Sem as interrupções de outrora, a Série C chegou ao ápice da loucura em 1995. O critério técnico de classificação pelos estaduais ainda existia, mas ele ficou completamente escondido. Naquele ano, a CBF resolveu habilitar qualquer time para a disputa. Tendo jogadores, técnico, estádio e uniforme, já bastava para entrar.
O resultado foi que 107 times (!) participaram da terceira divisão, um recorde nas competições nacionais. O campeão foi um tanto improvável. O XV de Piracicaba vinha de um rebaixamento no Campeonato Paulista e não era favorito, mas mesmo assim entrou de cabeça no torneio, sob a batuta do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão.
As centenas de clubes foram divididas em 32 grupos, com três ou quatro times. O XV ficou no grupo 29, junto com o Democrata de Sete Lagoas e o Paulista de Jundiaí. Sua estreia foi fora de casa, empate em 2 a 2 com o Paulista. Na sequência, em casa, venceu o Democrata por 2 a 0 e perdeu para o Paulista por 1 a 0. Na última rodada, perdeu em Minas Gerais para o Democrata por 1 a 0.
Mas para alívio do Nhô Quim a classificação veio antecipada, fora de campo, com as vitórias do time de Jundiaí sobre o time de Sete Lagoas. A combinação de resultados o ajudou a ficar em segundo lugar com apenas quatro pontos, contra dez do adversário estadual.
A coisa melhora no mata-mata. Na segunda fase, o adversário foi a Inter de Limeira. Na ida, vitória por 1 a 0 no Barão de Serra Negra. Na volta, empate em 0 a 0 em Limeira. Na terceira fase foi a vez de encarar o Barra, time carioca. Em dois jogos, vitórias por 4 a 0 em Piracicaba e por 1 a 0 no Rio de Janeiro. Nas oitavas de final, dois confrontos contra o Brasil de Pelotas. O primeiro, 1 a 1 no Bento Freitas, e o segundo, 2 a 0 no Barão.
Nas quartas, o XV ficou frente a frente com o Joinville. Perdeu por 1 a 0 em Santa Catarina, e venceu pelo mesmo placar em Piracicaba. Nos pênaltis, vitória dos paulistas por 4 a 2. Na semifinal, a batalha pelo acesso foi contra o Gama. A ida foi no Barão, com vitória do XV por 2 a 0. A volta foi no Distrito Federal, no Bezerrão, onde o time candango tentou, mas não passou do 1 a 0. Nhô Quim resistiu bravamente a pressão e voltou da capital federal comemorando o acesso para a Série B.
A final da "interminável" competição foi contra o Volta Redonda. A primeira partida foi no Barão de Serra Negra e, assim como foi durante todo o mata-mata, o XV abriu uma vantagem boa ao fazer 2 a 0. A tarefa na segunda partida seria novamente segurar o adversário, agora no Raulino de Oliveira. Mas o XV de Piracicaba foi além e venceu novamente, por 1 a 0, gol do zagueiro Biluca no fim do primeiro tempo. Direto do Rio de Janeiro, a festa pelo título da Série C de 1995 estava completa. E até hoje esta conquista é a maior da história do clube, afastado desde 2002 do grande cenário nacional.
A campanha do XV de Piracicaba:
16 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 4 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos