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Internazionale Campeã da Liga Europa 1998

A edição de 1998 da Copa da UEFA foi um marco muito especial na competição. Foi neste ano que a final passou a ser em partida única, em sede neutra, num movimento que culminaria na fusão do torneio com a Recopa, que sabidamente já vivia seus últimos dias no fim da década.

A decisão em um só jogo foi o passo derradeiro para que a Copa da UEFA assumisse o posto de segunda competição mais importante da Europa. E naquele 1998, o título foi parar pela terceira vez nas mãos da Internazionale, o que fez com que a Itália recuperasse seu domínio. Mas, mesmo com melhor jogador do mundo da época em seu ataque, Ronaldo Fenômeno, a conquista não foi fácil.

Na primeira fase, o time nerazzurri enfrentou o Neuchâtel Xamax, da Suíça, e venceu as duas partidas por 2 a 0, primeiro em casa e depois fora. Na segunda fase, o adversário foi o Lyon. A ida foi no San Siro, e os franceses surpreenderam ao impor derrota por 2 a 1 nos italianos. A volta aconteceu no antigo Gerland, e a Inter teve de reverter o confronto fora de casa, no triunfo por 3 a 1.

Nas oitavas de final, a Inter jogou contra outro francês, o Strasbourg. A primeira partida foi fora, no La Meinau, e os nerazzurri acabaram derrotados por 2 a 0. Foi preciso buscar outro placar na volta, desta vez em Milão. Ronaldo, Javier Zanetti e Diego Simeone marcaram uma vez cada na vitória por 3 a 0 que colocou a Inter nas quartas.

Na fase seguinte, um algoz recente: o Schalke 04, que venceu a Copa da UEFA de 1997 em pleno San Siro. A ida foi disputada no próprio estádio italiano, e a Inter venceu por 1 a 0, gol de Ronaldo. A volta foi no velho Parkstadion, em Gelsenkirchen. Até os 44 minutos do segundo tempo, tudo estava empatado. Até que os alemães acharam um gol aos 45, e o confronto foi à prorrogação. Logo no primeiro minuto, Taribo West fez 1 a 1 e colocou o time nerazzurri na semifinal.

Na semi, contra o Spartak Moscou, a Inter avançou com duas vitórias por 2 a 1. Em Milão, Ivan Zamorano e Zé Elias foram os autores dos gols. Na Rússia, Ronaldo anotou duas vezes.

A final da Copa da UEFA foi, pela quarta vez, entre dois italianos: Internazionale e Lazio, que superou Vitória de Guimarães, Rotor Volgogrado, Rapid Viena, Auxerre e Atlético de Madrid. O estádio escolhido para a primeira decisão única foi o Parc des Princes, em Paris. Logo aos cinco do primeiro tempo, Zamorano abriu o placar. Aos 15 do segundo, Zanetti fez o segundo. Aos 25, Ronaldo fechou o placar e o título nerazzurri por 3 a 0.

A campanha da Internazionale:
11 jogos | 8 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 20 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Gerd Scheewel/Bongarts/Getty Images

Internazionale Campeã da Liga Europa 1994

Mais uma Copa da UEFA que ficou nas mãos da Itália. Pela segunda vez, com a Internazionale. Em 1994, não havia mais o trio alemão. Em compensação, a nova dupla holandesa, Dennis Bergkamp e Wim Jonk, foi fundamental para a conquista do bicampeonato nerazzurri.

Fora de campo, a geopolítica continuava a forçar mudanças na distribuição das vagas. Enfim, a Rússia estreou de maneira independente. Por outro lado, a Iugoslávia e seus países dissidentes (exceto Eslovênia) seguiam fora, junto com Albânia e Polônia (punidas como os iugoslavos).

Nas quatro linhas, a Inter fez uma campanha grandiosa, que só ratificou a bela fase do "calcio". Na primeira fase, passou pelo Rapid Bucareste com vitórias por 3 a 1 no San Siro, e por 2 a 0 na Romênia. Na primeira partida, Bergkamp antou um hat-trick. Na segunda partida, eliminou o Apollon Limassol, do Chipre, com vitória por 1 a 0 em Milão, e empate por 3 a 3 fora de casa.

Nas oitavas de final, a Internazionale encarou o Norwich. O primeiro jogo foi disputado na Inglaterra, e os nerazzurri venceram por 1 a 0, gol marcado por Bergkamp, de pênalti. A segunda partida aconteceu no San Siro, e adivinha? O artilheiro holandês antou outra vez, e a Inter venceu novamente por 1 a 0.

Nas quartas, as coisas ficaram mais difíceis contra o Borussia Dortmund. A ida foi na Alemanha, com vitória italiana por 3 a 1 e gols de Jonk (dois) e Igor Shalimov. A vantagem relaxou muito a Inter, que acabou derrota por 2 a 1 na volta em casa, e com chances de sofrer o terceiro tento.

O adversário na semifinal da Copa da UEFA foi o Cagliari. A primeira partida ocorreu no Sant'Elia, na ilha da Sardenha. E só confirmando como o futebol italiano era forte nos anos 1990, os donos da casa venceram por 3 a 2. A desvantagem obrigou a Internazionale a correr no segundo jogo. E a classificação à final veio com vitória por 3 a 0. Os gols foram de Bergkamp, Jonk e Nicola Berti.

A Inter chegou na decisão contra o Austria Salzburg (atual Red Bull), que superou DAC (Eslovênia), Antwerp, Sporting, Eintracht Frankfurt e Karlsruher. A partida de ida foi em Viena, no Ernst-Happel, e o time nerazzurri conseguiu um triunfo simples, por 1 a 0. O gol saiu aos 35 minutos do primeiro tempo, com Berti. O jogo de volta foi no San Siro, para mais de 80 mil torcedores. Confirmando o favoritismo, os italianos levaram o bicampeonato com nova vitória por 1 a 0. O gol do título foi de Jonk, aos 22 do segundo tempo.

A campanha da Internazionale:
12 jogos | 9 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 22 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Imago/Buzzi

Internazionale Campeã da Liga Europa 1991

A bela fase do futebol italiano na Copa da UEFA atingiu seu terceiro ato na edição de 1991, logo após a realização da Copa do Mundo no país. Tudo era festa, exceto pela eliminação da Azzurra na semifinal do Mundial. O título ficou com a Alemanha. Mas o que isso tem a ver? É que alguns dos alemães vencedores na seleção foram os pilares do primeiro título da Internazionale na Copa da UEFA,

Lothar Matthäus, Jürgen Klinsmann e Andreas Brehme era o trio alemão que, à sua forma, emulava na Inter o que o rival Milan possuía com a trinca holandesa (Van Basten, Rijkaard e Gullit) na mesma época. O ápice foi a conquista da Copa da UEFA, que em 1991 teve o retorno do regulamento de 64 times e da Inglaterra entre os representantes.

A jornada do clube nerazzurri teve início contra o Rapid Viena, o qual bateu com muita dificuldade. Na ida, derrota por 2 a 1 na Áustria, de virada. Na volta no San Siro, a Internazionale devolveu o resultado nos 90 minutos, com dois gols de Nicola Berti e um austríaco a dois minutos do fim. Na prorrogação, Klinsmann fez 3 a 1 e sacramentou a classificação.

Na segunda fase, o adversário foi o Aston Villa, em mais uma passagem com drama. O primeiro jogo foi na Inglaterra, e a Inter perdeu por 2 a 0. A segunda partida aconteceu em Milão, e com gols de Klinsmann, Berti e Alessandro Bianchi, a equipe italiana avançou para as oitavas de final.

A tranquilidade enfim apareceu nas oitavas, contra o Partizan. O clube nerazzurri venceu a ida em casa por 3 a 0 para depois segurar o empate por 1 a 1 na volta em Belgrado, Iugoslávia. Nas quartas, um confronto regional com a Atalanta. A primeira partida aconteceu na cidade de Bergamo, e acabou empatada sem gols. O segundo jogo foi no San Siro, e a Inter venceu por 2 a 0.

A semifinal foi disputada contra o Sporting, de Portugal. A ida ocorreu no José Alvalade, em Lisboa, e mais uma vez a Internazionale conseguiu segurar o empate por 0 a 0. A volta foi realizada na Itália, e com gols de Klinsmann e Matthäus a Inter venceu por 2 a 0 e se classificou à final.

Assim como em 1990, a final da Copa da UEFA de 1991 foi entre italianos: Internazionale e Roma. Os romanos chegaram lá ao superarem Benfica, Valencia, Bordeaux, Anderlecht e Brondby. A ida foi jogada no San Siro, para mais de 73 mil torcedores. Matthäus abriu o placar aos 10 minutos do segundo tempo, de pênalti. Aos 22, Berti fez 2 a 0 e consolidou a vantagem. A volta foi no Olímpico de Roma. Com a pressão de quase 71 mil na arquibancada, a Inter perdeu por 1 a 0, mas comemorou o título.

A campanha da Internazionale:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 17 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Internazionale Campeã da Liga dos Campeões 2010

Uma nova década chegou, e junto com ela a Liga dos Campeões viu acontecer o auge de uma das mudanças mais profundas que o futebol já sentiu. Em 2010, a Internazionale atingiu o feito de ser campeã da Liga dos Campeões sem italianos no time titular.

Isto aconteceu muito como parte dos reflexos da nova lei de passe aprovada em 1995 (como a famigerada Bosman). Em campo com a camisa nerazzuri, três brasileiros, quatro argentinos, um africano e só três europeus (dois deles atletas comunitários).

Para chegar ao tricampeonato, a Inter passou pelo complicado grupo F, contra o defensor do título Barcelona, Rubin Kazan e Dínamo Kiev. De seis jogos, a equipe venceu apenas dois e empatou outros três, somando ao todo nove pontos e ficando em segundo lugar. A suada classificação só foi confirmada na última rodada, na vitória em casa por 2 a 0 sobre os russos, em confronto direto.

As oitavas de final foram disputadas diante do Chelsea. A primeira partida foi no San Siro, com vitória nerazzuri por 2 a 1. O segundo jogo aconteceu em Londres, em novo triunfo italiano por 1 a 0. O adversário nas quartas de final foi o CSKA Moscou. Na ida, em casa, vitória da Inter por 1 a 0. Na volta fora, outro 1 a 0 favoreceu a equipe treinada por José Mourinho.

A semifinal foi contra o Barcelona. No reencontro, o primeiro jogo acabou 3 a 1 para a Inter, no San Siro. Na segunda partida, Mourinho armou uma retranca enjoada no Camp Nou e segurou o time catalão, que só fez 1 a 0 aos 39 minutos do segundo tempo.

De volta à final após 38 anos, a Internazionale enfrentou o Bayern de Munique, que superou Juventus, Maccabi Haifa (Israel), Fiorentina, Manchester United e Lyon. O jogo ocorreu no Santiago Bernabéu, em Madrid. Na tática de entregar a bola ao rival e explorar seus erros, a Inter chegou ao título com vitória por 2 a 0. Ambos os gols foram marcados por Diego Milito, aos 35 minutos do primeiro tempo e aos 25 do segundo.

A campanha da Internazionale:
13 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Reuters

Internazionale Campeã da Liga dos Campeões 1965

Na rivalidade milanesa dentro da Copa dos Campeões da Europa, a Internazionale tomou a frente em 1965. O clube nerazzurri e seu rival levaram as duas taças anteriores, e o desempate aconteceu logo na sequência em favor da Inter. O Milan sequer conseguiu marcar presença para tentar alguma coisa: o Bologna era o campeão italiano e ficou com a vaga do país numa época em que - como o antigo nome já sugeria - somente campeões disputavam a competição.

O número de participantes do principal torneio europeu manteve-se em 31. Diretamente nas oitavas de final, a Internazionale começou sua campanha contra o Dínamo Bucareste, da Romênia. Com facilidade, o time venceu a ida, em casa, por 6 a 0 e a volta, fora, por 1 a 0.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Rangers, da Escócia. Em Milão, vitória por 3 a 1. Em Glasgow, derrota por 1 a 0 e classificação suada.

A semifinal foi contra o Liverpool, em duas partidas que ficaram marcadas. A primeira aconteceu em Anfield, e os italianos perderam por 3 a 1. Esse um na Inglaterra, marcado por Sandro Mazzola, fez a diferença para o segundo jogo, no San Siro. Com um gol cada, Mario Corso, Joaquín Peiró e Giacinto Facchetti foram os responsáveis pela virada por 3 a 0, que levou a equipe nerazzuri a mais uma decisão.

Pelo segundo ano consecutivo na final, a Internazionale contou com trunfo que poucos clubes tiveram ao longo da história da competição: jogar em casa. Como sempre ocorreu, a casa para a disputa do título foi escolhida muito antes de se saber quais seriam os finalistas.

O oponente italiano foi o Benfica, que eliminou Aris (Luxemburgo), La Chaux-de-Fonds (Suíça), Real Madrid e ETO Győr (Hungria). Atuando de branco, a Inter chegou ao bicampeonato com ajuda brasileira. Aos 42 minutos do primeiro tempo, Jair da Costa marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre os portugueses.

A campanha da Internazionale:
7 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Internazionale

Internazionale Campeã da Liga dos Campeões 1964

A Itália sentiu o gosto do título europeu e jamais esqueceu. Se em 1963 foi o lado vermelho de Milão que comemorou, em 1964 foi a vez de o lado azul fazer a festa. A Internazionale não esperou mais do que uma temporada para repetir o feito do rival e manter a hegemonia italiana na Copa dos Campeões. E com todos os méritos.

O torneio continental bateu novo recorde de participantes e chegou a 31 equipes. Destes, 30 iniciaram na primeira fase. E a Inter enfrentou um osso duro logo no primeiro confronto: o Everton, da Inglaterra. Na ida, no Goodison Park, os nerazzurri seguraram o empate sem gols. Na volta, no San Siro (ou Giuseppe Meazza, para quem ainda acha que os torcedores azuis se ofendem com o primeiro nome), vitória simples por 1 a 0 colocou o time nas oitavas de final.

O próximo adversário foi o Monaco. Em casa, outro triunfo por 1 a 0 colocou a Inter em vantagem. O segundo jogo não foi no Principado, mas sim em Marselha, e os italianos voltaram a vencer, por 3 a 1.
Nas quartas de final, foi a vez de encarar o Partizan. A ida foi na Iugoslávia, e a Inter ganhou bem, por 2 a 0. Na volta, na Itália, nova vitória por 2 a 1 colocou o time na semifinal.

E foi contra o Borussia Dortmund que o lugar na final veio, após empate por 2 a 2 na Alemanha e vitória por 2 a 0 no San Siro.

A Internazionale encontrou na decisão o Real Madrid, doido pelo sexto título. Os espanhóis tinham batido Rangers, Dínamo Bucareste, Milan e Zurich. A partida aconteceu no Praterstadion, em Viena.

O título na capital da Áustria começou a vir aos 41 minutos do primeiro tempo, no gol de Sandro Mazzola. Aos 16 da segunda etapa, Aurélio Milani ampliou. O Real descontou aos 25, porém Mazzola fez 3 a 1 aos 31 e deu os números definitivos à primeira conquista europeia (e invicta) dos nerazzurri.

A campanha da Internazionale:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Internazionale

Internazionale Campeã Mundial 2010

Os Emirados Árabes foram muito bem na organização de seu primeiro Mundial de Clubes. Para a segunda edição, pouca gente ainda sentia falta do Japão. Mas o que quase ninguém poderia imaginar é que, pela primeira vez em 50 anos, a decisão não seria entre Europa e América do Sul.

Na Liga dos Campeões, a Internazionale quebrou 45 anos de fila ao derrotar o Bayern de Munique na final e ser tricampeão europeu. No caminho natural, o clube milanista chegaria ao Oriente Médio para esperar o campeão da Libertadores na decisão, o Internacional, que foi bicampeão ao derrotar o Chivas Guadalajara na derradeira.

O encontro dos xarás não aconteceria. Mas enquanto ninguém sabia disso, confirmavam-se os outros participantes: o Al-Wahda, pelo campeonato local; o Pachuca, pela Concacaf; o Seongnam Ilhwa, pela Ásia; e o Hekari United, pela Oceania. Faltou um, e é ele o responsável pela primeira grande zebra em Mundiais. Direto da República do Congo, o Mazembe foi tetracampeão da Liga dos Campeões da África depois de bater o Espérance Tunis com 5 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.

A competição teve início com o encontro entre Al-Whada e Hekari, e os donos da casa não tiveram problemas para fazer 3 a 0 no clube da Papua-Nova Guiné. Nas quartas de final, os sul-coreanos do Seongnam fizeram 4 a 1 no anfitrião, e o Mazembe aprontou a primeira ao ganhar por 1 a 0 do Pachuca.

A história do Mundial aconteceu na semifinal. O Internacional era amplo favorito contra os congoleses, mas Patou Kabangu e Alain Kaluyituka acabaram com a lógica no segundo tempo, fazendo 2 a 0 nos brasileiros. O raio cairia três vezes no mesmo lugar? No que dependesse da Internazionale, não. Na outra semi, no dia 15 de dezembro, o Nerazzurri enfrentou o Seongnam e venceu por 3 a 0, gols de Dejan Stankovic, Javier Zanetti e Diego Milito. Aos colorados, sobrou ficar em terceiro lugar, com 4 a 2 sobre o adversário da Coreia do Sul. A quinta posição ficou com o Pachuca, nos pênaltis contra o Al-Whada.

Mazembe e Internazionale jogaram a final no dia 18, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Os africanos sonharam, arriscaram 16 chutes contra 9 do clube italiano, mas tudo durou pouco. Aos 13 minutos, Goran Pandev abriu o placar, e aos 17, Samuel Eto'o ampliou. Com a partida controlada, a Inter deu o último golpe aos 40 do segundo tempo, quando o reserva Jonathan Biabiany fez 3 a 0. No fim das contas, foi um tricampeonato mundial facilitado pelas circunstâncias. Mas a grande curiosidade da decisão estava na própria equipe milanista: nenhum italiano pisou no gramado durante o jogo. Ou melhor, teve um, o brasileiro naturalizado Thiago Motta.


Foto Matteo Gribaudi/Image Sport

Internazionale Campeã Mundial 1965

A década de 60 chega na metade com a Copa Intercontinental ganhando muita força. Apesar de ela ocorrer com certa clandestinidade, o torneio continuou ganhando um alto status junto aos torcedores, principalmente os sul-americanos.

O ano de 1965 trouxe o replay da última dipsuta mundialista. A Internazionale conquistou o bicampeonato europeu com vitória por 1 a 0 sobre o Benfica. O clube ainda conseguiu algo raro na competição: foi campeão jogando no seu estádio, o San Siro. Um mês antes do título da Inter, o Independiente também conseguia sua segunda Libertadores, após bater o Peñarol em final com melhor de três: venceu por 1 a 0 na ida, perdeu por 3 a 1 na volta, e goleou por 4 a 1 no desempate.

De um lado, a consolidação. Do outro, a chance de uma revanche. Nerazzuris e rojos voltaram a campo pelo título mundial a partir do dia 8 de setembro. Desta vez, a ida foi em Milão. Cerca de 75 mil torcedores assistiram ao primeiro tira-teima entre as equipes. Jogando o melhor futebol da Europa, e quiçá do planeta, a Internazionale não deu nenhuma chance ao time argentino, nem mesmo de sonhar com uma vingança. Logo aos três minutos de partida, o espanhol Joaquín Peiró abriu o placar para a equipe italiana.

Desorientado com o gol sofrido cedo, o Independiente virou presa fácil em campo. Aos 22 minutos, Sandro Mazzola ampliou a contagem. Ainda houve espaço para mais, e aos 14 minutos do segundo tempo Mazzola marcou outra vez. O resultado de 3 a 0 encaminhava o bi italiano, mas os argentinos ainda tinham uma certa vantagem: vencer a volta por qualquer placar e forçar o desempate em casa, tal qual aconteceu ao contrário um ano antes.

La Doble Visera de Avellaneda recebeu o jogo de volta no dia 15 de setembro. A Internazionale entrou em campo com muita precaução, principalmente devido à fama de os argentinos serem mais violentos quando em desvantagem. Mas a partida transcorreu sem anormalidades. Quanto mais o tempo passava, mais difícil ficava a tarefa de reverter o quadro para o Independiente. Ao mesmo tempo, a Inter segurava a pressão com maestria. O 0 a 0 jamais sairia do placar deste jogo. Na frente de 80 mil argentinos frustados, O Mundial parou novamente nas mãos do time nerazzuri.

A merecida conquista do bicampeonato intercontinental da Inter foi o ponto mais alto de uma época muito feliz do clube. Além dos quatro títulos entre Mundial e Copa Europeia, o grupo de Mazzola, Peiró, Luis Suárez, Jair da Costa e Mario Corso conquistou também três Campeonatos Italianos, nas temporadas 1962/63, 1964/65 e 1965/66.


Foto Arquivo/Internazionale

Internazionale Campeã Mundial 1964

A quinta edição da Copa Intercontinental deu início a uma pequena rivalidade entre dois clubes de Itália e Argentina. Internazionale e Independiente despontaram como maiores forças de Europa e América do Sul ao mesmo tempo, protagonizando não somente uma, mas duas finais mundiais.

A Inter de Milão conquistou seu primeiro europeu depois de derrotar na final o Real Madrid, por 3 a 1. Já o Independiente tornou-se o primeiro argentino a vencer a Libertadores sobre o Nacional do Uruguai, com 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta. Os times já eram forças tradicionais em seus países, e estes títulos continentais foram os primeiros de uma história que seria contada pelos próximos dois anos.

O primeiro jogo do Mundial aconteceu no dia 9 de setembro, seguindo o rodízio das sedes, no antigo estádio de La Doble Visera, em Avellaneda. A partida foi truncada e de poucas oportunidades. A Internazionale não conseguiu superar o Independiente e seus 65 mil torcedores, e perdeu por 1 a 0. O gol argentino foi marcado pelo atacante Mario Rodríguez.

Perder por um ou por dez, isto não importava segundo as regras da época. Portanto, a Inter precisava vencer o segundo jogo pelo placar que fosse para conseguir a partida de desempate. No dia 23 de setembro, o San Siro (Giuseppe Meazza só seria homenageado em 1980) contou com mais de 50 mil tifosi para ajudar na tarefa. E o time nerazzuri conseguiu virar o confronto com uma pequena sobra. O ídolo Sandro Mazzola abriu o placar com oito minutos de jogo. Aos 39, Mario Corso ampliou e cravou o resultado final de 2 a 0.

A partida extra foi disputada em 26 de setembro, e pela primeira vez o palco dela seria neutro. O campo escolhido pela UEFA foi o Santiago Bernabéu, em Madri. Cerca de 45 mil pessoas assistiram mais uma partida tensa. A inversão da vantagem permitiu à Internazionale jogar por empates, um no tempo normal e outro na prorrogação. Sem vazar a defesa do Independiente nos 90 minutos, os demais 30 foram necessários para a definição. No fim, a Inter não precisou colocar o regulamento embaixo do braço: aos cinco minutos do segundo tempo, Corso marcou o gol da vitória por 1 a 0 e deu o título ao Nerazzuri.

Assim, uma breve freguesia tinha início no Mundial. Mas para dizer que nenhum argentino ficou triste, na casamata da Internazionale teve que ficou muito feliz. O técnico da equipe era Helenio Herrera. Nascido em Buenos Aires, ele ainda criança foi morar no Marrocos, onde tornou-se jogador. Depois fez sucesso na França, nação pela qual naturalizou-se e notabilizou-se como treinador.


Foto Arquivo/Internazionale