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Chelsea Campeão da Recopa Europeia 1998

A temporada 1997/1998 foi um marco no futebol europeu. A UEFA decidiu ampliar a Liga dos Campeões, que até então recebia apenas os vencedores da ligas nacionais, passando a aceitar também alguns vices dos principais países. O problema é que, em alguns casos, o segundo colocado conquistava a copa nacional e a vaga na Recopa Europeia. Com isso, os clubes jogavam o torneio principal e esvaziavam o outro.

Foi o caso do Barcelona, que exerceu seu benefício de vice espanhol e não defendeu o título na Recopa. Como a Winners' Cup não seria mais tão winner, a UEFA decidiu pela extinção do campeonato em 1999. Portanto, 1998 foi o ano da penúltima disputa, tendo o Chelsea bicampeão. Ao menos, os blues se classificaram como campeões da Copa FA em 1997. 

Com a curiosa política de ter os próprios atletas como técnico (primeiro Ruud Gullit, depois Gianluca Vialli), o Chelsea começou a campanha contra o Slovan Bratislava. Na primeira partida, vitória por 2 a 0 no Stamford Bridge. No segundo jogo, novamente 2 a 0 para os ingleses na Eslováquia. Nas oitavas de final, passou pelo Tromso, da Noruega, com derrota por 3 a 2 fora e goleada por 7 a 1 em casa.

Nas quartas, o Chelsea enfrentou o Betis. No jogo de ida, em Sevilha, vitória dos blues por 2 a 1, com gols marcados por Tore André Flo. A volta foi realizada no Stamford Bridge, e os ingleses venceram mais uma vez, por 3 a 1. Os gols foram de Frank Sinclair, Roberto Di Matteo e Gianfranco Zola.

Os blues chegaram na semifinal, onde encararam o Vicenza. A primeira partida aconteceu na Itália, com derrota inglesa por 1 a 0. No segundo jogo, em Londres, os italianos saíram na frente, mas Gustavo Poyet, Zola e Mark Hughes viraram para 3 a 1, colocando o Chelsea na decisão.

Na final, Chelsea e Stuttgart se enfrentaram no Rasunda, em Estocolmo. Os alemães eliminaram ÍBV, Germinal Ekeren, Slavia Praga e Lokomotiv Moscou. Mais efetivo nas chances que criaram, os blues chegaram à vitória por 1 a 0, e ao título, com o gol de Zola aos 26 minutos do segundo tempo.

A campanha do Chelsea:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images

Palmeiras Campeão da Copa Mercosul 1998

A Supercopa Libertadores mudou de fórmula apenas para dar o último suspiro em 1997. A competição havia saturado com a presença dos mesmos clubes independente do momento. Então, ela foi cancelada em 1998. O grande motivo para tal foi a parceria entre Conmebol e a agência Traffic, que deu início à montagem de uma nova competição para alternar com a Libertadores a partir de 1998.

Nasceu ali a Copa Mercosul, que, como sugere o nome, contava apenas com os países do bloco econômico: Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. O critério para a participação dos clubes era simples: ter grande torcida e ter boa audiência  televisão. A Mercosul de 1998 teve 20 participantes divididos em cinco grupos, de onde seguiam oito para o mata-mata.

Desde a primeira edição, os brasileiros dominaram. O campeão foi o Palmeiras, que já tinha levado a Copa do Brasil naquele ano e encarou a Mercosul como laboratório para a Libertadores do ano seguinte. Na primeira fase, o Verdão ficou no grupo B, com Nacional do Uruguai, Independiente e Universidad Católica. Foram seis vitórias em seis jogos: 2 a 1 no Independiente em casa, 5 a 0 no Nacional, 2 a 1 na Católica e 3 a 0 nos argentinos fora, 3 a 1 nos uruguaios e 1 a 0 nos chilenos em São Paulo. Com 18 pontos, o Palmeiras avançou sozinho às quartas de final.

O próximo adversário foi o Boca Juniors. A ida foi no velho Palestra Itália, com vitória palmeirense por 3 a 1. Na volta em La Bombonera, empate por 1 a 1 colocou o alviverde na semifinal. Contra o Olimpia e o Palmeiras avançou com vitórias por 2 a 0 em casa e por 1 a 0 no Defensores del Chaco.

O adversário na final da Copa Mercosul foi o Cruzeiro, que eliminou São Paulo, Colo-Colo, River Plate e San Lorenzo. A ida foi no Mineirão, onde ocorreu a única derrota do Palmeiras no campeonato, por 2 a 1. A volta foi no Palestra Itália, e de virada o Verdão fez 3 a 1 e forçou a terceira partida no mesmo estádio, já que o saldo de gols não era o primeiro critério. O título alviverde enfim veio com vitória por 1 a 0 no desempate, gol marcado por Arce, que pegou rebote em cobrança de falta de Zinho.

A campanha do Palmeiras:
13 jogos | 11 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 28 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Acervo/Gazeta Press

Internazionale Campeã da Liga Europa 1998

A edição de 1998 da Copa da UEFA foi um marco muito especial na competição. Foi neste ano que a final passou a ser em partida única, em sede neutra, num movimento que culminaria na fusão do torneio com a Recopa, que sabidamente já vivia seus últimos dias no fim da década.

A decisão em um só jogo foi o passo derradeiro para que a Copa da UEFA assumisse o posto de segunda competição mais importante da Europa. E naquele 1998, o título foi parar pela terceira vez nas mãos da Internazionale, o que fez com que a Itália recuperasse seu domínio. Mas, mesmo com melhor jogador do mundo da época em seu ataque, Ronaldo Fenômeno, a conquista não foi fácil.

Na primeira fase, o time nerazzurri enfrentou o Neuchâtel Xamax, da Suíça, e venceu as duas partidas por 2 a 0, primeiro em casa e depois fora. Na segunda fase, o adversário foi o Lyon. A ida foi no San Siro, e os franceses surpreenderam ao impor derrota por 2 a 1 nos italianos. A volta aconteceu no antigo Gerland, e a Inter teve de reverter o confronto fora de casa, no triunfo por 3 a 1.

Nas oitavas de final, a Inter jogou contra outro francês, o Strasbourg. A primeira partida foi fora, no La Meinau, e os nerazzurri acabaram derrotados por 2 a 0. Foi preciso buscar outro placar na volta, desta vez em Milão. Ronaldo, Javier Zanetti e Diego Simeone marcaram uma vez cada na vitória por 3 a 0 que colocou a Inter nas quartas.

Na fase seguinte, um algoz recente: o Schalke 04, que venceu a Copa da UEFA de 1997 em pleno San Siro. A ida foi disputada no próprio estádio italiano, e a Inter venceu por 1 a 0, gol de Ronaldo. A volta foi no velho Parkstadion, em Gelsenkirchen. Até os 44 minutos do segundo tempo, tudo estava empatado. Até que os alemães acharam um gol aos 45, e o confronto foi à prorrogação. Logo no primeiro minuto, Taribo West fez 1 a 1 e colocou o time nerazzurri na semifinal.

Na semi, contra o Spartak Moscou, a Inter avançou com duas vitórias por 2 a 1. Em Milão, Ivan Zamorano e Zé Elias foram os autores dos gols. Na Rússia, Ronaldo anotou duas vezes.

A final da Copa da UEFA foi, pela quarta vez, entre dois italianos: Internazionale e Lazio, que superou Vitória de Guimarães, Rotor Volgogrado, Rapid Viena, Auxerre e Atlético de Madrid. O estádio escolhido para a primeira decisão única foi o Parc des Princes, em Paris. Logo aos cinco do primeiro tempo, Zamorano abriu o placar. Aos 15 do segundo, Zanetti fez o segundo. Aos 25, Ronaldo fechou o placar e o título nerazzurri por 3 a 0.

A campanha da Internazionale:
11 jogos | 8 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 20 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Gerd Scheewel/Bongarts/Getty Images

Santos Campeão da Copa Conmebol 1998

A Copa Conmebol entrava em suas últimas emoções em 1998. Num contexto de mudanças na entidade sul-americana, a competição foi mantida num primeiro momento. No mesmo ano, a Supercopa Libertadores foi extinta, abrindo espaço para as Copas Mercosul e Merconorte. Como estas duas tinham a audiência dos clubes como critério de classificação, qualquer potencial que a Copa Conmebol ainda pudesse ter murchou de vez.

Sem nada a ver com a história, o Santos conseguiu uma das vagas para o torneio depois de ficar em sétimo no Brasileirão e contar com as impossibilidades de Palmeiras (na Mercosul), Internacional (disse não), Flamengo (na Mercosul) e Portuguesa (disse não). As demais posições ficaram com Atlético-MG (Brasileiro), Sampaio Corrêa (Copa Norte) e América-RN (Copa do Nordeste).

A campanha do título inédito do Peixe começou contra o Once Caldas. Após fazer 2 a 1 na Vila Belmiro, o time perdeu pelo mesmo placar na Colômbia. Nos pênaltis, venceu por 3 a 2. Nas quartas, foi a vez de encarar a LDU Quito. Na ida, empate por 2 a 2 no Equador. Na volta, vitória por 3 a 0 na Vila.

A semifinal foi contra o Sampaio Corrêa. A primeira partida foi em Santos, mas os maranhenses seguraram o 0 a 0. O segundo jogo foi em São Luís, diante de quase 100 mil torcedores no Castelão. E o Sampaio marcou primeiro, aos 34 minutos. Aos 42, o Peixe empatou, virando ainda na etapa inicial e goleando por 5 a 1 no segundo tempo. Os gols foram de Lúcio, Argel, Eduardo Marques, Adiel e Viola.

A decisão foi disputada contra o Rosario Central, que superou Audax Italiano, Huracán Buceo e Atlético-MG. A Vila Belmiro recebeu o primeiro jogo. Foi nervoso, com cinco expulsões (duas brasileiras e três argentinas), mas o Santos abriu vantagem com vitória por 1 a 0, gol de Claudiomiro aos 28 do primeiro tempo.

O segundo jogo foi no Gigante de Arroyito. Também rolaram vermelhos na volta (um para cada lado), mas o Peixe segurou o 0 a 0 e tudo deu certo. A Copa Conmebol de 1998 representou o fim de 35 anos de tabu sem títulos internacionais (ou 30, se contarmos a Recopa Intercontinental de 1968).

A campanha do Santos:
8 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 14 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Daniel Augusto Jr./Agência Estado

Botafogo Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1998

De volta no gosto do torcedor, o Torneio Rio-São Paulo seguiu para 1998 com um regulamento ampliado. A fase com dois grupos voltava a ser disputada, e a diferença em relação à 1993 é que líder e vice avançavam para a fase final. Outra ideia executada foi a de realizar os clássicos estaduais fora das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro: paulistas jogavam entre si em Ribeirão Preto, Presidente Prudente e Campinas, enquanto cariocas se enfrentavam em Brasília.
E foi nesta terceira edição após o retorno que o título voltou a ficar nas mãos de um clube carioca. A felicidade coube ao Botafogo, liderado pela dupla de ataque Túlio e Bebeto. A estreia alvinegra foi com vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians fora de casa, seguida pela única derrota na competição inteira, por 1 a 0 para o Vasco.
Na sequência da fase, o Fogão conseguiu mais duas vitórias e dois empates, que lhe deixou classificado em segundo lugar do grupo A, com 11 pontos. A vaga foi obtida na última rodada, ao vencer o já líder Palmeiras por 1 a 0 na capital paulista, no que deixou o time a dois pontos do adversário e quatro na frente do rival Vasco. A semifinal foi contra o Santos, com quem empatou os dois jogos: 0 a 0 no Maracanã e 2 a 2 no Pacaembu. Nos pênaltis, o Botafogo venceu por 4 a 3.
O São Paulo foi o adversário botafoguense na decisão do torneio. Com a melhor campanha, os alvinegros puderam fazer a partida de volta em casa. Mas antes tinha a ida, no Morumbi. Em partida emocionante, o Botafogo venceu por 3 a 2 fora de casa, após sair na frente do placar, levar a virada e reverter outra vez a seu favor.
O jogo no Maracanã teve o roteiro parecido, com o Fogão largando na frente aos 12 minutos e sofrendo a virada são-paulina aos 35 e aos 44 do primeiro tempo. A agonia durou até os 32 minutos da etapa final, quando o atacante Zé Carlos empatou em 2 a 2 e selou o título alvinegro. A conquista representou o tetra o Botafogo no Torneio Rio-São Paulo.

A campanha do Botafogo:
10 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Botafogo

França Campeã da Copa do Mundo 1998

A Copa do Mundo sofreu mais um aumento no número de seleções em 1998. Passou de 24 para 32. E a honra de sediar a primeira competição no novo formato coube a França. E a seleção francesa, em total sintonia com o seu torcedor e que desde 1985 não participava da competição, chegou desbancando todos os favoritos rumo ao seu primeiro título.

A primeira fase da França foi suave. Estreou vencendo a África do Sul por 3 a 0, depois goleou a Arábia Saudita por 4 a 0, e fechou o grupo derrotando a Dinamarca por 2 a 1. Foram nove pontos e a liderança do grupo C. Nesse meio tempo, o craque do time Zidane foi suspenso por duas partidas, devido uma expulsão na segunda rodada.

Nas oitavas de final, Les Bleus enfrentaram o Paraguai. Este foi o jogo mais difícil dos franceses. Nada de gols no tempo normal, e a prorrogação se encaminhava para o fim. Até que o zagueiro Blanc furou a defesa adversária a deu a vitória de 1 a 0 à França. Aos 114 minutos de confronto, o primeiro gol de ouro da história das Copas.

Mais dificuldade ocorreu nas quartas de final, contra a Itália, já com Zidane de volta. Desta vez o 0 a 0 imperou até o fim. A disputa foi para os pênaltis, e o time francês se classificou com vitória por 4 a 3. A semifinal foi contra a sensação do Mundial, a Croácia. A França saiu perdendo, mas encontrou em campo um herói improvável. O lateral Thuram nunca havia marcado um gol pela seleção. E justamente ele foi o autor dos gols da virada. A vitória por 2 a 1 colocou Les Bleus na primeira final em sua história.

No novíssimo Stade de France, na cidade de Saint-Denis - na região metropolitana de Paris -, a França encarou o Brasil na decisão. E se por um lado os brasileiros se lembram mais da convulsão de Ronaldo antes do jogo e da apatia em campo, sobretudo no primeiro tempo, os franceses tem a lembrança da atuação da vida de Zidane. Dois gols de cabeça (que nunca foi sua especialidade) dele praticamente decidiram a Copa do Mundo. Petit ainda deu o golpe de misericórdia nos acréscimos do segundo tempo.

A vitória de 3 a 0 deu à França o primeiro título mundial, consagrando a geração liderada por Zidane, Desailly, Djorkaeff e Barthez. O capitão francês em quase toda a Copa foi Blanc, mas ele foi expulso na semifinal e ficou de fora da final. Então, a honra de erguer a taça coube ao volante Deschamps.

A campanha da França:
7 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 15 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 1998

Existem coisas que, depois de aprendidas, jamais são esquecidas. Pode passar o tempo que for. Para o Real Madrid, no caso, vencer a Liga dos Campeões da Europa. Em 1998, o clube completou 32 anos sem o maior título continental, e nesse meio tempo o máximo obtido foi um vice em 1981. Era chegada a hora de quebrar a fila e conquistar "la séptima".

Para aquele 1998, a UEFA voltou a mexer na fórmula. A restrição de países pelo coeficiente caiu e as sete melhores nações ganharam o direito de ter duas equipes na disputa. Dessa forma, o número de participantes subiu para 55, as preliminares ficaram com duas fases e a quantidade de grupos posteriores aumentou para seis - com oito vagas para o mata-mata.

Campeão espanhol, o Real Madrid começou a campanha diretamente no grupo D, contra Porto, Olympiacos e Rosenborg (Noruega). Nos seis jogos que fez o time conseguiu a liderança com 13 pontos, quatro vitórias e um empate. Em casa, foram três goleadas: 4 a 1 nos noruegueses, 5 a 1 nos gregos e 4 a 0 nos portugueses. E a classificação veio exatamente na vitória sobre o Porto, na última rodada.

Nas quartas de final, os merengues enfrentaram o Bayer Leverkusen. Na ida, empate por 1 a 1 na Alemanha. Na volta, triunfo por 3 a 0 no Santiago Bernabéu. A semifinal foi contra outro alemão, o Borussia Dortmund. A primeira partida foi na Espanha, com vitória madridista por 2 a 0. O segundo jogo aconteceu fora de casa, e o empate por 0 a 0 reconduziu o Real para a decisão.

O adversário na final foi a Juventus, que eliminou Kosice (Eslováquia), Feyenoord, Dínamo Kiev e Monaco. A partida foi disputada na Amsterdam Arena, em Amsterdã. E o Real Madrid conquistou o hepta pelo placar simples: 1 a 0, gol marcado por Predrag Mijatovic aos 21 minutos do segundo tempo. Apesar da pressão italiana, o resultado não foi mais alterado, e os espanhóis enfim recuperaram o cobiçado título de destaque.

A campanha do Real Madrid:
11 jogos | 7 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 22 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Tony Marshall/Empics/Getty Images

Vasco Campeão da Libertadores 1998

O ano de 1998 foi de perda na final da Copa do Mundo com o Brasil, mas nos clubes as coisas estiveram boas. O Vasco vinha de um título brasileiro incontestável no ano anterior, e voltava para a Libertadores justamente no seu centenário.

O time carioca participou ao lado do Grêmio e dos mexicanos do América e do Chivas. Inclusive, foi nesta edição que ocorreu a estreia do México na competição, passando por uma fase preliminar com os venezuelanos nos meses anteriores.

Apesar do alto nível do elenco, as coisas começaram ruins para o cruz-maltino: derrotas por 1 a 0 para o Grêmio, no Olímpico, e para o Chivas, em Guadalajara, além do empate por 1 a 1 com o América, no Azteca. A arrancada veio no returno em São Januário, onde fez 3 a 0 no Grêmio, 2 a 0 no Chivas e voltou a marcar 1 a 1 com o América. Com oito pontos, o Vasco terminou na vice-liderança, quatro pontos a menos que os gaúchos.

Nas oitavas de final, o clube carioca encarou o terceiro brasileiro do torneio, o Cruzeiro, beneficiado pelo título da temporada passada. O cruz-maltino fez 2 a 1 no Rio de Janeiro e segurou o 0 a 0 no Mineirão. Nas quartas, reencontro com o Grêmio, e em Porto Alegre a equipe conseguiu empate por 1 a 1 na ida. A volta foi em São Januário, e vitória por 1 a 0 colocou o time na semifinal.

A semifinal foi contra o River Plate. Em casa, o Vasco abriu vantagem ao vencer por 1 a 0. No Monumental de Nuñez, empate por 1 a 1, com o golaço em cobrança de falta perfeita de Juninho Pernambucano, quase do meio de campo. A vaga para a final estava na mão.

O adversário foi o Barcelona de Guayaquil, que tinha batido Colo-Colo, Bolívar e Cerro Porteño. São Januário recebeu mais de 36 mil pessoas para ver Donizete e Luizão marcarem os gols da vitória por 2 a 0, que encaminhou a conquista.

No Monumental do Equador a dupla voltou a marcar, calando os 72 mil torcedores adversários, o Vasco venceu por 2 a 1 e comemorou o título da Libertadores de 1998, o mais importante da história cruz-maltina, no ano do centenário e 50 anos depois da primeira conquista continental, que inspirou a criação da disputa atual.

A campanha do Vasco:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar

Sampaio Corrêa Campeão da Copa Norte 1998

A segunda Copa Norte sofreu grandes alterações no formato para 1998. As cidades-sede foram abolidas, mas a competição continuou com um caráter mais experimental. O número de participantes foi reduzido de dez para oito, e o tiro que já era curto ficou ainda menor. Os estaduais do ano anterior continuaram como o qualificador, levando seus campeões (ou vices) a terem uma oportunidade de vencer algo fora do seu Estado e chegar à Copa Conmebol.
Em grande fase - campeão maranhense e da Série C em 1997 -, o Sampaio Corrêa entrou na Copa Norte já como favorito ao título. E confirmou as expectativas com uma ótima campanha e uma dose de emoção na decisão. Nas quartas de final, a Bolívia Querida encarou o São Raimundo-RR. Logo na partida de ida, em Boa Vista, o time colocou as duas mãos na classificação ao golear por 5 a 1. Ainda tinha a volta em São Luís, e a vantagem triplicou: 10 a 0 para o Sampaio. A semifinal foi jogada contra o Ypiranga-AP. Desta vez a primeira partida foi no Castelão, e terminou com vitória por 2 a 0 para o clube tricolor. O segundo jogo foi no Zerão, em Macapá, e outro triunfo por 2 a 1 colocou a equipe a dois passos da conquista.
O adversário na final foi o São Raimundo-AM, e a ida foi disputada no Vivaldão, em Manaus. E o Sampaio não resistiu ao jogo do rival na capital amazonense e perdeu por 1 a 0. A volta ficou para São Luís. Com o Castelão a favor na partida decisiva, a Bolívia devolveu a diferença, vencendo nos 90 minutos por 2 a 1. Nos pênaltis, os maranhenses acertaram as três primeiras cobranças, enquanto os amazonenses erraram a mesma quantidade. O 3 a 0 no desempate confirmou o título da Copa Norte ao Sampaio Corrêa, primeiro campeão regional fora de sua divisão de origem.
Na Copa Conmebol, o Sampaio foi longe. Eliminou o América-RN nas oitavas, o Deportes Quindío nas quartas, e só parou diante do Santos, na semifinal.

A campanha do Sampaio Corrêa:
6 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 21 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Biaman Prado/Placar

Real Madrid Campeão Mundial 1998

Uma vida inteira pode ser colocada dentro de quantos anos? Para a maioria das pessoas, em mais do que 38. Mas para os torcedores do Real Madrid, 38 invernos foram mais do que suficientes para criar um sentimento nostálgico geral. Durou de 1960 a 1998 o período em que o clube merengue esteve fora do topo do futebol mundial.

Neste meio tempo, o Real co-dominou com o Barcelona o futebol espanhol e levou só três taças europeias: a longínqua Copa dos Campeões de 1996 e as Copas da UEFA de 1985 e de 1986. Milionário, o clube formou uma dos primeiros elencos mundiais da era pós-Lei Bosman. Só quatro espanhóis entraram em campo na final da Liga dos Campeões de 1998, contra a Juventus. O Real Madrid venceu por 1 a 0 e conquistou o sétimo título continental e a vaga ao Mundial. Antes, o time impôs eliminações sobre Feyenoord, Dínamo de Kiev e Monaco.

Ao mesmo tempo que o Real conseguia um retorno de 32 anos à Copa Intercontinental, um grande esquadrão brasileiro chegava ao primeiro título na Libertadores. O Vasco, que tinha uma remota aparição na Copa Rio de 1951 e o título sul-americano de 1948, venceu os dois jogos da decisão contra o Barcelona de Guayaquil, por 2 a 0 na ida e por 2 a 1 na volta. Para chegar à conquista, o cruz-maltino bateu justamente os últimos três campeões do torneio: Cruzeiro, Grêmio e River Plate.

O encontro no Mundial aconteceu no dia 1º de dezembro. O Real Madrid possuía o favoritismo, mas o Vasco chegava com um grupo unido, e que não daria sossego em campo. E diferentemente das três finais anteriores no Nacional de Tóquio, a partida foi lá e cá. Dois fatores foram determinantes para a decisão do título em favor do time espanhol: a sorte e a habilidade de um jovem ídolo.

Os dois times criavam oportunidades, quando uma infelicidade vascaína levou ao primeiro gol do Real. Aos 25 minutos do primeiro tempo, Clarence Seedorf inverteu uma bola para Roberto Carlos no lado esquerdo. O lateral avançou e arriscou a finalização de fora de área. A bola iria para fora, não fosse o desvio do volante Nasa, que tentou afastar de cabeça mas atirou para dentro do gol defendido por Carlos Germano.

Aos poucos, a equipe brasileira equilibrou a partida, chegando ao empate aos 11 do segundo tempo, quando Juninho Pernambucano aproveitou um rebote dado pelo goleiro Bodo Illgner e soltou uma bomba na entrada da grande área. Mas o dia era espanhol. Aos 38, Raúl recebeu lançamento em velocidade, deixou Vítor e Odvan no chão com dois dribles, e marcou 2 a 1 sem chances para a defesa de Germano. E 38 anos depois, o Real Madrid conseguia ser novamente o campeão mundial.


Foto Arquivo/Associated Press

Cruzeiro Campeão da Recopa Sul-Americana 1998

A primeira era da Recopa Sul-America estava próxima do fim. Depois do título gremista em 1996, a Conmebol organizou só mais duas edições antes da paralisação. Em 1997, dois argentinos na partida realizada em Kobe. Vélez Sarsfield e River Plate empataram por 1 a 1 no tempo normal, e nos pênaltis a equipe do Liniers venceu por 4 a 2.

A edição de 1998 deveria ter ocorrido como as anteriores, com jogo único no Japão, mas Cruzeiro, River Plate e Conmebol não conseguiram acertar uma data para a disputa. O ano passou, as duas equipes até se enfrentaram pela Copa Mercosul, mas nada foi decidido.

Então chegamos em 1999. Coincidentemente, brasileiros e argentinos ficaram novamente no mesmo grupo da Mercosul. Assim, para não deixar passar mais um cavalo encilhado, a Conmebol utilizou os dois confrontos para definir o campeão da Recopa equivalente a 1998. Os jogos aconteceram entre agosto e setembro. Não se confunda: as partidas foram em 1999, mas valeram por 1998.

A ida foi em Belo Horizonte, no Mineirão. Com tranquilidade, o Cruzeiro conseguiu abrir uma boa vantagem, vencendo por 2 a 0, gols de Müller e Geovanni. A volta foi em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez. Pouco mais de 20 mil argentinos se animaram a ver um River Plate quase eliminado na Mercosul e que precisava devolver três gols. A trinca foi marcada, mas pela Raposa.

Aos 18 minutos do primeiro tempo, Geovanni recebeu lançamento de Marcos Paulo, arrancou pelo lado esquerdo e fez um lindo gol por cobertura, sem chances para o goleiro Bonano. Aos 37 minutos do segundo tempo, o meia Paulo Isidoro sofreu pênalti. Marcelo Ramos cobrou no meio do gol, marcando o segundo cruzeirense. O terceiro gol saiu aos 47 minutos, com o lateral Gustavo entrando pela direita e chutando cruzado.

O 3 a 0 no placar consumou a primeira conquista da Recopa para o Cruzeiro, que assim superou os vices seguidos de 1992 e 1993. E após 1998/99, a competição entrou em recesso. Sem Copa Conmebol, e com Mercosul e Merconorte dividindo o confederação, não havia mais adversário para confrontar com o vencedor da Libertadores até 2002.


Foto Arquivo/Jornal Hoje em Dia

América-RN Campeão da Copa do Nordeste 1998

A Copa do Nordeste de 1997 fez um grande sucesso. Então, a CBF resolveu aumentar a duração da competição de 1998. Para a nova edição, o mata-mata foi abolido e os 16 participantes passaram a ficar divididos em quatro grupos, avançando os dois primeiros colocados para a segunda fase. Muitas equipes entraram com o peso do favoritismo, mas o troféu ficou para uma equipe que corria por fora. Integrante da primeira divisão do Brasileiro até então, o América-RN começou a campanha discretamente, cresceu na segunda fase e arrancou para o título.

Na primeira fase o Dragão ficou no grupo C, ao lado de Botafogo-PB, Fluminense de Feira e Náutico. Estreou contra os pernambucanos, vencendo por 1 a 0 nos Aflitos. Na sequência, descolou empate por 1 a 1 contra o time baiano, fora de casa, e venceu por 3 a 2 os paraibanos, no Machadão. Porém, as derrotas por 1 a 0 para o Fluminense, em casa, e por 3 a 1 para o Botafogo, fora, colocaram em risco a classificação.

Em terceiro na chave, era preciso vencer o Náutico e secar os baianos. Deu certo, o América fez 5 a 0 no time pernambucano em Natal e viu o Fluminense perder para o Botafogo em Feira de Santana. No fim, o time potiguar avançou para a segunda fase em segundo, com dez pontos.

No quadrangular seguinte, o Dragão enfrentou Santa Cruz, Ceará e o rival ABC. Então a equipe disparou. No turno, fez históricos 4 a 0 no ABC, 3 a 0 no Santa e 2 a 0 no Ceará (os três no Machadão). No returno, aplicou 2 a 1 nos cearenses no Castelão e 2 a 1 nos rivais no Machadão. Já classificado para a final, perdeu por 3 a 1 para os pernambucanos no Arruda.

Com 15 pontos, O América fez dois a mais que o Vitória no outro grupo e assim ganhou a vantagem de decidir a volta em casa. Logo, a partida de ida foi em Salvador, no Barradão. O time alvirrubro segurou até onde conseguiu, levando o gol da derrota por 2 a 1 aos 45 minutos do segundo tempo.

Para a partida de volta, quase 25 mil torcedores foram ao Machadão ajudar o América. E com cinco minutos de jogo, Biro Biro e Paulinho Kobayashi já desmontavam a vantagem baiana. Mas na etapa final as coisas complicaram quando o Vitória descontou. Até que o meia carioca converteu pênalti a 11 minutos do fim. Com 3 a 1 no placar, o América-RN conquistou seu principal título até hoje.

A campanha do América-RN:
14 jogos | 9 vitórias | 1 empate | 4 derrotas | 29 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Arquivo/América-RN

Avaí Campeão Brasileiro Série C 1998

A situação da Série C em 1998 mudou novamente. A competição ganhou um participante a mais, totalizando 65, e um regulamento diferente, com menos grupos. Foram 11 chaves, sendo dez com seis equipes e uma com cinco. Foi a última temporada que permitiu inscrições livres, abdicando do critério técnico dos estaduais. E foi pela primeira vez que um clube da região Sul apareceu rumo ao título, o Avaí, que um ano antes já havia quebrado a fila no Catarinense.

Em meio aos grupos regionalizados, o time de Florianópolis ficou no 11. A estreia avaiana foi fora de casa, empate por 2 a 2 contra a Chapecoense. Depois, recebeu o 15 de Novembro na Ressacada e venceu por 3 a 1. Nos jogos seguintes, enfrentou o Pelotas na Boca do Lobo e perdeu por 3 a 1, recebeu o Brasil de Pelotas em casa e venceu por 1 a 0, e fez 3 a 2 no Tubarão também em casa.

No returno, começou perdendo para o Tubarão fora de casa, por 2 a 1. Na sequência, goleou o Pelotas por 4 a 1 na Ressacada, perdeu por 2 a 0 para o Brasil de Pelotas no Bento Freitas, venceu por 1 a 0 o 15 de Novembro em Campo Bom e enfiou 6 a 0 na Chapecoense em Florianópolis. Ao fim da primeira fase, o Leão da Ilha se classificou primeiro lugar, com 19 pontos.

Na segunda fase, o adversário foi o Caxias. Perdeu a ida por 3 a 2 no Centenário, mas venceu a volta 2 a 0 na Ressacada e avançou mais um passo. Nas oitavas de final, o Avaí encontrou o Santo André. Abriu vantagem de 4 a 0 na ida em casa e segurou empate por 1 a 1 na volta fora. As quartas foram contra o Rio Branco-SP, e o Leão se classificou com vitória por 2 a 0 em Florianópolis e empate por 1 a 1 em Americana.

Tudo isso culminou no quadrangular final, diante de Anapolina, Itabaiana e São Caetano. A trajetória recomeçou em casa contra o São Caetano, e o Avaí venceu por 2 a 1. Depois, foi até Goiás e empatou por 3 a 3 com a Anapolina. Na virada do turno, empatou por 1 a 1 com a Itabaiana na Ressacada. Na abertura do returno, fez 2 a 1 na Itabaiana em Sergipe. E no empate por 0 a 0 com a Anapolina em casa o Avaí comemorou o acesso para a Série B, porém adiou a chance do título.

Para ser campeão na última rodada, seria necessário empatar ou vencer o São Caetano no Anacleto Campanella. Ou até perder, desde que a Itabaiana não vencesse a Anapolina. E a segunda combinação foi a que aconteceu, pois o Avaí foi superado por 1 a 0 (o que deu o acesso e o vice aos paulista) e os sergipanos levaram 5 a 0 dos goianos. Até hoje, a Série C de 1998 é a maior conquista da história avaiana, que desde então nunca desceu da segunda divisão.

A campanha do Avaí:
22 jogos | 10 vitórias | 7 empates | 5 derrotas | 43 gols marcados | 28 gols sofridos


Foto Reinaldo Marques/Placar

Gama Campeão Brasileiro Série B 1998

A Série B de 1998 é uma das competições mais emblemáticas que o futebol brasileiro realizou. Nela, estava o time do Fluminense, o quarto do grupo dos "12 grandes" a pisar nesse território. E o primeiro a fracassar completamente. O clube conseguiu, em meio a 24 participantes, ficar na 19ª posição (vice-lanterna no seu grupo) e ser rebaixado para a terceira divisão do ano seguinte, chegando no fundo do poço.

Longe dali, na capital federal, o Gama fazia o caminho inverso. Antes disso, o campeonato teve mais mudanças no regulamento. Os grupos passaram a ser quatro, e o número de rebaixados, seis, os lanternas e os dois piores quintos lugares. O número de acessos seguiu sendo dois.

Na primeira fase, o Gama ficou no grupo 3, mas não teve um começo arrasador. Conseguiu a última vaga, na quarta posição, com 13 pontos em dez jogos, sendo quatro vitórias, um empate e cinco derrotas. Só ultrapassou o Bahia no saldo de gols e terminou a fase 11 pontos longe do líder XV de Piracicaba.

Na fase seguinte, 16 clubes estiveram presentes nas oitavas de final. O Alviverde enfrentou o Remo. O primeiro jogo foi no Bezerrão, com vitória gamense por 1 a 0. E no Mangueirão, a goleada por 4 a 1 evitou a necessidade do terceiro jogo e classificou os candangos.

Na terceira fase, oito times em dois grupos. O Gama ficou no grupo 1, contra Criciúma, Desportiva-ES e XV de Piracicaba. O grupo foi disputado, mas o Alviverde se classificou na liderança. Com dez pontos, três vitórias, um empate e duas derrotas, ficou um ponto na frente dos capixabas, dois na frente dos catarinenses, e três na frente dos paulista.

No quadrangular final, chegaram junto ao Gama, Botafogo-SP, Londrina e Desportiva-ES. E ali eles não perderiam mais. O início alviverde foi no Estádio do Café, em empate sem gols com os paranaenses. Depois, 2 a 2 com a Desportiva em Brasília. A primeira vitória foi em Ribeirão Preto, por 2 a 1 sobre o Botafogo. Na sequência, 1 a 1 em casa com os paulistas e 2 a 2 fora com os capixabas. 

Tudo ficou em aberto na última rodada, e o Gama só dependia de si. Recebeu o Londrina no Mané Garrincha, e com gols de Renato Martins, William e Nei Bala, o Gama fez 3 a 0 no maior jogo de sua história, carimbou o acesso junto com o Botafogo-SP, e conquistou a inédita Série B, primeiro título nacional do futebol do Distrito Federal.

A campanha do Gama:
24 jogos | 11 vitórias | 6 empates | 7 derrotas | 33 gols marcados | 24 gols sofridos


Foto Nonato Borges/Placar

Corinthians Campeão Brasileiro 1998

O Campeonato Brasileiro viu em 1998 surgir mais uma hegemonia, com o Corinthians. Com jogadores como Marcelinho Carioca, Rincón, Edílson e Vampeta, o time paulista levou o título brasileiro de cabo a rabo. A competição naquele ano "emagreceu", voltando a ter 24 participantes. E o regulamento voltou a ser o de dois anos antes, a única diferença é que o mata-mata passou a ser em melhor de três jogos, ao invés do tradicional ida e volta. Na parte de baixo, os quatro últimos lugares foram destinados ao rebaixamento.

O Brasileirão foi dominado pelos times paulistas. O Corinthians disputou ponto a ponto a liderança da fase inicial com o Palmeiras. Ao final das 23 rodadas, melhor para o Timão, que marcou 46 pontos, com 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. O seu rival verde encerrou com um ponto a menos. As outras vagas foram de Coritiba, Santos, Sport, Portuguesa, Cruzeiro e Grêmio.

Nas quartas de final, o Corinthians enfrentou o Grêmio. No Olímpico, o Alvinegro conseguiu vantagem ótima de 1 a 0. Mas no Pacaembu, os gaúchos reverteram a situação ao vencer por 2 a 0. Assim, o Corinthians precisava vencer o desempate, pois não tinha saldo de gols a seu favor. E conseguiu, por 1 a 0, na capital paulista.

A semifinal foi marcada pelo clássico com o Santos. No jogo da Vila Belmiro, o Timão não resistiu e perdeu de virada por 2 a 1. No Pacaembu, o Corinthians venceu por 2 a 0 e forçou o terceiro jogo, no mesmo estádio. Dessa vez com a vantagem do saldo de gols, o time corinthiano se classificou para a final com o empate em 1 a 1.

O adversário do Corinthians na decisão foi o Cruzeiro. A primeira partida foi no Mineirão, e o Alvinegro conseguiu buscar fora de casa um empate em 2 a 2. Com a terceira partida já confirmada, o Timão mandou os dois jogos seguintes no Morumbi. Na segunda partida, outro empate em 1 a 1. Na terceira e última, o Corinthians foi ao ataque para não depender do regulamento, e debaixo de muita chuva, venceu a partida por 2 a 0, gols de Edílson e Marcelinho no segundo tempo. Com o resultado, o time comemorou com a Fiel o bicampeonato nacional.

A campanha do Corinthians:
32 jogos | 18 vitórias | 7 empates | 7 derrotas | 57 gols marcados | 38 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Palmeiras Campeão da Copa do Brasil 1998

A Copa do Brasil completou dez edições em 1998, com uma novidade impactante. Era o retorno da Globo para as transmissões, nove anos após abandonar seus jogos. Num primeiro momento, os direitos foram divididos com o SBT, mas a partir de 1999 a emissora de Roberto Marinho caminharia sozinha (com outros canais sublicenciados).

No campo, 42 times participaram da Copa do Brasil, que manteve o formato das vezes passadas, com fase preliminar. O campeão foi inédito, o Palmeiras, que dois anos depois do trauma do vice em casa para o Cruzeiro, conseguiu a revanche da melhor maneira possível. No comando, Luiz Felipe Scolari, que àquela altura já era o maior especialista no torneio.

A campanha do Verdão iniciou na fase preliminar, diante do CSA, o qual eliminou com vitórias por 1 a 0 em Maceió, e por 3 a 0 no antigo Palestra Itália. Na primeira fase, o oponente foi o Ceará.  O primeiro jogo aconteceu no Castelão, e ficou empatado por 1 a 1. A segunda partida foi no antigo Palestra Itália, e o time palmeirense obteve uma irretocável goleada por 6 a 0.

Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o Botafogo, em dois jogos muito difíceis. A ida foi realizada no Maracanã, e o Palmeiras acabou derrotado por 2 a 1. A volta foi em São Paulo, e o time alviverde precisava da vitória. E ela veio no limite mínimo, por 1 a 0, que gerou a classificação via regra do gol marcado como visitante.

Nas quartas, o Palmeiras passou pelo Sport. Na primeira partida, 2 a 0 em plena Ilha do Retiro. Na segunda, empate por 1 a 1 no Palestra Itália. Na semifinal, o adversário foi o Santos, e o Verdão conseguiu a vaga de maneira suada, com dois empates: em casa por 1 a 1, e na Vila Belmiro por 2 a 2. Outra vez o tento como visitante salvou a pátria verde.

De volta à final, o Palmeiras reencontrou seu algoz de 1996, o Cruzeiro. Os mineiros eliminaram Amapá, Corinthians, Vitória e Vasco no mata-mata. A ida foi disputada no Mineirão, em Belo Horizonte, e o alviverde acabou derrotado por 1 a 0. A volta aconteceu no Morumbi, que era maior que o Palestra. Logo aos 12 minutos do primeiro tempo, Paulo Nunes abriu o placar e igualou o confronto. E quando a decisão parecia se encaminhar à disputa de pênaltis, aos 44 do segundo tempo, Oséas aproveitou o rebote após cobrança de falta de Zinho e fez 2 a 0, consagrando a primeira Copa do Brasil palmeirense.

A campanha do Palmeiras:
12 jogos | 6 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 21 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Djalma Vassão/Gazeta Press