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Itália Campeã da Eurocopa 2020

A Eurocopa que uniu todo o Velho Continente foi também a que mais conviveu com a incerteza sobre a sua realização. Programada para 2020, a competição precisou ser adiada para 2021 por conta da pandemia de covid-19. E como estava planejada para acontecer em 12 cidades espalhadas da Europa, muito se discutiu se o formato não deveria ser convertido para apenas uma sede e se deveria mesmo ter torcida nos jogos. No fim, ficou acertado quase tudo como já estava: 11 estádios e países diferentes, com cada local definindo por si o quanto de público que pisaria nas arquibancadas (a quantidade variou entre 20% e 100%), conforme o avanço da vacinação em cada uma das cidades.
E a espera de um ano a mais valeu a pena. Grandes partidas contaram a história do torneio, que teve como campeão a Itália, que superou a ausência na Copa do Mundo de 2018 e acabou com 52/53 anos sem um título continental. No grupo A, a Azzurra fez os três jogos em Roma e estreou vencendo a Turquia por 3 a 0. Depois, a equipe fez outro 3 a 0 sobre a Suíça e 1 a 0 sobre o País de Gales, encerrando na liderança da chave, com nove pontos. Nas oitavas de final, a seleção da terra da bota enfrentou a Áustria, eliminando-a com vitória por 2 a 1, na prorrogação. Nas quartas, contra a Bélgica, mais um triunfo, também por 2 a 1, mas no tempo normal. A semifinal foi contra a Espanha, na qual a classificação só veio nos pênaltis, vencendo por 4 a 2 após empate por 1 a 1.
A final foi contra a Inglaterra, que antes havia batido Alemanha, Ucrânia e Dinamarca. A partida foi realizada em Wembley, em Londres, diante de mais de 67 mil pessoas, o que dá 75% da ocupação do estádio. Os ingleses começaram melhores, pois Luke Shaw abriu o placar logo com dois minutos do primeiro tempo. Os italianos empataram aos 22 do segundo tempo, quando Leonardo Bonucci aproveitou a confusão depois de uma cobrança de escanteio e fez o gol. O 1 a 1 adentrou a prorrogação e levou a outra disputa de pênaltis. Andrea Belotti e Jorginho perderam suas cobranças, mas Domenico Berardi, Bonucci e Federico Bernardeschi acertaram as suas. Gianluigi Donnarumma defendeu as batidas de Marcus Rashford e Bukayo Saka, e com 3 a 2 no fim a Itália chegou ao bicampeonato.

A campanha da Itália:
7 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Claudio Villa/Getty Images

Portugal Campeão da Eurocopa 2016

A constante expansão da Eurocopa teve mais um passo na edição de 2016, quando a UEFA aumentou mais uma vez o número de seleções participantes e de grupos, passando de 16 para 24 e de quatro para seis. Com quase meio continente na disputa, houve o recorde de estreantes nos estádios da França, a sede do torneio: cinco, com as de Islândia e País de Gales tornando-se as mais memoráveis, de campanhas até as quartas e até a semifinal, respectivamente. Fora disso, o título ficou com a uma equipe que vinha de muitas batidas na trave e que contava (e ainda conta) com um dos melhores jogadores do século. Portugal e Cristiano Ronaldo atingiram o auge da relação.
No grupo F, a campanha portuguesa iniciou longe de parecer um time campeão. Foram três empates nas três partidas. Começou no 1 a 1 com a Islândia, continuou no 0 a 0 com a Áustria e terminou no 3 a 3 com a Hungria. A classificação ficou ameaçada na rodada final, já que os húngaros ficaram três vezes à frente do placar, mas Portugal conseguiu no fim uma vaga de terceiro colocado, com apenas três pontos. Depois de tantos três, era a hora do mata-mata. O adversário nas oitavas de final foi a Croácia, vencida somente na prorrogação, por 1 a 0. Nas quartas, mais um empate, agora por 1 a 1 contra a Polônia. Nos pênaltis, 5 a 3 aos portugueses. A semifinal foi jogada contra o País de Gales, e Portugal fianlmente conseguiria uma vitória nos 90 minutos: 2 a 0, com gols de Cristiano Ronaldo e Nani.
Na decisão, o encontro com a dona da casa França, que eliminou Irlanda, Islândia e Alemanha. O jogo no Stade de France, em Saint-Denis, foi o tempo todo sob tensão. O capitão CR7 só durou 25 minutos em campo, sendo substituído após sofrer lesão. A partida desenrolou sem gols por 108 minutos, invadindo a prorrogação. Aos quatro do segundo tempo extra, coube ao reserva Eder anotar o gol do título, com um chute forte e rasteiro de fora da área, sem alcance para o goleiro Hugo Lloris. Calando quase todo o estádio, enfim estava selada a conquista tão sonhada de Portugal. Depois de tantas tentativas frustradas, algumas bem dolorosas, era a hora da comemoração.

A campanha de Portugal:
7 jogos | 3 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Nick Potts/Empics/Getty Images

Espanha Campeã da Eurocopa 2012

A última edição de Eurocopa com 16 seleções aconteceu em 2012, e ela foi duplamente sediada pela terceira vez na história, com a incumbência ficando nas mãos de Ucrânia e Polônia. Foi nos gramados ucranianos e poloneses que a Espanha completou a trilogia dos grandes títulos. Agora temida, a equipe chegava para buscar o tricampeonato ostentando ainda a Copa do Mundo erguida em 2010.
Na cabeça do grupo C, a Fúria estreou contra a Itália, porém não passou do empate por 1 a 1, tendo saído atrás no placar. As coisas voltariam ao normal a partir da segunda rodada, com a goleada por 4 a 0 sobre a Irlanda. No último jogo da fase, bastou à Espanha vencer a Croácia por 1 a 0 para garantir a liderança da chave com sete pontos. Os italianos também avançaram às quartas de final. O primeiro mata-mata espanhol foi contra a França, uma velha pedra no sapato espanhol nas Euros de 1984 e de 2000, além do Mundial de 2006. Mas desta vez os franceses não tiveram chances e perderam por 2 a 0, ambos os gols marcados por Xabi Alonso. O confronto mais complicado veio na semifinal, contra Portugal. As equipes ficaram no 0 a 0 em Donetsk, tendo que decidir a vaga nos pênaltis. Os espanhóis foram mais eficientes nas cobranças e venceram por 4 a 3. Dessa forma, a Espanha atingia um feito que apenas União Soviética e Alemanha haviam conseguido: chegar em duas finais seguidas.
Mas soviéticos e alemães jamais conquistaram duas vezes consecutivas a Eurocopa. Era a grande chance espanhola de superá-las. Sua adversárias na decisão foi a Itália, marcando o reencontro da estreia. A partida foi disputada no Olímpico de Kiev, e contaria uma história bem distinta do que foi vista lá atrás. Bem leve em campo, a Espanha abriu o caminho do título aos 14 minutos do primeiro, quando David Silva abriu o placar. Aos 41, Jordi Alba ampliou. A goleada estava por vir, e ela chegou a partir dos 39 do segundo tempo, com o gol de Fernando Torres. Aos 43, Juan Mata fez 4 a 0 e completou a festa. Pela primeira vez o título europeu ficava duas vezes seguidas com a mesma seleção. Mais: a Espanha igualava o topo do ranking de conquistas, ao lado da Alemanha, com três.

A campanha da Espanha:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Laurence Griffiths/Getty Images

Espanha Campeã da Eurocopa 2008

Mais uma Eurocopa começa, e junto com ela vem o surgimento de uma nova força, que sempre esteve ali mas que na hora H falhava. A história seria mudada com a Espanha a partir de 2008. Seu único título provinha do distante de 1964, na segunda edição continental. O outro troféu era a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1992. Em Copas do Mundo, a Fúria não passava de um quarto lugar em 1950 e algumas eliminações que são comentada até os dias de hoje, como em 2002. Tudo seria diferente nos gramados da Áustria e da Suíça, as anfitriãs da Euro.
No grupo D da competição, a Fúria estreou contra a Rússia, goleando-a por 4 a 1 com direito a hat-trick de do centroavante David Villa. Contra a Suécia, vitória por 2 a 1 encaminhou a classificação espanhola. Na última partida da fase, a Espanha passou pela então detentora do título, a Grécia, com outro triunfo por 2 a 1. Com os nove pontos possíveis, a equipe avançou na liderança da chave, com os russos logo atrás. O jogo mais difícil de La Roja aconteceu nas quartas de final. Foi contra a Itália, que endureceu ao máximo e fez com que o placar não saísse do 0 a 0. Nos pênaltis, a Fúria fez 4 a 2 e passou à semifinal. No penúltimo passo, foi a vez de enfrentar novamente a Rússia. E a Espanha fez outro placar dilatado: 3 a 0, com todos os gols marcados no segundo tempo.
De volta à decisão, o time espanhol teria de encarar a Alemanha, que para também chegar ali passou por Áustria, Polônia, Portugal e Turquia. A partida foi disputada no Estádio Ernst-Hapel, em Viena. Melhor o tempo todo, a Espanha dominou os alemães com tranquilidade. O solitário gol do título saiu aos 33 minutos do primeiro tempo, quando Fernando Torres recebeu passe em profundidade e tocou na saída do goleiro Jens Lehmann, encobrindo-o. O resultado final foi de só 1 a 0, mas poderia ter sido mais devido ao maior volume de jogo da Espanha, que conquistava o bicampeonato europeu. Esta jornada de 2008 foi só o começo de uma escalada marcante da seleção ibérica, que culminaria em três taças na galeria e um novo conceito de futebol.

A campanha da Espanha:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Franck Fife/AFP/Getty Images

Grécia Campeã da Eurocopa 2004

O ano das zebras também fez de "vítima" a Eurocopa. Sediada em Portugal, a edição de 2004 trouxe um campeão improvável, que dez em cada dez casas de apostas sequer apontaram antes da competição começar. Pois a Grécia surpreendeu a tudo e todos em uma das melhores histórias já vistas já vistas nos gramados do Velho Continente.
Ausente desde 1980 da Euro, o time grego jogou a primeira fase no grupo A, estreando justamente contra os donos da casa. E logo de cara já pintou e bordou, vencendo os portugueses por 2 a 1. Na segunda rodada, a equipe buscou o empate por 1 a 1 diante da Espanha. Na última rodada, enfrentou a já eliminada Rússia e perdeu por 2 a 1, enquanto Portugal superava os espanhóis por 1 a 0. A combinação de resultados ajudou os helênicos, que passaram de fase na vice-liderança com quatro pontos, saldo zerado e quatro gols marcados. O time espanhol empatou em quase tudo com o grego, mas ficou de fora porque só anotou dois gols. O primeiro lugar foi português, com seis pontos. Nas quartas de final, quem veio pela frente foi "só" a França, defensora do título. Mas a Grécia não se intimidou e venceu o confronto por 1 a 0, gol de Angelos Charisteas. Na semifinal, foi a vez de derrubar a República Tcheca com outro 1 a 0, este feito na prorrogação e sob a inédita - e pela única vez utilizada - regra do gol de prata, que consistia em dar a vitória ao time que terminasse o primeiro tempo extra na frente do placar.
Final definida, e ela seria com as mesmas seleções que abriram a Eurocopa. Grécia e Portugal chegavam para a partida no Estádio da Luz, em Lisboa, com o desejo de serem campeãs pela primeira vez. Depois de eliminar Inglaterra e Holanda, os lusitanos contavam com o favoritismo e a fator local, mas os gregos já conheciam o caminho das pedras. E essa estrada foi aberta aos 12 minutos do segundo tempo, quando Charisteas aproveitou cobrança de escanteio, e de cabeça anotou o 1 a 0 do título, para a tristeza de toda uma torcida no estádio e no país. Mas de qualquer forma, uma bonita história já estava escrita em campo.

A campanha da Grécia:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 7 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Javier Soriano/AFP/Getty Images

França Campeã da Eurocopa 2000

Começa um novo milênio, e a Eurocopa desembarca no ano 2000 com mais uma novidade: pela primeira vez, a sede ficou dividida entre dois países. Os escolhidos foram Holanda e Bélgica, cada um concedendo quatro cidades e estádios para as partidas. Os belgas ficariam com a abertura, e os holandeses com a final. Tudo foi pensado para reduzir os custos da organização, que aumentavam edição após edição.
No campo, as forças se reorganizavam. Defendendo o título, a Alemanha fez uma péssima campanha, empatando um e perdendo dois jogos. Holanda e Itália mantiveram-se em alta, e foram acompanhas pela nova ascensão de Portugal. Mas o centro das atenções era mesmo a França. Vinda da conquista inédita da Copa do Mundo, a equipe de Zinedine Zidane, Youri Djorkaeff e Thierry Henry era a grande favorita a vencer. No grupo D da Euro, os Bleus estrearam com irreparável vitória por 3 a 0 sobre a Dinamarca. A classificação veio logo na segunda partida, ao fazer 2 a 1 sobre a República Tcheca. O último jogo foi para definir a liderança, mas a França perdeu por 3 a 2 para a Holanda e teve que ficar no segundo lugar, com seis pontos. O adversário nas quartas de final foi a Espanha, a qual venceu por 2 a 1. Portugal estava no caminho da semifinal, em Bruxelas. Em jogo agônico, o time francês virou para 2 a 1 a três minutos do fim da prorrogação, quando Henry fez o gol de ouro.
A final da Eurocopa aconteceu no De Kuip, estádio na cidade de Roterdã. O adversário da França foi a Itália, que eliminou Romênia e Holanda no mata-mata, além da anfitriã Bélgica na fase de grupos. A decisão foi jogada com altas doses de emoção, para os dois lados. Os italianos abriram o placar aos dez minutos do segundo tempo e ficaram com a taça na mão até aos 48, quando Sylvain Wiltord - que saiu do banco de reservas - empatou. A prorrogação entrou mais uma vez na vida francesa, e aos 13 do primeiro tempo, David Trezeguet - outro oriundo da reserva - emendou de primeira o cruzamento de Bixente Lizarazu e virou para 2 a 1. Mais um gol de ouro, agora o do título. Bicampeã, a França confirmava todas as previsões e se consolidava com a melhor seleção do momento.

A campanha da França:
6 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/FFF

Alemanha Campeã da Eurocopa 1996

De 1992 para 1996 a UEFA encarou um boom de novos filiados. Das 35 seleções envolvidas na Eurocopa do começo da década de 90, o número na seguinte saltou para 48. Foi o reflexo das dissoluções de União Soviética, Iugoslávia e Tchecoslováquia. Foi esse o principal motivo que levou a entidade europeia a aumentar mais uma vez os participantes de sua competição de seleções, dobrando de oito para 16 países. O anfitrião da nova era do torneio foi a Inglaterra, e algumas novidades já pintaram por lá, como a Rússia independente, a República Tcheca e a Croácia, que ficou naquele momento com a melhor parte do antigo elenco iugoslavo.
Mas o campeão continental seria um velho conhecido, e que já dava as caras pela segunda vez como um país só: a Alemanha, que naquele momento passava por uma transição de gerações. No grupo C da Euro, a estreia alemã foi contra a República Tcheca, vencendo sem sustos por 2 a 0. A classificação antecipada veio na vitória por 3 a 0 sobre a Rússia. Tranquila na chave, bastou empatar sem gols com a Itália na última rodada, eliminando a rival e confirmando sete pontos na liderança. As quartas de final foram jogadas contra a outra novata que faltava, a Croácia, vencida por 2 a 1 em Manchester.  A adversária da semifinal foi a Inglaterra. Praticamente em uma partida de xadrez, os alemães ficaram no empate por 1 a 1 com os ingleses, conseguindo a vaga na decisão ao vencer por 6 a 5 nos pênaltis.
Assim com na abertura de seus jogos na Eurocopa, o oponente na final foi a República Tcheca, que na outra ponta do mata-mata eliminou Portugal e França. O jogo foi antigo Wembley, em Londres, e não contou com a mesma facilidade vista anteriormente. Os tchecos abriram o placar aos 14 minutos do segundo, com Patrik Berger acertando pênalti, e o empate alemão só veio aos 28 minutos, quando Oliver Bierhoff marcou de cabeça. A partida foi à prorrogação, e o reserva pé-quente fez o gol de ouro aos cinco minutos do primeiro tempo, ao receber cruzamento de Jürgen Klinsmann, girar com a bola e bater forte, contando com o desvio na zaga para enganar o goleiro Petr Kouba. Pela primeira vez a morte súbita decidia uma Euro, e foi para dar o tricampeonato à Alemanha.

A campanha da Alemanha:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 10 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Stu Forster/Getty Images

Dinamarca Campeã da Eurocopa 1992

Se em 1988 a Eurocopa aconteceu no começo de um levante histórico para a humanidade, em 1992 ela ficou afetada diretamente pelas mudanças. Foi na disputa ancorada na Suécia que, pela primeira vez em mais de 50 anos, a Alemanha voltaria a jogar com seus dois territórios unificados, como um só país. Foi também durante o ciclo da competição continental que a União Soviética deixou de existir, quando sua seleção já estava classificada. Sua vaga foi ocupada pela Comunidade dos Estados Independentes (CEI), organização que fez a transição para as 15 nações que surgiriam no ano seguinte. Ainda houve a última presença da Tchecoslováquia, que não conseguiu vaga e seria dividida em duas repúblicas em 1993.
Mas a principal história envolve outro país que entraria em processo de separação: a Iugoslávia. Sua seleção obteve a vaga pelas eliminatórias, mas uma guerra civil estourou no seu território 11 dias antes do início da Eurocopa. A FIFA então suspendeu a equipe de competições e amistosos, e a UEFA repassou a vaga à vice-líder da chave iugoslava, a Dinamarca. O time dinamarquês teve que se mobilizar rapidamente, convocando os jogadores às pressas. Com pouquíssimos treinos, a estreia foi contra a Inglaterra, com a qual empatou sem gols. Na sequência, derrota por 1 a 0 para a Suécia. Ainda com chances de classificação, a "Danish Dynamite" surpreendeu a França na rodada final, vencendo por 2 a 1 e encerrando o grupo A na segunda posição, com três pontos. Na semifinal, a Dinamarca empatou por 2 a 2 com a Holanda, vencendo nos pênaltis por 5 a 4.
A final foi contra a Alemanha em Gotemburgo, no Estádio Ullevi. O time alemão não vinha fazendo ótima competição, mas ainda era o favorito. Só que não demorou para os dinamarqueses se imporem no campo. Aos 18 minutos do primeiro tempo, John Jensen abriu o placar. Após várias chances perdidas pelo adversário, Kim Vilfort matou o jogo ao fazer 2 a 0 aos 33 do segundo tempo. Contrariando todas as previsões iniciais, a Dinamarca chegava ao histórico título da Eurocopa, em roteiro que mais parece ter sido extraído de um filme.

A campanha da Dinamarca:
5 jogos | 2 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 6 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/Allover Press

Holanda Campeã da Eurocopa 1988

A parte final da década de 80 foi marcada por alguns fatos que afetariam também o futebol. Um ano antes da queda do Muro de Berlim, em 1988, a Alemanha Ocidental sediava a oitava edição da Eurocopa. Entre os oito participantes dela, somente uma força vinda do lado socialista do mundo, a União Soviética, que ali viveria seu último grande momento como seleção. E uma ausência notável, esta do ocidente mesmo: a França, que falhou nas eliminatórias e não conseguiu defender seu título.
A taça ficou com um time que vinha ensaiando há quase 15 anos. Assim como na Copa do Mundo de 1974, a Holanda ressurgia em gramados alemães com uma geração no auge, agora liderada por Ruud Gullit, Marco Van Basten e Frank Rijkaard. Eles queriam um desfecho diferente de seus antecessores, e conseguiram. Antes foi preciso passar pelas eliminatórias, e o fizeram sem dificuldades contra Grécia, Hungria, Polônia e Chipre. Já no grupo B da primeira fase, a estreia não foi boa contra a União Soviética, perdendo por 1 a 0. A recuperação foi tranquila nas partidas seguintes, ao vencer a Inglaterra por 3 a 1 - com hat-trick de Van Basten - e a Irlanda por 1 a 0. Com quatro pontos, a Laranja avançou na vice-liderança, ficando atrás dos russos. A adversária da semifinal foi a Alemanha, revivendo as memórias da final mundialista de 14 anos antes. E tal qual aconteceu naquela decisão, o vencedor fez 2 a 1 de virada. A única diferença foram os vencedores, agora sendo os holandeses, que marcaram com Ronald Koeman e Van Basten, a 16 e dois minutos do fim, respectivamente.
A final foi marcada para acontecer no Olímpico de Munique, e reuniu Holanda e União Soviética, que passou pela Itália. Era o reencontro da estreia das seleções, e nada do que ocorreu 13 dias antes seria visto. A Laranja estava em alta e soube corrigir o que deu errado anteriormente. A equipe treinada por Rinus Michels abriu o placar aos 32 minutos do primeiro tempo, com uma cabeçada do capitão Gullit. Aos nove do segundo tempo, Van Basten fez 2 a 0 em um gols mais lindos já vistos, acertando um sem-pulo, quase sem ângulo, da direita da grande área no lado oposto do goleiro Rinat Dasayev. O resultado garantia, enfim, o título que a Holanda tanto perseguiu em duas décadas.

A campanha da Holanda:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 9 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/Pro Shots

França Campeã da Eurocopa 1984

A ideia de uma Eurocopa jogada com oito seleções e fases de grupos deu certo. A competição ficou com mais cara de Copa do Mundo, no que ajudou a popularizá-la como a segunda principal entre países do calendário. A edição de 1984 teve algumas pequenas e importantes modificações de regulamento, que perduram até os dias atuais: a disputa de terceiro lugar foi abandonada e a fase de grupos passaria a classificar líderes e vices para a semifinal, que voltava a acontecer após oito anos. Os vencedores da semi passam para a decisão e os perdedores voltam imediatamente para suas casas.
Quem não precisou sair do lar desde o começo foi a França. Sede do torneio, foi dispensada das eliminatórias e pôde trabalhar seu grupo com mais calma. Vindos da quarta posição no Mundial de 1982, Les Bleus atingiam o auge com a geração de Michel Platini, Jean Tigana, Manuel Amoros, Alain Giresse e Joël Bats. Um título seria questão de tempo para a seleção, e ele chegou na hora certa, diante do torcedor. No grupo A, a estreia foi com difícil vitória por 1 a 0 sobre a Dinamarca. A dificuldade foi compensada no jogo seguinte ao golear por 5 a 0 a Bélgica. Na rodada final, a classificação foi garantida com o 3 a 2 sobre a Iugoslávia. Com seis pontos, a França liderou a chave, seguida pelos dinamarqueses. A semifinal foi contra Portugal, em partida que vai ficar lembrada para sempre. Jogando em Marselha, o time francês cedeu empate por 1 a 1 no tempo normal e levou a virada portuguesa na prorrogação. A seis minutos do fim, Jean-François Domergue voltou a empatar, e no último minuto Platini revirou para 3 a 2, colocando a França na decisão.
Do outro lado chegava a Espanha, que antes de eliminar a Dinamarca derrubou a então campeã Alemanha Ocidental. O jogo foi no Parc des Princes, em Paris, que pela segunda vez era o palco de uma final de Eurocopa. Foi o dia da consagração de Platini. Aos 12 minutos do segundo tempo, ele bateu uma falta com perfeição para abrir o placar. Quando a torcida já celebrava, aos 45, Bruno Bellone fez 2 a 0 e garantiu, com 100% de aproveitamento, o primeiro de dois títulos europeus na história da França.

A campanha da França:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 14 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/FFF

Alemanha Campeã da Eurocopa 1980

Chegam os anos 80, e a Eurocopa deu mais um grande passo para o seu crescimento. Ninguém queria ficar de fora da competição, e a UEFA resolveu expandir a fase final para oito seleções, introduzindo nela uma fase de dois grupos. A semifinal foi abolida: o líder de cada chave se classificava para a final e seus vices jogavam a disputa do terceiro lugar. As eliminatórias também foram modificadas, pois elas passariam a dar sete vagas (para os vencedores dos sete grupos). Mas a mudança mais significativa foi a escolha prévia do país-sede, que não precisaria mais passar pelas prévias. A primeira honra coube à Itália, que já havia abrigado a fase final em 1968.
Mas diferentemente de 12 anos antes, a anfitriã não conseguiu o bicampeonato. O título ficou com outra força, cada vez mais acostumada ao torneio continental e que via em campo uma nova geração de craques aparecer: a Alemanha Ocidental, sob a batuta de Karl-Heinz Rummenigge, Horst Hrubesch e Klaus Allofs. No banco de reservas, entrando apenas uma vez em jogos, um jovem Lothar Matthäus já marcava presença. Nas eliminatórias, o time alemão conseguiu a vaga ao bater Turquia, País de Gales e Malta. Dentro da Eurocopa, no grupo A, a Alemanha teve a chance de estrear contra sua carrasca de quatro anos antes: a Tchecoslováquia. E a história foi bem diferente, com vitória por 1 a 0 para iniciar a campanha. Na segunda rodada, foi a vez da bater a Holanda por 3 a 2. Com 100%, bastou empatar sem gols com a Grécia na terceira partida para a Nationalelf conseguir a liderança e o lugar na final, com cinco pontos.
A adversária da Alemanha foi a Bélgica, que na outra chave superou Itália, Inglaterra e Espanha. O favoritismo era alemão, mas a experiência ruim de 1976 fazia com que os jogadores pregassem cautela. Jogando no Olímpico de Roma, os alemães saírem na frente aos dez minutos do primeiro tempo, com Hrubesch. A partida ficou controlada até os 30 do segundo tempo, quando a pressão belga deu resultado e, de pênalti, empatou a parada. A indefinição ficou no placar até aos 43 minutos, quando Hrubesch fez 2 a 1 e colocou as coisas nos seus devidos lugares: Alemanha bicampeã da Europa.

A campanha da Alemanha:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 6 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Liedel Eissner/Kicker

Tchecoslováquia Campeã da Eurocopa 1976

A Eurocopa já virou mania. Todos os países do Velho Continente queriam estar entre os quatro melhores. O alto interesse das seleções levou a UEFA a tomar uma atitude de longo prazo: a edição de 1976 seria a última a contar com só quatro times na fase final. Para 1980 a programação passaria a ter oito equipes, sendo uma a sede pré-definida. Mas ainda faltavam quatro anos para esse avanço.
A última disputa dos anos 70 teve uma surpresa levando o título. Foi a Tchecoslováquia, jamais campeã e que só havia chegado nas cabeças em sua estreia, 16 anos antes. Fora da Copa do Mundo em 1974 e vice-lanterna em 1970, a seleção do Leste Europeu não era a principal aposta dos torcedores. Mas o quadro começou a ser revertido nas eliminatórias. No grupo 1, superou por poucos pontos Inglaterra e Portugal. Foram nove pontos contra oito dos ingleses e sete dos portugueses. Ainda teve na chave o zerado Chipre. Embalados, os tchecos eliminaram nas quartas de final a União Soviética, vencendo por 2 a 0 a ida em Bratislava e empatando por 2 a 2 a volta em Kiev. Além da Tchecoslováquia, classificaram-se para a Eurocopa a Iugoslávia - escolhida como anfitriã -, Alemanha Ocidental e Holanda. Na semifinal em Zagreb, o time tcheco bateu o holandês por 3 a 1, na prorrogação.
A Alemanha foi a adversária na final, jogada no Estádio Red Star, em Belgrado. Com o respeito de todos adquirido, a Tchecoslováquia abriu dois gols de vantagem, com Ján Svehlík aos oito minutos do primeiro tempo, e com Karol Dobias aos 25. Mas os alemães buscaram o empate, descontado aos logo aos 28 e marcando outro aos 44 do segundo tempo. A prorrogação seguiu em 2 a 2, e a decisão ficou para os pênaltis, critério de desempate que ali estreava. Até a quarta cobrança tcheca, todos converteram. Uli Hoeness errou o penúltimo pênalti da Alemanha, deixando o caminho livre à Tchecoslováquia. Antonín Panenka foi o responsável por fazer 5 a 3, dando o título histórico aos tchecos com uma cobrança nunca antes vista. Ele chutou a bola com pouca força, levantando ela em gancho no meio do gol, enganando o goleiro. A batida foi tão inédita que ficou apelidada com o seu sobrenome. No Brasil, ela ganhou outro nome: "cavadinha".

A campanha da Tchecoslováquia:
2 jogos | 1 vitória | 1 empate | 0 derrotas | 5 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/CFA

Alemanha Campeã da Eurocopa 1972

Os anos 70 começam, e o futebol presencia o surgimento de uma história duradoura nas competições de seleções, que é a da Alemanha com a Eurocopa. O mapa-múndi era diferente naquela época, e o país era dividido em dois: Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental. Os melhores clubes e jogadores estavam na sua maioria localizados no lado capitalista, e foram eles quem assumiram o protagonismo na competição continental, em natural continuidade aos grandes trabalhos que já eram vistos nas Copas do Mundo.
Fora das duas primeiras edições, o time alemão estreou em Eurocopas somente na terceira, mas não chegou na fase final. Só na disputa de 1972 que a Alemanha conseguiria passar para as decisões. Nas eliminatórias, liderou o grupo 8 com boa folga. Enfrentando Polônia, Turquia e Albânia, venceu quatro jogos e empatou dois, somou dez pontos e obteve a vaga nas quartas de final. Nesta etapa o adversário foi a Inglaterra. Na ida em Londres, no antigo Wembley, vitória categórica dos alemães por 3 a 1, vingando-se em definitivo da derrota na final do Mundial seis anos antes. A volta foi em Berlim Ocidental, no Olímpico, e o empate por 0 a 0 garantiu a Nationalelf nas decisões, que ficaram sediadas na Bélgica. A semifinal foi justamente contra a dona da casa, na Antuérpia. Só que a força da torcida local no Bosuilstadion não compensou em campo, e a Alemanha foi à final ao vencer por 2 a 1.
Na decisão em Bruxelas, o time alemão encarou a União Soviética, única seleção com 100% de presença nas fases finais de Eurocopa. Mas a Alemanha aparecia com uma geração de atletas no auge, capitaneada por Franz Beckenbauer. A partida foi no Estádio de Heysel, e com quase nenhuma dificuldade os germânicos aplicaram 3 a 0 nos russos. Gerd Müller abriu o placar aos 27 minutos do primeiro tempo. Aos sete do segundo tempo, Herbert Wimmer ampliou. E aos 13, Müller fechou a conta, dando o primeiro de três títulos europeus à Alemanha. Não apenas isso: a partir da edição de 1972, a seleção alemã não deixou de participar nenhuma vez, emendando 13 participações até a disputa atrasada de 2020.

A campanha da Alemanha:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/DFB

Itália Campeã da Eurocopa 1968

A Eurocopa encerrou a década de 60 em franca ascensão. O número de inscritos para as eliminatórias subiu de 29 para 31 (de 32 filiados). E finalmente a Alemanha Ocidental entrou na disputa, embora não tenha avançado rumo à fase final. A edição de 1968 foi muito mais movimentada que as duas anteriores, já que a UEFA resolveu mexer no regulamento das qualificatórias. Foi introduzida uma fase de oito grupos antes do mata-mata, que ficaria resumido às quartas de final, com o líder de cada chave.
Ausente em 1960 e eliminada nas oitavas de final em 1964, a Itália passava por um momento turbulento. Na Copa do Mundo de 1966, a equipe passou pelo seu maior vexame, que foi perder para a Coreia do Norte e se despedir ainda na fase de grupos. Tudo o que a Azurra queria era retomar os bons tempos futebolísticos de três décadas antes, e o melhor caminho era a Eurocopa. Sua trajetória começou no grupo 6 das eliminatórias, enfrentando Romênia, Suíça e Chipre. Nas seis partidas que fez, venceu cinco e empatou uma, avançando com 11 pontos. Nas quartas de final, a Itália ficou encarregada de enfrentar a Bulgária. Foram dois confrontos muito difíceis. No primeiro, em Sofia, derrota por 3 a 2. No segundo, em Nápoles, a Azzurra fez os 2 a 0 suficientes para reverter a desvantagem e chegar na fase final. E como isso não bastasse, o país ainda ficou encarregado de ser o anfitrião dos jogos restantes. Na semifinal, também no San Paolo de Nápoles, o time ficou no 0 a 0 com a União Soviética. Como foi o desempate? No cara ou coroa, já que a disputa de pênaltis só viraria regra a partir de 1976 e a partida extra só valia na decisão.
O título europeu foi decidido entre Itália e Iugoslávia, que chegou ali derrotando a Inglaterra. No Olímpico de Roma, a Azzurra novamente passou maus bocados, saindo atrás no placar durante o segundo tempo e só empatando a dez minutos do fim, com Angelo Domenghini. O 1 a 1 levou a final para o jogo-desempate, dois dias depois e no mesmo estádio. E no replay os italianos trataram de evitar qualquer dor de cabeça: Luigi Riva abriu o placar aos 12 do primeiro tempo e Pietro Anastasi fez 2 a 0 aos 31, levando a Itália à sua única conquista continental na história.

A campanha da Itália:
3 jogos | 1 vitória | 2 empates | 0 derrotas | 3 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/FIGC

Espanha Campeã da Eurocopa 1964

Foi bem-sucedido o começo da Eurocopa, apesar de a adesão de seleções nas eliminatórias em 1960 não tenha sido completa, inclusive com notáveis ausências, como as de Alemanha Ocidental, Itália e Inglaterra. O cenário mudou para 1964, e o número de participantes aumentou de 17 para 29, embora os alemães do lado oeste do muro ainda estivessem de fora. Todas as outras grandes estavam ali, tentando recuperar o tempo perdido.
E se quatro anos antes a Espanha havia ficado de fora da fase final apenas porque se recusou a desembarcar na União Soviética, agora não só ela seria a dona da casa nas partidas decisivas como também derrotaria a própria detentora do título na disputa derradeira. Mas antes, precisou bater alguns adversários durante os anos de 1962 e 1963. Na primeira eliminatória, passou pela Romênia com vitória por 6 a 0 em casa e derrota por 3 a 1 fora. Nas oitavas de final, sofreu um bocado mas passou pela Irlanda do Norte ao empatar por 1 a 1 em casa e vencer por 1 a 0 fora. Nas quartas, não teve problemas para derrubar a Irlanda ao golear por 5 a 1 em casa e por 2 a 0 fora. A Fúria chegou na semifinal ao lado de Hungria, Dinamarca e União Soviética, e acabou escolhida como sede, com jogos em Madrid e em Barcelona. Na semifinal, o time espanhol venceu o húngaro por 2 a 1 na prorrogação, gols de Jesús Pereda e Amancio. Do outro lado, os soviéticos fizeram 3 a 0 nos dinamarqueses.
Espanha e União Soviética faziam na segunda decisão de Eurocopa um confronto que não aconteceu nas eliminatórias de 1960. O general Francisco Franco não era simpático ao colega Josef Stalin e os dois regimes de governo não se entendiam. Isso motinou a proibição da Fúria ao comparecimento em território russo. Mas para 1964 a UEFA chegou em acordo com Franco, que permitiu que os soviéticos jogassem em solo ibérico. E a final aconteceu no Santiago Bernabéu, em Madrid. Gols, só no começo e no fim da partida. Pereda abriu o placar aos seis minutos do primeiro tempo e os soviéticos empataram aos oito. O 2 a 1 que valeu a primeira de três Eurocopas à Espanha veio aos 39 do segundo tempo, através do atacante Marcelino.

A campanha da Espanha:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 4 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/RFEF

União Soviética Campeã da Eurocopa 1960

Fundada em 1954 com o objetivo de ser a única voz dos interesses europeus futebolísticos, a UEFA rapidamente se estabeleceu como a principal associação de futebol depois da FIFA, superando a já quarentona Conmebol. No ano seguinte ela criou a Copa dos Campeões, um torneio de clubes atualmente conhecido como Liga dos Campeões. E não demorou para que fosse instituída também uma competição de seleções, inicialmente denominada Copa das Nações. Pensada para ser realizada a cada quatro anos, exatamente no meio do caminho entre os Mundiais, sua ideia inicial é bem anterior ao surgimento da entidade, remetendo a 1927.
O início dos jogos foi em 1959, com a primeira final prevista para acontecer em 1960. Em 1968, o nome foi mudado para Campeonato Europeu. Quase 30 anos depois, a partir de 1996, o torneio passou a ser comercialmente chamado de UEFA Euro. Mas apesar da tripla designação ao longo de seis décadas, a competição ficou conhecida aqui pelas bandas do Brasil como Eurocopa. E entre todas essas alcunhas, seu troféu não ficou esquecido: Taça Henri Delaunay, em homenagem ao primeiro Secretário-Geral da UEFA e maior idealizador de um campeonato entre os países europeus. Ele não pôde ver seu sonho ser concretizado, pois faleceu em 1955.

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Os regulamentos das primeiras edições de Eurocopa foram bem diferentes do que são na atualidade, pois não havia uma diferenciação clara sobre o que era eliminatórias e o que era fase final. Tudo era visto como uma coisa só, que poderia durar uma ou duas temporadas. As seleções inscritas eram divididas em chaves conforme a demanda e se enfrentavam em ida e volta, até que sobrassem quatro na semifinal. Então, um país-sede era escolhido entre o quarteto e o mata-mata restante era realizado em partidas únicas. Nas disputas até 1976, os critérios de desempate foram variados: sorteio e jogo extra até 1968, e pênaltis na última do recorte.
Em 1960, 17 seleções embarcaram na competição. O molde das eliminatórias foi de um confronto preliminar seguido por oitavas e quartas de finais completas. As quatro sobreviventes foram França, Iugoslávia, União Soviética e Tchecoslováquia, com a sede ficando nas mãos da primeira. Eram tempos de Guerra Fria, então tudo o que chegava do lado socialista era envolto de mistério, como o "futebol científico" dos soviéticos. Visto inicialmente nas Olimpíadas de 1952 e 1956, além da Copa do Mundo de 1958, o time chamava a atenção pelas obediências física e tática. Nas oitavas de final das Eliminatórias, eliminaram a Hungria com duas vitórias, por 3 a 1 na ida em casa e por 1 a 0 na volta fora. Nas quartas era para ter jogado contra a Espanha, mas os espanhóis - contrários ao governo de Josef Stalin - se recusaram viajar para Moscou. Assim, com dois W.O.s, a União Soviética chegava na primeira Eurocopa. E na semifinal em Marselha, derrotou  a Tchecoslováquia por 3 a 0.
A decisão foi no Parc des Princes, em Paris, contra a Iugoslávia, que passou pela França num histórico 5 a 4. Foi uma boa partida entre as equipes do Leste Europeu. Os soviéticos sofreram o gol antes, aos 43 minutos do primeiro tempo. O empate veio com Slava Metreveli, aos quatro da segunda etapa, e o placar se manteve assim até o fim. Na prorrogação, aos oito do segundo tempo, Viktor Ponedelnik virou para 2 a 1 e confirmou o primeiro e único título continental da União Soviética. Hoje em dia, os resultados do time soviético pertencem ao currículo da Rússia.

A campanha da União Soviética:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/RFS