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Argentina Campeã da Copa América 2021

Uma Copa América que ficará marcada para sempre na memória dos que ficaram para ver. A edição de 2021 da principal competição sul-americana começou mal desde o seu anúncio. Primeiro, ela deveria ter acontecido em 2020 - somente um ano após a última -, mas a pandemia do coronavírus adiou os planos. Segundo, ela deveria ter sido sediada na Colômbia e na Argentina, mas ambos abriram mão: os primeiros por causa do caos social que o país se envolveu devido as reformas políticas e os segundos por conta da própria pandemia. Então, a Conmebol recorreu ao último anfitrião, o Brasil. E o país onde mais morreu gente de covid-19 na América do Sul topou o evento mais uma vez. Com exceção da final, todos jogos foram realizados sem público nos estádios.
Os 12 times inicialmente planejados caíram para dez após as desistências de Catar e Austrália. E o novo regulamento com dois grupos de seis na primeira fase sofreu mudanças, reduzindo para duas chaves de cinco. Em campo, a Argentina colocou fim na fila de 28 anos sem vencer um título com o time principal. De quebra, fez Lionel Messi campeão pela primeira vez com seu país. No grupo A, a Albiceleste estreou com empate por 1 a 1 com o Chile. Na sequência, foram três vitórias: 1 a 0 sobre o Uruguai, 1 a 0 sobre o Paraguai e, após a rodada de folga, 4 a 1 sobre a Bolívia. Ao final da fase, a equipe argentina ficou na liderança do grupo, com dez pontos. Nas quartas de final, vitória sobre o Equador por 3 a 0. Na semifinal, contra a Colômbia, empate por 1 a 1 e triunfo nos pênaltis por 3 a 2.
Na final, a Argentina fez o esperado clássico contra o Brasil. A partida foi disputada no Maracanã, diante de 7.800 pessoas, sob autorização da prefeitura do Rio de Janeiro. O gol do título saiu ainda no primeiro tempo, quando, aos 22 minutos, Ángel Di María aproveitou o passe de Rodrigo De Paul (com o desvio mal feito de Renan Lodi) e chutou encobrindo o goleiro Ederson. Os brasileiros pressionaram, tiveram um gol anulado no segundo tempo, mas no fim a festa foi da seleção albiceleste, que, além do seu tabu de quase três décadas sem levantar uma taça, acabou com outra marca histórica: o Brasil jamais havia perdido uma Copa América quando foi país-sede. Aconteceu pela primeira vez.

A campanha da Argentina:
7 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Heuler Andrey/Dia Esportivo/Foto Baires

Brasil Campeão da Copa América 2019

Pela quinta vez na história, e pela segunda na era moderna, o Brasil sediou a Copa América, em 2019no que completou a inversão iniciada em 2015 com o Chile. Nada mudou em relação às edições normais anteriores do torneio, com 12 participantes. O que mudou foram os convidados: pela primeira vez desde 1993, o México estava de fora. Aí, a coitada da geografia sofreu, a Ásia virou América, e Japão e Catar foram chamados para jogar. Mas o mais importante era saber que o Brasil jamais havia perdido a competição em casa. Era preciso manter a escrita.
Escaldada pelos fracassos recentes na últimas quatro Copas do Mundo e nas últimas três Copas América, a Seleção Brasileira foi reconquistando a confiança da torcida aos poucos. Sem Neymar (lesionado), os condutores do time foram Everton (o Cebolinha), Gabriel Jesus, Philippe Coutinho e Daniel Alves. Todos eles estiveram comandados pelo técnico Tite. No grupo A da primeira fase, a estreia foi com vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia. Depois, o empate por 0 a 0 com a Venezuela gerou algumas dúvidas no torcedor. A situação melhorou na rodada final, na goleada por 5 a 0 no Peru. Líder com sete pontos, o time canarinho enfrentou o Paraguai nas quartas de final. Após empate sem gols nos 90 minutos, classificação por 4 a 3 nos pênaltis. Os traumas das eliminações de 2011 e 2015 na mesma fase, para o mesmo adversário e na mesma condição, enfim foram superados. Na semifinal, contra a Argentina, os hermanos não tiveram chance e a seleção avançou ao vencer por 2 a 0.
A final foi disputada no Maracanã contra o Peru, que apesar da goleada sofrida anteriormente se recuperou eliminado Uruguai e Chile no mata-mata. Com o favoritismo e as arquibancadas ao seu lado, o Brasil não deu chances aos peruanos e venceu por 3 a 1. Everton abriu o placar para os brasileiros. De pênalti, Guerrero deu um susto ao empatar a partida. Ainda no primeiro tempo Gabriel Jesus fez o segundo, antes de sair expulso de campo e dar um pouco de esperança ao adversário. Perto do fim, Richarlison fez o terceiro gol, de pênalti. A conquista da Copa América de 2019 é a nona na história do Brasil, que ainda se mantém distante dos 15 títulos do Uruguai e dos 14 da Argentina.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Luis Acosta/AFP

Chile Campeão da Copa América 2016

No ano de seu 100º aniversário, a Conmebol resolveu criar uma edição extra da Copa América, apenas uma temporada depois da versão mais recente e três antes da próxima programada. Para justificar o marco e o furo no cronograma, a entidade a nomeou Copa América Centenário, com formato e taça diferentes do convencional. A organização foi em parceria com a Concacaf, que comanda o futebol nas Américas do Norte e Central. O país-sede escolhido foram os Estados Unidos, e os participantes foram aumentados para 16: todos os sul-americanos mais seis convidados (os próprios EUA junto com México, Costa Rica, Jamaica, Haiti e Panamá). E o regulamento foi levemente alterado, apenas acrescentando um grupo na primeira fase, depois seguindo o mata-mata clássico a partir das quartas.
Defensor do título, o Chile entrou no torneio sem o mesmo favoritismo de outrora, pois a equipe ainda sentia a transição do comando de Jorge Sampaoli para Juan Antonio Pizzi. No grupo D, a estreia foi contra a Argentina, sua vice de um ano antes, perdendo por 2 a 1. Na sequência, sofreu para vencer a Bolívia por 2 a 1, conseguindo somente com gol de Arturo Vidal aos 55 minutos do segundo tempo. A fase terminou com vitória por 4 a 2 sobre o Panamá, o que deixou a Roja na vice-liderança, com seis pontos. O time foi embalando, e nas quartas de final eliminou o México com impiedosos 7 a 0, com quatro gols de Eduardo Vargas. Na semifinal, venceu a Colômbia por 2 a 0, o que garantiu outra final aos chilenos. E o adversário seria mais uma vez a Argentina.
Para chegar na decisão, os hermanos passaram por Venezuela e Estados Unidos. E o campo agora era neutro de fato, no MetLife Stadium, que fica localizado no distrito de East Rutherford, na região de Nova York e Nova Jersey. Com menos apoio do torcedor, o Chile se reservou apenas a espantar o ataque argentino e especular os contra-ataques. Os times tiveram um expulso de cada lado, e a final voltou a não registrar gols nos 120 minutos. Após o 0 a 0, os pênaltis estavam mais uma vez na vida das seleções. E a Roja chegou ao bicampeonato vencendo por 4 a 2, com a primeira cobrança contra perdida por Lionel Messi, e a última a favor convertida por Francisco Silva.

A campanha do Chile:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Omar Torres/AFP/Getty Images

Chile Campeão da Copa América 2015

O tempo de espera entre Copas América aumentou, mas as boas histórias continuaram na mesma medida. Na edição de 2015, tivemos um grande exemplo do que acontece quando torcida e time jogam juntos pelo mesmo objetivo. A disputa era para ter sido no Brasil, seguindo fielmente o rodízio de países. Mas o excesso de eventos em solo brasileiro (Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016) fez com que a Conmebol invertesse a sede com o Chile. Sorte dos andinos.
Com a melhor geração de jogadores em 20 anos e sob ordens do técnico Jorge Sampaoli, A Roja ficou no grupo A do torneio, fazendo todos os jogos no Estádio Nacional de Santiago. Na estreia, vitória tranquila por 2 a 0 sobre o Equador. A segunda partida foi um emocionante empate por 3 a 3 com o México. Na última rodada, goleada por 5 a 0 sobre a Bolívia para deixar a equipe de Arturo Vidal, Jorge Valdivia, Alexis Sánchez e Eduardo Vargas na liderança da chave, com sete pontos. Nas quartas de final, vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai. Já na semifinal, 2 a 1 em cima do rival Peru. Depois de 36 anos, o Chile estava de volta em uma decisão. O adversário foi a Argentina, que no caminho passou por Jamaica, Colômbia e Paraguai. Eles vinham ávidos para acabar com a fila de 32 anos sem títulos e enfim dar uma conquista de seleção para Lionel Messi, mas o Chile tinha o ambiente a seu favor.
Mais de 45 mil torcedores encheram o Nacional de Santiago para a final. A partida foi bem disputada, com lances de parar o coração, como o gol argentino perdido por Gonzalo Higuaín nos acréscimos do segundo tempo. Mas no geral, a Roja foi superior, apesar de a bola não ter entrado em 120 minutos. Com o 0 a 0 no placar, a conquista foi definida nos pênaltis. Matías Fernández e Messi acertaram a primeira série. Na segunda, Vidal converteu e Higuaín errou. Depois, foi a vez Charles Aránguiz acertar e Éver Banega perder. Na cobrança decisiva, Sánchez acertou uma cavadinha com a maior frieza do mundo para fazer 4 a 1 e dar o título inédito ao Chile. O país enfim vencua uma Copa América, mas não haveria muito tempo para ostentar o posto, pois no ano seguinte a Conmebol daria início a mais uma de suas invencionices.

A campanha do Chile:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/FFCH

Uruguai Campeão da Copa América 2011

Um ciclo termina, outro começa. Depois de 34 anos, a Copa América retorna à Argentina, dando início a um novo rodízio de sedes. De quebra, a competição volta à sua configuração de periodicidade original, a a cada quatro anos, sempre um após a disputa da Copa do Mundo. O torneio foi marcado pelos resultados inesperados e estranhos, além das quedas precoces de Argentina e Brasil, nas quartas de final e ambos nos pênaltis. O primeiro caiu para o futuro campeão Uruguai, já o outro ficou diante do Paraguai, errando todas as cobranças e perdendo apenas por 2 a 0.
Renascida, a Celeste Olímpica vinha embalada pela quarta colocação no Mundial, treinada por Óscar Tabárez e liderada em campo pela experiência de Diego Forlán e Diego Lugano, e o talento de Luis Suárez e Edinson Cavani, que começavam a entrar no auge das carreiras. A equipe ficou localizada no grupo C, e estreou apenas empatando por 1 a 1 diante do Peru. Na segunda rodada, contra o Chile, outro empate por 1 a 1. A primeira vitória e a classificação vieram na última partida, ao fazer 1 a 0 no México. De modo simples, com cinco pontos, o time uruguaio encerrou a fase de grupos na vice-liderança. Nas quartas de final foi a vez de enfrentar a dona da casa, a Argentina. E mais uma vez o 1 a 1 imperou no placar, no que levou o jogo à disputa de pênaltis. E fazendo 5 a 4, a Celeste avançou mais uma vez. O Peru voltou a ser adversário, agora na semifinal, e desta vez o resultado foi diferente, vencendo tranquilamente por 2 a 0.
Na final, o adversário foi um Paraguai de campanha muito incomum: cinco empates em cinco jogos, eliminando Equador na primeira fase, e Brasil e a surpresa Venezuela no mata-mata. A partida foi realizada no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. A onda de empates paraguaios seria definitivamente encerrada pelos uruguaios. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Suárez abriu o placar. Aos 41, Forlán ampliou. A decisão foi jogada de maneira tranquila, sem nenhuma ameaça à conquista celeste. Aos 44 do segundo tempo, Forlán fez 3 a 0 e decretou os números finais do título, o 15º do Uruguai na Copa América, desempatando com a Argentina no ranking histórico.

A campanha do Uruguai:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Emiliano Lasalvia/El Gráfico

Brasil Campeão da Copa América 2007

Após a única disputa de Copa América em ano par desde 1975, a Conmebol voltou à programação original na edição de 2007, seguindo com a transição do período bienal para quadrienal. A sede foi a Venezuela, completando o rodízio que colocou os dez países como anfitriões iniciado em 1987. Pela primeira vez na organização, o país fez uma estrutura só vista em Copas do Mundo, com nove estádios, quase todos grandes demais para um futebol nem tão popular assim por lá.
Com uma equipe extremamente modificada em relação à que fracassou na Copa do Mundo de 2006, o Brasil entrou para defender o título de maneira desacreditada. E a estreia parecia comprovar as previsões, pois o time treinado por Dunga perdeu por 2 a 0 para o México, atuando mal. A recuperação veio no jogo seguinte, ao vencer o Chile por 3 a 0, todos os gols marcados por Robinho. O artilheiro manteve a pegada na última rodada, ao fazer o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Equador, que deixou os brasileiros na vice-liderança do grupo B, com seis pontos. Classificado às quartas de final, o Brasil voltou a encontrar a equipe chilena. E se na fase inicial foram, no mata-mata conta dobrou: 6 a 1, fora o baile. Mas a grande dificuldade estava por vir na semifinal, contra o Uruguai. A seleção Canarinho ficou duas vezes à frente do placar, mas cedeu o empate em ambas as oportunidades. O 2 a 2 levou a partida aos pênaltis, e por 5 a 4 o Brasil conquistou seu lugar na decisão.
E pela segunda vez seguida a final contaria com Brasil e Argentina. Para chegar junto, os hermanos tiveram que derrubar pelo caminho Colômbia, Peru e México. Mas diferentemente do que aconteceu três anos antes, o jogo reservou pouca emoção no Pachencho Romero, em Maracaibo. Isso porque Júlio Baptista abriu o placar com um golaço logo aos quatro minutos. Aos 40, o zagueiro Roberto Ayala tentou cortar uma bola cruzada na área e acabou atirando contra o próprio gol, ampliando para os brasileiros. Aos 24, Daniel Alves fechou a conta, marcando 3 a 0. O resultado consolidou mais um tempo de fila à Argentina (e que dura até a atualidade), além do oitavo título de Copa América ao Brasil.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Sérgio Pinto/CBF

Brasil Campeão da Copa América 2004

Conforme avança a história da Copa América, é possível observar muito bem como ela correu ao longo dos anos. Recriada para acontecer de quatro em quatro anos na década de 70, foi reduzida para ser de dois em dois nos anos 80. A conta foi assim até 2001, quando a Conmebol reorganizou mais uma vez, colocando a edição seguinte três anos depois, em 2004. O plano não era torná-la trienal (porque uma hora iria se chocar com a Copa do Mundo), mas sim adaptar de maneira gradual para ser novamente quadrienal. Assim, três disputas ocorreriam nesse intervalo especial.
Jogada no Peru, a Copa América teve a sua hegemonia recuperada pelo Brasil, que poupou o time principal e levou à campo uma equipe B, quase inteira de jovens e comandada pelo meia Alex, o goleiro Júlio César, e os atacantes Luís Fabiano e Adriano. No grupo C da primeira fase, a estreia foi contra o Chile, vencendo por 1 a 0 com o gol marcado aos 45 minutos do segundo tempo. Contra a Costa Rica, goleada por 4 a 1 classificou o time antecipadamente. Na vez de enfrentar o Paraguai, porém, o time canarinho perdeu por 2 a 1, terminando a chave em segundo lugar, com seis pontos. Nas quartas de final, o Brasil se recuperou e goleou o México por 4 a 0. Na semifinal, empate por 1 a 1 com o Uruguai e vitória nos pênaltis por 5 a 3.
Eis que chega a decisão. E nela estão Brasil e Argentina, que eliminou Equador, Peru e Colômbia. A partida aconteceu no Nacional de Lima e até hoje povoa o imaginário do torcedor. Com os principais jogadores, o time argentino ficou duas à frente do placar. A primeira foi dos 20 até aos 45 do primeiro tempo, quando o zagueiro Luisão empatou pela primeira vez. E outra foi a partir dos 42 da etapa final, quando pareceu que o título seria da Argentina. Mas aos 48 minutos, Adriano recebeu a bola na entrada da área e, sem deixar ela cair no gramado, girou batendo no canto esquerdo do goleiro Roberto Abbondanzieri. O 2 a 2 levou o jogo aos pênaltis. Andrés D'Alessandro e Gabriel Heinze perderam suas cobranças, enquanto quatro brasileiros acertaram as suas. Nem precisou da quinta: por 4 a 2, o Brasil conquistou sua sétima Copa América.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 6 gols sofridos 


Foto Orlando Kissner/AFP/Getty Images

Colômbia Campeã da Copa América 2001

A Copa América mais conturbada da era atual. Foi assim que ficou conhecida a edição de 2001, sediada na Colômbia. A tensão política entre o governo nacional e as forças paramilitares das FARC quase inviabilizaram a competição, que chegou a ser cogitada a ser realizada no Brasil. No fim, a Conmebol confirmou o território colombiano como anfitrião, mantendo à risca o rodízio de países.
Por consequência, duas seleções desistiram da disputa, alegando falta de segurança: o convidado Canadá, que foi substituído pela Costa Rica, e a Argentina. A ausência dos hermanos foi como uma bomba, na véspera do início do torneio. Para o seu lugar entrou Honduras, que precisou convocar seus jogadores com a Copa América já em andamento, e estrear quase sem fazer treinos. A corrente de fatos com o time hondurenho tornou ainda mais vexatória a eliminação do remendado time do Brasil, que perdeu por 2 a 0 para eles nas quartas de final. A qualidade técnica baixa foi outro marco do campeonato, que basicamente viu apenas a dona da casa apresentar um bom futebol, que lhe rendeu o histórico primeiro título.
No grupo A do torneio, a Colômbia estreou fazendo 2 a 0 na Venezuela. No restante da fase, mais duas vitórias, por 1 a 0 sobre o Equador e por 2 a 0 sobre o Chile. Líder da chave com nove pontos, Los Cafeteros enfrentaram nas quartas de final o Peru, o qual derrotaram por 3 a 0. Na semifinal, foi a vez de encarar a zebra Honduras e vencer por 2 a 0.
A decisão foi entre Colômbia e México, que na fase de grupos venceu o Brasil, e no mata-mata eliminou Chile e Uruguai. A partida disputada em Bogotá, no El Campín, refletiu o que foi toda a competição até ali, de nível técnico aquém da expectativa. O time colombiano chegava com o enorme apoio da torcida, que jamais havia visto sua seleção erguer uma taça. O gol do título saiu aos 20 minutos do segundo tempo, com Iván Córdoba. Com 1 a 0 no placar da final, e nenhum gol sofrido em seis jogos, a Colômbia finalmente tinha uma Copa América para chamar de sua, a única até a atualidade.

A campanha da Colômbia:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 0 gols sofridos 


Foto José Herchel/Colprensa

Brasil Campeão da Copa América 1999

Em uma confederação com somente dez países, sempre foi mais complicado de organizar competições entre seleções, mas a Copa América nunca chegou a subverter tanto a geografia como faria em 1999. Ancorado no Paraguai, um dos dois convidados foi o já corriqueiro México, Já o outro, não foi nem Estados Unidos ou Costa Rica - os de edições anteriores -, mas o Japão. Isso mesmo que você leu, uma equipe da Ásia jogando na América do Sul. Tudo parte de um acordo que envolveu a Toyota, patrocinadora máster da Libertadores desde um ano antes. Os "penetras" não foram longe: empataram um jogo, perderam dois e se despediram ainda na fase de grupos.
A disputa pelo título ficou concentrada nos irmãos mais velhos, de sangue. Com uma equipe bem renovada, disposta a esquecer rápido o vice na Copa do Mundo de 1998, o Brasil entrou louco para levar o hexa e manter a hegemonia em seu quintal. Na estreia já veio o primeiro furacão: goleada por 7 a 0 sobre a Venezuela, lembrada até hoje devido ao golaço do então garoto de 19 anos Ronaldinho, dando um chapéu no zagueiro. Foi o primeiro dele com a camisa Canarinho, logo na sua primeira partida, entrando no segundo tempo. Na sequência, vitórias por 2 a 1 sobre o México e por 1 a 0 sobre o Chile garantiram a liderança do grupo B, com nove pontos. O adversário nas quartas de final foi a Argentina, que antes havia perdido por 3 a 0 para a Colômbia e visto seu atacante Martín Palermo perder três pênaltis neste jogo. A vitória no clássico aconteceu por 2 a 1, de virada. Na semifinal, outro triunfo sobre o México, agora por 2 a 0.
Chegada a final, o rival do Brasil foi o Uruguai, repetindo o confronto pela quarta vez nas últimas oito edições. O palco foi o Defensores del Chaco, em Assunção. Mas desta vez a dificuldade não chegou nem perto dos resultados apertados de 1983, 1989 e 1995. Com 20 minutos de partida, Rivaldo já abria o placar ao time brasileiro. Aos 27, outra vez ele mandou a bola no fundo da rede. E no primeiro minuto do segundo tempo, Ronaldo fez 3 a 0 e fechou o placar da decisão. Pela sexta vez, Brasil campeão da Copa América.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 2 gols sofridos 


Foto Arquivo/Gazeta Press

Brasil Campeão da Copa América 1997

A concorrida década de 90 foi marcada por surpresas, inícios e quedas de tabu na Copa América. Dois destes fatos aconteceram na edição de 1997, sediada na Bolívia. Houve muita reclamação por parte de várias seleções com a escolha, pois a maioria dos estádios escolhidos localizavam-se nas grandes altitudes bolivianas, como La Paz (3.637 metros), Oruro (3.702), Sucre (2.810) e Cochabamba (2.582). O ar rarefeito fez certa diferença nas eliminações do Uruguai, na primeira fase, e da Argentina, contra o Peru nas quartas de final. Acerca disto, a competição teve um novo estreante, a convidada Costa Rica.
Só um fator ficou inalterado no torneio: o favoritismo do Brasil. Atuando na única cidade ao nível do mar - Santa Cruz de la Sierra -, a seleção Canarinho estava disposta a dar um fim no incômodo de nunca ter vencido a competição fora de seu país. E sob a liderança ofensiva da dupla Ronaldo e Romário, todos "engoliram" o título do time do técnico Zagallo. No grupo C, a estreia foi com uma tranquila goleada por 5 a 0 sobre a Costa Rica. A dificuldade subiu contra o México, uma sofrida vitória de virada por 3 a 2. Com a classificação garantida, a equipe bateu a Colômbia por 2 a 0 na rodada final e encerrou na liderança, com nove pontos. Nas quartas de final, nova vitória por 2 a 0, agora sobre o Paraguai. E na semifinal, o Brasil aplicou impiedosos 7 a 0 sobre o Peru.
O adversário brasileiro na decisão foi a Bolívia, que até ali despachou Uruguai, Colômbia e México. Se a seleção tinha feito todos os jogos no "bem-ventilado" Ramón Aguilera, em Santa Cruz, agora teria de subir o morro até o Hernando Siles, em La Paz, onde os bolivianos atuaram em todas as partidas. O problema já era previsto, mas a qualidade técnica muito maior por parte do Brasil atenuou a questão da falta de fôlego. O primeiro gol demorou para sair, e foi com Denílson aos 40 minutos do primeiro tempo. Aos 45, a Bolívia empatou e conseguiu deixar o jogo amarrado. Mas os brasileiros souberam se poupar e os gols da vitória aconteceram no segundo tempo. Antes com Ronaldo, aos 34 minutos, e depois com o substituto Zé Roberto, aos 45 minutos. A vitória por 3 a 1 trouxe o penta com 100% de aproveitamento e, finalmente, a primeira taça estrangeira da Copa América para o Brasil.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 3 gols sofridos 


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Uruguai Campeão da Copa América 1995

A edição de 1995 da Copa América consolidou muitas das novidades que o Mundial do ano anterior havia trazido, como os três pontos por vitória. Mas a competição é mais lembrada pelos resultados históricos, como os 3 a 0 dos Estados Unidos sobre a Argentina na fase de grupos e a subsequente semifinal do time norte-americano, além do empate por 2 a 2 dos argentinos com o Brasil nas quartas de final, com o gol brasileiro que levou aos pênaltis sendo marcado por Túlio após ajeitar a bola no braço. E por fim, pelo título do anfitrião Uruguai, que marcou o fim de uma era para o futebol do país.
A Celeste começou a trajetória rumo ao 14º título no grupo A. Sua estreia foi ótima, goleando a Venezuela por 4 a 1. Na segunda rodada, bateu o Paraguai por 1 a 0, gol de Enzo Francescoli. Fechando a primeira fase, o Uruguai teve de buscar o empate por 1 a 1 contra o México, que lhe deixou classificado na liderança da chave, com sete pontos. Nas quartas foi a vez de enfrentar a Bolívia, algoz nas Eliminatórias da Copa do Mundo dois anos antes. E os uruguaios conseguiram a revanche ao vencerem por 2 a 1. Na semifinal veio a Colômbia, e o embalada equipe venceu por 2 a 0, chegando mais uma vez na decisão.
A final da Copa América teria mais um encontro entre Uruguai e Brasil, o terceiro desde a reformulação em 1975. E os brasileiros eram o outro algoz da Celeste nas Eliminatórias do Mundial. Para chegar até ali, foi preciso passar por Argentina e Estados Unidos no mata-mata. Mas o Uruguai tinha toda a força da sua torcida e conhecimento de cada pedaço do gramado gelado do Estádio Centenario, em Montevidéu. A partida foi bem equilibrada, bem como todo clássico entre as duas seleções era na época. O Brasil abriu o placar com Túlio aos 30 minutos do primeiro tempo. o Uruguai não ficou abalado e empatou por 1 a 1 aos seis do segundo tempo, com gol de falta de Pablo Bengoechea. Nos pênaltis, todos os uruguaios converteram, enquanto uma cobrança brasileira parou nas mãos de Fernando Álvez. Por 5 a 3, o Uruguai era mais uma vez o (invicto) campeão, no que foi praticamente o último ato da geração de Francescoli e Bengoechea, que ali já fazia sua transição para uma entressafra que duraria até após a virada do século 20.

A campanha do Uruguai:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 4 gols sofridos 


Foto Arquivo/El País

Argentina Campeã da Copa América 1993

A Copa América tomou a forma como conhecemos atualmente a partir da edição de 1993, sediada no Equador. O formato do torneio passou a ser de 12 equipes divididas em três grupos, avançando às quartas de final os líderes, vices e as duas melhores terceiras colocadas. Deste ponto em diante, mata-mata até a decisão. Mas como se faz um campeonato com 12 times se o Conmebol só tem dez filiados? A solução encontrada foi apelar para os convites. A primeira dupla chamada para compor a competição veio da América do Norte: Estados Unidos e México. O primeiro não fez muita coisa, caindo logo na fase inicial. Já o segundo fez bonito, foi até à final e quase surpreendeu. Mas o título ficou mais uma vez com a Argentina, apesar da campanha fraca.
No grupo B, a Albiceleste estreou com vitória simples sobre a Bolívia, apenas por 1 a 0. Na segunda rodada, empate por 1 a 1 com o México, saindo atrás no placar e empatando com o capitão Oscar Ruggeri. Na rodada final, outro empate por 1 a 1, desta vez contra a Colômbia. Ao todo a Argentina marcou quatro pontos na primeira fase, bem como o time colombiano. Mas os hermanos ficaram na vice-liderança, porque fizeram um gol a menos que o adversário. Com dois pontinhos, os mexicanos pegaram uma das terceiras vagas. Nas quartas, os argentinos fizeram o clássico contra o Brasil, e outro empate por 1 a 1 entrou na vida dos jogadores. Na disputa por pênaltis, vitória por 6 a 5. Na semifinal, a Colômbia foi novamente adversária. E qual foi o resultado? Empate, agora por 0 a 0. Em outro duelo nas penalidades máximas, 6 a 5 a favor e classificação à final.
E o México voltou a cruzar o caminho da Argentina. Antes da decisão, os mexicanos derrubaram o Peru e o Equador. A partida foi jogada no Monumental de Guayaqyuil, que foi a casa argentina durante toda a trajetória na Copa América. O público não empolgou, ocupando só 40 mil dos quase 90 mil lugares do estádio. O jogo seguiu a tendência do restante do torneio, com pouca emoção. Os gols saíram no segundo tempo. Aos 18 minutos, Gabriel Batistuta abriu o placar à Albiceleste. Aos 22, os mexicanos empataram com Benjamín Galindo. E aos 29, Batistuta fez 2 a 1. Com este placar e apenas duas vitórias em seis partidas, foi confirmada a 14ª e última conquista da Argentina. Desde então o país não ergueu mais taças com a seleção principal, amargando 28 anos de tabu.

A campanha da Argentina:
6 jogos | 2 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/AFA

Argentina Campeã da Copa América 1991

Chegam os anos 1990, e a Copa América volta a desembarcar no Chile. A competição continental de 1991 continuou com o regulamento adotado dois anos antes, com as dez seleções divididas em dois grupos e quatro classificadas avançando para o quadrangular final. Foi um momento de reconstrução para várias seleções, principalmente Brasil e Argentina, que ainda assimilavam seus fracassos na Copa Mundo da temporada anterior. E o título ficou nas mãos dos hermanos, que acabaram com 32 anos de fila.
No grupo A do torneio, o time argentino precisou se virar sem Diego Maradona, que enfrentava um duro processo de doping por uso de cocaína. As lideranças em campo foram assumidas por Oscar Ruggeri, o novo capitão, e Gabriel Batistuta, o novo artilheiro. A estreia argentina foi contra a Venezuela, vencendo por 3 a 0. Depois, derrotou o Chile por 1 a 0. Na terceira partida, goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai. A classificação foi obtida na última rodada, ao bater o Peru por 3 a 2. Vencendo os quatro jogos, a Argentina liderou sua chave com oito pontos, dois a mais que os donos da casa. Do outro lado, Colômbia e Brasil superaram um empate tríplice de cinco pontos com o Uruguai para também avançarem ao quadrangular decisivo.
Na fase final, a Albiceleste fez sua primeira partida contra o Brasil, vencendo de maneira emocionante por 3 a 2. Na rodada seguinte, empate sem gols com o Chile, que deixou tudo aberto para a última jornada, com chances ainda para o anfitrião - que havia empatado por 1 a 1 com a Colômbia - e para os brasileiros - que fizeram 2 a 0 sobre os colombianos.
A rodada decisiva começou com o Brasil ganhando do Chile por 2 a 0, o que lhe deixou com quatro pontos. Com três e dois gols a menos de saldo, a Argentina precisava derrotar a Colômbia. Jogando no Nacional de Santiago, Diego Simeone e Batistuta trataram de tranquilizar as coisas marcando gols aos 11 e aos 19 minutos do primeiro tempo. Com o título encaminhado, a Argentina até permitiu a equipe colombiana fazer 2 a 1 no segundo tempo, mas o resultado não alterou os cinco pontos finais do time argentino, pela 13ª vez campeão da Copa América. E com seis gols, "El Batigol" foi o goleador do campeonato.

A campanha da Argentina:
7 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Brasil Campeão da Copa América 1989

Agora de dois em dois anos, a Copa América segue seu itinerário e desembarca no Brasil para 1989. Junto surgiram outras mudanças: como uma mudança mais radical no regulamento, que dobrou o número de jogos de 13 para 26. A partir desta edição, os dez participantes ficaram divididos em dois grupos de cinco, com líderes e vices avançando para o quadrangular final. Assim, o campeão perderia seu benefício de entrar direto na semifinal. Apesar do aumento nas partidas, a duração da competição foi reduzida para 15 dias.
Dono da casa após 40 anos, o Brasil convivia com uma sina que duraria ainda mais tempo, o de nunca ter vencido uma Copa América sem ser como país-sede. Portanto, estas mesmas quatro décadas somavam um longo jejum de títulos no continente. O caminho para o tetra começou em Salvador, que sediou o grupo A junto com Recife. Na Fonte Nova, o time fez 3 a 1 na Venezuela. Mas após a estreia vieram os problemas: dois empates sem gols contra Peru e Colômbia. A relação com a torcida baiana ficou ruim, e a seleção fez a última partida no Arruda. Com o apoio dos pernambucanos, o Brasil fez 2 a 0 no Paraguai e se classificou na vice-liderança, empatado em seis pontos com os próprios paraguaios, que tiveram melhor saldo de gols. Do grupo B, sediado totalmente em Goiânia, no Serra Dourada, Argentina e Uruguai garantiram as outras vagas.
O quadrangular final foi jogado totalmente no Rio de Janeiro. A estreia do Brasil foi contra a Argentina, e mais de 100 mil pessoas foram ao Maracanã para vez a vitória por 2 a 0 e o lindo gol de voleio marcado por Bebeto, o que abriu o placar. Na segunda rodada, 3 a 0 sobre o Paraguai, que eliminou o adversário e manteve a Canarinho na briga pelo título. Nos demais jogos, o Uruguai fez exatamente os mesmos resultados sobre os rivais.
Empatados em tudo, Brasil e Uruguai decidiram a Copa América de 1989 no mesmo 16 de julho que definiu a Copa de 1950. E os velhos fantasmas retornaram para assombrar a cabeça dos mais de 148 mil torcedores no Maracanã. Mas a história seria reescrita aos quatro minutos do segundo tempo, quando Romário testou o cruzamento de Mazinho e fez 1 a 0. O placar manteve-se até o fim, e o Brasil acabou com a fila em seu próprio território. Faltava ainda ser campeão fora do país.

A campanha do Brasil:
7 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto César Loureiro/Agência O Globo

Uruguai Campeão da Copa América 1987

A Copa América desembarca em 1987 com muitas novidades. Algumas ditariam os anos seguintes da competição, como a introdução do rodízio de sedes. A Conmebol determinou que, a partir daquele ano e pelas nove edições subsequentes, todos os federados seriam anfitriões uma vez, começando pela Argentina e seguindo a ordem: Brasil, Chile, Equador, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Peru e Venezuela. Outra mudança anunciada foi a redução da periodicidade para de dois em dois anos, o que garantia até 2005 (inicialmente) a realização do torneio. E para que tudo desse certo, foi preciso mexer no regulamento. Para o começo, foram cortados o returno da fase de grupos e as voltas da semifinal e da final. Com tudo pela metade e um país-sede definido, a Copa América passaria a ser executada em 16 dias, ao invés de ficar diluída durante todo o ano.
Desse jeito, o caminho para o Uruguai ser campeão mais uma vez ficou muito fácil, pois a equipe já tinha uma vaga direta na semifinal. Na fase de grupos, a Celeste assistiu as classificações de Argentina, Chile e Colômbia. No grupo A, a dona da casa empatou com o Peru e venceu o Equador. No grupo B, os chilenos bateram e Venezuela e golearam o Brasil com um histórico 4 a 0. E no grupo C, os colombianos derrotaram Bolívia e Paraguai. Com os quatro semifinalistas definidos, ficou determinado que o Uruguai enfrentaria a Argentina. Uma tarefa ingrata contra o anfitrião e então campeão mundial, que eliminara os próprios uruguaios durante a campanha. Mas dessa vez o time charrua venceu, por 1 a 0, gol de Antonio Alzamendi.
Na final, o Uruguai encarou o Chile, que passou pela Colômbia. Com os argentinos fora, o público não empolgou muito no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Só 35 mil torcedores foram ao estádio, a maioria de uruguaios que atravessaram o Rio da Prata. A facilidade geográfica ajudou muito, apesar da violência que as duas equipes praticaram em campo. Foram dois expulsos para cada lado. Entre os charruas, foram ao chuveiro mais cedo dois dos jogadores mais importantes do time: o craque Enzo Francescoli e o capitão José Perdomo. Mesmo com as ausências mais importantes, o Uruguai chegou no gol do título aos 11 minutos do segundo tempo, através de Pablo Bengoechea. O placar de 1 a 0 consumou o 13º título de Copa América para a Celeste.

A campanha do Uruguai:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 2 gols marcados | 0 gols sofridos


Foto Arquivo/AUF

Uruguai Campeão da Copa América 1983

O formato em partidas de ida e volta e sem sede fixa na Copa América foi executado pela última vez na edição de 1983. E após dois torneios sem a presença do principal trio de seleções na final, era a hora de voltar a mostrar força. Uruguai e Brasil foram os bichos-papões da vez, enquanto a Argentina voltou a ter dificuldades, apesar de não ter perdido para os brasileiros na primeira fase. E o título ficou nas mãos do time charrua, que disputava palmo a palmo o posto de maior vencedor com os argentinos.
No grupo A do torneio, o time começou sua campanha logo com dois jogos em casa. No Centenario, venceu o Chile por 2 a 1 e a Venezuela por 3 a 0. Nas partidas fora de casa, foi muito mal contra os chilenos, perdendo por 2 a 0 em Santiago, e venceu os venezuelanos por 2 a 1 em Caracas. Com seis pontos marcados e todos os jogos realizados, o Uruguai precisava secar o Chile, que vinha com quatro, saldo de gols maior e uma partida por fazer contra a Venezuela. A torcida contra funcionou, pois o time andino não passou do empate contra a os vinotintos. Classificada, a Celeste fez uma dura semifinal contra o Peru. Na ida no Nacional de Lima, vitória suada por 1 a 0, gol de Carlos Aguilera. Na volta em Montevidéu, a equipe peruana abriu o placar no primeiro tempo, e o Uruguai só buscou o empate na segunda etapa, aos quatro minutos, quando Wilmar Cabrera fez 1 a 1 e deu a vaga de sua seleção na decisão. Do outro lado, o Brasil ficou à frente da Argentina na fase de grupos e eliminou o Paraguai na semifinal, após empatar duas vezes e vencer o sorteio de desempate.
Era a quarta final entre brasileiros e uruguaios na história. Nas três anteriores, duas vitórias charruas na Copa do Mundo de 1950 e no Mundialito de 1980. A favor dos tupiniquins, só o triunfo no distante Sul-Americano de 1919, além da semifinal no Mundial de 1970. O prognóstico favorável ao Uruguai acabou confirmado no gramado do Centenario no primeiro jogo. Diante de 65 mil compatriotas, Enzo Francescoli e Víctor Diogo fizeram os gols do 2 a 0 que abriu boa vantagem para a volta. A segunda partida aconteceu em Salvador, na Fonte Nova. O Brasil abriu o placar na etapa inicial, mas o Uruguai ainda precisaria sofrer outro gol para se preocupar. Mas isto não ocorreu. Ao contrário, a Celeste empatou aos 32 minutos do segundo tempo, com Aguilera. No fim, o 1 a 1 confirmou o 12º título uruguaio na Copa América - sendo o primeiro no novo formato - e terminou com 16 anos anos de fila.

A campanha do Uruguai:
8 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/AUF

Paraguai Campeão da Copa América 1979

A América do Sul voltou a se reunir na Copa América em 1979, e o momento do futebol no continente era de renovação. A Argentina chegava com o recente título mundial e ali revelaria Maradona para os torcedores. O Brasil também passava por reformulações, com a geração que jogou com Pelé saindo de vez do time e dando lugar para as lideranças de Zico e Sócrates, num prenúncio do que todos veriam três anos depois. Mas a conquista passaria longe das principais forças, mais uma vez. Era a hora do Paraguai voltar a comemorar.
O futebol paraguaio teve um 1979 inesquecível, com o Olimpia levando tanto a Libertadores quanto o Mundial. A força se refletiu na Copa América, que outra vez não contou com sede fixa. A Albirroja ficou no grupo C da competição, junto com Uruguai e Equador. A jornada começou de maneira perfeita, com duas vitórias sobre os equatorianos, por 2 a 1 em Quito e por 2 a 0 em Assunção. A disputa pela classificação foi exclusivamente contra os uruguaios. No primeiro jogo, no Defensores del Chaco, empate sem gols. A segunda partida foi no Centenario, em Montevidéu, e o Paraguai arrancou outro empate, por 2 a 2, gols de Eugenio Morel. Como o Uruguai havia perdido um jogo para o Equador, a vaga paraguaia na semifinal veio com seis pontos contra quatro. Assunção parou para o confronto contra o Brasil, e a pressão deu certo: vitória por 2 a 1 na ida. A volta aconteceu no Maracanã, e o time albirrojo ficou duas vezes sob o risco de ter que fazer uma partida extra. Mas Milcíades Morel e Julio César Romerito fizeram os gols do empate por 2 a 2, que colocou os Guaranís na final.
Outra vez a Copa América teve uma decisão com tons mais alternativos, agora entre Paraguai e Chile. O primeiro jogo foi no Defensores del Chaco, e gols dois gols de Romerito e outro de Milcíades Morel a Albirroja venceu por 3 a 0. A segunda partida foi no Nacional de Santiago, e o time chileno fez o placar de 1 a 0 contra os paraguaios, o que forçou o desempate em campo neutro, já que o regulamento só previa o saldo de gols como critério após o terceiro jogo. Desse modo, a disputa final foi realizada no José Amalfitani, em Buenos Aires. Os gols não viajaram com as seleções, e o 0 a 0 imperou no placar durante os 90 minutos normais e os 30 da prorrogação. O empate era favorável ao Paraguai, que após 300 voltas no relógio pôde fazer sua festa do bicampeonato. A segunda Copa América da equipe chegou 26 anos depois da primeira.

A campanha do Paraguai:
9 jogos | 4 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Peru Campeão da Copa América 1975

Antes, leia o texto sobre a primeira era da Copa América.

Depois de oito anos sem um campeonato de seleções, a Conmebol voltou com o cinquentão Campeonato Sul-Americano todo reformulado. Agora chamado de Copa América, o torneio passou a ser organizado de um modo completamente diferente do que já foi visto, até mesmo do que vinha fazendo a Copa do Mundo. Antes, as seleções sul-americanas se enfrentavam em grupo único, com o líder tornando-se campeão ou com uma final em caso de empate de pontos entre líder e vice.
A partir de 1975, o regulamento da competição mudou: nove seleções divididas em três grupos e jogando em dois turnos, com os líderes avançando à semifinal, junto com o campeão vigente. Não haveria mais país-sede e os jogos seriam em ida e volta, integrando os dez países confederados. O objetivo era atingir um padrão próximo ao da Eurocopa, que na época reunia suas seleções em uma enorme eliminatória, com os quatro semifinalistas reunindo-se em um lugar em comum entre eles para a fase final.
E o primeiro campeão da nova Copa América foi um país que estava na metade da sua melhor década, com uma geração que já havia feito bonito na Copa de 1970 e faria ainda mais em 1978: o Peru. A Blanquirroja ficou localizada no grupo B, enfrentando Chile e Bolívia, e sua estreia foi em Santiago, empatando por 1 a 1 com os chilenos. Em Oruro, foi a vez de derrotar por 1 a 0 os bolivianos. No returno, em Lima, fez 3 a 1 tanto na Bolívia quanto no Chile, garantindo a classificação com sete pontos. Na semifinal, o adversário foi o Brasil. A partida mais lembrada na história peruana certamente é a ida desta fase, em Belo Horizonte: vitória por 3 a 1, gols marcados Enrique Casaretto e Teófilo Cubillas. Apesar da vantagem, o Peru levou 2 a 0 na volta em casa. Sem disputa de pênaltis, um sorteio foi feito pelo árbitro para definir o classificado, e a moedinha deu sorte aos peruanos.
A decisão foi disputada contra a Colômbia, que passou pelo Uruguai, o longínquo campeão de 1967. A primeira partida aconteceu no El Campín, em Bogotá, e o Peru saiu derrotado por 1 a 0. O segundo jogo foi no Nacional de Lima, e o time peruano reverteu fazendo 2 a 0, gols de Juan Oblitas e Oswaldo Ramírez. A final não tinha o perigo se ser encerrada no cara ou coroa, e uma partida extra foi programa para o Olímpico UCV, em Caracas, na Venezuela. E o Peru voltou a vencer, por 1 a 0. Hugo Sotil foi o autor do gol do bicampeonato, o último título da história blanquirroja.

A campanha do Peru:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 14 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/FPF

Especial Copa América - O primeiro meio século de disputa

Foto Vladimir Rodas/AFP/Getty Images

A Copa América é o segundo campeonato de seleções mais antigo ainda em atividade, perdendo em longevidade apenas para o Torneio Olímpico, e o terceiro em ordem de criação, com o extinto Campeonato Britânico entrando no topo na lista.

Os primeiros passos dessa história começam em 1910, quando a Argentina organizou a Copa Centenário da Revolução de Maio, que contou com as presenças de Uruguai e Chile e foi vencida pela dona da casa. O sucesso da competição foi grande, o que levou ao Uruguai fundar, seis anos depois e junto com Argentina, Chile e Brasil, a Confederação Sul-Americana de Futebol, conhecida pelo acrônimo Conmebol.

Foi no mesmo 1916 que houve a primeira edição do Campeonato Sul-Americano, sediado na Argentina e vencido pelo Uruguai. O começo foi com periodicidade anual, sendo assim até 1929. Nesse meio tempo, apenas as edições de 1918 e 1928 foram canceladas, uma devido à pandemia de Gripe Espanhola, e a outra para privilegiar o foco na preparação para o Torneio Olímpico. A disputa de 1930 também foi postergada para dar preferência à organização da Copa do Mundo. Ademais, as competições 1923 e 1927 serviram como qualificação para as Olimpíadas.

A partir daí o Sul-Americano passou por muitos problemas, sobretudo por causa das divergências que Uruguai e Argentina passaram a ter após a final do primeiro Mundial e o início da transição do amadorismo ao profissionalismo. A volta ocorreu em 1935, para qualificar ao Torneio Olímpico de 1936. Então, o campeonato passou a ser bienal, seguindo assim até 1941. Em 1942, com o cancelamento da Copa do Mundo, a Conmebol resolveu organizar uma edição consecutiva de sua competição. Assim, a disputa de 1943 não foi feita, voltando somente em 1945. Deste ponto em diante, a sequência ficaria ainda mais quebrada e mambembe. Em 1946, outro Mundial foi cancelado, o que levou às disputas de três edições seguidas até 1947.

Após o torneio de 1949, o Sul-Americano amargou quatro anos de hiato, até 1953. As Copas do Mundo deste período foram todas puladas, e três disputas sul-americanas seriam realizadas entre 1955 e 1957. O ápice chegaria em 1959, quando duas competições foram feitas, uma oficial em março, na Argentina, e outra extra em dezembro, para comemorar a inauguração do estádio de Guayaquil, no Equador. Após a dupla jornada, a periodicidade passaria a ser quadrienal, com campeonatos em 1963 e 1967, os últimos de uma era confusa.

Nesses 51 anos de linha do tempo, a Argentina conquistou 12 títulos, contra 11 do Uruguai, três do Brasil e um cada de Bolívia, Paraguai e Peru. Todas as taças brasileiras foram obtidas quando a seleção jogou em casa. E o cenário só começaria a mudar para os brasucas quando a Conmebol reorganizou seu Campeonato Sul-Americano, mudando o nome para Copa América e fixando de vez um calendário sério, a cada quatro anos a partir de 1975.