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Corinthians/Audax Campeão da Copa do Brasil Feminina 2016

Em 2016, a CBF organizou a décima e última edição da Copa do Brasil Feminina antes da interrupção. Àquela altura, a entidade encerrou a competição para criar a partir de 2017 a Série A2 do Campeonato Brasileiro, visto que este já tinha maior importância. O hiato da Copa do Brasil duraria até 2025.

Mais uma vez, 32 equipes participaram do torneio, que seguiu o formato eliminatório simples. O que também continuou como regra foi que, nas duas primeiras fases, se o time visitante vencesse a partida de ida por três ou mais gols de diferença, a volta era automaticamente cancelada.

O título ficou com dois clubes em parceria, o Audax Osasco e o Corinthians. O projeto visava recolocar o time corinthiano no cenário do futebol feminino após anos de inatividade, utilizando a estrutura e o registro federativo do Audax para disputar competições oficiais. A união permitiu que fosse montada uma equipe com jogadoras experientes e jovens talentos, capaz de competir em nível nacional, com Arthur Elias no comando técnico. A parceira durou até 2017, e a conquista da Copa do Brasil significou para o Corinthians o pontapé inicial de uma hegemonia que somou cerca de 20 títulos em voo solo.

O Corinthians/Audax começou a campanha contra o Pinheirense, vencendo por 9 a 0 ida em Osasco, no Estádio José Liberatti, e a volta por 2 a 0 no Pará. Nas oitavas de final, enfrentou o Santos. Após vencer por 3 a 0 em casa, a equipe segurou o empate por 1 a 1 na Vila Belmiro e passou mais uma fase.

Nas quartas de final, o adversário da dupla foi o Flamengo. O empate por 1 a 1 na ida no Rio de Janeiro e a vitória por 1 a 0 na volta em Osasco garantiram a classificação para a semifinal. Contra o Cresspom, do Distrito Federal, o Corinthians/Audax venceu por 2 a 0 o primeiro jogo, no José Liberatti, e perdeu por 2 a 1 em Brasília, conseguindo a vaga na final pela soma dos placares.

Na decisão, o Corinthians/Audax enfrentou o São José, que bateu Intercap-TO, Atlético-AC, JV Lideral-MA e Foz Cataratas. O jogo de ida, disputado no Martins Pereira, terminou empatado por 2 a 2. No confronto de volta, no José Liberatti, a equipe alvinegra e alvirrubra venceu por 3 a 1 e conquistou o título. Pardal abriu o placar, Chú Santos ampliou, e Gabi Nunes marcou o terceiro gol.

A campanha do Corinthians/Audax:
10 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 26 gols marcados | 8 gols sofridos



Foto Lucas Figueiredo/CBF

Kindermann Campeão da Copa do Brasil Feminina 2015

A penúltima edição da Copa do Brasil Feminina, antes da interrupção, aconteceu em 2015. Criada em 2007, a Copa do Brasil tinha como objetivo ampliar a participação de clubes femininos em torneios de âmbito nacional. Vindos de todos os estados do país, 32 equipes disputaram o título.

O torneio manteve seu duradouro formato eliminatório, com confrontos de ida e volta em todas as fases. Nas primeiras duas etapas, se o time visitante vencesse o jogo de ida por três ou mais gols de diferença, o jogo de volta era eliminado. No fim, a taça ficou com o Kindermann, de maneira inédita.

O clube catarinense chegou em 2015 com uma base mantida das temporadas anteriores e experiência acumulada em torneios nacionais. Em 2014, havia sido vice-campeão brasileiro, perdendo a final para a Ferroviária. O clube, sediado em Caçador, mantinha um projeto bem estruturado, sob o comando do presidente Salézio Kindermann e do técnico Josué Kaercher. Porém, meses após a conquista, em dezembro do mesmo ano, Josué foi assassinado, fato que interrompeu as atividades da equipe em 2016 e marcou profundamente o ambiente. Em 2019, o Kindermann passou a atuar em parceria com o Avaí.

O Kindermann iniciou a campanha enfrentando o Comercial-ES na primeira fase, vencendo a ida, fora de casa, por 3 a 0 e eliminando a necessidade da volta. Nas oitavas de final, enfrentou o Abelhas Rainhas, do Piauí. Venceu por 1 a 0 fora e venceu por 3 a 1 em Caçador, no Estádio Carlos Neves.

Nas quartas de final, o Kindermann superou o São José-SP com vitórias por 3 a 0 em casa e empate por 1 a 1 fora, no interior de São Paulo. Na semifinal, o adversário foi o Foz Cataratas. As catarinenses perderam a ida por 1 a 0 em Foz do Iguaçu, mas reverteram o placar em Caçador com vitória por 3 a 0.

Na final, o Kindermann encarou a Ferroviária, na revanche do Brasileiro de 2014. As paulistas eliminaram Cruzeiro-RS, Tuna Luso, São Francisco-BA e Vitória das Tabocas. O primeiro jogo, em Araraquara, terminou empatado em 3 a 3. Na volta, em Caçador, o Kindermann venceu por 5 a 2. Os gols do título foram marcados por Djeni, Byanca Brasil, Daiane Moretti e dois de Sochor.

A campanha do Kindermann:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 22 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Kindermann

Ferroviária Campeã da Copa do Brasil Feminina 2014

A Copa do Brasil Feminina de 2014 foi a oitava edição da competição. Realizada entre janeiro e abril, o torneio voltou a contar com a participação de 32 equipes de diferentes estados. A disputa foi encerrada com o título da Ferroviária, de Araraquara.

O formato da competição seguiu o sistema de mata-mata. Nas duas primeiras fases, o time visitante podia eliminar o jogo de volta se vencesse a primeira partida por três ou mais gols de diferença.

A Ferroviária chegou à competição com o mais antigo projeto estruturado de futebol feminino, mantido em pé desde 2001. A equipe contava com elenco formado por jogadoras experientes, algumas com passagens pela seleção brasileira. A continuidade do trabalho técnico e a base mantida de temporadas anteriores contribuíram para a formação de um grupo competitivo ao longo do torneio. Em 2014, além da Copa do Brasil, a Locomotiva venceu também a segunda edição do Campeonato Brasileiro.

A Ferroviária iniciou sua campanha enfrentando o UDA, de Alagoas. Após golear a ida em casa, na Fonte Luminosa, por 14 a 0, a equipe se classificou ao fazer mais 8 a 0 no segundo jogo fora. Na fase seguinte, recebeu o Sport, vencendo por 11 a 0 em Araraquara e por 4 a 0 em Recife.

Nas quartas de final, as Guerreiras Grenás tiveram como adversário o São Francisco-BA. Na ida, perderam por 3 a 2 na Bahia. Na volta, venceram por 5 a 0 na Fonte Luminosa. Na semifinal, enfrentaram o Picos, vencendo o jogo de ida por 2 a 0 no Piauí, e o de volta em casa por 3 a 0. A equipe contou ao longo da campanha com o destaque de atletas como Luciana, Tayla, Maurine e Nenê.

Na final, a Ferroviária enfrentou o São José-SP, que buscava o tricampeonato e na campanha passou por Foz Cataratas, Rio Preto, Kindermann e Vitória das Tabocas. O primeiro jogo foi realizado na Fonte Luminosa, com vitória grená por 1 a 0. O gol foi marcado por Paula Vicenzo. A volta ocorreu em São José dos Campos, no Martins Pereira, e a Locomotiva perdeu também por 1 a 0. Com o empate no placar agregado, o título foi decidido nos pênaltis. A Ferroviária venceu a disputa por 5 a 4.

A campanha da Ferroviária:
10 jogos | 8 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 50 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Tetê Viviani/Ferroviária

São José-SP Campeão da Copa do Brasil Feminina 2013

Mais uma edição da Copa do Brasil Feminina foi realizada em 2013, a sétima ao todo. Na temporada em questão, o torneio contou com 31 equipes, uma a menos que os anteriores devido à desistência do Sergipe. Fora de campo, a competição passou a ter a companhia do Campeonato Brasileiro, realizado pela primeira vez meses depois da decisão.

Ainda que com um time a menos, o formato mata-mata da Copa foi mantido, bem como a regra da vitória como visitante por três ou mais gols nas duas primeiras fases, que cancelava o jogo de volta.

O São José-SP chegou para o bicampeonato em 2013 como um dos clubes mais estruturados do futebol feminino no Brasil. A equipe também conquistaria o segundo título da Libertadores naquele ano e seria tri continental em 2014, sem contar os títulos paulistas obtidos no mesmo período. Tudo conquistado com base no entrosamento do elenco, que mudou pouco desde 2012.

A Águia do Vale estreou na primeira fase contra o Serra-MT, e a eliminou após vencer a ida por 3 a 1 fora de casa, e a volta por 5 a 0 em casa, no Martins Pereira. Nas oitavas de final, enfrentou o Cresspom. Com empate por 1 a 1 em Brasília e vitória por 4 a 0 em São José dos Campos, foi garantida a classificação para as quartas.

O adversário na próxima etapa foi o Duque de Caxias. No Rio de Janeiro, o São José venceu a ida por 3 a 2. Em casa, nova vitória por 4 a 2 colocou a Águia do Vale na etapa seguinte. A semifinal foi disputada contra o São Francisco-BA. No jogo de ida, em São José dos Campos, a equipe venceu por 3 a 0. Na volta, novo triunfo, por 3 a 2, fechando o confronto com a vaga na final.

Na decisão, o São José enfrentou o Vitória das Tabocas, que superou Cesmac-AL, Caucaia, Sport e Centro Olímpico. O primeiro jogo, disputado no Carneirão, em Vitória de Santo Antão, terminou empatado em 1 a 1. No segundo, jogado no Martins Pereira, a equipe venceu por 4 a 0 e confirmou o bicampeonato de modo invicto. Os gols foram marcados por Formiga, Priscila, Giovânia e Dani Silva.

A campanha do São José-SP:
10 jogos | 9 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 31 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/São José-SP

São José-SP Campeão da Copa do Brasil Feminina 2012

A Copa do Brasil Feminina chegou para 2012 com a vitalidade de sempre, fortalecendo a modalidade no calendário nacional. Em sua sexta edição, mais uma vez participaram 32 equipes de todo do Brasil.

O formato eliminatório da competição foi mantido, com confrontos de ida e volta desde a primeira fase até a final. Nas duas primeiras etapas, a equipe visitante podia eliminar o jogo de volta caso vencesse a primeira partida por dois ou mais gols de diferença.

Um dos mais tradicionais clubes de futebol feminino do país, o São José-SP chegou ao primeiro título da Copa do Brasil embalado pela conquista da Libertadores em 2011. A equipe contava com jogadoras experientes e jovens em ascensão, muitas com passagens pelas seleções de base e principal, o que dava consistência ao elenco para encarar a disputa nacional.

O São José estreou contra o Comercial-ES, vencendo fora de casa por 4 a 0, resultado que garantiu a classificação direta para as oitavas de final sem precisar da segunda partida. Na fase seguinte, o time enfrentou o Kindermann. O jogo de ida terminou empatado por 1 a 1 fora de casa, em Caçador. Na volta, disputada no Martins Pereira, em São José dos Campos, vitória por 1 a 0 garantiu a classificação.

Nas quartas de final, o adversário da Água do Vale foi o Foz Cataratas. A equipe perdeu o jogo de ida por 1 a 0 no Paraná, mas reverteu o confronto no Martins Pereira com vitória por 2 a 0. Na semifinal, o time enfrentou o São Francisco-BA. No jogo de ida, vitória por 4 a 1 em São José dos Campos. No jogo de volta, disputado na Bahia, venceu novamente, por 3 a 2.

Na final, o São José enfrentou o Centro Olímpico, time paulistano que passou por Duque de Caxias, Atlético-MG, Vasco e Vitória das Tabocas. No jogo de ida, no Martins Pereira, vitória azul por 1 a 0, com gol de Karen Rocha. Na partida de volta, no Pacaembu, a Águia venceu por 4 a 2 e levou o primeiro título da Copa do Brasil. Os gols foram marcados por Giovânia, Fran e duas vezes Michele Carioca.

A campanha do São José-SP:
9 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 20 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Foz Cataratas Campeão da Copa do Brasil Feminina 2011

Em 2011, aconteceu a quinta edição da Copa do Brasil Feminina. A já consolidada competição ocorreu entre agosto e novembro, após a realização da Copa do Mundo, e mais uma vez reuniu 32 equipes.

O torneio foi disputado com o mesmo formato 100% eliminatório, adotado em 2008. A única mudança foi a extensão para as oitavas de final da regra da vitória do visitante por três ou mais gols de diferença no jogo de ida, que encerra o confronto sem necessidade da volta.

A competição teve mais um campeão inédito, o Foz Cataratas. Fundado em 2010, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o clube surgiu a partir da parceria entre o narrador Luciano do Valle e o educador físico Alekssandro Fogagnoli. Desde o início, o clube teve como foco a formação de uma equipe competitiva no cenário nacional. Em seu primeiro ano, venceu o Campeonato Paranaense. Em 2011, estreou na Copa do Brasil com o objetivo de consolidar o projeto, sob o comando do técnico Gezi Damasceno.

O Foz Cataratas iniciou sua campanha enfrentando o Flamengo de São Pedro, do Rio Grande do Sul. Na ida em casa, goleou por 9 a 0. Na volta fora, fez 5 a 1. Nas oitavas de final, o adversário foi o Kindermann. A equipe paranaense iniciou o confronto com derrota por 1 a 0 em Santa Catarina, mas venceu no Paraná por 2 a 0 e avançou.

Nas quartas de final, as "Poderosas do Foz" enfrentaram o Santos. Venceram por 2 a 1 em casa e empataram por 0 a 0 fora. Na semifinal, o adversário foi o Viana, do Maranhão. Após empates sem gols, tanto na ida fora quanto na volta em casa, o time paranaense venceu por 7 a 6 nos pênaltis.

Na decisão, o Foz Cataratas enfrentou o Vitória das Tabocas, time pernambucano que eliminou Tiradentes-PI, Caucaia, São Francisco-BA e Rio Preto. Na ida, em Vitória de Santo Antão, no Carneirão, as Poderosas venceram por 2 a 0, gols de Daiane Moretti. Na volta, em Foz do Iguaçu, no Estádio Pedro Basso, venceram por 3 a 0, com mais um gol de Moretti, além dos tentos de Nenê e Andressa Alves. O resultado garantiu ao clube, desativado em 2021, o maior título de sua história.

A campanha do Foz Cataratas:
10 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Christian Rizzi/Gazeta do Povo (gentilmente cedida por Bruno Zanette, a quem o blog agradece)

Duque de Caxias Campeão da Copa do Brasil Feminina 2010

A quarta edição da Copa do Brasil Feminina aconteceu em 2010. Assim com as três edições anteriores, a competição contou com a participação de 32 equipes, representando diversas regiões do Brasil. O torneio também funcionava como classificatória para a Libertadores do ano seguinte.

O regulamento da competição manteve a previsão de confrontos regionalizados e eliminatórios em formato de mata-mata, bem como a regra na primeira fase, que cancelava o jogo de volta caso o time visitante vencesse a primeira partida por três ou mais gols de diferença. Outro critério que seria de importância vital no torneio foi o de número de gols marcados fora de casa.

O título em 2010 ficou com o Duque de Caxias, que chegou ao campeonato com estrutura mantida em parceria o Clube dos Empregados da Petrobrás, ou CEPE. A equipe já havia disputado torneios estaduais e nacionais, com participação regular no Campeonato Carioca e na própria Copa do Brasil.

O Duque de Caxias iniciou sua trajetória na competição enfrentando o Vila Nova-ES na primeira fase. Com uma goleada por 10 a 0 fora de casa, a equipe eliminou a necessidade da partida de volta. Nas oitavas de final, enfrentou o Botucatu, vencendo por 2 a 1 a ida em casa e perdendo pelo mesmo placar a volta fora. Nos pênaltis, a equipe fluminense fez 4 a 3 e avançou de fase.

Nas quartas de final, o adversário foi o Asccop, do Distrito Federal. O Duque de Caxias empatou o primeiro jogo por 1 a 1 fora e venceu a segunda partida por 1 a 0 no Rio de Janeiro. A semifinal foi disputada contra o Mixto, e a equipe venceu os dois confrontos: 5 a 1 em Cuiabá e 5 a 0 em casa.

Na final, foi a vez de enfrentar o Foz do Iguaçu, que bateu Guaíba, Kindermann, Santos e São Francisco-BA. Na ida no Paraná, realizada no Estádio do ABC, o Duque de Caxias perdeu por 2 a 1, com Raquel anotando o gol que deixou o time do Rio de Janeiro vivo no confronto. Na volta, no Estádio Marrentão, Kelly marcou o único gol no primeiro tempo e o Duque de Caxias venceu por 1 a 0. Com o placar agregado em 2 a 2, a equipe fluminense conquistou o título pelo critério do gol fora de casa.

A campanha do Duque de Caxias:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 27 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Vitor Costa/Wikimedia Commons

Santos Campeão da Copa do Brasil Feminina 2009

Em 2009, foi realizada a terceira edição da Copa do Brasil de Feminina, com o objetivo de ampliar a participação feminina no cenário esportivo e oferecer vaga à equipe campeã na Copa Libertadores da América de 2010. Trinta e duas equipes participaram da competição, representando todas as regiões do Brasil.

O torneio foi disputado em formato eliminatório, com confrontos regionalizados em jogos de ida e volta até as quartas de final . As semifinais e a final foram realizada em jogo único, em campo neutro. Assim como aconteceu na edição anterior, nos confrontos da primeira fase, uma vitória por três ou mais gols de diferença fora de casa eliminava a necessidade do jogo de volta.

O Santos chegou à competição de 2009 para buscar o bicampeonato, embalado também pela conquista da Libertadores no mesmo período. Com uma base mantida desde a temporada anterior, o clube já havia consolidado um projeto estruturado no futebol feminino. A equipe ainda contou com o reforço da Rainha Marta e da artilheira Cristiane, já consagradas mundialmente.

As Sereias da Vila iniciaram a campanha enfrentando o Cresspom na primeira fase e venceram por 4 a 1 no Distrito Federal, resultado que dispensou o segundo jogo. Na segunda fase, enfrentaram o Mixto e avançaram com goleadas por 12 a 0 em Cuiabá e por 11 a 0 em Santos.

Nas quartas de final, contra o time paranaense do Mundo Novo, o Peixe venceu a ida fora por 4 a 0 e a volta em casa por 7 a 0. Na semifinal, contra o Pinheirense, do Pará, o time goleou o confronto único em Bauru, no Alfredo de Castilho, por 8 a 0.

Na decisão, disputada no Pacaembu, o Santos enfrentou o Botucatu, que havia passado por Comercial-MS, Saad, Duque de Caxias e São Francisco-BA. Sem maiores dificuldades, as Sereias da Vila venceram por 3 a 0. Os gols da final foram marcados por Marta, aos 10 minutos do primeiro tempo, Cristiane, aos 39 do primeiro tempo, e novamente Marta, aos 26 do segundo tempo.

A campanha do Santos:
7 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 49 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Djalma Vassão/Gazeta Press

Santos Campeão da Copa do Brasil Feminina 2008

A Copa do Brasil de Feminina de 2008 foi a segunda edição da competição nacional organizada pela CBF. A competição reuniu 32 equipes de todas as regiões do país, com o objetivo de promover o desenvolvimento do futebol feminino no calendário nacional.

O Santos chegou à edição de 2008 com um projeto em consolidação dentro do futebol feminino. O clube já vinha investindo na categoria e havia estruturado uma equipe competitiva, mesclando jovens atletas e reforços experientes. Com uma comissão técnica estável e calendário de treinos regulares, o time entrou na competição com entrosamento, conseguindo o primeiro título nacional de sua história.

O torneio seguiu o formato eliminatório em confrontos regionalizados de ida e volta desde a primeira fase até a final. Na primeira fase, caso o time visitante vencesse a partida de ida por três ou mais gols de diferença, a volta era dispensada. O critério de classificação utilizado foram os estaduais de 2007. Nos estados sem competição, o Ranking Nacional das Federações serviu para definição das equipes.

O Santos iniciou sua campanha enfrentando a Desportiva e venceu por 5 a 0 fora de casa, no Espírito Santo, garantindo a classificação direta sem a necessidade da segunda partida. Nas oitavas de final, superou o Atlético-MG com vitórias por 3 a 0 fora e 3 a 1 em casa.

Nas quartas de final, o Peixe derrotou as paulistas do Saad por 3 a 1 na ida fora e por 2 a 1 na volta em casa. Na semifinal, enfrentou o Kindermann, vencendo por 3 a 0 tanto o primeiro jogo, na cidade catarinense de Caçador, quanto o segundo, realizado na Vila Belmiro.

Na decisão, o adversário foi o Sport, que eliminou Portuguesa-PB, Tiradentes-PI, Parnamirim-RN e Boa Vontade-MA. No primeiro jogo, em Recife, as Sereias da Vila venceram por 3 a 1, com dois gols de Suzana e um de Ketlen. No segundo jogo, realizado no Estádio Ulrico Mursa, em Santos, o time venceu novamente, desta vez por 3 a 0. Os gols foram marcados por Pikena, Fran e Ketlen. Com esse resultado, o Peixe conquistou o título da Copa do Brasil.

A campanha do Santos:
9 jogos | 9 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 28 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Aldo Carneiro Costa/Gazeta Press

Copa do Brasil Feminina: como surgiu e a primeira edição

A criação da Copa do Brasil de Futebol Feminino em 2007 marcou um ponto de virada para o futebol feminino no Brasil, que até então enfrentava uma trajetória marcada por abandono institucional, falta de investimento e ausência de competições regulares em nível nacional. Embora seja comum dizer que não existia nenhuma competição nacional até então, houve sim tentativas anteriores de organizar campeonatos que abrangessem o país inteiro, mas com curta duração e sem continuidade.

Entre essas tentativas destacam-se a Taça Brasil de Futebol Feminino, entre 1983 e 1988, o Torneio Nacional, em 1990 e 1991, o Campeonato Nacional, entre 1994 e 2001, e a Liga Nacional Interclubes, promovido pela extinta LBF (Liga Brasileira de Futebol Feminino) entre 2006 e 2007. No entanto, nenhuma dessas iniciativas se consolidou como um torneio nacional estável, com calendário garantido e apoio institucional duradouro.

Em 2007, pressionada pela FIFA e pelo Estatuto do Torcedor, a CBF decidiu criar a Copa do Brasil de Futebol Feminino. A entidade foi motivada não apenas pelas recomendações da entidade internacional e do código, mas também pela crescente visibilidade de jogadoras brasileiras no exterior, como Marta, Cristiane e Formiga, que começavam a se destacar na seleção e em clubes fora do país. A criação do torneio foi uma resposta a esse cenário, integrando os diversos estados e dando oportunidade para equipes femininas de todo o país.

Esse impulso também se apoiava nos bons resultados da seleção brasileira. Em 2004, o Brasil conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, perdendo a final para os Estados Unidos apenas na prorrogação. Três anos depois, em 2007, o país viveu um de seus maiores momentos no futebol feminino ao vencer o ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e chegar à final da Copa do Mundo, disputada na China, quando perdeu para a Alemanha. Esses resultados reforçaram a ideia de que o Brasil tinha talento e potencial de sobra, mas carecia de estrutura e investimento para consolidar sua força na modalidade.

A competição foi organizada em um formato que misturou mata-mata e quadrangulares, com 32 clubes de várias regiões do país. Os confrontos eram disputados em jogos de ida e volta, e os critérios de classificação seguiam o modelo tradicional das competições eliminatórias. Pela primeira vez, equipes femininas puderam disputar um torneio nacional com o selo oficial da CBF, o que representava um pequeno avanço frente ao cenário de abandono que a modalidade vinha enfrentando há décadas.

Naquela edição inaugural, o título ficou com a equipe do Mato Grosso do Sul/Saad, que surpreendeu com um elenco forte e bem estruturado, dentro de uma parceria do clube de São Paulo com patrocinadores sul-mato-grossenses. Na final, enfrentou o Botucatu, de São Paulo. Em partida única, disputada em Brasília, o Saad empatou por 1 a 1 no tempo normal e venceu por 5 a 4 nos pênaltis, conquistando o título da primeira Copa do Brasil de Futebol Feminino.

(Time do MS/Saad, campeão da Copa do Brasil Feminina de 2007)

A realização da Copa do Brasil Feminina teve grande importância para o desenvolvimento da modalidade. Ela funcionou como um instrumento de estímulo aos clubes, federações estaduais e patrocinadores, além de abrir caminho para a profissionalização e estruturação de um calendário mais sólido. Seis anos depois, em 2013, foi organizada a primeira edição do Campeonato Brasileiro. A Copa do Brasil seria encerrada em 2016, substituída pela Série A2 do Brasileirão em 2017.

A volta da Copa do Brasil Feminina

Em 2025, foi anunciada a volta da Copa do Brasil, nove anos após sua descontinuidade, em um novo momento de crescimento do futebol feminino brasileiro, que foi novamente prata nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, e sede da Copa do Mundo Feminina de 2027. A história iniciada em 2007 terá novos capítulos, marcando ainda mais o processo de integração nacional e valorização das atletas.

(Time do MS/Saad, campeão da Copa do Brasil Feminina de 2007)