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San Lorenzo Campeão da Copa Mercosul 2001

A Copa Mercosul encerrou sua curta história em 2001. A partir de 2002, a Conmebol resolveu reunir toda a América do Sul em um torneio só, a Copa Sul-Americana, em substituição a Mercosul e Merconorte. Mas antes, havia uma última edição a ser disputada, e foi nela que o único não-brasileiro furou a hegemonia de finalistas brasucas e conquistou o título, o San Lorenzo.

Até então, o clube azulgrana não possuía títulos internacionais, sendo o único do chamado grupo dos cinco grandes da Argentina nessa condição. Na primeira fase, o time ficou no grupo B, com Flamengo, Nacional do Uruguai e Olimpia. A classificação foi apertada, já que o início foi com derrota por 2 a 1 para os brasileiros no Nuevo Gasómetro. O tropeço foi compensado com três vitórias, duas por 2 a 0 sobre os paraguaios em Assunção e sobre os uruguaios em Buenos Aires, além de 3 a 0 no Olimpia, também em casa. Na quinta rodada, nova derrota para o Flamengo, por 2 a 1 no Brasil, tornou o último jogo com o Nacional em confronto direto. Em Montevidéu, empate sem gols classificou o San Lorenzo em segundo lugar, com dez pontos e dois gols de saldo a mais que o adversário.

Nas quartas de final, os azulgrana enfrentaram o Cerro Porteño. Na ida, vitória por 4 a 2 no Nuevo Gasómetro, com três gols de Bernardo Romeo. Na volta, a classificação foi confirmada com outro triunfo, por 2 a 1 no Paraguai. Na semifinal, o San Lorenzo encarou o Corinthians, e passou após perder por 2 a 1 em São Paulo e golear por 4 a 1 em Buenos Aires. Romeo anotou mais três gols nessa fase.

A final foi um reencontro com o Flamengo, que no mata-mata tirou Independiente e Grêmio. A ida, em 12 de dezembro, foi no Maracanã e acabou empatada por 0 a 0. A volta deveria ter acontecido uma semana depois, mas o caos político e econômico na Argentina à época adiou a disputa para janeiro de 2002. Nesse meio tempo, Romeo foi vendido ao Hamburgo e ficou fora da última partida no Nuevo Gasómetro, que acabou novamente empatada, por 1 a 1. O gol azulgrana foi anotado por Raúl Estévez. Nos pênaltis, mesmo depois de errar os dois primeiros, o San Lorenzo faturou o título com vitória por 4 a 3, já que os brasileiros desperdiçaram três cobranças.

A campanha do San Lorenzo:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 21 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Leo La Valle/Olé

San Lorenzo Campeão da Copa Sul-Americana 2002

A Copa Conmebol durou até 1999, suplantada pelo aumento de times na Libertadores e o sucesso inicial das Copas Mercosul e Merconorte. Mas não demorou muito para que o modelo de dividir a América do Sul em duas - e quase sempre com os mesmos clubes da Libertadores nas disputas - ficasse insustentável. Pensando nisso, em 2002, a Conmebol resolveu extinguir as Mercos, reunir tudo e recriar no lugar a Copa Sul-Americana, nos moldes do torneio dos anos 90.

A verdade é que a entidade só ressuscitou mesmo a ideia, pois os critérios técnicos ficaram bagunçados. Cada país podia fazer o que bem entendesse: tinha vaga para os melhores times fora da Libertadores, para os melhores também dentro dela, via competições especiais, convidados... Só não teve brasileiros na edição de estreia. A demora da Conmebol em confirmar a Copa Sul-Americana fez com que a CBF fechasse o calendário do segundo semestre de 2002 somente com o Brasileirão.

Assim, o favoritismo pendeu para os clubes argentinos. Como o San Lorenzo, que foi o vencedor da Mercosul de 2001 e recebeu uma vaga na Sul-Americana por causa disso. "El ciclón" superou outros 20 participantes para ser o primeiro campeão do novo torneio, que foi disputado em mata-mata desde o início. Nas oitavas de final, passou fácil pelo Monagas, após vencer por 3 a 0 na Venezuela, e por 5 a 1 em Buenos Aires.

Nas quartas, o San Lorenzo enfrentou o Racing. Na ida, venceu por 3 a 1 no Nuevo Gasómetro. Na volta, perdeu por 2 a 0 em Avellaneda, tendo que fazer 4 a 3 nos pênaltis para passar de fase. A semifinal foi contra o Bolívar. Em La Paz, perder por 2 a 1, de virada. Na Argentina, o time azulgrana teve que suar para vencer por 4 a 2 e se classificar para final.

A decisão foi contra o Atlético Nacional, clube colombiano que eliminou América de Cali, Santiago Wanderers e Nacional do Uruguai. O primeiro jogo foi realizado em Medellín, no Atanasio Girardot. Em atuação de luxo, o San Lorenzo calou mais de 50 mil torcedores e goleou por 4 a 0, gols de Sebastián Saja (goleiro, de pênalti), Pablo Michelini, Leandro Romagnoli e Rodrigo Astudillo. A segunda partida foi no Nuevo Gasómerto, e o ciclón teve apenas que segurar o empate por 0 a 0 para ser campeão.

A campanha do San Lorenzo:
8 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 20 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Juan Manuel Foglia/Olé

San Lorenzo Campeão da Libertadores 2014

A vez de alguém sempre chega. Na Libertadores de 2014, o San Lorenzo finalmente tornou-se campeão. Do conhecido grupo dos cinco grandes da Argentina, o clube de Boedo foi o último a conseguir tal feito, 54 anos depois depois de ter sido o primeiro argentino a participar da competição.

Mas não foi fácil. No grupo 2 da primeira fase, o Ciclón enfrentou Botafogo, Unión Española e Independiente Del Valle. A vida argentina não estava decidida até a última rodada, depois de conseguir só uma vitória e perder duas vezes (por 2 a 0 para os brasileiros e por 1 a 0 para os chilenos, ambas fora) nas cinco partidas anteriores.

Com cinco pontos, o San Lorenzo precisava vencer o Botafogo, no Nuevo Gasómetro, e superar o Del Valle na pontuação ou nos critérios de desempate. Os equatorianos fizeram 5 a 4 no Unión e os azulgrana aplicaram 3 a 0 nos cariocas. Ambos foram a oito pontos, mas os argentinos tiveram saldo de gols um contra zero do rival. Classificado na vice-liderança da chave, o San Lorenzo foi apenas o 15º colocado no geral.

Nas oitavas de final, contra o Grêmio, o time deu continuidade ao crescimento depois de vencer a ida por 1 a 0, em casa, perder a volta pelo mesmo placar, fora, e conseguir derrotar os gaúchos por 4 a 2 nos pênaltis.

Nas quartas, foi a vez de passar pelo Cruzeiro com vitória por 1 a 0 no primeiro jogo, em Buenos Aires, e empatar por 1 a 1 o segundo, em Belo Horizonte. Na semifinal, o San Lorenzo eliminou o surpreendente Bolívar ao golear por 5 a 0 a ida, no Nuevo Gasómetro, e perder por 1 a 0 a volta, em La Paz.

A maluca fase final trouxe para o outro lado da decisão o Nacional do Paraguai, que derrotou Vélez Sarsfield, Arsenal de Sarandí e Defensor. A primeira partida aconteceu em Assunção, no Defensores del Chaco, e o franco favorito azulgrana empatou por 1 a 1. A volta foi no Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, e o San Lorenzo exorcizou seu maior fantasma e levou o título inédito ao vencer por 1 a 0, gol marcado por Néstor Ortigoza, de pênalti.

A campanha do San Lorenzo:
14 jogos | 6 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 16 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Martin Acosta/Reuters