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Bayern de Munique Campeão da Recopa Europeia 1967

A Recopa Europeia de 1967 sofreu mais um aumento no número de participantes, de 31 para 32. Mas engana-se quem pensa que a UEFA fez desta edição um mata-mata perfeito. Ao contrário: para preservar o benefício do campeão anterior em entrar nas oitavas de final, a entidade criou uma fase preliminar com dois times, cujo ganhador foi à primeira fase com os outros 29 times.

Um desses 29 era o Bayern de Munique. Bicampeão da Copa da Alemanha em 1966, o clube bávaro despertava na época para se tornar o maior de todos no país. Com um jovem zagueiro chamado Franz Beckenbauer e um jovem atacante chamado Gerd Müller entre os titulares, a equipe chegava para conquistar seu primeiro título a nível internacional.

Na primeira fase, o Bayern enfrentou o Tatran Presov, da Tchecoslováquia. Na ida, empate por 1 a 1 fora de casa. Na volta, vitória por 3 a 2 no Estádio Grünwalder, em Munique. Nas oitavas de final, contra o Shamrock Rovers, os alemães tiveram os mesmos resultados: 1 a 1 na Irlanda e 3 a 2 na Alemanha.

O sapato ficou mais apertado nas quartas de final, contra o Rapid Viena. O primeiro jogo foi disputado na Áustria, e o Bayern acabou derrotado por 1 a 0. A segunda partida aconteceu no Grünwalder, com os bávaros devolvendo o resultado e levando o confronto à prorrogação. O gol do 2 a 0 foi anotado no tempo extra, classificando os alemães.

Na semifinal, a vida foi bem mais tranquila contra o Standard Liège. A primeira partida foi disputada em Munique, com vitória do Bayern por 2 a 0. O segundo jogo foi na Bélgica, com os alemães voltando a vencer, por 3 a 1. Os três gols foram marcados por Gerd Müller.

O Bayern de Munique encarou o Rangers na decisão. Os escoceses superaram Glentoran, Chemie Leipzig, Gyori e Slavia Sofia. Na própria Alemanha, no Estádio Städtisches, em Nuremberg, a torcida foi quase toda bávara. O título foi obtido no triunfo por 1 a 0, gol de Franz Roth na prorrogação.
 
A campanha do Bayern de Munique:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Imago/Werek/Sportfotodienst

Celtic Campeão da Liga dos Campeões 1967

Passaram os espanhóis, os portugueses e os italianos. Era chegada a vez do domínio britânico na Copa dos Campeões da Europa. Mas engana-se quem pensa que esse privilégio tenha sido exclusivamente inglês. Aliás, não foi nem a Inglaterra quem inaugurou as conquistas pelos lados da Ilha da Grã-Bretanha, e sim a Escócia. Foi com o Celtic, em 1967. Naquele ano, a competição teve o número recorde de 32 participantes.

Até então com presenças discretas, além de três semifinais, o futebol escocês atingiu o apogeu com os "hoops" - ou listrados. Na primeira fase, o clube enfrentou o Zurich e venceu os dois jogos, por 2 a 0 em Glasgow, e por 3 a 0 na Suíça.

Nas oitavas de final, o Celtic encarou o Nantes. E novamente ganhou as duas partidas, ambas por 3 a 1, na França e na Escócia. Nas quartas, os listrados passaram pelo Vojvodina, da Iugoslávia. Na ida, a invencibilidade foi embora ao perder por 1 a 0 fora de casa. Na volta, o time fez um sofrido 2 a 0 para reverter a disputa no Celtic Park e chegar na semifinal.

O oponente seguinte foi o Dukla Praga, da Tchecoslováquia. O primeiro jogo foi em Glasgow, e os listrados abriram vantagem ao vencer por 3 a 1. Com isso, bastou segurar o 0 a 0 fora na segunda partida para conseguir um lugar na final.

Quem desafiou o Celtic na decisão europeia foi a Internazionale, bicampeã que superou Torpedo (União Soviética), Vasas (Hungria), Real Madrid e CSKA Sofia. O jogo foi realizado no Estádio Nacional do Jamor, em Lisboa.

O favoritismo era italiano e parecia que iria se confirmar em campo, quando o placar foi aberto aos sete minutos do primeiro tempo. Todavia os escoceses não esmoreceram e mantiveram a calma. No segundo tempo, Tommy Gemmell empatou aos 18 minutos, e Stevie Chalmers virou para 2 a 1 aos 39. E o futebol da Escócia conseguiu o seu principal título em toda a sua história.

A campanha do Celtic:
9 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 18 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Central Press/Getty Images

Racing Campeão da Libertadores 1967

Na Libertadores de 1967, Brasil e Colômbia se acertaram com a Conmebol e indicaram seus times. Mas pouco antes do início, o Santos - vice da Taça Brasil - comunicou sua desistência da competição, alegando conflito de datas com a edição de estreia do Robertão. Somente o Cruzeiro representou o país. 

Outro desfalque veio do Uruguai, pois o Peñarol - então o campeão da América - também foi vice no campeonato local e sua federação indicou somente o vencedor Nacional. No total, 19 clubes participaram do torneio, divididos em três grupos de cinco, seis e sete equipes.

Buscando as mesmas glórias que o seu rival Independiente, o Racing de Avellaneda, entrou na Libertadores como campeão argentino. No grupo 2 da disputa, enfrentou o compatriota River Plate, os colombianos Santa Fe e Independiente Medellín e os bolivianos Bolívar e 31 de Octubre. Ao fim de dez jogos, La Academia liderou a chave com 17 pontos, oito vitórias e um empate.

Os dois primeiros de cada grupo avançaram à segunda fase, onde juntaram-se ao Peñarol em duas chaves. Aqui, o Racing voltou a jogar contra o River e enfrentou também o peruano Universitario e o chileno Colo Colo. Com mais quatro vitórias, um empate e nove pontos em seis partidas, o time argentino tornou a liderar seu grupo e avançou à final inédita.

Seu adversário foi o Nacional uruguaio, que deixou para trás o Peñarol e o Cruzeiro. O primeiro jogo aconteceu no Estádio Presidente Perón, em Avellaneda, e terminou com empate por 0 a 0. A segunda partida ocorreu no Centenario, em Montevidéu, e outro empate sem gols levou ao jogo-extra, em campo neutro.

A derradeira foi em solo chileno, no Nacional de Santiago, e o Racing levou sua histórica e única Libertadores ao vencer por 2 a 1, gols de João Cardoso, aos 14 minutos, e de Norberto Raffo, aos 43 do primeiro tempo. Milton Viera descontou aos 34 do segundo tempo, mas foi insuficiente.

A campanha do Racing:
19 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 42 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Racing Campeão Mundial 1967

O Mundial de 1967 foi o primeiro em que houve uma tentativa de aproximação entre UEFA, Conmebol e FIFA. A pedido de Concacaf e AFC, que estavam com competições continentais recém-criadas, o presidente Stanley Rous solicitou a incursão de ambas no torneio. Mas UEFA e Conmebol recusaram o negócio, na primeira de muitas negativas que dariam até a década seguinte.

Assim, a edição seguiu intacta, e com a presença de dois clubes estreantes. Pela Europa, o escocês Celtic faturou a Copa dos Campeões em decisão contra a Internazionale, de virada, por 2 a 1. Pela América do Sul, o argentino Racing conseguiu seu primeiro e único título de Libertadores em final contra o Nacional do Uruguai. Após dois empates sem gols na ida e na volta, 2 a 1 na partida extra deu o título à La Academia.

A disputa mundialista teve início no dia 18 de outubro, no Hampden Park, em Glasgow. A primeira partida entre Celtic e Racing foi um tanto truncada, com os jogadores de ambos times atuando de maneira mais dura em divididas e lances com falta. Com o apoio de mais de 83 mil torcedores, o time escocês conseguiu a vitória por 1 a 0, gol de McNeill no segundo tempo.

Em 1º de novembro, o Juan Perón de Avellaneda recebeu o segundo jogo, com incríveis 120 mil torcedores na arquibancada. Por muito pouco, o Celtic não mudou o curso da história, quando abriu o placar com Gemmell aos 23 minutos. O Racing empatou com Raffo aos 34 e as coisas começaram a mudar ali. Aos 3 minutos da etapa final, Cárdenas virou para 2 a 1 e garantiu o jogo extra. O Celtic saiu muito irritado da partida. Além de ter que aguentar provocações e invasão de jornalistas na cobrança de pênalti que originou o gol do time, o vestiário foi invadido por torcedores argentinos. Ainda, uma batalha entre torcedores argentinos e uruguaios eclodiu do lado de fora do estádio.

O desempate foi no Centenario, em Montevidéu, em 4 de novembro. Sob protesto, o Celtic atuou com o apoio de 60 mil uruguaios. Outros cinco mil eram argentinos que atravessaram o Rio da Prata. A partida foi muito tensa, pois os dois times baixaram o sarrafo em campo. O Racing fez o gol da vitória aos dez minutos do segundo tempo, com Cárdenas.

A tensão durante o 1 a 0 seguiu no pós-jogo. Os argentinos não puderam comemoram o título mundial no campo, já que raivosos uruguaios atiravam diversos objetos no campo. A taça foi entregue no vestiário. Já os escoceses voltaram à Europa com a promessa de jamais voltar a jogar na América do Sul. Todos os episódios de violência do segundo e terceiro jogos dariam início a um efeito dominó que seria visto nos anos seguintes.


Foto Arquivo/El Grafico

Palmeiras Campeão Brasileiro 1967 (Taça Brasil)

Depois de vencer a primeira edição do Robertão, o Palmeiras entrou como favorito na disputa da Taça Brasil de 1967. Esta competição ainda contava com uma boa força, e era a qual distribuía as vagas brasileiras da Libertadores na época. Por ser campeão paulista do ano anterior, o Alviverde começou já na semifinal, ao lado do Cruzeiro atual campeão da Taça.

Dessa forma, o time esperou a definição dos adversários. O Treze foi o time vencedor do Grupo Nordeste. O América do Ceará foi campeão do Grupo Norte, e o Atlético-MG foi campeão no Grupo Centro. América-CE e Treze se enfrentaram na fase seguinte, e deu América. O Atlético-MG encarou o Botafogo e se sagrou campeão da Zona Centro-Leste. O América-CE ainda precisou encarar o Náutico, que foi campeão da Zona Norte-Nordeste. Na Zona Sul, o Grêmio levou a melhor e foi para a semifinal. 

Nas quartas de final, o Náutico eliminou o Atlético-MG em uma melhor de três jogos. Na semifinal, as chaves colocaram Cruzeiro x Náutico e Palmeiras x Grêmio. Na primeira, o Náutico acabou com o favoritismo cruzeirense, com uma vitória e um empate em três partidas. A mesma dificuldade teve o Palmeiras, que perdeu a primeira no Olímpico por 2 a 1, mas venceu a segunda e a terceira no Pacaembu por 3 a 1 e 2 a 1, assim eliminado o Grêmio e indo para a final.

Contra o Náutico, três jogos duros. A primeira, na Ilha do Reiro, deu Palmeiras por 3 a 1. Quando seria só confirmar o título em casa, derrota por 2 a 1 no Pacaembu. Desse jeito, foi forçado outro desempate, no Maracanã. E o Palmeiras espantou a zebra ao vencer por 2 a 0, gols de César Maluco e Ademir da Guia. Palmeiras bicampeão da Taça Brasil e tricampeão Brasileiro.

A campanha do Palmeiras:
6 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 12 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Palmeiras Campeão Brasileiro 1967 (Robertão)

O Torneio Roberto Gomes Pedrosa, como campeonato nacional, surgiu em 1967, quando o antigo Torneio Rio-São Paulo foi ampliado com clubes de outros estados, passando a ser conhecido como "Robertão". Este torneio foi a primeira competição a englobar os principais clubes do país e também o primeiro a alcançar uma fórmula vencedora e lucrativa aos seus clubes participantes. Na primeira edição, este campeonato foi organizado pelas federações Carioca e Paulista de futebol. A partir de 1968, a CBD assumiu a organização do torneio e passou a denominá-lo oficialmente de Taça de Prata.

Na edição de estreia, em 1967, participaram 15 times dos estados de São Paulo, Guanabara, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná. Eles foram divididos em dois grupos, mas se enfrentaram todos contra todos. Os dois primeiros colocados de cada grupo avançaram para o quadrangular final. O Palmeiras ficou no grupo B. Ao final das 14 rodadas, liderou com sete vitórias, cinco empates e duas derrotas, seguido pelo Grêmio. Do grupo A, se classificaram Corinthians e Internacional.

O quadrangular final virou um duelo entre SP e RS. O alviverde estreou contra o Internacional, e venceu em Porto Alegre por 2 a 1. No clássico com o Corinthians e na partida fora de casa com o Grêmio, dois empates. Na virada de turno, o Verdão empatou pela terceira vez ao receber o Internacional no Pacaembu. Na penúltima rodada, vitória sobre o Corinthians no Morumbi por 1 a 0.

Líder do quadrangular, recebeu o já eliminado Grêmio no Pacaembu. Frustrando qualquer esperança colorada e corintiana, que se enfrentavam no Sul, o Palmeiras derrotou o time gaúcho por 2 a 1, gols de César Maluco, conquistando assim seu segundo título brasileiro, o primeiro no novo formato.

A campanha do Palmeiras:
20 jogos | 10 vitórias | 8 empates | 2 derrotas | 39 gols marcados | 26 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press