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Sporting Campeão da Recopa Europeia 1964

O futebol português ficou pela primeira vez em evidência no início da década de 1960, com títulos nas competições da UEFA e o terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966. Parte deste sucesso se deu por conta do Sporting Lisboa, que na Recopa Europeia de 1964 conquistou o principal título de sua história.

A competição continental foi outra vez aumentada, de 25 para 28 clubes. O Sporting conseguiu a classificação graças à sexta conquista na Taça de Portugal, em 1963. A campanha dos leões teve início na primeira fase, contra a Atalanta. Na ida, derrota por 2 a 0 no norte da Itália. A volta aconteceu no José Alvalade, com vitória verde e branca por 3 a 1. A regra obrigava uma partida extra em caso de empate no saldo de gols, e o Sporting precisou vencer novamente por 3 a 1 no Sarrià, em Barcelona.

Nas oitavas de final, a disputa foi contra o Apoel, do Chipre. A ida foi em Lisboa, na maior goleada da história em competições da UEFA, entre todos os clubes: 16 a 1, com seis gols de Mascarenhas, três de Ernesto Figueiredo, dois de Fernando Pinto e Augusto Martins, além de um de Mário Lino, Artur Louro e José Pérides. Na volta, também no José Alvalade, mais 2 a 0 para os leões.

O Sporting enfrentou nas quartas o Manchester United, e a vida boa acabou. Na ida, os ingleses venceram por 4 a 1 no Old Trafford. Foi então necessária outra goleada no Alvalade para os leões, e ela veio por 5 a 0, com três gols de Osvaldo da Silva, um de Geo Carvalho e outro de João Morais.

Na semifinal, os leões tiveram mais três jogos duros contra o Lyon. No primeiro, empate por 0 a 0 na França. No segundo, empate por 1 a 1 em Portugal. No terceiro, vitória do Sporting por 1 a 0 no Metropolitano de Madrid.

A final da Recopa foi disputada contra o MTK Budapeste, que bateu Slavia Sofia, Motor Zwickau, Fenerbahçe e Celtic. A partida foi em Heysel, em Bruxelas, mas o Sporting ficou no empate por 3 a 3, com um gol de Mascarenhas e dois de Figueiredo. O desempate aconteceu dois dias depois, no Estádio Bosuil, na Antuérpia, e os leões venceram por 1 a 0, gols de Morais.

A campanha do Sporting:
12 jogos | 7 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 36 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Sporting

Botafogo e Santos Campeões do Torneio Rio-São Paulo 1964

Presente na vida dos clubes paulistas e cariocas há 14 anos quase consecutivos, o Torneio Rio-São Paulo começou a apresentar sinais de desgaste em 1964. Naquele ano, embora todo o campeonato tenha sido concluído, não foi possível apontar um único campeão de acordo com as regras impostas. A taça precisou ser dividida em duas, e justamente para os melhores times do momento: Santos e Botafogo.
As campanhas de Peixe e Fogão foram quase idênticas. Ambos começaram vencendo, o Santos fez 3 a 0 no Corinthians e o Botafogo fez 2 a 0 no São Paulo. E foram conseguindo vitórias seguidas e uma única derrota cada até a penúltima partida.
Como não existia uma preocupação em se alinhar a tabela dos times, o Santos entrou em campo para seu último jogo antes do Botafogo. Com 14 pontos, bastava empatar com o Flamengo para não ser mais alcançado. Mas o Peixe perdeu por 3 a 2 no Maracanã e precisou secar o Fogão.
Ainda com duas partidas para realizar, o Botafogo tinha dez pontos. Com as vitórias, empataria na classificação e forçaria dois jogos extras com o rival santista. E assim foi, após fazer 4 a 3 no Palmeiras fora e 5 a 0 no Bangu em casa.
O problema é que não havia datas disponíveis para os desempates. Ambos clubes estavam com calendário lotado e excursões agendadas. Só em janeiro de 1965 foi possível fazer o primeiro jogo extra. No Maracanã, o Botafogo fez 3 a 2 no Santos. E então, outro problema: o Peixe já estava de saída para viagem outra vez. Sem espaço para a segunda partida, as federações paulista e carioca decidiram rachar o título entre as duas equipes.

A campanha do Botafogo:
10 jogos | 8 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 24 gols marcados | 11 gols sofridos

A campanha do Santos:
10 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 3 derrotas | 23 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Arquivo/Botafogo


Foto Arquivo/Santos

Internazionale Campeã da Liga dos Campeões 1964

A Itália sentiu o gosto do título europeu e jamais esqueceu. Se em 1963 foi o lado vermelho de Milão que comemorou, em 1964 foi a vez de o lado azul fazer a festa. A Internazionale não esperou mais do que uma temporada para repetir o feito do rival e manter a hegemonia italiana na Copa dos Campeões. E com todos os méritos.

O torneio continental bateu novo recorde de participantes e chegou a 31 equipes. Destes, 30 iniciaram na primeira fase. E a Inter enfrentou um osso duro logo no primeiro confronto: o Everton, da Inglaterra. Na ida, no Goodison Park, os nerazzurri seguraram o empate sem gols. Na volta, no San Siro (ou Giuseppe Meazza, para quem ainda acha que os torcedores azuis se ofendem com o primeiro nome), vitória simples por 1 a 0 colocou o time nas oitavas de final.

O próximo adversário foi o Monaco. Em casa, outro triunfo por 1 a 0 colocou a Inter em vantagem. O segundo jogo não foi no Principado, mas sim em Marselha, e os italianos voltaram a vencer, por 3 a 1.
Nas quartas de final, foi a vez de encarar o Partizan. A ida foi na Iugoslávia, e a Inter ganhou bem, por 2 a 0. Na volta, na Itália, nova vitória por 2 a 1 colocou o time na semifinal.

E foi contra o Borussia Dortmund que o lugar na final veio, após empate por 2 a 2 na Alemanha e vitória por 2 a 0 no San Siro.

A Internazionale encontrou na decisão o Real Madrid, doido pelo sexto título. Os espanhóis tinham batido Rangers, Dínamo Bucareste, Milan e Zurich. A partida aconteceu no Praterstadion, em Viena.

O título na capital da Áustria começou a vir aos 41 minutos do primeiro tempo, no gol de Sandro Mazzola. Aos 16 da segunda etapa, Aurélio Milani ampliou. O Real descontou aos 25, porém Mazzola fez 3 a 1 aos 31 e deu os números definitivos à primeira conquista europeia (e invicta) dos nerazzurri.

A campanha da Internazionale:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Internazionale

Independiente Campeão da Libertadores 1964

A ainda incipiente Copa dos Campeões da América começava a ganhar suas pequenas histórias de hegemonia. Depois de Peñarol e Santos, seria a vez do Independiente, de Avellaneda, inaugurar para a Argentina uma era de títulos. Pela primeira vez, a competição teria todos os dez países da Conmebol participando, devido a filiação da Venezuela no ano anterior.

No total, 11 times entraram na disputa, divididos em três grupos, com o campeão vigente já na semifinal e um confronto preliminar antes de tudo, para enxugar a primeira fase em nove equipes.

Los Diablos Rojos ficaram no grupo 2, junto com Alianza Lima e Millonarios. Contra os peruanos, os argentinos venceram em casa por 2 a 0 e empataram fora (no estádio do rival Racing) por 2 a 2. Diante dos colombianos, o Independiente aplicou 5 a 1 na Doble Visera, garantindo a classificação com sete pontos. A partida em Bogotá nem chegou a ser realizada, por causa de brigas entre Conmebol e Federação Colombiana.

A semifinal foi contra o Santos. Em dois jogos cercados de enormes polêmicas, o time argentino venceu por 3 a 2 na ida no Rio de Janeiro e por 2 a 1 na volta em Avellaneda, classificando-se à final.

Um campeão inédito seria decretado na decisão da quinta edição da Libertadores. O Independiente enfrentou o Nacional do Uruguai, que havia batido o Colo Colo na semi. Foram duas partidas recheadas de tensão, com os gols quase que desaparecendo. O jogo de ida acabou com empate por 0 a 0, no Centenario, em Montevidéu.

A volta foi disputada na Doble Visera, em Avellaneda, e com gol solitário de Mario Rodríguez, aos 35 minutos do primeiro tempo, o Independiente venceu por 1 a 0 e levou o primeiro de seus sete títulos, no que deu origem a uma alcunha utilizada até hoje por torcida e imprensa: "El Rey de Copas".

A campanha do Independiente:
8 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Independiente

Hungria Campeã Olímpica 1964

Continuando com a saga olímpica, o torneio de futebol chega dos Jogos de 1964, sediados em Tóquio. Era a hora de compensar a capital japonesa pela interrupção causada pela Segunda Guerra Mundial, em 1940. O regulamento com fase de grupos, adotado na edição anterior, fez sucesso e acabou mantido para o futuro. Com modificações: ao invés de passar só o líder de cada chave, os vices também ganhariam a chance de seguir em frente.

Mas como nem tudo são flores, houve um time desistente e outro barrado das partidas. A Coreia do Norte retirou-se porque alguns de seus jogadores foram proibidos de pisar em solo japonês, e a Itália foi eliminada sumariamente pois seu elenco era profissional. Com 14 seleções, as Olimpíadas deram início ao torneio.

Outrora a melhor equipe do mundo, a Hungria perdera muita força após a invasão soviética ao país. Muitos dos seus craques preferiram atuar no exterior, como os agora espanhóis Ferenc Puskás e László Kubala. Porém, como seu futebol seguia 100% amador desde a seleção principal, o time magiar era um dos favoritos ao ouro. E confirmou em campo.

No grupo B, a estreia húngara foi com goleada por 6 a 0 sobre o Marrocos. Depois de folgar na segunda rodada (jogaria contra os norte-coreanos), confirmou a classificação na última partida da fase de grupos, ao derrotar a Iugoslávia em um inesquecível 6 a 5. Líder com quatro pontos, os húngaros enfrentaram a Romênia nas quartas de final, vencendo por 2 a 0. Na semifinal, 6 a 0 sobre a República Árabe Unida (Egito e Síria).

A luta pelo bicampeonato teve o seu encerramento contra a Tchecoslováquia, que passou por Brasil, Coreia do Sul, Japão e Alemanha. Na disputa pelo bronze, os alemães derrotaram os árabes por 3 a 1. A decisão entre magiares e tchecos aconteceu no Estádio Nacional de Tóquio. O placar só foi aberto no segundo tempo, quando Vladimír Weiss anotou contra aos húngaros, aos dois minutos. Ferenc Bene aumentou aos 14. Jan Brumovsky descontou para 2 a 1 aos 35, mas a Hungria soube garantir o resultado, ficando com seu segundo ouro no futebol.

A campanha da Hungria:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/MLSZ

Espanha Campeã da Eurocopa 1964

Foi bem-sucedido o começo da Eurocopa, apesar de a adesão de seleções nas eliminatórias em 1960 não tenha sido completa, inclusive com notáveis ausências, como as de Alemanha Ocidental, Itália e Inglaterra. O cenário mudou para 1964, e o número de participantes aumentou de 17 para 29, embora os alemães do lado oeste do muro ainda estivessem de fora. Todas as outras grandes estavam ali, tentando recuperar o tempo perdido.

E se quatro anos antes a Espanha havia ficado de fora da fase final apenas porque se recusou a desembarcar na União Soviética, agora não só ela seria a dona da casa nas partidas decisivas como também derrotaria a própria detentora do título na disputa derradeira. Mas antes, precisou bater alguns adversários durante os anos de 1962 e 1963. Na primeira eliminatória, passou pela Romênia com vitória por 6 a 0 em casa e derrota por 3 a 1 fora.

Nas oitavas de final, sofreu um bocado mas passou pela Irlanda do Norte ao empatar por 1 a 1 em casa e vencer por 1 a 0 fora. Nas quartas, não teve problemas para derrubar a Irlanda ao golear por 5 a 1 em casa e por 2 a 0 fora. A Fúria chegou na semifinal ao lado de Hungria, Dinamarca e União Soviética, e acabou escolhida como sede, com jogos em Madrid e em Barcelona. Na semifinal, o time espanhol venceu o húngaro por 2 a 1 na prorrogação, gols de Jesús Pereda e Amancio. Do outro lado, os soviéticos fizeram 3 a 0 nos dinamarqueses.

Espanha e União Soviética faziam na segunda decisão de Eurocopa um confronto que não aconteceu nas eliminatórias de 1960. O general Francisco Franco não era simpático ao colega Josef Stalin e os dois regimes de governo não se entendiam. Isso motinou a proibição da Fúria ao comparecimento em território russo. Mas para 1964 a UEFA chegou em acordo com Franco, que permitiu que os soviéticos jogassem em solo ibérico.

E a final aconteceu no Santiago Bernabéu, em Madrid. Gols, só no começo e no fim da partida. Pereda abriu o placar aos seis minutos do primeiro tempo e os soviéticos empataram aos oito. O 2 a 1 que valeu a primeira de três Eurocopas à Espanha veio aos 39 do segundo tempo, através do atacante Marcelino.

A campanha da Espanha:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 4 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/RFEF

Internazionale Campeã Mundial 1964

A quinta edição da Copa Intercontinental deu início a uma pequena rivalidade entre dois clubes da Itália e da Argentina. Internazionale e Independiente despontaram como as maiores forças da Europa e da América do Sul ao mesmo tempo, protagonizando não somente uma, mas duas finais mundiais.

A Inter de Milão conquistou seu primeiro título europeu depois de derrotar o Real Madrid na final, por 3 a 1. Já o Independiente tornou-se o primeiro clube argentino a vencer a Libertadores, superando o Nacional do Uruguai com um empate em 0 a 0 na ida e uma vitória por 1 a 0 na volta. Os dois times já eram forças tradicionais em seus países, e esses títulos continentais foram os primeiros de uma história que seria escrita nos dois anos seguintes.

O primeiro jogo do Mundial aconteceu no dia 9 de setembro, seguindo o rodízio das sedes, no antigo estádio de La Doble Visera, em Avellaneda. A partida foi truncada e de poucas oportunidades. A Internazionale não conseguiu superar o Independiente e seus 65 mil torcedores, e perdeu por 1 a 0. O gol argentino foi marcado pelo atacante Mario Rodríguez.

Perder por um ou por dez não fazia diferença, segundo as regras da época. Portanto, a Inter precisava vencer o segundo jogo, por qualquer placar, para forçar a partida de desempate. No dia 23 de setembro, o San Siro (Giuseppe Meazza só seria homenageado com o nome do estádio em 1980) contou com mais de 50 mil tifosi para empurrar o time. E o clube nerazzurro conseguiu virar o confronto com alguma autoridade. O ídolo Sandro Mazzola abriu o placar com oito minutos de jogo. Aos 39, Mario Corso ampliou e cravou o resultado final de 2 a 0.

A partida extra foi disputada em 26 de setembro e, pela primeira vez, o palco seria neutro. O estádio escolhido pela UEFA foi o Santiago Bernabéu, em Madri. Cerca de 45 mil pessoas assistiram a mais uma partida tensa. A inversão da vantagem permitia à Internazionale jogar por empates: um no tempo normal e outro na prorrogação. Sem conseguir furar a defesa do Independiente nos 90 minutos, os 30 minutos extras foram necessários. No fim, a Inter não precisou recorrer ao regulamento: aos cinco minutos do segundo tempo da prorrogação, Corso marcou o gol da vitória por 1 a 0 e garantiu o título para o nerazzurri.

Assim, uma breve freguesia tinha início no Mundial. Mas, para dizer que nem todos os argentinos ficaram tristes, havia um na casamata da Internazionale que comemorou muito. O técnico da equipe era Helenio Herrera. Nascido em Buenos Aires, ele ainda criança foi morar no Marrocos, onde se tornou jogador. Depois fez sucesso na França, nação pela qual se naturalizou e se notabilizou como treinador.


Foto Arquivo/Internazionale

Santos Campeão Brasileiro 1964

Continuando com a supremacia de títulos na década de 60, o Santos partiu para o tetracampeonato na Taça Brasil de 1964. Com a competição ganhando cada vez mais prestígio, ela é aumentada para 22 times, sendo 21 campeões estaduais, e o Peixe campeão anterior. Como o time santista não era o campeão paulista, a vaga direta na semifinal foi para o Palmeiras, ao lado do campeão carioca Flamengo. O Santos entrou nas quartas de final.

Nos grupos regionalizados, o Ceará venceu no Nordeste, o Náutico venceu no Norte, o Metropol de Santa Catarina venceu no Sul e o Atlético-MG venceu no Leste. Nas finais da zonas, o Ceará passou pelo Náutico na Zona Norte, e o Atlético-MG eliminou o Metropol na Zona Sul.

Então, o Santos entra no campeonato, contra o time mineiro, e goleia nas duas partidas: 4 a 1 no Independência e 5 a 1 na Vila Belmiro. Na semifinal, vem o clássico contra o Palmeiras. O primeiro jogo foi extremamente difícil, mas deu Peixe por 3 a 2. Já o segundo jogo foi mais fácil, e uma vitória por 4 a 0 classificou o Santos para a final, contra o Flamengo (que eliminou o Ceará).

Mandando a partida no Pacaembu, o Santos tratou de abrir vantagem na partida de ida, vencendo por 4 a 1, três gols de Pelé. Com o regulamento no bolso, o Alvinegro Praiano segurou o 0 a 0 no Maracanã e conquistou mais um título do Brasileiro.

A campanha do Santos:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press