União Soviética Campeã da Eurocopa 1960

Fundada em 1954 com o objetivo de ser a única voz dos interesses europeus futebolísticos, a UEFA rapidamente se estabeleceu como a principal associação de futebol depois da FIFA, superando a já quarentona Conmebol. No ano seguinte ela criou a Copa dos Campeões, um torneio de clubes atualmente conhecido como Liga dos Campeões. E não demorou para que fosse instituída também uma competição de seleções, inicialmente denominada Copa das Nações. Pensada para ser realizada a cada quatro anos, exatamente no meio do caminho entre os Mundiais, sua ideia inicial é bem anterior ao surgimento da entidade, remetendo a 1927.
O início dos jogos foi em 1959, com a primeira final prevista para acontecer em 1960. Em 1968, o nome foi mudado para Campeonato Europeu. Quase 30 anos depois, a partir de 1996, o torneio passou a ser comercialmente chamado de UEFA Euro. Mas apesar da tripla designação ao longo de seis décadas, a competição ficou conhecida aqui pelas bandas do Brasil como Eurocopa. E entre todas essas alcunhas, seu troféu não ficou esquecido: Taça Henri Delaunay, em homenagem ao primeiro Secretário-Geral da UEFA e maior idealizador de um campeonato entre os países europeus. Ele não pôde ver seu sonho ser concretizado, pois faleceu em 1955.

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Os regulamentos das primeiras edições de Eurocopa foram bem diferentes do que são na atualidade, pois não havia uma diferenciação clara sobre o que era eliminatórias e o que era fase final. Tudo era visto como uma coisa só, que poderia durar uma ou duas temporadas. As seleções inscritas eram divididas em chaves conforme a demanda e se enfrentavam em ida e volta, até que sobrassem quatro na semifinal. Então, um país-sede era escolhido entre o quarteto e o mata-mata restante era realizado em partidas únicas. Nas disputas até 1976, os critérios de desempate foram variados: sorteio e jogo extra até 1968, e pênaltis na última do recorte.
Em 1960, 17 seleções embarcaram na competição. O molde das eliminatórias foi de um confronto preliminar seguido por oitavas e quartas de finais completas. As quatro sobreviventes foram França, Iugoslávia, União Soviética e Tchecoslováquia, com a sede ficando nas mãos da primeira. Eram tempos de Guerra Fria, então tudo o que chegava do lado socialista era envolto de mistério, como o "futebol científico" dos soviéticos. Visto inicialmente nas Olimpíadas de 1952 e 1956, além da Copa do Mundo de 1958, o time chamava a atenção pelas obediências física e tática. Nas oitavas de final das Eliminatórias, eliminaram a Hungria com duas vitórias, por 3 a 1 na ida em casa e por 1 a 0 na volta fora. Nas quartas era para ter jogado contra a Espanha, mas os espanhóis - contrários ao governo de Josef Stalin - se recusaram viajar para Moscou. Assim, com dois W.O.s, a União Soviética chegava na primeira Eurocopa. E na semifinal em Marselha, derrotou  a Tchecoslováquia por 3 a 0.
A decisão foi no Parc des Princes, em Paris, contra a Iugoslávia, que passou pela França num histórico 5 a 4. Foi uma boa partida entre as equipes do Leste Europeu. Os soviéticos sofreram o gol antes, aos 43 minutos do primeiro tempo. O empate veio com Slava Metreveli, aos quatro da segunda etapa, e o placar se manteve assim até o fim. Na prorrogação, aos oito do segundo tempo, Viktor Ponedelnik virou para 2 a 1 e confirmou o primeiro e único título continental da União Soviética. Hoje em dia, os resultados do time soviético pertencem ao currículo da Rússia.

A campanha da União Soviética:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/RFS

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