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Boca Juniors Campeão da Supercopa Libertadores 1989

A primeira edição da Supercopa Libertadores foi aprovada, apesar do regulamento confuso. O que já era esperado, visto que foram 13 participantes em mata-mata. Para 1989, a competição ganharia mais um representante, vencedor da Libertadores naquele ano e que a Conmebol tratou de rapidamente inscrever no torneio, que foi repassado para o segundo semestre da temporada.

Com 14 times, o chaveamento da Supercopa ficou mais amigável, com seis confrontos nas oitavas de final e duas equipes já colocadas nas quartas, o então campeão Racing e o Boca Juniors. A sorte xeneize já estava em alta desde o sorteio das partidas. O clube estava adormecido desde o bi da Libertadores em 1978, e o título da Supercopa deu um alento ao torcedor.

A campanha do Boca teve início exatamente contra o Racing. O primeiro confronto foi disputado em La Bombonera, mas acabou empatado por 0 a 0. A vitória precisaria vir em Avellaneda. A segunda partida aconteceu no El Cilindro, e o xeneize conseguiu a classificação ao fazer 2 a 1 no rival.

O adversário argentino na semifinal foi o Grêmio. Um ano antes, os brasileiros foram algozes do Boca nas oitavas de final, portanto esta acabou sendo a revanche. Na ida, no Olímpico Monumental, em Porto Alegre, empate sem gols. A volta foi em Buenos Aires, com La Bombonera lotada. Em 24 minutos, Claudio Marangoni e José Luis Cuciuffo anotaram os gols da vitória por 2 a 0.

A final foi entre Boca Juniors e Independiente, que passou por Santos, Atlético Nacional e Argentinos Juniors. A primeira partida foi realizada em La Bombonera, terminando com mais um empate por 0 a 0. O segundo jogo ocorreu na Doble Visera, em Avellaneda, e novamente os dois times não conseguiram balançar as redes. Nos pênaltis, o goleiro Navarro Montoya defendeu a quarta cobrança do Independiente, Blas Giunta converteu a última batida xeneize e os demais jogadores não erraram nenhuma outra. O Boca levou o título invicto da Supercopa por 5 a 3. 

A campanha do Boca Juniors:
6 jogos | 2 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 4 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/Boca Juniors

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2005

Mudanças à vista. A Copa Sul-Americana não ficou tão sul-americana assim a partir de 2005. Num movimento parecido com o que fez na Libertadores, a Conmebol expandiu sua segunda competição para o Norte, com a entrada de dois participantes do México. Mais do que isso, a entidade também abriu espaço para um time dos Estados Unidos, o DC United, de Washington.

Essa expansão refletiu no Brasil, que caiu de 12 para oito vagas (o campeão brasileiro e os sete melhores colocados fora da Libertadores). O número geral de equipes baixou de 35 para 34 e o regulamento permaneceu o mesmo, com fases preliminares nacionais e lugares cativos nas oitavas de final para os convidados da América do Norte, o campeão Boca Juniors, além de River Plate e Vélez Sarsfield - um convidado da AFA e o outro, melhor argentino, com uma das vagas herdada do Boca.

Na defesa do título, o Boca Juniors viu no bicampeonato da Sul-Americana (junto com a Recopa) a salvação da temporada, pois o time foi mal na sua liga nacional e não se classificou para a Libertadores de 2006. A campanha começou contra o Cerro Porteño, com o qual empatou por 2 a 2 na Paraguai e goleou por 5 a 1 em Salta, no mesmo Estádio Padre Ernesto Martearena da conquista de 2004.

Nas quartas de final, o clube xeneize também repetiu um adversário da temporada anterior, o Internacional. A ida foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, com derrota por 1 a 0 nos acréscimos do segundo tempo. A volta aconteceu em La Bombonera, e os argentinos tornaram a conseguir a classificação com goleada, por 4 a 1. A semifinal foi contra a Universidad Católica, e o Boca passou depois de empatar por 2 a 2 em Buenos Aires e vencer por 1 a 0 no Chile.

Na final, o Boca Juniors ficou frente a frente com o Pumas UNAM, clube mexicano que passou por The Strongest, Corinthians e Vélez Sarsfield. A primeira partida ocorreu no Estádio Olímpico Universitário, na Cidade do México, e terminou empatada por 1 a 1. O gol xeneize foi de Rodrigo Palacio.

O segundo jogo foi realizado em La Bombonera, com novo empate por 1 a 1. Martín Palermo abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo, com a igualdade mexicana saindo na segunda etapa. Nos pênaltis, o Boca ficou com o bicampeonato ao vencer por 4 a 3. O gol derradeiro ficou por conta do goleiro Roberto "Pato" Abbondanzieri.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2004

Com leves modificações no regulamento, a Copa Sul-Americana seguiu para a temporada 2004. As alterações aconteceram na fase brasileira, que deixou de ter quatro triangulares e passou a ser com dois mata-matas. O número de vagas permaneceu intacto: 12 para o Brasil, seis para a Argentina, a do campeão Cienciano e mais 16 divididas entre os demais países do continente.

Nesta terceira edição de Sula, a zebra não teve chance. Se na Libertadores o Boca Juniors foi surpreendido pelo Once Caldas na decisão, aqui o clube argentino tratou de espantar os fantasmas e arrancou para sua primeira conquista. Convidado da AFA, o time xeneize entrou diretamente nas oitavas de final, contra o San Lorenzo. No primeiro confronto, perdeu por 1 a 0 no Nuevo Gasómetro. No segundo, venceu por 2 a 1 de virada no Padre Ernesto Martearena, em Salta, e conseguiu a classificação nos pênaltis, ao ganhar por 4 a 1.

A campanha seguiu difícil nas quartas de final, contra o Cerro Porteño. A ida foi mais uma vez em Salta (La Bombonera estava fechada), e o Boca sofreu para o buscar o empate por 1 a 1 diante dos paraguaios. A volta foi disputada em Assunção, no Defensores del Chaco, e novamente o empate imperou no placar, desta vez sem gols. Nos pênaltis, após 20 cobranças, o time argentino venceu por 8 a 7 e ficou com a vaga na semifinal.

O próximo adversário do Boca Juniors foi o Internacional. De volta à La Bombonera, o time xeneize conseguiu uma categórica vitória por 4 a 2 sobre os brasileiros, de virada. O segundo jogo foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, e bastou segurar o empate por 0 a 0 para chegar à final pela primeira vez.

A decisão foi contra o Bolívar, que colocou a Bolívia numa final continental pela primeira vez desta a obscura Recopa de 1970. O time eliminou Aurora, Universidad Concepción, Arsenal de Sarandí e LDU Quito. A ida foi realizada no Hernando Siles, na altitude de 3.625 metros de La Paz. Os argentinos bem que tentaram largar na frente, mas acabou derrotado por 1 a 0.

A volta foi em La Bombonera. Com o apoio de 55 mil torcedores, o Boca reverteu a situação e conquistou a primeira Sul-Americana ao vencer por 2 a 0, gols de Martín Palermo, aos 14 minutos do primeiro tempo, e Carlos Tevez, aos 28.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 9 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2007

A América do Sul que fala espanhol quase não viu a cor da bola na Libertadores entre 2005 e 2006. Depois de duas decisões 100% brasileiras, a Conmebol tomou uma atitude e proibiu um mesmo país de colocar dois finalistas em suas competições. Se dois times conterrâneos chegassem à semifinal, eles deveriam obrigatoriamente se enfrentar. A mudança reabriu o caminho para que velhas forças latinas voltassem a triunfar. Foi o que aconteceu com o Boca Juniors em 2007.

Voltando após um ano ausente, o xeneize trazia de volta algumas peças das equipes vencedoras de 2000, 2001 e 2003, como Hugo Ibarra, Sebastián Battaglia (os únicos que jogaram nas três), Martín Palermo e, principalmente, Juan Román Riquelme. Em comum entre eles, a saída do clube em algum momento entre as conquistas. O técnico não era mais Carlos Bianchi, e sim Miguel Russo.

Na primeira fase, o Boca jogou no grupo 7, contra Toluca, Cienciano e Bolívar. De campanha trepidante, o time só avançou em segundo, com três vitórias e dez pontos. Foram dois a menos que os mexicanos e só um a mais que os peruanos. A vaga, porém, veio com históricos 7 a 0 sobre os bolivianos, em La Bombonera, na última rodada.

Nas oitavas de final, os argentinos bateram o Vélez Sarsfield, depois de vencerem a ida por 3 a 0, em casa, e perderem a volta por 3 a 1, fora. As quartas foram contra o Libertad. O Boca empatou a ida por 1 a 1, na Bombonera, e venceu a volta por 2 a 0, no Paraguai. Na semifinal, sufoco contra o Cúcuta, da Colômbia: derrota fora por 3 a 1 e vitória em casa por 3 a 0.

Na final, o Boca Juniors enfrentou o Grêmio, que igualmente suou para eliminar São Paulo, Defensor e Santos. Foi então que o talento fez a diferença. Riquelme brilhou marcando um gol na vitória por 3 a 0 na ida, na Bombonera, e os dois do triunfo por 2 a 0 na volta, no Olímpico, em Porto Alegre. Com a conquista do hexa, o Boca isolou-se na vice-liderança do ranking de campeões da Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 4 derrotas | 27 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2003

Após uma pequena interrupção no trabalho, o Boca Juniors recuperou o caminho da hegemonia na Libertadores. Carlos Bianchi deixou o comando do clube em 2001, depois da derrota no Mundial Interclubes, e fez um ano sabático em 2002. Nessa temporada, a equipe não conquistou títulos. Ele voltou em 2003, e junto reapareceram as glórias.

No grupo 7 da primeira fase, o Boca enfrentou Independiente Medellín, Barcelona de Guayaquil e Colo-Colo. O time venceu as três partidas do turno, porém acabou surpreendido por dois empates e uma derrota - para os colombianos - no returno, encerrando a chave na vice-liderança, com 11 pontos.

A combinação dos resultados proporcionou um histórico confronto com o Paysandu nas oitavas de final. A ida foi em Buenos Aires, e os brasileiros surpreenderam ao vencerem por 1 a 0 em plena La Bombonera. Mas o que uma camisa pesada não faz... Na volta, em Belém, os argentinos aplicaram 4 a 2 e acabaram com o sonho dos paraenses.

Nas quartas, foi a vez de encarar o Cobreloa. O primeiro jogo foi em Calama, no Chile, e o Boca venceu por 2 a 1, de virada. A segunda partida aconteceu em Buenos Aires, e novo 2 a 1 classificou o clube portenho. A semifinal foi de mais tranquilidade aos xeneizes, que passaram pelo América de Cali com duas vitórias: por 2 a 0 na Bombonera e por 4 a 0 na Colômbia.

Um reencontro de 40 anos marcou a decisão da Libertadores 2003. O Boca Juniors chegava para acertar uma conta do passado com o Santos, que foi à final depois de eliminar Nacional do Uruguai, Cruz Azul e Independiente Medellín. Os tempos não eram mais de Pelé, mas sim de Marcelo Delgado, que marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 na ida, em La Bombonera.

A volta foi no Morumbi, em São Paulo, e os hermanos aumentram a vantagem com outro gol de Delgado e mais dois de Carlos Tévez e Rolando Schiavi. Por 3 a 1, o Boca levava para casa sua quinta conquista sul-americana.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2001

A Libertadores entrou no século 21 com uma história consolidada. Muitos clubes tornaram-se gigantes na América do Sul durante a sua disputa. E quando se tem uma camisa pesada, não importa o tempo que se fica adormecido. Esse é o caso do Boca Juniors, que esperou  22 anos para voltar a comemorar o título. Mas, quando saiu da fila, foi para criar uma das principais dinastias já vistas na competição.

Em 2001, o Boca defendeu a taça e andou rumo ao tetra a partir do grupo 8 da primeira fase. Em uma chave fácil contra Cobreloa, Deportivo Cali e Oriente Petrolero, a dificuldade foi zero. Com cinco vitórias, os xeneizes ficaram com a classificação antecipada, com 15 pontos, cinco a mais que o vice chileno.

Nas oitavas de final, o time argentino passou pelo Júnior Barranquilla, depois de vencer a ida por 3 a 2, na Colômbia, e empatar a volta por 1 a 1, na Bombonera. Nas quartas, foi a vez de derrubar o Vasco com duas vitórias, por 1 a 0 no Rio de Janeiro e por 3 a 0 na Argentina.

A semifinal foi contra o Palmeiras, na reedição da final do ano anterior. E tal como antes, empates por 2 a 2 em Buenos Aires e em São Paulo levaram o confronto aos pênaltis. Mais uma vez, Óscar Córdoba apareceu com defesas, e o Boca venceu por 3 a 2 para chegar em mais uma decisão.

A final da Libertadores trouxe uma surpresa. O Cruz Azul, do México, tornou-se o primeiro finalista de fora da América do Sul, chegando lá após passar por Cerro Porteño, River Plate e Rosario Central. A partida de ida aconteceu no Estádio Azteca, na Cidade do México, e o Boca Juniors conseguiu uma pequena vantagem de 1 a 0, gol marcado pelo reserva  Marcelo Delgado.

O jogo de volta foi marcado para La Bombonera, em Buenos Aires. Os mexicanos resistiram bem a pressão argentina e devolveram a diferença fazendo outro 1 a 0 no placar. Mais uma vez, os pênaltis selariam o destino xeneize. E ele, Córdoba, voltou a aparecer com suas defesas para garantir a vitória por 3 a 1 e o tetra azul y oro.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 9 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Diario Olé

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2000

Na virada do milênio, a Libertadores passou pela sua mudança mais profunda. A Conmebol aumentou o números de equipes participantes de 21 para 32. Ou melhor, de 23 para 34. Poucos lembram, mas antes de existir a fase preliminar, dois clubes do México e dois da Venezuela disputavam um quadrangular antes da competição de fato, em busca de dois lugares na fase de grupos.

Isso continuou para 2000, porém os outros países subiram de duas para três vagas. Brasil e Argentina, para quatro. E o detentor do título completava a lista. Assim, o Brasil contou com o recorde à época de cinco participantes.

A primeira fase passou a contar com oito grupos sortidos ao invés dos cinco binacionais, e com o campeão anterior entrando logo no começo. Azar ou não, o Palmeiras foi o primeiro a defender a taça nesse formato. Quase deu certo, não fosse pelo melhor Boca Juniors da história, numa história de domínio que iniciou ali e perdurou por mais de meia década.

No grupo 2, o clube xeneize dominou com tranqulidade Peñarol, Universidad Católica e o boliviano Blooming, vencendo quatro jogos e empatando um entre os seis que disputou. Com 13 pontos, colocou quatro de vantagem sobre os uruguaios. Embalado por grandes partidas e uma goleada por 6 a 1 sobre o Blooming na quarta rodada, o Boca seguiu ao mata-mata.

Nas oitavas, eliminou o El Nacional com empate por 0 a 0 no Equador e vitória por 5 a 3 em La Bombonera. Nas quartas, disputou o clássico com o River Plate, perdendo a ida no Monumental por 2 a 1 mas vencendo a volta em casa por 3 a 0. Na semifinal, os xeneizes sofreram porém bateram o América do México com goleada por 4 a 1 na Argentina e derrota por 3 a 1 no Azteca.

Na final, os comandados de Carlos Bianchi encararam o Palmeiras, que superou Peñarol, Atlas e Corinthians. A ida foi na Bombonera. Rodolfo Arruabarrena marcou duas vezes, mas os brasileiros buscaram o 2 a 2 e deixaram a volta em aberto.

No Morumbi, em São Paulo, empate sem gols levou aos pênaltis. Então, Óscar Córdoba brilhou com duas defesas, o Boca Juniors venceu por 4 a 2 e levou o tricampeonato depois de 22 anos. Bianchi mostrava de vez a todos que entendia de Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 30 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1978

Era mais simples criar uma hegemonia na Libertadores antigamente. Eram menos participantes, limitados a dois por país, e muitas camisas pesadas ficavam de fora por causa da geografia. Bastava liderar um grupo contra alguma nação de menos tradição e pronto, já se chegava na semifinal. Uma vez com o título, a equipe já começava a edição seguinte além da primeira fase, bastando apenas seis ou sete jogos para o bicampeonato e o começo da supremacia.

Foi o caso do Boca Juniors em 1978. A primeira conquista sul-americana um ano antes tirou um peso das costas do clube. A trajetória de seu segundo título foi muito mais tranquila. Até a estreia xeneize, 20 times brigaram por cinco vagas na fase semifinal. A melhor campanha foi do Alianza Lima, com 11 pontos. A disputa mais intensa foi entre River Plate e Independiente, que marcam oito pontos. A classificação ficou com a equipe de Buenos Aires no saldo de gols.

Dessa forma, o superclássico se fez presente na semifinal. a chave do Boca ainda foi composta pelo Atlético-MG. A estreia foi com empate sem gols com o River em casa, mas o clube se recuperou ao fazer 2 a 1 nos mineiros em Belo Horizonte. No returno, vitórias por 3 a 1 sobre o Atlético na Bombonera e por 2 a 0 sobre o arquirrival no Monumental de Nuñez deu ao Boca nova participação na final.

Seu adversário foi o Deportivo Cali, que na outra chave eliminou Alianza Lima e Cerro Porteño. A primeira partida foi marcada para o Estádio Pascual Guerrero, em Cali. E o Boca Juniors segurou um bom 0 a 0 na Colômbia.

Os gols foram guardados para a volta em Buenos Aires. La Bombonera viu um show azul e ouro. Hugo Perotti fez dois e Ernesto Mastrángelo e Carlos Salinas completaram a goleada por 4 a 0, que confirmou o bicampeonato do Boca. Foi uma pequena hegemonia antes de um longo hiato de títulos na Libertadores, quebrado somente na mágica década de 2000.

A campanha do Boca Juniors:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1977

Sem o título da Libertadores em 1976, era a hora de a Argentina reorganizar suas forças. Sem o Independiente e com Racing e Estudiantes longe dos melhores dias, coube a um clube super tradicional de Buenos Aires chegar à conquista em 1977. Embora multicampeão em terras portenhas, o Boca Juniors jamais havia levado a principal taça sul-americana, tendo batido na trave com o vice em 1963. Já passava da hora de vencer.

A equipe xeneize ficou no grupo 1, contra duas pedreiras: o rival River Plate e o Peñarol, além do Defensor, o outro uruguaio. Apear da dificuldade, o Boca passou a primeira fase com quatro vitórias e dois empates. Os pontos perdidos foram fora de casa, com os 0 a 0 contra Defensor e no clássico contra o River. Os demais resultados foram vitórias magras. Contra o Peñarol, duas vezes 1 a 0. Contra o Defensor, 2 a 0 em casa. Antes disso tudo teve a estreia, no superclássico em La Bombonera, com outro 1 a 0. Ao todo foram dez pontos para classificar à segunda fase.

A campanha continuou econômica na semifinal, contra o paraguaio Libertad e o colombiano Deportivo Cali: dois 1 a 0 nos paraguaios e dois 1 a 1 com os colombianos. A vaga na final veio com seis pontos e uma rodada antes do segundo empate - quando o Libertad derrotou o Deportivo e tirou as chances do clube da Colômbia.

O Cruzeiro apareceu do outro lado da decisão para defender o título, após eliminar o Internacional e a Portuguesa da Venezuela. Só que o Boca venceu o jogo de ida na Bombonera por 1 a 0, gol de Carlos Veglio aos três minutos do primeiro tempo. A segunda partida foi no Mineirão, em Belo Horizonte, e os cruzeirenses devolveram o 1 a 0.

No desempate, no Centenario de Montevidéu os times empataram por 0 a 0, que obrigou a Conmebol a utilizar pela primeira vez a disputa de pênaltis. E os xeneizes ganharam por 5 a 4, levando a primeira de suas seis Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 10 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Boca Juniors Campeão Mundial 2003

Um clima de fim de feira começava a pairar sobre a Copa Intercontinental. A fórmula do Mundial da FIFA, que fora adiado de 2001 para 2003, explodiu definitivamente no ano em que a concorrente parceria entre UEFA, Conmebol e Toyota completou 23 anos. A concorrência estava com os dias contados: a entidade suíça, as duas confederações e a montadora japonesa enfim se entenderam, e a velha ideia de expansão do torneio mundialista evoluiu, embora sem confirmação oficial até o dia da segunda disputa em Yokohama.

Os trabalhos continuaram normalmente no preenchimento das duas vagas do Mundial. Na Libertadores, o Boca Juniors voltava a ampliar seu domínio na década de 2000, conquistando a terceira taça em quatro anos (e a quinta ao todo). O clube argentino derrubou Colo-Colo, Paysandu, Cobreloa, América de Cali, além do Santos na final, com vitórias por 2 a 0 na ida e por 3 a 1 na volta.

Na Europa, o Milan foi hexa da Liga dos Campeões. Os italianos eliminaram Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Ajax e Internazionale para chegar na decisão contra o Juventus. O título foi conquistado após empate sem gols e vitória nos pênaltis por 3 a 2.

Cinco títulos mundiais e 11 continentais entraram no gramado do Estádio Internacional no dia 14 de dezembro de 2003. O Milan trazia uma verdadeira seleção, enquanto o Boca colocava a velha raça argentina. A partida foi pegada, e a disparidade entre os elencos não foi vista em campo. O time italiano tentou tomar a iniciativa, mas foi igualmente surpreendido pelas as chances criadas pelos xeneizes.

O primeiro gol foi milanista: aos 23 minutos do primeiro tempo, Andrea Pirlo roubou a bola no campo de defesa, e fez um belo lançamento para Jon Tomasson, que tocou entre as pernas de Roberto Abbondanzieri. Os argentinos não se abateram e empataram aos 28, quando Guillermo Schelotto cruzou na área para o desvio de Iarley, que teria empatado não fosse a defesa do goleiro Dida. O mérito ficou para Matías Donnet, que aproveitou o rebote. Ninguém sabia, mas este gol de empate seria o último na história da Copa Intercontinental.

O que sucedeu-se após o 1 a 1 foi um cenário de tensão e emoção à flor da pele, com uma série de oportunidades desperdiçadas em ambos os lados. O resultado perdurou até o fim dos 90, e depois dos 120 minutos. A grande história ficou para os pênaltis. Abbondanzieri defendeu os chutes de Pirlo e Alessandro Costacurta, e viu Clarence Seedorf jogar para fora. Só Rui Costa fez. Pelo Boca Juniors, um erro e três acertos, cabendo a Raúl Cascini marcar o gol derradeiro, que decretou 3 a 1 no placar e o tricampeonato mundial ao time xeneize.


Foto Arquivo/Boca Juniors

Boca Juniors Campeão Mundial 2000

Nada mudou no planejamento de Conmebol, UEFA e Toyota em razão da criação do Mundial de Clubes da FIFA. A Copa Intercontinental seguiu a programação normal e, no ano 2000, recebeu duas das camisas mais pesadas que o futebol já viu. O Japão falaria espanhol no final do século 20.

Terceiro lugar no Mundial do Brasil em janeiro, o Real Madrid conquistou sua oitava Liga dos Campeões meses depois. No mata-mata europeu, o time merengue derrubou Manchester United, Bayern de Munique, e o Valencia na decisão, com vitória por 3 a 0.

A Libertadores via o surgimento de uma nova dinastia local naquele 2000. O Boca Juniors chegou ao terceiro título sul-americano com Carlos Bianchi no comando técnico e um jovem Juan Roman Riquelme no meio-campo. O clube xeneize eliminou Universidad Católica, El Nacional, River Plate e América do México, antes de bater o Palmeiras na final, em três atos: 2 a 2 na ida, 0 a 0 na volta e 4 a 2 nos pênaltis.

O Mundial mais famoso foi disputado em 28 de novembro. Os dois times chegaram ao Nacional de Tóquio com ótimos conjuntos. De um lado, Raúl, Fernando Hierro, Iker Casillas, Roberto Carlos e Luís Figo. Do outro, Riquelme, Martín Palermo, Óscar Córdoba e José Basualdo. Tantas estrelas em campo traziam a ideia de uma partida movimentada. Mas poucos imaginariam que ela seria decidida em tão pouco tempo.

Já aos três minutos do primeiro tempo apareceu o cara do jogo (e o futuro dono do carro). Palermo abriu o placar ao Boca depois de escorar cruzamento de Marcelo Delgado pela ponta-esquerda. Foi o primeiro toque do atacante na bola, na primeira chance do time argentino. Aos seis, Riquelme deu cabo de um contra-ataque com um lançamento direto do campo defensivo. A bola caiu no pé de Palermo, que ganhou  na corrida contra o lateral Geremi e tocou na saída do goleiro Casillas. Em seis minutinhos, dois gols de El Loco praticamente decidiram o rumo do Mundial.

O Real conseguiu descontar o placar tão rápido quanto sofreu os golpes. Aos 12 da primeira etapa, Roberto Carlos aproveitou uma bola mal cortada de Hugo Ibarra para fazer um golaço da risca esquerda da grande área. Depois do 2 a 1 relâmpago, muitos pensaram que a partida teria uma chuva de gols, mas a bola não tocaria mais nenhuma das redes até o apito final. Melhor para o Boca Juniors, que venceu seu segundo título mundial e voltou à primeira fila do futebol depois de 22 anos. E foi uma volta para durar quase toda a década.


Foto Shaun Botterill/Allsport/Getty Images

Boca Juniors Campeão Mundial 1977

Quantas coisas podem ser feitas em um período de 11 meses? E em cinco? Torcedores europeus e sul-americanos fizeram estas perguntas entre 1977 e 1978, durante a crise existencial da Copa Intercontinental. Se em 1974 e 1975 ela quase foi para o espaço, os anos seguintes não contribuíram em nada para a melhora da situação.

A Copa Europeia de 1977 terminou em maio com o primeiro título do Liverpool, que na final bateu o alemão Borussia Mönchengladbach. Nem houve tempo para apreensão na UEFA: os ingleses comunicaram desde o começo que não iriam jogar o Mundial. Assim como as desculpas de Ajax e Bayern, o clube foi alegou que sua agenda local conflitava com a do Mundial. Enquanto isto, em setembro, a Libertadores era decidida entre Boca Juniors e Cruzeiro. Após 1 a 0 para cada lado, o desempate acabou sem gols. Nos pênaltis, o time argentino fez 5 a 4 e chegou à sua primeira conquista continental.

A celeuma já estava grande com outra desistência, mas o Boca tentou negociar de todos os modos com o Liverpool, chegando inclusive a virar o ano com o plano. Tudo foi em vão. E com o tempo, surgiu o boato de que os ingleses desistiram em protesto à ditadura militar que comandava a Argentina. O jeito foi trazer mais uma vez o vice europeu, mas o Borussia não pareceu muito afim de topar. Mas os xeneizes ganharam pela insistência, sob a condição de que os alemães jogariam apenas quando o calendário estivesse disponível.

O Mundial começou a ser jogado em 21 de março de 1978, em La Bombonera. O desinteresse do Borussia era só fora de campo. Dentro, o Boca passou maus bocados diante dos 60 mil de público. Saiu na frente com Mastrángelo aos 16 minutos do primeiro tempo, mas levou a virada aos 24 e aos 29, de Hannes e Bonhof. Os argentinos melhoraram no segundo tempo e empataram em 2 a 2 aos seis minutos, com Ribolzi. Mas foi só o que aconteceu, e nada ficou encaminhado para a volta.

Cinco longos meses passaram-se, até que em 1º de agosto o Borussia conseguiu uma folga. A segunda partida foi no Wildpark, em Karlsruhe, com um bom público de 38 mil torcedores. Porém, pelo visto, o time alemão esqueceu do que estava buscando no Mundial. O time argentino passeou no primeiro tempo. Aos dois minutos, Felman abriu o placar. Aos 33, Mastrángelo ampliou. E aos 37, Salinas fechou os 3 a 0. No segundo tempo, foi só deixar o Boca deixar o tempo passar para depois comemorar seu primeiro título mundial.

O mais longo de todos os tempos: 11 meses de definição e cinco de disputa, e que selou as dúvidas do início deste texto: dá para ser o melhor time do mundo nestes períodos.


Foto Arquivo/Boca Juniors