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Palmeiras Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1951

O Torneio Rio-São Paulo passou a ser uma competição regular nos anos 1950. A terceira edição aconteceu em 1951, com o mesmo regulamento da temporada anterior: oito clubes em turno único. Mas, diferentemente do que ocorreu na segunda ocasião, quando o calendário de jogos atravessou a virada do ano, desta vez as partidas foram realizadas entre fevereiro e abril. Portanto, meses antes da Copa Rio Internacional, a primeira competição mundial de clubes.
Campeão paulista de 1950 e garantido na Copa Rio, o Palmeiras utilizou o Rio-SP como balão de ensaio. A estreia foi com vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, seguida por uma goleada histórica por 7 a 1 sobre o Flamengo. Nos cinco jogos restantes, o Verdão venceu três e perdeu dois, o que lhe deixou com dez pontos na tabela. A disputa pelo título foi até o fim com o Corinthians, que também somou dez pontos. Na última rodada, o Palmeiras goleou por 4 a 1 o Vasco fora de casa e precisava secar o rival, que enfrentou o Flamengo em casa. Mas os corinthianos fizeram 3 a 0 e o empate na primeira colocação foi consolidado.
Numa época em que sequer existia o saldo de gols como critério de desempate, tampouco o número de vitórias (o Palmeiras ficaria na frente em ambos), foi preciso marcar dois jogos extras para definir o campeão. Ambos foram no Pacaembu, e o clube que somasse mais pontos levava a taça. O primeiro Derby terminou com vitória palmeirense por 3 a 2. Os gols foram marcados por Liminha, Homero contra a Aquiles.
A vantagem podia fazer com que o Palmeiras até empatasse a segunda partida. Mas o alviverde ganhou novamente para não deixar nenhuma dúvidas. Jair Rosa Pinto marcou duas vezes, o artilheiro do Torneio Rio -São Paulo Aquiles fez outro, e o Verdão faturou o bicampeonato com vitória por 3 a 1.

A campanha do Palmeiras:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empate | 2 derrotas | 31 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Esportiva

Palmeiras Campeão da Copa Rio Internacional 1951

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Os anos 50 foram a redescoberta do futebol no mundo. Foram dez anos de paralisação internacional, entre a Copa de 1938 e os Jogos Olímpicos de 1948. Na Europa, somente alguns países arriscaram manter seus campeonatos em meio a Segunda Guerra Mundial. As coisas só começaram a voltar ao normal a partir do mundial de seleções em 1950, no Brasil.

Encantada pela organização impecável, apesar das dificuldades, a FIFA logo acertou com a CBD uma versão clubes da Copa do Mundo. Nascia então a Copa Rio Internacional. A ideia inicial era convidar os 13 campeões nacionais dos participantes da copa de seleções, mas desistências e decisões técnicas baixaram o número para oito. Ou seis, já que o Brasil não tinha uma competição nacional e Palmeiras e Vasco (campeões paulista e carioca) foram indicados juntos. Esta indicação mudaria para sempre a história palmeirense.

Os participantes foram divididos em dois grupos, um no Maracanã e outro no Pacaembu. O Verdão ficou na segunda chave, junto com o francês Nice, o iugoslavo Estrela Vermelha e o italiano Juventus. Na estreia, o Palmeiras venceu o Nice por 3 a 0. Contra o Estrela, a vitória por 2 a 1 classificou antecipadamente o clube. Na rodada final, o Alviverde foi goleado por 4 a 0 para o Juventus, perdeu a liderança e obrigou-se a viajar de São Paulo para o Rio de Janeiro.

Na condição de vice, com quatro pontos, fez a semifinal foi justamente contra o Vasco. No primeiro jogo, no entanto, os palmeirenses já mostraram sinal de força e venceram por 2 a 1. No segundo jogo, o empate por 0 a 0 selou a vaga na decisão.

Na final, o reencontro com o algoz da Itália, que na fase anterior despachou o Áustria Viena no Pacaembu. Mas o Palmeiras não deu nova chance ao azar, e na primeira partida tratou de abrir vantagem ao vencer por 1 a 0. Na segunda partida, diante de 100 mil torcedores no Maracanã, o Verdão teve que suar. O time ficou duas vezes atrás no placar, tendo que buscar dois empates. Primeiro com Rodrigues, depois com Liminha. O 2 a 2 serviu para o Palmeiras comemorar seu maior título, tratado como mundial pelas manchetes dos jornais da época.

A conquista gera controvérsia até hoje, pois ela ficou esquecida no tempo durante décadas. Desde 2001, dirigentes palmeirenses trabalhavam para que a Copa Rio fosse reconhecida como mundial. A resposta positiva veio em 2007, mas a FIFA voltou atrás meses depois, reclassificando-a como intercontinental. E desde então, ela virou alvo de muita discussão e, principalmente, corneta dos rivais.


Foto Arquivo/Agência O Globo