 4 a 1.

A classificação dos grupos ficou assim: no A, Uruguai líder com quatro pontos, Itália e Holanda fora com um cada. No B, Brasil e Argentina somaram três - com saldo de três gols para os brasileiros e um para os argentinos - e a Alemanha não marcou nada.

A decisão, em 10 de janeiro, reuniu Uruguai e Brasil no Centenario. De um lado, a chance de recuperar  parte do tempo perdido desde a última boa Copa, em 1970. Do outro, mais uma oportunidade de vingar o Marcanazzo de 30 anos antes. Em campo, os uruguaios compensaram a baixa na experiência internacional (o último Mundial jogado era o de 1974) com a força do torcedor na arquibancada. Já os brasileiros apresentavam o embrião do time de 1982 já sob o comando de Telê Santana. Jorge Barrios abriu o placar aos cinco minutos do segundo tempo. Sócrates empatou, de pênalti, aos 17 e Waldemar Victorino fechou em 2 a 1 aos 35. O Uruguai era o campeão de ouro.

A campanha do Uruguai:
3 jogos | 3 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 1 gols sofrido


Foto Bob Thomas/Getty Images

Nacional Campeão da Libertadores 1980

A Libertadores entra nos anos 80 sem mudança em relação à década anterior. O regulamento do momento ainda duraria mais alguns anos. Outro fato sem alteração foi o interesse das equipes no título, sobretudo as da Argentina e as do Uruguai. Longe do topo desde 1971, os uruguaios voltariam a vencer em 1980 com o Nacional, justamente o último vencedor do país.

Vice da Liguilla Pré-Libertadores uruguaia, o Decano estreou na competição no grupo 2, ao lado do campeão Defensor e dos bolivianos The Strongest e Oriente Petrolero. Franco favorito à classificação, o clube fez uma primeira fase tranquila, de cinco vitórias em seis jogos. A única derrota foi na altitude da La Paz, por 3 a 0 para o Strongest.

Esse resultado adverso foi compensado com 3 a 0 a favor sobre o Defensor fora de casa, e com os 5 a 0 sobre o Petrolero em Montevidéu. Ainda assim, a vaga na semifinal só foi garantida na última rodada, ao fazer 2 a 0 no confronto direto com o carrasco boliviano do primeiro turno e somar dez pontos na tabela.

Na segunda fase, o Nacional ficou na chave junto do então campeão Olimpia e do chileno O'Higgins. E o time encaminhou bem sua situação ao vencer as duas primeiras partidas por 1 a 0, em Assunção e em Santiago. Na terceira, 1 a 1 com os paraguaios em casa adiou a vaga na final. Ela foi confirmada no último jogo, com 2 a 0 sobre os chilenos no Centenário.

Em sua quarta final de Libertadores na história, foi a primeira vez que o Nacional enfrentou um clube brasileiro: o Internacional, que na sua tentativa de trazer o título de volta ao Brasil bateru na semi o América de Cali e o Vélez Sarsfield. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, em Porto Alegre, e El Bolso voltou das terras gaúchas com um bom, porém perigoso, empate sem gols.

Estava proibido perder em Montevidéu na volta. E a tradição fez a diferença no Estádio Centenario. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o ídolo Waldemar Victorino fez 1 a 0 e decretou a segunda conquista sul-americana do Nacional.

A campanha do Nacional:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Tchecoslováquia Campeã Olímpica 1980

Os Jogos Olímpicos entram nos anos 80, e a era dos boicotes seguiu intensa na edição de 1980 em Moscou, a capital da União Soviética. Desta vez não foi só um grupo de países que disseram não às Olimpíadas, mas praticamente meio mundo. Liderados pelos Estados Unidos, 63 nações protestaram contra a invasão soviética no Afeganistão ocorrida um ano antes. A lista aumentou para 65 quando China e Taiwan recusaram-se a participar, mas estes saíram devido a divergências mútuas quanto ao nome utilizado por ambos.

O torneio de futebol acabou afetado. Das 16 seleções classificadas, sete foram substituídas: pela África, Gana e Egito deram lugar para Nigéria e Zâmbia; na Ásia, Malásia e Irã foram trocadas por Iraque e Síria; pelas Américas, Estados Unidos e Argentina deixaram as vagas para Cuba e Venezuela; e na Europa, a Noruega deixou espaço livre à Finlândia. Dessa forma, o domínio do amadorismo socialista ficou ainda maior.

Com uma prata e uma final abandonada na história, a Tchecoslováquia caminhou para o que seria o último ouro do Leste Europeu antes da reformulação na maneira de se convocar dos atletas. No grupo B da competição, estreou fazendo 3 a 0 na Colômbia. Depois, cedeu empate por 1 a 1 à Nigéria. Por fim, o time tcheco empatou perigosamente sem gols com o Kuwait. Isso porque, se sofresse um gol, a equipe estaria eliminada.

Com quatro pontos, a seleção ficou na liderança, superando os kuwaitianos no saldo de gols (3 a 2). Nas quartas, a Tchecoslováquia derrotou a Argélia por 3 a 0. Na semifinal, foi a vez de passar ganhando por 2 a 0 da Iugoslávia.

A disputa pela medalha de ouro foi entre Tchecoslováquia e Alemanha Oriental, que passou por Espanha, Síria, Iraque e União Soviética. Valendo o bronze, os soviéticos venceram os iugoslavos por 2 a 0. Enfim, a decisão aconteceu no Luzhniki, à época conhecido como Central Lenin. Em partida dura, os tchecos levaram o título ao vencer por 1 a 0, gol marcado pelo reserva Jindrich Svoboda, aos 32 minutos do segundo tempo.

A campanha da Tchecoslováquia:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 10 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto CTKxPhoto/JirixKrulis/Imago Images

Alemanha Campeã da Eurocopa 1980

Chegam os anos 80, e a Eurocopa deu mais um grande passo para o seu crescimento. Ninguém queria ficar de fora da competição, e a UEFA resolveu expandir a fase final para oito seleções, introduzindo nela uma fase de dois grupos. A semifinal foi abolida: o líder de cada chave se classificava para a final e seus vices jogavam a disputa do terceiro lugar. As eliminatórias também foram modificadas, pois elas passariam a dar sete vagas (para os vencedores dos sete grupos). Mas a mudança mais significativa foi a escolha prévia do país-sede, que não precisaria mais passar pelas prévias. A primeira honra coube à Itália, que já havia abrigado a fase final em 1968.

Mas diferentemente de 12 anos antes, a anfitriã não conseguiu o bicampeonato. O título ficou com outra força, cada vez mais acostumada ao torneio continental e que via em campo uma nova geração de craques aparecer: a Alemanha Ocidental, sob a batuta de Karl-Heinz Rummenigge, Horst Hrubesch e Klaus Allofs. No banco de reservas, entrando apenas uma vez em jogos, um jovem Lothar Matthäus já marcava presença. Nas eliminatórias, o time alemão conseguiu a vaga ao bater Turquia, País de Gales e Malta.

Dentro da Eurocopa, no grupo A, a Alemanha teve a chance de estrear contra sua carrasca de quatro anos antes: a Tchecoslováquia. E a história foi bem diferente, com vitória por 1 a 0 para iniciar a campanha. Na segunda rodada, foi a vez da bater a Holanda por 3 a 2. Com 100%, bastou empatar sem gols com a Grécia na terceira partida para a Nationalelf conseguir a liderança e o lugar na final, com cinco pontos.

A adversária da Alemanha foi a Bélgica, que na outra chave superou Itália, Inglaterra e Espanha. O favoritismo era alemão, mas a experiência ruim de 1976 fazia com que os jogadores pregassem cautela. Jogando no Olímpico de Roma, os alemães saírem na frente aos dez minutos do primeiro tempo, com Hrubesch. A partida ficou controlada até os 30 do segundo tempo, quando a pressão belga deu resultado e, de pênalti, empatou a parada. A indefinição ficou no placar até aos 43 minutos, quando Hrubesch fez 2 a 1 e colocou as coisas nos seus devidos lugares: Alemanha bicampeã da Europa.

A campanha da Alemanha:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 6 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Sportfoto Rudel/Imago

Nacional Campeão Mundial 1980

A década de 80 foi marcada por muitas transformações no mundo. No futebol não foi diferente, visto que as fronteiras esportivas entre os países foi diminuindo ano após ano. A Copa Intercontinental também passou por uma profunda reformulação, em 1980.

Depois das disputas capengas dos anos 70, UEFA e Conmebol precisavam chegar em um consenso para que o Mundial não morresse. A ideia escolhida foi a de realizar o torneio em partida única em campo neutro. Em um primeiro momento, Nova York foi o local escolhido. Mas era preciso que houvesse apoio financeiro, e nenhuma empresa dos Estados Unidos embarcou no projeto.

Até que entrou na história a Toyota, montadora de carros do Japão. Ela propôs que o Mundial fosse levado à Tóquio, e a organização seria feita a seis mãos. Em troca, a empresa bancaria todas as despesas dos clubes, além das premiações e a entrega de um carro para o craque da partida. O nome oficial da competição também seria alterado, para Copa Toyota (ou Copa Europeia/Sul-Americana). Os únicos trabalhos dos clubes seriam o de viajar e o de jogar.

Mas o principal inconveniente não estava resolvido. Como obrigar o campeão europeu a jogar sempre? A UEFA chegou a uma conclusão radical: passou a obrigar os clubes a assinarem um contrato, antes de entrarem na Copa dos Campeões, obrigando-os a disputar a competição se chegassem ao título. Caso não disputassem o Mundial, a quebra de contrato levaria à suspensão de competições europeias.

A mudança não foi bem digerida no Velho Continente. O Nottingham Forest conquistou o bicampeonato europeu, ao fazer 1 a 0 no Hamburgo, e foi ao Japão sob protesto: o técnico Brian Clough levou só 14 atletas para o torneio, alegando que o clube só faria aquele "amistoso" para cumprir o contrato. Na Libertadores, o Nacional do Uruguai também foi bi, depois de derrotar o Internacional na decisão, com 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta. Os uruguaios, ao contrário dos ingleses, foram empolgados para a Terra do Sol Nascente.

As negociações entre Conmebol, UEFA e Toyota foram longas, e o Mundial de 1980 foi jogado apenas no dia 11 de fevereiro de 1981. Foi a primeira de 22 finais no Estádio Nacional de Tóquio, que nesta primeira vez recebeu 62 mil torcedores. Ao meio-dia, a bola rolou no gramado queimado pelo frio. Como era de se esperar, o Nottingham se esforçou pouco, enquanto o Nacional deu o seu máximo. Logo aos dez minutos de jogo, Victorino recebeu cruzamento de Moreira e tocou rasteiro entre a zaga: 1 a 0 Bolso. O resultado persistiu até o fim, e a comemoração pelo segundo título varou a madrugada no Uruguai.


Foto Arquivo/Nacional

Londrina Campeão Brasileiro Série B 1980

Depois de oito anos sem ser disputada, o Brasileiro da Série B voltou à ativa em 1980, chamando-se "Taça de Prata". A recém criada CBF diminuiu o Brasileirão, e reformou a segunda divisão como uma maneira de acomodar os clubes que ficaram fora da elite. Esta competição teria os participantes qualificados pelo desempenho nos estaduais, e usaria metade do sistema de acesso e descenso. Quatro equipes subiriam para a primeira divisão ainda na mesma temporada, enquanto o campeão e o vice garantiriam o acesso para o ano seguinte.

Mas nenhum time seria rebaixado da Taça de Ouro, como era chamada a primeira divisão. A primeira Taça de Prata contou com a participação de 64 clubes, divididos em oito grupos, e se enfrentando em turno único dentro do próprio grupo. O Londrina vinha de um sexto lugar no Paranaense do ano anterior, e foi indicado para integrar o grupo 8.

Após as sete rodadas da primeira fase, o Tubarão ficou na terceira posição do grupo, com nove pontos, quatro vitórias, um empate e duas derrotas. Deixou para trás o rival da capital, o Athletico-PR, e ficou dois pontos atrás da Juventus-SP, que foi líder do grupo mas perdeu no play-off a vaga para a primeira divisão. O Londrina avançou para a segunda fase ao lado dela e do Comercial de Ribeirão Preto. Os 20 classificados foram distribuídos em quatro grupos de turno único, com vaga apenas para o líder de cada. 

O LEC caiu no grupo 3, contra Grêmio Maringá, Sampaio Corrêa, Anapolina e Bonsucesso, e passou por cima de todos eles, vencendo os quatro jogos e marcando oito pontos. A liderança invicta deu ao Tuba uma passagem para a semifinal. Jogando contra o Botafogo-SP, venceu as duas partidas, 2 a 1 em Ribeirão Preto e 1 a 0 no Estádio do Café, e conquistou o acesso para a Taça de Ouro de 1981.

A final foi contra o time do CSA de Alagoas. O primeiro jogo foi no Rei Pelé, em Maceió, e quase que terminou com vitória do Londrina. Com um jogador a menos, abriu o placar no segundo tempo, mas sofreu o empate de 1 a 1 a cinco minutos do fim. A decisão ficou para o Café, e o Tubarão não tomou conhecimento do adversário, goleando ao natural por 4 a 0. Sob o olhar de 36 mil torcedores, o Londrina se tornou campeão brasileiro da Série B, a única conquista nacional que o clube possui.

A campanha do Londrina:
15 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 26 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Silas Monteiro/Placar

Flamengo Campeão Brasileiro 1980

O ano de 1980 foi de muitas mudanças no futebol brasileiro. A CBD foi desmembrada em várias entidades, uma para cada modalidade. Nasceu a CBF, que passou a organizar o futebol. Depois, os times tradicionais pressionaram a confederação a reformar o Campeonato Brasileiro, que crescia ano a ano em participantes. Dos 94 times em 1979, ficaram 40 para a nova Taça de Ouro de 1980.

Por outro lado, foi ressuscitada a segunda divisão, com sistema misto de acesso. Alguns times subiam no mesmo ano, outros para o ano seguinte, e não havia rebaixamento. Também foi criada a terceira divisão. Os campeonatos estaduais começaram a servir como critério técnico para o preenchimento das vagas nas três divisões. E em meio a isso, surgiu mais uma força que dominou o futebol na década de 80: o Flamengo de Zico, Júnior, Nunes, Leandro e Adílio.

Na primeira fase da Taça de Ouro, os times foram divididos em quatro grupos. O Rubro-negro ficou no grupo 3, e começou bem o campeonato, ficando na segunda posição, com cinco vitórias, três empate e uma derrota. Com 13 pontos, fez dois a menos que o líder Santos. Sete times por grupo se classificaram.

Na segunda fase, essas 28 equipes se juntaram a outras quatro oriundas da Taça de Prata, se dividindo em oito grupos. O Flamengo ficou no grupo 6, com Palmeiras, Santa Cruz e Bangu, e não perdeu nenhum dos seis jogos. Liderou com quatro vitórias, dois empates e 10 pontos, e passou de fase ao lado do Palmeiras.

Na terceira fase, 16 classificados formaram mais quatro grupos, agora com jogos em turno único. O Fla ficou no grupo 3, com Santos, Desportiva do Espírito Santo e Ponte Preta. Vencendo dois jogos e empatando um, o Rubro-negro se classificou para a semifinal com cinco pontos.

Na semifinal, o Flamengo enfrentou o Coritiba. No primeiro jogo, no Couto Pereira, vitória do Mengão por 2 a 0. Mesmo com a classificação encaminhada, levou sustos no jogo da volta no Maracanã, mas venceu por 4 a 3 e foi à final contra o Atlético-MG, que se vingou de 1976 e eliminou o Internacional.

Tida como a maior final de Brasileirão da história, Flamengo e Atlético-MG colocaram frente a frente times históricos. No primeiro jogo, o Flamengo segurou quase tudo, mas sofreu uma derrota apertada por 1 a 0 no Mineirão. Com a melhor campanha e a vantagem de jogar por um saldo de gols zerado, bastava ao Flamengo vencer no Maracanã. Tão apertando quanto a ida, o Flamengo ficava na frente do placar, e o Atlético-MG empatava. Isso aconteceu duas vezes, até que na terceira Nunes fez o gol da vitória por 3 a 2 e do primeiro título brasileiro do Flamengo.

A campanha do Flamengo:
22 jogos | 14 vitórias | 6 empates | 2 derrotas | 46 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Aníbal Philot/Agência O Globo