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Shakhtar Donetsk Campeão da Liga Europa 2009

A Copa da UEFA de 2009 marcou o fim da competição que durou 38 edições. Ou melhor, foi o ponto final para seu nome. A partir de 2010, a Liga Europa assumiria tudo de sua antecessora: taça, ranking e toda a história contada desde 1972.

O "último" campeão da Copa da UEFA não disputou todo o torneio. O Shakhtar Donetsk, clube da Ucrânia, que tornou-se no primeiro ucraniano de maneira independente a vencer um título europeu. O time foi fundado em 1936, porém nunca passou de ser time médio nos tempos de União Soviética. O sucesso só viria a partir da década de 1990, com o ápice em 2009, lotado de brasileiros: Fernandinho, Ilsinho, Jadson, Willian e Luiz Adriano formavam o quinteto de meio e ataque da equipe comandada por Mircea Lucescu.

Conhecido também como "hirnyky" (mineiros), o Shakhtar estava originalmente na disputa da Liga dos Campeões. Não teve força suficiente para superar Barcelona e Sporting, entretanto superou de longe o Basel e ficou na terceira posição do grupo A, que o transportou para o mata-mata da Copa da UEFA. Na terceira fase do outro campeonato, inciou a trajetória contra o Tottenham. No primeiro jogo, venceu por 2 a 1 no Olímpico de Donetsk. Na segund partida, empatou por 1 a 1 no White Hart Lane, em Londres.

Nas oitavas de final, o adversário foi CSKA Moscou. Na ida, o Shakhtar foi derrotado por 1 a 0 no Luzhniki. Na volta, a equipe laranja e preta reverteu o confronto ao vencer por 2 a 0 em casa, gols de Fernandinho e Luiz Adriano. Nas quartas, a classificação foi obtida sobre o Olympique Marselha. Na primeira partida, vitória por 2 a 0 em Donetsk. No segundo jogo, no Vélodrome, o triunfo foi por 2 a 1, de virada.

A semifinal reservou dois confrontos históricos para a Ucrânia, os clássicos entre Shakhtar e Dínamo Kiev valendo vaga em final europeia. A ida foi disputado no Estádio Lobanovsky, na capital ucraniana, e ficou no empate por 1 a 1, no gol de Fernandinho no segundo tempo. A volta aconteceu no Olímpico de Donetsk. Jadson abriu o placar no primeiro tempo, mas o rival conseguiu o empate e levou assim até os 44 da segunda etapa, quando Ilsinho fez 2 a 1 e colocou o Shakhtar na decisão.

A final foi jogada contra o Werder Bremen, que bateu Milan, Saint-Étienne, Udinese e Hamburgo. O palco foi na Turquia, no Sükrü Saracoglu, em Istambul. O Shakhtar saiu na frente aos 25 do primeiro tempo, no gol de Luiz Adriano. Dez minutos depois, veio o empate alemão e assim permaneceu até o fim. Na prorrogação, aos sete da primeira etapa, Jadson anotou o tento do título, com placar de 2 a 1.

A campanha do Shakhtar Donetsk:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 14 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Martin Rose/Bongarts/Getty Images

LDU Quito Campeã da Copa Sul-Americana 2009

A Copa Sul-Americana passou por uma nova modificação em 2009. No caso, foi a retirada dos convites para clubes da Concacaf. De tal forma, o número de participantes caiu para 31, num mata-mata quase perfeito (só o campeão entrou diretamente nas oitavas de final), em cinco fases.

O fim dos anos 2000 foi uma época muito marcante para muitas equipes da Conmebol. Entre elas, a LDU Quito, que levou o Equador ao primeiro título de Libertadores em 2008. No ano seguinte, foi a vez de chegar lá na Sul-Americana. Em comum entre as duas conquistas, o Rio de Janeiro - e em especial, o Fluminense.

A campanha da Liga teve início contra o Libertad, na primeira fase. Venceu a ida por 1 a 0 no Casa Blanca e empatou a volta por 1 a 1 no Paraguai. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o Lanús. O primeiro jogo foi em Quito, com goleada equatoriana por 4 a 0. A segunda partida aconteceu em La Fortaleza, e a LDU voltou de lá com empate por 1 a 1 na bagagem.

Nas quartas, o adversário foi o Vélez Sarsfield. A ida foi disputada em Buenos Aires, e os albos conseguiram outro empate por 1 a 1. A volta no Casa Blanca foi sofrida, mas a LDU conseguiu vencer, de virada, por 2 a 1. A semifinal foi contra o River Plate do Uruguai. Em Montevidéu, derrota equatoriana por 2 a 1. Em Quito, a Liga reverteu com maestria, goleando por 7 a 0.

A final da Copa Sul-Americana de 2009 colocou o Fluminense novamente na vida da LDU. Em 2008, eles decidiram a Libertadores. Os brasileiros chegaram lá depois de eliminar Flamengo, Alianza Atlético, Universidad de Chile e Cerro Porteño. Tal qual um ano antes, a primeira partida foi realizada no Casa Blanca. E tal qual um ano antes, a Liga saiu vencedora, por 5 a 1, de virada e ao natural. Três gols foram marcados por Édison Méndez, com mais um de Franklin Salas e outro de Ulises De La Cruz

O segundo jogo foi no Maracanã, contra um time embalado e ainda desesperado para não cair no Brasileirão. Podendo levar até quatro gols, a LDU não jogou bem. Sofreu dois no primeiro tempo e mais um no segundo. De La Cruz e Jairo Campos foram expulsos na partida, mas a equipe soube sofrer, e derrota por 3 a 0 acabou com uma das mais felizes da história da Liga.

A campanha da LDU Quito:
10 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 23 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Marino Azevedo/AZ Press/Gazeta Press

Barcelona Campeão da Liga dos Campeões 2009

Para muita gente, o Barcelona que atuou entre os anos de 2009 e 2012 foi um dos melhores times da história do futebol. Até hoje, o trabalho feito pelo técnico Pep Guardiola é lembrado. O trio Lionel Messi, Andrés Iniesta e Xavi Hernandez povoa qualquer lista de maiores parcerias do esporte em todos os tempos. E o estilo de jogo, de posse de bola e toque envolvente, recebeu até um nome próprio: tiki-taka.

A primeira consagração daquela equipe aconteceu na Liga dos Campeões de 2009, na campanha do tricampeonato blaugrana. O início se deu ainda na terceira preliminar, no confronto com o Wisla Cracóvia, da Polônia. Na ida, vitória por 4 a 0 no Camp Nou. Na volta, derrota por 1 a 0 fora. Depois, no grupo C, o Barça enfrentou Basel, Shakhtar Donetsk e Sporting. Em seis jogos, bastaram quatro vitórias e um empate para a classificação, com 13 pontos e na liderança. A vaga nas oitavas de final veio na quarta rodada, no empate por 1 a 1 em casa com o rival da Suíça.

Na fase seguinte, o Barcelona passou pelo Lyon com empate por 1 a 1 na França e vitória por 5 a 2 na Espanha. Nas quartas de final, foi a vez de eliminar o Bayern de Munique com um belo 4 a 0 no Camp Nou e outro empate fora por 1 a 1.

Na semifinal, o adversário foi o Chelsea. Na primeira partida, empate sem gols. No segundo jogo, o Barça buscou o 1 a 1 que o levou à decisão aos 48 minutos do segundo tempo, no gol salvador e dobrado de Iniesta.

A final foi contra o então campeão Manchester United, que deixou para trás Celtic, Aalborg (Dinamarca), Internazionale, Porto e Arsenal. O local da partida foi o Olímpico de Roma. O duelo começou a ser definido aos 19 minutos do primeiro tempo, quando Samuel Eto'o abriu o placar blaugrana. Messi, de cabeça, fez 2 a 0 aos 25 do segundo tempo e passou a régua na terceira conquista catalã, a que demarcou uma nova era no futebol.

A campanha do Barcelona:
15 jogos | 8 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 36 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Manu Fernandez/AP

Brasil Campeão da Copa das Confederações 2009

Passados quatro anos, igualmente ao que acontece com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a Copa das Confederações voltou a dar o ar da graça em 2009. Foi na África do Sul, num verdadeiro teste de fogo para o país de Nelson Mandela, mirando o Mundial do ano seguinte.

Campeão da Copa América, o Brasil foi novamente o principal favorito ao título, mas desta vez com a forte concorrência da Espanha, vencedora da Eurocopa. A Itália, mesmo sendo campeã da Copa, não aparentava tanto brilho e correu por fora. Os demais participantes foram Estados Unidos, Egito, Nova Zelândia e Iraque.

No grupo B, o Brasil começou a trajetória do tricampeonato com sofrida vitória por 4 a 3 sobre o Egito. Na segunda rodada, as coisas se tranquilizaram nos 3 a 0 sobre os Estados Unidos. No fim, contra uma fragilizada Itália, nova vitória por 3 a 0 valeram os nove pontos e a classificação na primeira posição. As outras seleções marcaram três pontos cada, e o saldo e os gols pró definiram: norte-americanos em segundo, com quatro e menos dois, italianos em terceiro, com três e menos dois, egípcios em último, com três e menos três.

No grupo A, a Espanha não sofreu gols, também venceu todas e somou nove pontos. A anfitriã África do Sul foi vice com quatro, enquanto Iraque e Nova Zelândia voltaram para casa sem vitórias e sem balançarem as redes.

Na semifinal, a Canarinho passou pelo time sul-africano ao vencer por 1 a 0, gol de falta de Daniel Alves. Mas a esperada final com a Espanha melou um dia antes, por que a Fúria levou 2 a 0 dos Estados Unidos. Na disputa do terceiro lugar, a equipe espanhola derrotou a dona da casa por 3 a 2.

Brasil e Estados Unidos jogaram a final no Ellis Park, em Johannesburgo. E quase que o US Team cometeu outro crime, pois abriu dois gols de vantagem no primeiro  tempo, com Clint Dempsey, aos dez minutos, e Landon Donovan, aos 27. Os brasileiros reagiram no segundo tempo. Luís Fabiano descontou no minuto um e empatou aos 29. Aos 39, Lúcio marcou de cabeça e virou para 3 a 2. De maneira dramática, o Brasil - comandado pelo técnico Dunga - chegou ao seu terceiro título de Copa das Confederações, o primeiro ganhando todas as partidas.

A campanha do Brasil:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 14 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Pierre-Philippe Marcou/AFP/Getty Images

Estudiantes Campeão da Libertadores 2009

Das derrotas que doem e das vitórias que lavam a alma, a final da Libertadores de 2009 é, sem dúvidas, uma das mais lembradas. De um lado, uma quebra de 39 anos de fila. Do outro, uma virada dentro de casa. Assim se resume o tetracampeonato do Estudiantes. E o vice do Cruzeiro.

O caminho do clube pincharrata teve início antes da fase de grupos. Foi contra o Sporting Cristal, na preliminar (ou pré-Libertadores). E quase que acabou ali mesmo, pois os argentinos perderam na ida por 2 a 1, no Peru. Na volta, em La Plata, vitória por 1 a 0 e classificação pelo gol fora de casa.

No grupo 5, os adversários foram Deportivo Quito, Universitario de Sucre e... Cruzeiro! A estreia argentina foi contra os mineiros, com derrota por 3 a 0 em Belo Horizonte. Os argentinos se recuperaram a tempo, golearam os brasileiros por 4 a 0 em casa, na quarta rodada, e beliscaram o segundo lugar na última partida, ao empatarem sem gols com o Sucre, na Bolívia.

Com dez pontos e três vitórias, o Estudiantes chegou nas oitavas de final, que acabaram sem os mexicanos Chivas Guadalajara e San Luís. A pandemia de Gripe H1N1 teve início no México, em 2009, e os clubes retiraram-se ao não toparem fazer jogos únicos fora do país.

O pincharrata seguiu a vida e eliminou o Libertad com 3 a 0 em casa e 0 a 0 fora. Nas quartas, passou pelo Defensor com duas vitórias por 1 a 0, em Montevidéu e La Plata. Na semifinal, derrubou outro uruguaio, o Nacional, com 1 a 0 em casa e 2 a 1 fora.

O reencontro com o Cruzeiro deu-se após os mineiros baterem Universidad de Chile, São Paulo e Grêmio. A ida foi no Ciudad de La Plata, e terminou 0 a 0. A volta aconteceu no Mineirão, em Belo Horizonte, e o Estudiantes saiu perdendo aos sete minutos do segundo tempo. Tudo perdido? Não, pois Gastón Fernández empatou aos 12 e Mauro Boselli virou para 2 a 1 aos 27. O destino do título reencontrou a trilha de quatro décadas.

A campanha do Estudiantes:
16 jogos | 10 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 21 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images

Santos Campeão da Libertadores Feminina 2009

Quase 50 anos depois da criação da Libertadores, a Conmebol fez a versão feminina da competição, em 2009. Ela nasceu com algumas particularidades, que preserva até os dias atuais, mais de dez anos depois. Diferentemente da versão masculina, que ocorria por todo um semestre e atualmente leva a temporada inteira, a Libertadores Feminina é jogada no formato de tiro curto, com todos os representantes se encontrando em um país-sede predefinido e em, no máximo, um mês de duração.

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Desde a primeira edição da Libertadores Feminina, em 2009, as atuações e os números refletiram o nível em que cada país sul-americano se encontra na modalidade. São oito títulos para o Brasil, contra um cada de Paraguai, Chile e Colômbia. E a primeira taça brasileira veio logo na estreia, com o Santos. O clube paulista chegou lá através do título da Copa do Brasil de 2008.

Dez times, um de cada federação, dirigiram-se até o Estado de São Paulo para a disputa, divididos em dois grupos de cinco. Donas da casa, as Sereias da Vila atuaram por toda a primeira fase na Vila Belmiro, enquanto a outra chave jogou no Guarujá. Foi uma fase sem adversárias a altura.

Na estreia, o Santos venceu por 3 a 1 o White Star, do Peru. Na segunda rodada, aplicou 12 a 0 no Enforma Santa Cruz, da Bolívia. Depois de folgar o terceiro giro, o Santos goleou por 11 a 0 o Caracas. Na rodada final, 3 a 1 sobre o Everton, do Chile classificou a equipe santista na liderança, com 12 pontos, cinco a mais que a vice, as próprias chilenas.

As duas chaves da semifinal foram jogadas no Pacaembu, na capital paulista, e o Santos teve que encarar o Formas Íntimas, da Colômbia. A vaga na decisão foi conquistada com outra goleada, a mais "econômica" delas, por 5 a 0.

A final foi disputada contra o Universidad Autónoma, do Paraguai. Jogando de volta na Vila Belmiro, o Santos chegou ao primeiro título da Libertadores Feminina com mais um placar dilatado. Foi 9 a 0, bem colaborativo: a Rainha Marta fez dois gols, enquanto os outros sete ficaram distribuídos entre Maurine, Érika, Fran, Thais, Suzana, Dani e Ketlen.

O resultado poderia ter sido ainda maior se Cristiane estivesse em campo. Com 15 gols, a atacante foi a artilheira do torneio, com mais que o dobro que a vice Marta (que anotou sete).

A campanha do Santos:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 43 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Ricardo Saibun/Gazeta Press

Barcelona Campeão Mundial 2009

Após quatro edições bem sucedidas do Mundial de Clubes no Japão, a FIFA fez a roda girar a partir de 2009. Assim como acontece na Copa do Mundo, o torneio de clubes passou sedes diferenciadas a cada dois anos. No primeiro processo eleitoral, ainda em 2008, Austrália, Japão, Portugal e Emirados Árabes entraram na disputa, vencida pelo país do Oriente Médio.

O Mundial trocou a kasa pela cafia. A primeira competição no mundo árabe foi uma das mais emocionantes desta nova era. O Barcelona representou a Europa pela terceira vez, depois de ser tri da Liga dos Campeões em final contra o Manchester United. Pela América do Sul, o Estudiantes acabou com 41 anos de hiato, foi tetra da Libertadores em cima do Cruzeiro e confirmou presença.

Das outras confederações, apareceram: o mexicano Atlante, campeão da Concacaf; o sul-coreano Pohang Steelers, vencedor da Ásia; o congolês Mazembe, campeão africano; e o Auckland City, vencedor pela Oceania. Do anfitrião, o Al-Ahli, de Dubai, venceu a liga local e fechou a sétima vaga.

Al-Ahli e Auckland fizeram a abertura do Mundial, com vitória do time da Nova Zelândia por 2 a 0. Nas quartas de final, o Pohang, de virada, venceu o Mazembe por 2 a 1 e o Atlante aplicou 3 a 0 nos neo-zelandeses. Na semifinal, o Estudiantes foi o primeiro a entrar em campo. Contra o time da Coreia do Sul, os argentinos venceram por 2 a 1.

A estreia do Barcelona foi no dia 16 de dezembro, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Contra o Atlante, um susto quando o clube catalão saiu perdendo. Mas Sergio Busquets, Lionel Messi e Pedro consertaram a situação virando para 3 a 1, confirmando a final lógica. Na disputa do quinto lugar, o Auckland derrotou o Mazembe, e no duelo pelo terceiro, o Pohang venceu nos pênaltis os mexicanos.

Com um ano e meio no comando da equipe, Pep Guardiola montou um verdadeiro esquadrão, baseado no toque de bola e na genialidade de Andrés Iniesta, Xavi e Messi (que seria o melhor do mundo pela primeira vez em 2009). Mas o primeiro não pôde participar da decisão, pois fora machucado na semifinal. Barcelona e Estudiantes jogaram no dia 19, no Zayed Sports City.

Um susto ainda maior quase colocou tudo a perder: aos 37 minutos do primeiro tempo, Mauro Boselli abriu o placar aos argentinos. Mesmo dominando a partida, o empate catalão custou a acontecer, vindo só aos 44 do segundo tempo, com Pedro. Os fantasmas de 1992 e 2006 precisavam ser exorcizados, e coube a Messi fazer o gol da virada, de cabeça, aos cinco do segundo tempo da prorrogação. O 2 a 1 no resultado fazia justiça não só em campo, mas também na história, dando o último título que faltava à galeria blaugrana. Símbolo de luta e resistência da Catalunha, o Barça enfim conseguia seu Mundial.


Foto Hassan Ammar/AP

São Raimundo-PA Campeão Brasileiro Série D 2009

A história do Campeonato Brasileiro da Série D começou a ser contada em 2008, um ano antes de sua criação. Na época, a CBF anunciou que a terceira divisão seria, a partir de 2009, com 20 participantes fixos. Logo, os clubes sem divisão passariam a disputar os estaduais com o pensamento de buscar uma vaga no inédito quarto nível do futebol nacional.

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A primeira edição da Série D foi no mesmo 2009, e contou com 40 equipes. Na verdade, 39, pois nenhum time do Acre se habilitou. Assim, a competição ficou dividida em dez grupos. Entre os participantes, os de mais renome foram Paulista, Londrina, Ituano e Uberlândia, todos já com conquistas nacionais. Mas o primeiro campeão da Série D foi uma surpresa vinda do oeste do Pará: o São Raimundo de Santarém se classificou à competição depois do vice no estadual do mesmo ano.

Na fase de grupos, o clube paraense ficou na chave A2. Enfrentando Tocantins de Palmas, Moto Club e Cristal do Amapá, o Pantera Negra terminou na liderança com 10 pontos em seis partidas, sendo a mais lembrada a vitória por 4 a 1 sobre o Tocantins fora de casa.

Para a segunda fase, 20 equipes em um mata-mata. O adversário do São Raimundo foi o Genus de Rondônia. Na ida em Porto Velho, empate por 1 a 1. Na volta em Santarém, vitória por 3 a 1 e vaga na terceira fase, onde o time alvinegro reencontrou o Cristal. E na ida em Macapá, nova goleada por 4 a 1. Na volta em casa, um susto com a derrota por 3 a 1. Classificado, o São Raimundo participou da bizarra fase de quartas de final.

Dos dez times da terceira fase, cinco avançaram normalmente, enquanto os três "melhores derrotados" completaram as vagas. E quem o Pantera enfrentou nas quartas? O Cristal! Valendo o acesso, o São Raimundo empatou por 1 a 1 a ida no Amapá e venceu por 2 a 0 a volta no Pará. Com a inédita vaga à Série C na mão, o time paraense enfrentou o Alecrim na semifinal. Com vitória por 3 a 1 no Colosso do Tapajós e empate por 2 a 2 em Natal, o Pantera chegou a uma final histórica.

O adversário do clube na primeira decisão de Série D foi o Macaé. A primeira partida foi disputada no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Lá, o São Raimundo ficou duas vezes na frente do placar, mas sofreu a virada no segundo tempo e perdeu por 3 a 2. Nenhum alarde, já que havia a regra do gol fora de casa.

A segunda partida foi no Colosso do Tapajós, com mais de 17 mil torcedores são-raimundinos. Desta vez a virada foi contrária: os cariocas marcaram primeiro e o Pantera virou em três minutos na metade final do segundo tempo. Por 2 a 1, o São Raimundo se tornou o primeiro campeão da Série D, parando Santarém em festa.

A campanha do São Raimundo-PA:
16 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 29 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Antônio Cícero/Futura Press

América-MG Campeão Brasileiro Série C 2009

A grande revolução da Série C ocorreu em 2009. Os 63/64 participantes das temporadas anteriores foram condensados em 20: os times entre o 5º e o 20º lugares da disputa anterior mais os quatro rebaixados da segunda divisão. Estes clubes foram divididos em quatro grupos. A mudança tornou viável a criação da Série D, que passou a receber os times de bom desempenho nos estaduais. E obviamente, a Série C começou a contar com o rebaixamento das equipes lanternas de cada chave.

O primeiro campeão desta nova era foi um velho conhecido, que aos poucos remava para deixar a crise. No intervalo entre 2004 e 2007, o América-MG foi da Série B para o Módulo II estadual. A retomada começou com a vaga na terceira divisão em 2008, e a continuidade para o ano seguinte.

Na primeira fase, o América ficou no grupo 3, ao lado de Mixto, Gama, Boa Esporte (na época, Ituiutaba) e Guaratinguetá. O começo foi com duas vitórias em casa por 2 a 0, sobre Gama e Guaratinguetá. Na sequência, fora de casa, empatou sem gols com o rival mineiro e venceu por 1 a 0 o time mato-grossense. No returno, vitórias no Independência, por 2 a 0 sobre o ex-Ituiutaba e por 5 a 1 sobre o Mixto e derrotas por 2 a 0 no interior paulista e em Brasília. O Coelho terminou a fase classificado na liderança, com 16 pontos.

No novo formato de Série C, a segunda fase já valia o acesso. Nas quartas de final, o América enfrentou o Brasil de Pelotas. A ida foi no Bento Freitas e terminou com empate por 0 a 0. A volta foi no Independência lotado, que viu o Coelho obter a vaga na Série B com vitória por 3 a 1.

Na semifinal, um reencontro com o Guaratinguetá. O primeiro jogo foi no Dário Rodrigues Leite, com derrota por 2 a 1. No segundo jogo em Belo Horizonte, o América devolveu o placar. Nos pênaltis, vitória por 7 a 6 e vaga na final.

A última disputa foi contra o ASA, na decisão. A primeira partida, mais uma vez, foi fora de casa, no Coracy da Mata, em Arapiraca. Com uma atuação de gala, o time de Evanílson, Wellington Paulo, Irênio e Bruno Mineiro (e o "Filho do Vento" Euller no banco de reservas) aplicou 3 a 1 no time alagoano e encaminhou o título.

A confirmação da conquista do Coelho veio na segunda partida, no Independência, com a vitória por 1 a 0 obtida com gol do artilheiro Bruno Mineiro nos acréscimos. Doze anos depois de ter vencido a Série B, o América-MG voltava à sua disputa por meio do título da Série C.

A campanha do América-MG:
14 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 29 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Pedro Vilela/Futura Press

Vasco Campeão Brasileiro Série B 2009

O Vasco encarou seu primeiro rebaixamento no Brasileiro no ano de 2008, e em 2009 desembarcou pela primeira vez no território da Série B. A competição já estava estabilizada no formato de pontos corridos e com 20 participantes. A missão vascaína se tornava a mesma de Corinthians, Atlético-MG, Grêmio, Palmeiras e Botafogo: voltar à elite na primeira oportunidade.

A estreia do Cruz-maltino foi positiva, com vitória de 1 a 0 sobre o Brasiliense em São Januário. O gosto da liderança veio pela primeira vez na terceira rodada, após vencer por 3 a 0 o Atlético-GO em casa. No jogo seguinte ocorreu a primeira derrota, de 3 a 1 para o Paraná na Vila Capanema, que tirou o Vasco da ponta.

O time então encarou uma sequência de sete partidas sem vencer, que lhe afastou da briga com Guarani e Atlético-GO, os novos líderes. Na 10ª rodada o time voltou a vencer, fazendo 3 a 0 na Ponte Preta em casa. Este resultado marcou a retomada vascaína, que voltou à liderança na 19ª rodada, ao vencer por 4 a 0 o Ipatinga em São Januário. Dali para a frente, ninguém mais encostou no Vasco.

O acesso do Cruz-maltino aconteceu na 34ª rodada, depois da vitória de 2 a 1 sobre o Juventude no Maracanã. O título foi confirmado na 36ª partida, uma vitória também de 2 a 1 no Maracanã, mas sobre o América-RN. A equipe de Philippe Coutinho, Fernando Prass e Alan Kardec foi campeã com uma bela campanha, de 76 pontos em 38 jogos, com 22 vitórias, dez empates e seis derrotas.

Foram sete pontos de vantagem sobre o vice Guarani, que também subiu de divisão, ao lado de Ceará e Atlético-GO. Das três passagens do Vasco pela segunda divisão, esta foi a melhor de todas.

A campanha do Vasco:
38 jogos | 22 vitórias | 10 empates | 6 derrotas | 58 gols marcados | 29 gols sofridos


Foto Alex Carvalho/AGIF

Flamengo Campeão Brasileiro 2009

O Campeonato Brasileiro de 2009 foi o mais disputado da era dos pontos corridos. Palmeiras, São Paulo, Internacional e Flamengo tentaram até o último jogo, e foi o Rubro-negro foi o mais competente, conquistando sua sexta taça.

Mas o Flamengo custou a chegar próximo da liderança, teve muitos altos e baixos. A estreia foi com derrota para o Cruzeiro por 2 a 0 no Mineirão. A primeira vitória foi na terceira rodada, sobre o Santo André por 2 a 1 fora de casa.

Na quarta rodada ocorreu a estreia do atacante Adriano, o principal nome flamenguista no campeonato. E ele começou a trajetória com gol e vitória, por 2 a 1 sobre o Athletico-PR no Maracanã. Alguns maus resultados, como a goleada de 5 a 0 para o Coritiba no Couto Pereira, na sexta rodada, e o empate em 1 a 1 com o Barueri em casa, na 13ª rodada resultaram na troca de técnicos no Flamengo.

Andrade assumiu com quatro títulos da época de jogador em seu currículo, e o time melhorou de produção. Na 14ª rodada, o Fla venceu o Santos por 2 a 1 na Vila Belmiro. O primeiro turno encerrou com o time na sétima posição, oito pontos menos que o líder Internacional. O segundo turno começou, e parecia que a briga ficaria restrita a Internacional e Palmeiras, que assumiu o primeiro lugar na 21ª rodada e ficou ali até a 33ª rodada, quando o São Paulo o ultrapassou. Uma rodada antes, o Flamengo teve sua última derrota no torneio (2 a 0 para o Barueri fora de casa), e se encontrava na sexta posição.

Nas seis partidas seguintes, o Rubro-negro teve cinco vitórias e um empate. A liderança foi pega na 37ª rodada, com a vitória sobre o Corinthians por 2 a 0 fora de casa. Na última rodada, quatro times jogaram com chances de ser campeão. O Palmeiras foi o único que perdeu (2 a 1 para o Botafogo), enquanto o São Paulo goleou (4 a 0 sobre o Sport), assim como o Internacional (4 a 1 sobre o Santo André), com os gaúchos frequentando a primeira posição durante um tempo.

O Flamengo sofreu um pouco, mas derrotou o Grêmio por 2 a 1, de virada, no Maracanã, e comemorou o título no final. O Fla encerrou a competição com 67 pontos, 19 vitórias, dez empates e nove derrotas, uma campanha que coroou o entrosamento da dupla Adriano e Petkovic.

A campanha do Flamengo:
38 jogos | 19 vitórias | 10 empates | 9 derrotas | 58 gols marcados | 44 gols sofridos


Foto Eduardo Monteiro/Placar

Corinthians Campeão da Copa do Brasil 2009

Em 2009, o Corinthians viveu o início de um dos maiores arcos de redenção já vistos no futebol brasileiro. Depois de ser rebaixado no Brasileirão de 2007, o clube teve que passar pela Série B em 2008, sob o comando de Mano Menezes. Ao mesmo tempo, chegou à final da Copa do Brasil, mas perdeu para o Sport. Para o ano seguinte, de volta à elite, o time seguiu com o mesmo técnico e teve o adendo de um dos melhores jogadores da história do futebol: Ronaldo Fenômeno.

O resultado desta parceria foi o tricampeonato da Copa do Brasil em 2009, de maneira incontestável. Na primeira fase, o Timão passou pelo Itumbiara, com vitória por 2 a 0 no interior de Goiás. Assim, não foi necessário a partida de volta em São Paulo. Do mesmo modo ocorreu a classificação na segunda fase, contra o Misto, do Mato Grosso do Sul: vitória por 2 a 0 fora e mais uma folga na competição.

O nível subiu nas oitavas de final, contra o Athletico-PR. O primeiro jogo foi disputado na Arena da Baixada, e os donos da casa tentaram aprontar para cima do Corinthians com a marcação de três gols. A reação veio a partir dos 41 minutos do segundo tempo, com dois gols de Cristian e Dentinho. A derrota por 3 a 2 ficou menos complicada para reverter. Na volta, no Pacaembu, Ronaldo anotou duas vezes e o Timão venceu por 2 a 0.

Passado às quartas, o Corinthians enfrentou o Fluminense. A ida foi jogada em São Paulo, e o alvinegro venceu por 1 a 0, gol de Dentinho. A volta aconteceu no Maracanã. Chicão e Jorge Henrique abriram mais vantagem para o Timão, que encaminhou a vaga na semifinal. Os cariocas até reagiram e empataram por 2 a 2 no fim, mas isso não afetou a jornada.

Na semi, os paulistas encararam o Vasco, que à época estava na disputa da Série B nacional. A primeira partida foi disputada no Maracanã, e os times preto e branco ficaram no empate por 1 a 1. O segundo jogo foi realizado no Pacaembu, e um tenso empate por 0 a 0 deu a classificação à final para o Corinthians.

O adversário alvinegro na decisão foi o Internacional, que eliminou União Rondonópolis, Guarani, Náutico, Flamengo e Coritiba. O jogo de ida foi no Pacaembu. Aos 26 minutos do primeiro tempo, Jorge Henrique abriu o placar para o Timão. Aos sete do segundo tempo, Ronaldo ampliou para 2 a 0 e deixou uma boa vantagem para volta em Porto Alegre. No Beira-Rio, Jorge Henrique fez mais um e André Santos praticamente confirmou o título para o Corinthians ainda na etapa inicial. Os gaúchos até empataram por 2 a 2 no segundo tempo, mas a festa foi dos visitantes paulistas.

A campanha do Corinthians:
10 jogos | 5 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Jefferson Bernardes/AFP