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Juventus Campeã da Recopa Europeia 1984

A Recopa Europeia desembarca em 1984 com o título retornando para a Itália depois de 11 anos. Nesta vez, a taça ficou nas mãos da Juventus, que a esta altura já contava com a base que viria a vencer também a Liga dos Campeões e o Mundial em 1985.

O torneio contou com 33 participantes, e a Vecchia Signora entrou por meio da conquista da Copa da Itália de 1982. Na primeira fase, o adversário foi o Lechia Gdansk, da Polônia. Na ida, goleada por 7 a 0 no Estádio Comunale, em Turim, com dois gols de Michel Platini, quatro de Domenico Penzo e um de Paolo Rossi. Na volta, nova vitória, mais apertada, por 3 a 2 fora de casa..

A campanha bianconera prosseguiu nas oitavas de final, contra o Paris Saint-Germain. O primeiro jogo foi realizado no Parc des Princes, e os italianos por pouco não venceram, cedendo o empate por 2 a 2 nos acréscimos da etapa final. A segunda partida foi em Turim. Apesar de ter mais time, a Juve não furou a defesa francesa, e vice-versa. O empate sem gols serviu por causa da regra do gol fora.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Haka, da Finlândia. A ida foi disputada fora de casa para as duas equipes, na França. No La Meinau, em Estrasburgo, a Juventus venceu por 1 a 0, gol de Beniamino Vignola. A volta foi no Comunale, e os bianconeri confirmaram a classificação com outro 1 a 0, gol de Marco Tardelli.

A Juve encarou o Manchester United na semifinal. Na primeira partida, empate por 1 a 1 no Old Trafford. O segundo jogo foi no Comunale, e se encaminhava para a prorrogação com o mesmo placar, quando Rossi apareceu para fazer 2 a 1 aos 45 minutos do segundo tempo.

Na final, a Juventus enfrentou o Porto, que eliminou Dínamo Zagreb, Rangers, Shakhtar Donetsk e Aberdeen. A disputa ocorreu no St. Jakob, na Basileia, que recebeu a decisão da Recopa pela quarta e última vez. Vignola abriu ao placar aos 12 do primeiro tempo, e os portugueses empataram aos 29. Aos 41, Zbigniew Boniek fez 2 a 1 e garantiu o título inédito e invicto da Vecchia Signora.

A campanha da Juventus:
9 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Aldo Liverani/SAS

Juventus Campeã da Liga Europa 1993

A partir de 1993, a Europa teve seu mapa drasticamente alterado com o fim da União Soviética e da Iugoslávia. Claro que as competições da UEFA deveriam de adaptar a isso. Mas não foi uma causa imediata, pois os novos países ainda dependiam da filiação à entidade. De novidades de fato para a Copa da UEFA desta temporada, tivemos as entradas de Ucrânia e Eslovênia. Os soviéticos ainda conseguiram uma sobrevida com a Comunidade dos Estados Independentes. Já a Iugoslávia, em guerra, estava suspensa. Para finalizar, a Alemanha Oriental enfim desapareceu dos quadros.

À parte da geopolítica, a Itália recuperou sua hegemonia na Copa da UEFA. A Juventus, comandada por Giovanni Trapattoni e capitaneada por Roberto Baggio, conseguiu em 1993 o tricampeonato, um feito inédito na história do torneio, com uma campanha que beirou a perfeição. A caminhada bianconeri começou diante do Anorthosis, do Chipre. A classificação foi fácil, com goleadas por 6 a 1 no Delle Alpi, em Turim, e por 4 a 0 fora de casa.

Na segunda fase, a Juve enfrentou o Panathinaikos, numa classificação mais difícil do que se imaginava. Na ida, vitória curta por 1 a 0 na Grécia. Na volta, em casa, os italianos não conseguiram sair do 0 a 0. Nas oitavas de final, contra o Sigma Olomouc, da Tchecoslováquia, as coisas voltaram a ficar tranquilas, com vitória por 2 a 1 fora, e goleada por 5 a 0 em Turim.

Nas quartas, o adversário foi o Benfica. O primeiro jogo aconteceu em Lisboa, no Estádio da Luz, e a Juventus acabou derrotada por 2 a 1. A segunda partida foi no Delle Alpi, e os bianconeros reverteram a situação e garantiram um lugar na semifinal ao ganharem por 3 a 0. Os gols foram marcados por Jürgen Kohler, Dino Baggio e Fabrizio Ravanelli.

O Paris Saint-Germain foi o rival da Vecchia Signora na semi. A ida foi realizada em Turim. De maneira emocionante, a Juve conseguiu abrir 2 a 1 de vantagem, de virada, com dois gols de Roberto Baggio, com o segundo acontecendo aos 45 minutos do segundo tempo. A volta foi no Parc des Princes, e os italianos confirmaram a vaga na decisão com outra vitória por 1 a 0 e outro tento de Baggio.

A decisão foi contra o Borussia Dortmund, que deixou para trás Floriana (Malta), Celtic, Zaragoza, Roma e Auxerre. O primeiro jogo foi no Westfalenstadion, na Alemanha. Com dois gols de Roberto Baggio e outro do xará Dino, a Juventus venceu por 3 a 1 e colocou a mão no terceiro título. A segunda partida foi no Delle Alpi, e a confirmação veio no triunfo por 3 a 0, com dois gols de Dino Baggio e um de Andreas Möller.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 10 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 31 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Juventus Campeã da Liga Europa 1990

O futebol da Itália era, de muito longe, o mais competitivo da Europa entre o fim da década de 1980 e quase toda a de 1990. Liga forte, clubes fortes e jogadores consagrados. Tal fato se refletia também nas competições europeias. Na Copa da UEFA, até 1988, só um título ficou em solo italiano. Já entre 1989 e 1999, foram oito conquistas, fora os vices.

O título solitário da Itália havia sido em 1977, com a Juventus. Em 1990, o clube de Turim chegou ao bicampeonato e deu sequência à hegemonia aberta com o Napoli em 1989. Foi nesta época que o torneio sofreu a primeira mudança de regulamento, com a participação de 65 times. Tudo porque França e Iugoslávia estavam empatadas no ranking da UEFA e precisaram de uma fase preliminar para ver com quem ficaria com uma das vagas da Inglaterra, excluída desde 1986 devido à Tragédia de Heysel.

A campanha do bianconero começou contra o Górnik Zabrze, o qual venceu por 1 a 0 na Polônia, e por 4 a 2 no Estádio Comunale, em Turim. Na segunda fase, a Juve eliminou o Paris Saint-Germain com mais duas vitórias, por 1 a 0 na França, e por 2 a 1 na Itália.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Karl-Marx-Stadt (hoje Chemnitzer), da Alemanha Oriental (já sem o Muro de Berlim). A campanha 100% da Juventus continuou firme, com triunfos por 2 a 1 em Turim, e por 1 a 0 fora de casa. Nas quartas, o time bianconeri teve problemas contra o Hamburgo. Depois de vencer por 2 a 0 em plena Alemanha, os italianos levaram 2 a 1 de virada em casa, mas se classificaram.

A Juventus enfrentou o Colônia na semifinal. A ida foi disputada no Comunale, e a equipe teve um grande início com gols de Rui Barros, Giancarlo Marocchi e um contra de Alfons Higl. Mas os alemães se aproximaram com dois tentos no fim e o placar ficou 3 a 2 para Juve. A volta aconteceu no Müngersdorfer. Com resistência, os italianos seguraram o 0 a 0 e chegaram à final.

A final foi contra a Fiorentina, que eliminou Atlético de Madrid, Sochaux, Dínamo Kiev, Auxerre e Werder Bremen. O primeiro jogo foi disputado no Comunale de Turim, e a Juventus abriu vantagem de 3 a 1, com gols de Roberto Galia, Pierluigi Casiraghi e Luigi De Agostini. A segunda partida foi na cidade de Avellino, no Estádio Partenio, pois o Artemio Franchi, em Florença, já estava à disposição da FIFA para a Copa do Mundo de 1990. Num campo praticamente neutro, a Vecchia Signora segurou outro empate sem gols para ficar com o título da Copa da UEFA.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Juventus Campeã da Liga Europa 1977

Chegou a vez da Itália. Na Copa da UEFA de 1977, a Juventus fez uma campanha que ficou marcada como um capítulo pioneiro na história do clube. Foi nesta competição que os bianconeri chegaram pela primeira vez ao topo de um torneio na Europa.

A caminhada começou na primeira fase, onde a Juventus enfrentou o Manchester City. O primeiro jogo aconteceu na Inglaterra, com derrota por 1 a 0. Logo de cara, era preciso fazer algo a mais para reverter o resultado. E no Estádio Comunale de Turim, a Juve conseguiu fazer os 2 a 0 necessários para a classificação.

Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o outo lado da cidade de Manchester. Contra o United, novamente a Vecchia Signora largou atrás, perdendo por 1 a 0 no Old Trafford. A diferença é que vitória na partida de volta foi maior, por 3 a 0 na Itália.

Nas oitavas de final, a Juventus encarou o Shakhtar Donetsk. A classificação veio com vitória por 3 a 0 em Turim, e nova derrota por 1 a 0 fora, na União Soviética. Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Magdeburg, da Alemanha Oriente. E finalmente, a Juventus demonstrou seu poder ofensivo nas duas partidas, avançando de fase com vitórias por 3 a 1 fora de casa, e por 1 a 0 em casa.

O confronto na semifinal foi contra o AEK Atenas. A primeira partida aconteceu em Turim, e acabou com uma convincente vitória por 4 a 1. O segundo jogo foi realizado na Grécia, e os bianconeri confirmaram seu lugar na decisão com novo triunfo, por 1 a 0. O gol da classificação foi anotado por Roberto Bettega.

A final foi em dois duelos contra o Athletic Bilbao, que eliminou Újpest, Basel, Milan, Barcelona e RWD Molenbeek. O primeiro jogo, disputado no Comunale de Turim, terminou com vitória magra por 1 a 0, deixando tudo em aberto para a partida de volta. O gol foi marcado por Marco Tardelli, logo aos 14 minutos do primeiro tempo.

A tensão estava no ar quando as duas equipes se enfrentaram novamente no Estádio San Mamés, em Bilbao. O Juventus mostrou a sua classe logo no começo, aos sete minutos, com o gol de Bettega, que encomendou o título. Os espanhóis ainda tiveram forças para buscar a virada por 2 a 1 e pressionar na busca pelo terceiro tento. Mas com uma consciência tática brilhante, a equipe italiana se segurou e conquistou o título da Copa da UEFA de forma merecida, apesar do uso da regra do gol fora de casa.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 8 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Juventus Campeã da Liga dos Campeões 1996

A enxuta Liga dos Campeões manteve quase tudo para 1996, a não ser por uma mudança que acompanhava o resto do mundo. A UEFA seguiu a FIFA e alterou o sistema de pontuação para as vitórias na fase de grupos de dois para três pontos.

Ao mesmo tempo, o extracampo também apresentava novidades. Em 1995, passou a valer a Lei Bosman. Em dois pontos, ela determinou que qualquer atleta com nacionalidade dentro da União Europeia não era mais considerado estrangeiro e que nenhum clube poderia mais manter o passe de jogadores sem contrato. Essa combinação facilitou muito as transferências e beneficiou àqueles com mais condições financeiras.

Os reflexos não foram imediatos. A Juventus, que levaria o bicampeonato, ainda estava com mais italiano que forasteiros no elenco. O clube ficou no grupo C, com Rangers, Steaua Bucareste e Borussia Dortmund. Em seis jogos, La Vecchia Signora venceu quatro, empatou um e somou 13 pontos. A classificação e a liderança vieram na quarta rodada, nas goleada por 4 a 0 sobre os escoceses, em Glasgow.

Nas quartas de final, a Juventus enfrentou o Real Madrid. Na ida, perdeu por 1 a 0 no Santiago Bernabéu. Na volta, venceu por 2 a 0 no Delle Alpi, em Turim. A semifinal foi contra o Nantes, da França. O primeiro jogo aconteceu na Itália, com vitória bianconeri por 2 a 0. A segunda partida foi fora de casa, com a Juve segurando a vantagem na raça: derrota por 3 a 2, de virada.

A decisão foi contra o defensor do título, o Ajax. Os holandeses superaram Ferencváros (Hungria), Grasshopper (Suíça), Borussia Dortmund e Panathinaikos. A disputa ocorreu no Estádio Olímpico de Roma, então o apoio foi maior para a Juventus. Fabrizio Ravanelli abriu o placar aos 12 minutos do primeiro tempo, mas o adversário fez 1 a 1 aos 41. A final foi aos pênaltis, onde brilhou o goleiro Angelo Peruzzi, com duas defesas. Por 4 a 2, a taça ficou na Itália.

A campanha da Juventus:
11 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 22 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Shaun Botterill/Allsport/Getty Images

Juventus Campeã da Liga dos Campeões 1985

A Copa dos Campeões da Europa de 1985 poderia ficar marcada por vários acontecimentos positivos. Poderia ter sido pela campanha quase perfeita da Juventus, que recolocou a Itália no mapa da competição depois de 16 anos. Poderia ter sido também pela trajetória do Liverpool, que foi à sua quinta final em nove temporadas, e que por pouco não levou o penta. Mas o que marcou aquele torneio foi a tragédia protagonizada pelos "hooligans" ingleses na final.

Antes, o torneio ocorreu sem maiores problemas. Sob as lideranças de Michel Platini e Paolo Rossi, a Juventus iniciou seu caminho rumo ao título inédito diante do Ilves, da Finlândia. Com vitórias por 4 a 0 fora e 2 a 1 em casa, os "bianconeri" avançaram tranquilamente. Nas oitavas de final, mais dois triunfos contra o Grasshopper, da Suíça: 2 a 0 em Turim e 4 a 2 em Zurique.

O adversário de "La Vecchia Signora" nas quartas foi o Sparta Praga. No Comunale, em casa, os italianos abriram vantagem de 3 a 0. Na Tchecoslováquia, derrota controlada por 1 a 0 classificou a equipe. A semifinal foi contra o Bordeaux. E outra vez com a ida em Turim, o Juventus repetiu os 3 a 0. A volta foi na França, no Parc Lescure, e o time bianconeri passou aperto antes de chegar na decisão, pois perdeu por 2 a 0.

A segunda final da história da Juventus foi contra o Liverpool, que eliminou Lech Poznan (Polônia), Benfica, Austria Viena e Panathinaikos. O local escolhido foi Heysel, em Bruxelas.
 
Na Bélgica, torcedores italianos e ingleses provocaram-se desde a chegada até dentro do estádio. A barreira policial montada e as grades na arquibancada eram fracas. Bêbados, os hooligans invadiram o espaço dos italianos e os agrediram violentamente. Em pânico, quem fugia passava por cima de qualquer coisa, até mesmo de outras pessoas. Resultado: 39 mortes e mais de 600 feridos.

A UEFA não adiou a partida e, sem saberem de nada, os jogadores foram à campo. Platini fez o gol do 1 a 0 que deu o título à Juventus aos 13 minutos do segundo tempo, de pênalti.

A campanha da Juventus:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 19 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Juventus Campeã Mundial 1996

A virada de 1995 para 1996 tem uma grande representação nos rumos que tomaram o futebol atual. No dia 15 de dezembro, o Tribunal de Justiça da União Europeia deu razão à causa do jogador belga Jean-Marc Bosman, que processou o local RFC Liège quando estava em fim de contrato. Ele estava acertado para atuar no francês Dunkerque, mas não conseguiu a transferência porque deveria indenizar o antigo clube. O caso feria o Tratado de Roma, que diz que todo cidadão da União Europeia tem livre acesso para trabalhar entre seus países.

A "Lei Bosman" passou a incluir os futebolistas na categoria de trabalhadores comunitários, e as restrições de estrangeiros nas federações foram deixando de existir entre os membros da UE. Assim, o que começou a se ver na Europa foi a globalização dos clubes. Em 1996, a Juventus foi bicampeão da Liga dos Campeões ainda com nove italianos titulares, vencendo o Ajax na final, por 4 a 2 nos pênaltis após 1 a 1 no tempo normal.

Mas para o Mundial as mudanças começariam. Os nove conterrâneos foram reduzidos a seis, e os franceses Didier Deschamps e Zinedine Zidane não eram mais considerados estrangeiros. A trajetória do título da Vecchia Signora ainda passou por eliminações sobre Real Madrid e Nantes.

Na América do Sul tudo continuou normal, e o River Plate conseguiu o bicampeonato da Libertadores vencendo o América de Cali na decisão, tal qual dez anos antes. O time millonario perdeu a ida por 1 a 0, mas venceram a volta por 2 a 0. Tudo sob o comando do meia uruguaio Enzo Francescoli. Na campanha, o River bateu San Lorenzo e Universidad de Chile nas fases anteriores.

A Copa Intercontinental entre Juventus e River Plate foi realizada em 26 de novembro, como sempre, no Nacional de Tóquio. Os efeitos da globalização no futebol ainda estavam para ser conhecidos, mas já percebia-se uma tendência de predomínio europeu nesta partida. O clube italiano dominou o argentino na maioria do tempo, mas parava na grande atuação do goleiro Roberto Bonano. Os argentinos criaram bem menos, com a melhor chance sendo uma bola de Ariel Ortega no travessão.

O gol da justiça na atuação e do título dos italianos aconteceu só aos 36 minutos do segundo tempo. Angelo Di Livio cobrou escanteio e o croata Alen Boksic desviou a bola de cabeça, que sobrou para Alessandro Del Piero fuzilar no ângulo esquerdo. Depois, os dois times tiveram oportunidades para empatar ou ampliar o resultado, mas tudo ficou no 1 a 0. Com isso, a Juventus chegou ao seu segundo título mundial, que também serviu como um recado: um desequilíbrio poderia estar surgindo com as novas políticas de contratações na Europa.


Foto Arquivo/AP/Lapresse

Juventus Campeã Mundial 1985

A Copa Intercontinental chega a 1985, revitalizada e tornada em um bom negócio. Mas um fato relevante chamava a atenção, desde antes da mudança para o Japão: já faziam nove anos que a Europa não levava o título. A última conquista para a UEFA foi a do Bayern de Munique, em 1976. A América do Sul aproveitou bem a crise do torneio e emendou sete vitórias seguidas.

Era a hora da Europa recuperar a hegemonia do Mundial, e o clube a tentar a façanha foi a Juventus. O time italiano conquistou sua primeira Copa dos Campeões depois de passar por Sparta Praga e Bordeaux, e derrubar na final o Liverpool, com vitória por 1 a 0. Primeiro título, mas o segundo Mundial: em 1973, La Vecchia Signora herdou o lugar do Ajax, mas perdeu a disputa para o Independiente.

A decisão de 12 anos antes poderia ter se repetido, mas a Libertadores ficou nas mãos de uma surpresa, para não dizer zebra. O Argentinos Juniors eliminou o então campeão da América na segunda fase, depois de vencer Vasco e Fluminense na primeira. Na final, El Bicho passou pelo América de Cali: vitória por 1 a 0 na ida, derrota por 1 a 0 na volta, empate por 1 a 1 na partida extra, e, finalmente, vitória por 5 a 4 nos pênaltis.

Juventus e Argentinos Juniors se encontraram no Nacional de Tóquio em 8 de dezembro. Pela primeira vez o Mundial no Japão aconteceu sob chuva, mas o péssimo estado do gramado não impediu os especialistas em considerar esta edição como a melhor já disputada. O time argentino surpreendeu positivamente com seu estilo de jogo arrojado e causou vários sustos aos italianos.

Aos dez minutos do segundo tempo, Mario Videla lançou para Carlos Ereros, que encobriu o goleiro Stefano Tacconi e abriu o placar. A Juventus empatou aos 18, com Michel Platini cobrando pênalti. Aos 30, Claudio Borghi tocou em profundidade para José Castro, que entrou pela ponta-direita e soltou a bomba para desempatar ao Argentinos. Finalmente, aos 38, Michael Laudrup tabelou com Platini, entrou na área, driblou Enrique Vidallé e marcou o 2 a 2 final.

Pela primeira vez o Mundial seria definido em disputa de pênaltis. Sergio Brio começou marcando aos italianos e Jorge Olguín empatou. Antonio Cabrini fez o segundo, enquanto Sergio Batista jogou nas mãos de Tacconi. Aldo Serena marcou o terceiro e Juan López descontou aos argentinos. Laudrup perdeu a quarta cobrança, mas José Pavoni também desperdiçou a sua. Na última cobrança, Platini fez 4 a 2 e colocou um ponto final no jejum europeu no Mundial, dando o primeiro título à Juventus.


Foto Masahide Tomikoshi