Juventus Campeã Mundial 1985

A Copa Intercontinental chegou a 1985 revitalizada e transformada em um bom negócio. Mas um fato relevante chamava atenção desde antes da mudança para o Japão: já se completavam nove anos sem que a Europa conquistasse o título. A última vitória da UEFA havia sido com o Bayern de Munique, em 1976. A América do Sul soube aproveitar bem a crise do torneio e emendou sete vitórias consecutivas.

Era a hora da Europa recuperar a hegemonia do Mundial, e o clube encarregado da missão foi a Juventus. O time italiano conquistou sua primeira Copa dos Campeões após superar Sparta Praga e Bordeaux, e vencer o Liverpool na final por 1 a 0. Era o primeiro título europeu, mas o segundo Mundial: em 1973, La Vecchia Signora herdara a vaga do Ajax, mas acabou derrotada pelo Independiente.

A decisão de 12 anos antes poderia ter se repetido, mas a Libertadores ficou nas mãos de uma surpresa — para não dizer zebra. O Argentinos Juniors eliminou o então campeão da América na segunda fase, depois de superar Vasco e Fluminense na primeira. Na final, El Bicho venceu o América de Cali por 1 a 0 na ida, perdeu por 1 a 0 na volta, empatou por 1 a 1 na partida extra e, por fim, venceu nos pênaltis por 5 a 4.

Juventus e Argentinos Juniors se encontraram no Estádio Nacional de Tóquio em 8 de dezembro. Pela primeira vez, o Mundial no Japão foi disputado sob chuva, mas o péssimo estado do gramado não impediu os especialistas de considerarem esta edição como a melhor já realizada. O time argentino surpreendeu positivamente com seu estilo de jogo arrojado e causou vários sustos aos italianos.

Aos dez minutos do segundo tempo, Mario Videla lançou para Carlos Ereros, que encobriu o goleiro Stefano Tacconi e abriu o placar. A Juventus empatou aos 18, com Michel Platini cobrando pênalti. Aos 30, Claudio Borghi tocou em profundidade para José Castro, que entrou pela ponta-direita e soltou a bomba para colocar o Argentinos novamente à frente. Finalmente, aos 38, Michael Laudrup tabelou com Platini, invadiu a área, driblou Enrique Vidallé e marcou o 2 a 2 final.

Pela primeira vez, o Mundial seria decidido nos pênaltis. Sergio Brio abriu a série convertendo para os italianos, e Jorge Olguín empatou. Antonio Cabrini fez o segundo, enquanto Sergio Batista chutou nas mãos de Tacconi. Aldo Serena marcou o terceiro e Juan López descontou para os argentinos. Laudrup perdeu a quarta cobrança, mas José Pavoni também desperdiçou a sua. Na última cobrança, Platini converteu e decretou o fim do jejum europeu no Mundial, dando à Juventus seu primeiro título intercontinental.


Foto Masahide Tomikoshi

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