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Santa Cruz Campeão Pernambucano 1969

O Campeonato Pernambucano é dominado por três forças de Recife: Sport, Náutico e Santa Cruz, com algumas alternâncias de hegemonia ao longo da história. No caso do Santinha, a maior dominância aconteceu entre 1969 e 1973, quando o clube venceu o penta estadual.

Imediatamente antes, o rival Náutico havia chegado ao hexa em Pernambuco. Ao passo que o Santa Cruz já estava há dez anos sem vencer. O ponto de virada na história veio no fim da década de 1960, em uma competição com oito participantes e regulamento simples. Na primeira fase, as equipes se enfrentaram em dois turnos. O líder garantiu vaga na decisão e os seis primeiros avançaram à segunda fase, que também disputada em dois turnos. Ao fim da fase, o líder garantiu a outra vaga na final.

O Santa Cruz iniciou a campanha do 10º título estadual enfrentando Sport, Náutico, Central, América de Recife, Santo Amaro, Ferroviário de Recife e Íbis. Em 14 partidas, o time venceu 11, empatou duas e perdeu uma, somando 24 pontos. Mas, apesar do alto aproveitamento e algumas goleadas, como os 15 a 2 sobre o Santo Amaro na quarta rodada, o Tricolor ficou na segunda posição da fase, um ponto atrás do rival Sport, que se colocou na final.

A última chance de classificação era o hexagonal da segunda fase, onde o Santinha encarou novamente Sport, Náutico, Central, América e Santo Amaro. Em mais dez jogos, a equipe venceu sete, empatou uma e perdeu duas. Com 15 pontos, o Santa Cruz garantiu lugar na decisão de maneira antecipada, ao golear o Santo Amaro por 4 a 0 em Recife.

O Clássico das Multidões decidiu o título pernambucano de 1969. Ainda sem o estádio próprio, o Santa Cruz mandou seus jogos nos Aflitos, enquanto o Sport possuía a Ilha do Retiro. A primeira partida foi na casa rubro-negra, mas o Santa venceu por 3 a 0. O segundo jogo foi com mando tricolor, e ficou empatado por 0 a 0, forçando o terceiro confronto. De novo na Ilha do Retiro, o Santa Cruz perdeu por 2 a 0 para o rival, o que levou ao quarto jogo. Por fim, de volta aos Aflitos, o Santinha fez 2 a 1 no Sport e colocou fim à decisão e ao jejum de títulos.

A campanha do Santa Cruz:
28 jogos | 20 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 78 gols marcados | 22 gols sofridos


Foto Arquivo/Santa Cruz

Internacional Campeão Gaúcho 1969

O Campeonato Gaúcho é um dos estaduais mais polarizados do Brasil. Quase sempre, ou ganha o Grêmio ou ganha o Internacional. Mas existem aquelas épocas em que só um dos rivais vence. Foi o caso do Colorado entre 1969 e 1976, que emendou um inesquecível octacampeonato.

A década de 1960 não estava boa para o Inter, que viu seu maior rival conquistar um hepta entre 1962 e 1968. Porém, no apagar das luzes, em 1969, tudo começaria a mudar. Primeiro, o clube inaugurou o Beira-Rio, em Porto Alegre, que se tornou o maior aliado do time em uma era de dominação. Depois, veio o 17º título estadual. Sem mais precisar direcionar dinheiro para as obras do estádio, o Colorado voltou a investir mais forte no elenco, que rendeu o primeiro fruto logo na primeira competição.

O Gauchão de 1969 foi disputado por 18 times. Na primeira fase, eles ficaram divididos em dois grupos e se enfrentaram em dois turnos. Na fase final, os quatro melhores de cada chave disputaram um octogonal, também em dois turnos. O Inter ficou no grupo A e enfrentou Cruzeiro de Porto Alegre, Gaúcho de Passo Fundo, Santa Cruz, Novo Hamburgo, Juventude, Farroupilha, Pelotas e São Paulo de Rio Grande. Em 16 jogos, o Colorado conseguiu 13 vitórias, um empate e duas derrotas, que deixaram a equipe com 27 pontos, classificada na primeira colocação da chave.

No octogonal final, Inter, Cruzeiro, Gaúcho e Santa Cruz juntaram-se a Grêmio, Flamengo (atual Caxias), Brasil de Pelotas e 14 de Julho de Passo Fundo. Foram mais 14 jogos para o Colorado reconquistar o título. Na estreia, bateu o 14 de Julho por 3 a 0 em Porto Alegre. Na sequência até a última rodada, o time fez mais doze partidas, com oito vitórias, três empates e uma derrota.

Para a última rodada, o Inter chegou como líder, com 21 pontos. Com sete vitórias e seis empates, o Grêmio era o segundo com 20 pontos e o único que tinha chance de ultrapassá-lo. A decisão aconteceu em um Grenal no Beira-Rio. No jogo do turno, no Olímpico, os times empataram sem gols. Ou seja, se o resultado se repetisse, o Colorado seria o campeão. E foi o que aconteceu. Com o regulamento a favor, o Internacional segurou o 0 a 0 e levou o título que deu início a sua maior hegemonia estadual.

A campanha do Internacional:
30 jogos | 22 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 53 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Revista do Esporte

Slovan Bratislava Campeão da Recopa Europeia 1969

A década de 1960 chegou ao fim com a Recopa Europeia muito bem estabelecida como a segunda principal competição do Velho Continente, com nove ganhadores diferentes em nove edições. Em 1969, foi a vez de a taça desembarcar pela primeira vez no lado de lá do muro, no leste europeu. O Slovan Bratislava, da Tchecoslováquia (atualmente da Eslováquia) conquistou o título mais importante de sua história na oportunidade.

O torneio teve o mesmo regulamento e número de participantes que na temporada anterior. Porém, a regionalização que a UEFA fez no mata-mata levou cinco dos oito clubes do leste a abandonar a disputa antes do começo. O Slovan, classificado graças à conquista do tricampeonato da Copa da Tchecoslováquia de 1968, ficou e sua campanha teve início contra o Bor, da Iugoslávia. Na ida, vitória por 3 a 0 em casa, no Tehelné Pole. Na volta, derrota por 2 a 0 e a vaga suada nas oitavas.

Na fase seguinte, o adversário do "belasí" (céu azul) foi o Porto. O primeiro jogo aconteceu no Estádio das Antas, e o Slovan saiu derrotado por 1 a 0 para os portugueses. A segunda partida foi disputada em Bratislava, com o belasí revertendo a desvantagem de maneira magistral, goleando por 4 a 0.

Nas quartas, o Slovan encarou o Torino, com mais uma classificação inesquecível. Na ida, vitória por 1 a 0 em pleno Comunale de Turim. Na volta, foi a vez de fazer 2 a 1 no Tehelné Pole e avançar à semifinal, que foi disputada contra o Dunfermline Athletic, da Escócia. Na primeira partida, empate por 1 a 1 fora de casa. No segundo jogo, vitória por 1 a 0 em Bratislava.

O Slovan chegou na decisão para enfrentar o Barcelona, que eliminou Lugano, SFK Lyn e Colônia. A partida ocorreu em solo suíço, no Estádio St. Jakob, na Basileia. Os eslovacos começaram com tudo, abrindo o placar logo aos dois minutos com Ludovít Cvetler. Os espanhóis empataram aos 16, mas Vladimír Hrivnák e Ján Capkovic desempataram aos 30 e aos 42, encaminhando o título. No segundo tempo, o Barcelona descontou para 3 a 2, mas o Slovan soube administrar a vantagem para, no fim, comemorar a conquista da Recopa. 
 
A campanha do Slovan Bratislava:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 15 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Slovan Bratislava

Milan Campeão da Liga dos Campeões 1969

A primeira década completa da Copa dos Campeões da Europa termina com título italiano. O Milan conquistou o bicampeonato em 1969 e fechou com chave de ouro uma época que, sem dúvida, contribuiu para impulsionar a competição continental a ponto de ela ser considerada a principal entre clubes do mundo.

O título também representou o começo de uma mudança de era. Até ali, apenas ibéricos, britânicos e italianos comemoraram. Os sete anos seguintes teriam um domínio de times em países com origem germânica. Mas enquanto isso não acontecia, o Milan tratou de partir rumo à segunda taça. Na primeira fase, eliminou o Malmö depois de perder por 2 a 1 na Suécia e vencer por 4 a 1 na Itália.

Nas oitavas de final, o rossonero deveria enfrentar o ganhador de Dínamo Kiev e Ruch Chorzów (Polônia), mas as duas equipes saíram fora da disputa antes do início. Direto nas quartas, o adversário seguinte dos milanistas foi o Celtic. Na ida, empate em Milão por 0 a 0. Na volta, vitória em Glasgow por 1 a 0.

A semifinal foi contra o Manchester United, defensor do tíutlo. O primeiro jogo foi no San Siro, e o Milan abriu 2 a 0 de vantagem com gols de Angelo Sormani e Kurt Hamrin. A segunda partida foi no Old Trafford, e o rossonero segurou o empate por 70 minutos. Os ingleses fizeram 1 a 0 e tentaram igualar até o fim, porém a vaga na final ficou com o time italiano.

A decisão europeia de 1969 representou uma passagem de bastão hegemônico. O rival do Milan foi o Ajax, que havia superado Nuremberg, Fenerbahçe, Benfica e Spartak Trnava (Tchecoslováquia). Era a primeira vez da Holanda numa decisão, no que já dava o tom do que seria visto nas temporadas subsequentes.

O jogo foi no Santiago Bernabéu, em Madrid. A tradição italiana e a inexperiência holandesa foram visíveis na partida, e a conquista rossonera veio com goleada: 4 a 1, com três gols de Pierino Prati e outro de Sormani.

A campanha do Milan:
7 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 12 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/AFP

Estudiantes Campeão da Libertadores 1969

A Libertadores de 1969 teve um aspecto marcante, que nunca se repetiu e dificilmente se repetirá na história. A edição do torneio foi a única que não teve nenhum representante indicado do Brasil e da Argentina. O primeiro porque a Taça Brasil ficou travada nos tribunais e o segundo porque campeão e vice do Nacional desistiram da participação. De forma que, o único time argentino na disputa foi o Estudiantes, que defendeu seu título e entrou diretamente na semifinal.

Até chegar nesse estágio, as outras 16 equipes participantes atuaram divididas em quatro grupos. A primeira fase não teve grandes destaques, com Peñarol e Cerro Porteño fazendo as melhores campanhas em suas chaves.

A curiosidade ficou na conta do grupo com chilenos e peruanos, em que todos os times marcaram seis pontos, e - já não havia critérios de desempate - duas rodadas extras além das seis normais foram necessárias para apontar os classificados, Universidad Católica e Santiago Wanderers. 

Na segunda fase, os oito sobreviventes jogaram em mais três chaves, avançando o líder de cada para a semfinal. A estreia do Estudiantes foi exatamente contra a Católica, cansada das partidas a mais. Logo na ida, em Santiago, vitória por 3 a 1 encaminhou a classificação pincharrata. Outro 3 a 1, desta vez no Jorge Luis Hirschi selou a vaga na final.

Do outro lado, o Nacional do Uruguai passou pelo rival Peñarol e também chegou na decisão. O primeiro jogo aconteceu no Centenario, em Montevidéu. Eduardo Flores deu início ao bicampeonato ao fazer o gol da vitória aos 21 minutos do segundo tempo. Com o 1 a 0 de frente, o empate já bastava ao Estudiantes para fazer outra festa em La Plata.

Mas o segundo título da Libertadores veio com outra vitória, agora por 2 a 0, gols de Flores aos 32 e de Marcos Conigliaro aos 38 do primeiro tempo. Nunca houve, e jamais haveria, outro campeão da América com 100% de aproveitamento.

A campanha do Estudiantes:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Milan Campeão Mundial 1969

O fim dos anos 60 chegou, a Copa Intercontinental completou sua primeira década cercado de dúvidas. O que era par ser um momento festivo e de glória, tornou-se um cenário de tensão e provocações. As diversas confusões entre 1967 e 1968 colocaram um receio nos clubes europeus em atuar na América do Sul. Mas ainda era o Mundial que estava em jogo, e clube nenhum queria deixar passar a oportunidade naquele 1969.

Campeão um ano antes, o agora temido Estudiantes entrava na disputa pelo bi. O time argentino conquistou sua segunda Libertadores com duas vitórias sobre o Nacional do Uruguai, por 1 a 0 e por 3 a 0. O representante da Europa também fazia um retorno, mas de seis anos. O Milan foi bicampeão da Copa dos Campeões com contundentes 4 a 1 sobre o Ajax na decisão. Derrotado em 1963 e vendo o rival ganhar em 1964 e 1965, o Rossonero queria o título mais do que tudo.

Respeitando o rodízio dos continentes, a competição começou em solo europeu. Assim, o San Siro, em Milão, foi o palco da partida de ida no dia 8 de outubro. Mais de 60 mil pessoas nas arquibancadas viram a equipe liderada pelo capitão Rivera reduzir muito as chances de um repeteco do Estudiantes. Aos oito minutos de jogo, Sormani já abria o placar. Aos 45, o argentino naturalizado francês Combin ampliou. E aos 26 do segundo tempo, Sormani fez o 3 a 0 final que deu uma tremenda vantagem ao Milan.

O jogo de volta foi no dia 22 de outubro, e o palco escolhido pelo Estudiantes foi mais uma vez La Bombonera, em Buenos Aires. Com três gols de desvantagem, os pincharratas não viram nenhuma perspectiva de reverter a situação por meios normais.

Já no aquecimento italiano, era possível ver o goleiro Poletti e o zagueiro Suárez acertando boladas nos adversários. Durante o jogo, o lateral Manera empurrou o goleiro Cudicini e mordeu o braço de Malatrasi. Suárez agrediu Combin e Prati, mas ele só foi expulso após atingir Rivera, o autor do gol do Milan aos 30 minutos do primeiro tempo. O Estudiantes virou para 2 a 1 aos 43 e 44 da primeira etapa - gols de Conigliaro e Suárez -, só que mesmo assim a apelação para a violência era a ordem.

No fim da partida, o Milan não conseguiu comemorar o título. Combin teve o nariz quebrado por Suárez e, deitado na maca, foi preso pela polícia. Ele também foi chutado por Poletti, que na sequência brigou com torcedores. Outros jogadores também foram presos, e Suárez foi banido de jogos internacionais por cinco anos. Mas o principal resultado da pancadaria foi a desmotivação dos times europeus, que colocaria em risco a existência do Mundial na década de 70.


Foto Arquivo/Milan

Palmeiras Campeão Brasileiro 1969

O ano de 1969 marcou em definitivo o Torneio Roberto Gomes Pedrosa como principal competição do país. Com a extinção da Taça Brasil, a Taça de Prata (nome oficial), passou a ser a única competição nacional de clubes de futebol que concedia o título de campeão brasileiro. Esta edição, assim como a anterior, indicaria os representantes da CBD na Taça Libertadores da América. Sete estados colocaram 17 times na competição, divididos em dois grupos, com oito e nove equipes.

Campeão de 1967, o Palmeiras entrou como um dos favoritos do torneio. Mas, dentro do grupo B, encontrou certas dificuldades. Com uma diferença de apenas cinco pontos entre o primeiro e o oitavo colocado, o Alviverde ficou na liderança, com nove vitórias, um empate e seis derrotas. Em segundo lugar, ficou o Botafogo. No grupo A as coisas foram mais tranquilas, com Corinthians e Cruzeiro se classificando com campanha melhor.

Com as coisas zeradas no quadrangular final, o equilíbrio reinou nas três rodadas decisivas. Na primeira, o Palmeiras ficou no 0 a 0 com o Corinthians, em São Paulo, enquanto Botafogo e Cruzeiro fizeram 2 a 2. Na segunda rodada, o Palmeiras voltou a falhar, mas empatou em 1 a 1 com o Cruzeiro no Mineirão. O Verdão ficou em desvantagem, pois o Corinthians venceu o Botafogo por 1 a 0.

O Palmeiras não dependia só de si na rodada final. Venceu o Botafogo por 3 a 1 no Morumbi. No mesmo horário, Cruzeiro e Corinthians se enfrentavam. Esta partida precisava terminar com vitória cruzeirense por um gol de diferença. O empate e a vitória eram favoráveis ao Corinthians, e uma vitória por mais de dois gols favorecia o Cruzeiro. E a partida acabou 2 a 1 para o time mineiro. Assim, o Palmeiras comemorava seu segundo Robertão, e o tetra brasileiro.

A campanha do Palmeiras:
19 jogos | 10 vitórias | 3 empates | 6 derrotas | 28 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto Arquivo/Estadão Conteúdo