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Atlético de Madrid Campeão da Liga Europa 2010

O ano de 2010 marcou o início da UEFA Europa League, ou simplesmente Liga Europa. O nome Copa da UEFA estava definitivamente deixado de lado, em um movimento da entidade europeia que buscou maior modernização de suas competições. A identidade visual foi modificada, um hino oficial foi composto e o regulamento foi alterado. A única coisa que permaneceu intacta foi a taça.

O número de participantes da Liga Europa foi aumentado para 193. A fase preliminar foi divida em três, com 133 times espalhados. Depois, a primeira fase teria 76 equipes, sendo 35 da preliminar nativa e 15 da terceira fase preliminar da Liga dos Campeões. Por fim, a fase de grupos foi composta por 12 chaves de quatro clubes: 38 da primeira fase e dez da quarta preliminar da Champions. O mata-mata continuou igual, com 24 classificados e os oito eliminados dos grupos do outro torneio.

O primeiro campeão da nova era da Liga Europa veio justamente da Liga dos Campeões. O Atlético de Madrid não foi páreo para Chelsea e Porto e por pouco não perdeu também para o Apoel, do Chipre. Os colchoneros ficaram à frente dos cipriotas no saldo de gols, já que ambos empataram três e perderam outros três jogos. Passado o susto, o time de Diego Forlán e Sergio Agüero tentou se acertar na nova competição. No primeiro mata-mata, eliminou no sufoco o Galatasaray, ao empatar por 1 a 1 no Vicente Calderón e vencer por 2 a 1 na Turquia apenas aos 45 minutos do segundo tempo.

O segundo adversário do Atleti foi o Sporting, em mais dois confrontos difíceis nas oitavas de final. O primeiro foi em Madrid, e acabou empatado por 0 a 0. O segundo foi no José Alvalade, em Lisboa, e o time espanhol conseguiu dois gols com Agüero. Os portugueses empataram por 2 a 2 ainda no primeiro tempo, porém não conseguiram a virada. O Atlético estava classificado pela regra do gol fora de casa.

Nas quartas de final, o roteiro foi parecido contra o Valencia. A diferença foi que o empate por 2 a 2 aconteceu na ida, no Mestalla, e o 0 a 0 foi na volta, no Vicente Calderón. Na semifinal, o gol fora ajudou pela terceira vez, contra o Liverpool. O Atleti venceu por 1 a 0 o primeiro jogo em casa e perdeu por 2 a 1 a segunda partida em Anfield, na prorrogação, com o gol salvador de Forlán que evitou a eliminação, já que os ingleses tinham encontrado o segundo tento no tempo extra.

A final foi contra o Fulham, que passou por Vétra, Amkar Perm, Basel, CSKA Sofia, Shakhtar Donetsk, Juventus, Wolfsburg e Hamburgo. O jogo foi exatamente na casa do Hamburgo, o Volksparkstadion, e o título do Atlético de Madrid veio com nova complicação. Forlán marcou aos 32 do primeiro tempo, mas os ingleses empataram aos 37. Na prorrogação, o uruguaio fez 2 a 1 a quatro minutos do fim. Ufa!

A campanha do Atlético de Madrid:
9 jogos | 3 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 11 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Lars Baron/Bongarts/Getty Images

Independiente Campeão da Copa Sul-Americana 2010

Começou uma nova década, e a Copa Sul-Americana mudou mais uma vez, em 2010. O número de clubes aumentou de 31 para 39, de tal forma que fez a Conmebol colocar uma fase a mais na competição, sem a participação de brasileiros e argentinos.

Argentina e Brasil só entraram na segunda fase. Entre eles, o Independiente. Longe do título da Libertadores desde 1984, e qualquer taça continental desde 1995, o rojo conseguiu ter um sopro dos bons momentos do passado e chegou ao título inédito.

O primeiro adversário do Independiente foi o Argentinos Juniors. Na ida, venceu por 1 a 0 em seu estádio, o Libertadores de América. Na volta, empatou por 1 a 1 no Diego Maradona, em Buenos Aires. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o Defensor. No primeiro jogo, o rojo perdeu no Uruguai por 1 a 0. Precisando da vitória na segunda partida, a classificação vermelha veio na virada em Avellaneda por 4 a 2.

Nas quartas, o Independiente enfrentou o Deportes Tolima. Em Ibagué, na Colômbia, o time argentino arrancou o empate por 2 a 2. O resultado bastou para que a classificação chegasse no segundo jogo por meio do regulamento. No Libertadores de América, o rojo ficou no empate por 0 a 0, e a regra do gol anotado fora de casa foi acionada.

A semifinal foi disputada contra a LDU Quito, defensora do título naquela temporada. A primeira partida foi realizada no Casa Blanca, no Equador, e o Independiente conseguiu sair de um desastre por 3 a 0 para uma derrota alcançável por 3 a 2. O segundo jogo foi em Avellaneda. Com tensão, o rojo conseguiu vencer por 2 a 1 e se classificar mais uma vez pelos gols como visitante.

A decisão da Sul-Americana de 2010 foi entre Independiente e Goiás. A zebra brasileira eliminou Grêmio, Peñarol, Avaí e Palmeiras. No Brasileirão, a equipe goiana brigava para não ser rebaixada. Mas com foco diferente, ela conseguiu impor aos argentinos uma derrota por 2 a 0 na ida, no Serra Dourada. Na volta, no Libertadores, o Independiente respondeu com vitória por 3 a 1, gols de Julián Velázquez e Facundo Parra (dois). Nos pênaltis, 100% de aproveitamento e 5 a 3 na conquista do título.

A campanha do Independiente:
10 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 15 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Luis Ramirez/LatinContent/Getty Images


Foto Arquivo/Photogamma

Espanha Campeã da Copa do Mundo 2010

A única vez que o continente africano sediou uma Copa do Mundo foi em 2010. A África do Sul teve a histórica incumbência de realizar a maior competição do futebol naquele ano. E foi debaixo do terrível som das vuvuzelas entoadas nas arquibancadas que a Espanha enfim concluiu seu sonho de ser campeã e chegar ao topo depois de sucessivas decepções. O famoso toque de bola do time de Iniesta, Xavi, Villa, Puyol e Sergio Ramos rendeu o maior fruto espanhol, além das conquistas das Eurocopas de 2008 e de 2012.

Mas antes de tudo, os espanhóis levaram um susto na primeira rodada, quando estrearam com derrota de 1 a 0 para a Suíça. A recuperação na fase de grupos veio a tempo com as vitórias de 2 a 0 sobre Honduras e 2 a 1 sobre o Chile, que ainda deram a liderança do grupo H para a Espanha, com seis pontos. Nas oitavas de final a Fúria fez o clássico ibérico contra Portugal, o qual venceu por 1 a 0, gol do artilheiro Villa. 

Nas quartas foi a vez de encarar o surpreendente Paraguai, em outra partida igualmente complicada e vencida por 1 a 0, com direito a pênalti perdido pelos paraguaios e outro gol de Villa, em que a bola precisou bater três vezes na trave antes de entrar. Aliás, as quartas de final da Copa em 2010 foram tão malucas que é impossível deixar de citar o confronto entre Gana e Uruguai, no qual os africanos tiveram a chance da vitória na prorrogação, mas desperdiçaram um pênalti (a mão do Suárez) e depois acabaram perdendo nas outras cobranças (a cavadinha do Abreu).

A Alemanha foi a adversária da semifinal, e outra vitória pelo placar de 1 a 0, gol de cabeça do zagueiro Puyol no segundo tempo, colocou os espanhóis na histórica final pela primeira vez em 80 anos de Copas do Mundo.

No Soccer City em Johanesburgo, a Espanha enfrentou a Holanda em confronto de onde sairia um campeão inédito. Depois de empate sem gols e muitos cartões amarelos no tempo normal, a decisão foi para a prorrogação. E faltando cinco minutos para o fim, Iniesta acertou chute cruzado no gol holandês. A quarta vitória seguida por 1 a 0 deu o título merecido para a seleção espanhola. A responsabilidade de erguer a taça como capitão da equipe ficou para o goleiro Casillas.

A campanha da Espanha:
7 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 1 derrotas | 8 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Eddie Keogh/Reuters

Internazionale Campeã da Liga dos Campeões 2010

Uma nova década chegou, e junto com ela a Liga dos Campeões viu acontecer o auge de uma das mudanças mais profundas que o futebol já sentiu. Em 2010, a Internazionale atingiu o feito de ser campeã da Liga dos Campeões sem italianos no time titular.

Isto aconteceu muito como parte dos reflexos da nova lei de passe aprovada em 1995 (como a famigerada Bosman). Em campo com a camisa nerazzuri, três brasileiros, quatro argentinos, um africano e só três europeus (dois deles atletas comunitários).

Para chegar ao tricampeonato, a Inter passou pelo complicado grupo F, contra o defensor do título Barcelona, Rubin Kazan e Dínamo Kiev. De seis jogos, a equipe venceu apenas dois e empatou outros três, somando ao todo nove pontos e ficando em segundo lugar. A suada classificação só foi confirmada na última rodada, na vitória em casa por 2 a 0 sobre os russos, em confronto direto.

As oitavas de final foram disputadas diante do Chelsea. A primeira partida foi no San Siro, com vitória nerazzuri por 2 a 1. O segundo jogo aconteceu em Londres, em novo triunfo italiano por 1 a 0. O adversário nas quartas de final foi o CSKA Moscou. Na ida, em casa, vitória da Inter por 1 a 0. Na volta fora, outro 1 a 0 favoreceu a equipe treinada por José Mourinho.

A semifinal foi contra o Barcelona. No reencontro, o primeiro jogo acabou 3 a 1 para a Inter, no San Siro. Na segunda partida, Mourinho armou uma retranca enjoada no Camp Nou e segurou o time catalão, que só fez 1 a 0 aos 39 minutos do segundo tempo.

De volta à final após 38 anos, a Internazionale enfrentou o Bayern de Munique, que superou Juventus, Maccabi Haifa (Israel), Fiorentina, Manchester United e Lyon. O jogo ocorreu no Santiago Bernabéu, em Madrid. Na tática de entregar a bola ao rival e explorar seus erros, a Inter chegou ao título com vitória por 2 a 0. Ambos os gols foram marcados por Diego Milito, aos 35 minutos do primeiro tempo e aos 25 do segundo.

A campanha da Internazionale:
13 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Reuters

Internacional Campeão da Libertadores 2010

A Libertadores de 2010 foi a do retorno da hegemonia brasileira. E com o mesmo time campeão na última vez. O Internacional saiu de um doído vice no Brasileiro de 2009 para o bicampeonato da competição continental, que teve um formato adaptado. Para reacomodar os mexicanos excluídos no ano anterior nas mesmas vagas de oitavas de final, a primeira fase classificou só 14 times, sendo os oito líderes de chave mais os seis melhores segundos.

O Colorado ficou no grupo 5, com Emelec, Deportivo Quito e o uruguaio Cerro. A primeira fase do Colorado foi tranquila, com três vitórias em casa, três empates fora e 12 pontos. Líder, o Inter foi o único classificado da chave. Com a sexta melhor campanha, o Colorado enfrentou nas oitavas de final o Banfield. Na ida, na Argentina, derrota por 3 a 1. A volta foi no Beira-Rio, e o Internacional se classificou com vitória por 2 a 0.

Nas quartas, foi a vez de encarar o então campeão Estudiantes. Em Porto Alegre, vitória apenas por 1 a 0. Em La Plata, o Estudiantes abriu dois gols. Porém, Giuliano marcou o gol salvador nos minutos finais, e a derrota de 2 a 1 serviu para o Inter se classificar para a semifinal, feita depois da parada para a Copa do Mundo.

Neste meio tempo, o técnico Jorge Fossati foi demitido e Celso Roth foi contratado para as partidas seguintes. A semifinal foi contra o São Paulo, e tal qual foi na fase anterior, vitória por 1 a 0 no Beira-Rio e derrota de 2 a 1 no Morumbi.

A final foi disputada contra o Chivas Guadalajara, aquele mesmo mexicano saído em 2009 por causa da Gripe H1N1. Compensado, o clube eliminou Vélez Sarsfield, Libertad e Universidad de Chile. A ida foi em Guadalajara, no estádio Omnilife. De virada, o Colorado venceu por 2 a 1.

O Beira-Rio recebeu a volta. O Chivas abriu o placar no primeiro tempo, mas o Inter virou com gols de Rafael Sobis. Leandro Damião e Giuliano. Teve outro gol mexicano no fim, mas o 3 a 2 já bastava para o segundo título.

A campanha do Internacional:
14 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 20 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Jefferson Bernardes/Agência Preview

Santos Campeão da Libertadores Feminina 2010

A segunda edição da Libertadores Feminina, em 2010, manteve quase tudo em relação à estreia. Dez equipes (uma de cada país) em dois grupos, e a competição toda sediada no Brasil. A única diferença é que as partidas desta vez aconteceram todas na Arena Barueri, na Grande São Paulo.

O Santos qualificou-se pelo segundo ano seguido após vencer novamente a Copa do Brasil. O time já não tinha mais a presença de Marta, mas seguia firme com Cristiane empilhando gols, agora com a ajuda de Grazi: elas anotaram sete gols cada na Libertadores, ficando a somente um da artilheira Noelia Cuevas, paraguaia do Universidad Autónoma. As Sereias ficaram no grupo A da primeira fase, e a estreia foi com vitória por 2 a 0 sobre o Caracas.

Aliás, a equipe não conheceu outro resultado que não fosse a vitória. Nas partidas seguintes da fase, as alvinegras aplicaram 9 a 0 no River Plate, do Uruguai, 4 a 0 no Formas Íntimas, da Colômbia, e 7 a 0 no Deportivo Quito. O Santos fez os 12 pontos e liderou a chave com cinco de vantagem sobre o time da capital do Equador. A semifinal foi jogada contra o Boca Juniors, e as Sereias derrotaram as argentinas por 2 a 0.

Na decisão, o Santos encontrou o Everton, clube chileno de Viña del Mar. Foi de longe o jogo mais difícil de todo o torneio. A bola teimava em não entrar e o empate parecia ser o caminho da disputa. Mas as brasileiras tinham mais time que as chilenas e a vitória aconteceu aos 44 minutos do segundo tempo, com o gol de Maurine.

O 1 a 0 da final foi o placar mais magro da campanha, porém o mais celebrado, por marcar o bicampeonato santista na Libertadores Feminina. Um título invicto, com 100% de aproveitamento e nenhum gol sofrido.

A campanha do Santos:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 25 gols marcados | 0 gols sofridos


Foto Arquivo/Santos

Internazionale Campeã Mundial 2010

Os Emirados Árabes foram muito bem na organização de seu primeiro Mundial de Clubes. Para a segunda edição, pouca gente ainda sentia falta do Japão. Mas o que quase ninguém poderia imaginar é que, pela primeira vez em 50 anos, a decisão não seria entre Europa e América do Sul.

Na Liga dos Campeões, a Internazionale quebrou 45 anos de fila ao derrotar o Bayern de Munique na final e ser tricampeão europeu. No caminho natural, o clube milanista chegaria ao Oriente Médio para esperar o campeão da Libertadores na decisão, o Internacional, que foi bicampeão ao derrotar o Chivas Guadalajara na derradeira.

O encontro dos xarás não aconteceria. Mas enquanto ninguém sabia disso, confirmavam-se os outros participantes: o Al-Wahda, pelo campeonato local; o Pachuca, pela Concacaf; o Seongnam Ilhwa, pela Ásia; e o Hekari United, pela Oceania. Faltou um, e é ele o responsável pela primeira grande zebra em Mundiais. Direto da República do Congo, o Mazembe foi tetracampeão da Liga dos Campeões da África depois de bater o Espérance Tunis com 5 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.

A competição teve início com o encontro entre Al-Whada e Hekari, e os donos da casa não tiveram problemas para fazer 3 a 0 no clube da Papua-Nova Guiné. Nas quartas de final, os sul-coreanos do Seongnam fizeram 4 a 1 no anfitrião, e o Mazembe aprontou a primeira ao ganhar por 1 a 0 do Pachuca.

A história do Mundial aconteceu na semifinal. O Internacional era amplo favorito contra os congoleses, mas Patou Kabangu e Alain Kaluyituka acabaram com a lógica no segundo tempo, fazendo 2 a 0 nos brasileiros. O raio cairia três vezes no mesmo lugar? No que dependesse da Internazionale, não. Na outra semi, no dia 15 de dezembro, o Nerazzurri enfrentou o Seongnam e venceu por 3 a 0, gols de Dejan Stankovic, Javier Zanetti e Diego Milito. Aos colorados, sobrou ficar em terceiro lugar, com 4 a 2 sobre o adversário da Coreia do Sul. A quinta posição ficou com o Pachuca, nos pênaltis contra o Al-Whada.

Mazembe e Internazionale jogaram a final no dia 18, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Os africanos sonharam, arriscaram 16 chutes contra 9 do clube italiano, mas tudo durou pouco. Aos 13 minutos, Goran Pandev abriu o placar, e aos 17, Samuel Eto'o ampliou. Com a partida controlada, a Inter deu o último golpe aos 40 do segundo tempo, quando o reserva Jonathan Biabiany fez 3 a 0. No fim das contas, foi um tricampeonato mundial facilitado pelas circunstâncias. Mas a grande curiosidade da decisão estava na própria equipe milanista: nenhum italiano pisou no gramado durante o jogo. Ou melhor, teve um, o brasileiro naturalizado Thiago Motta.


Foto Matteo Gribaudi/Image Sport

Vitória Campeão da Copa do Nordeste 2010

Foram sete anos de pausa. A esvaziada edição de 2003 da Copa do Nordeste levou à descontinuidade da competição a partir de 2004. Não havia espaço no calendário, já que o Brasileirão fora esticado e as federações jamais soltaram seus ossos, os deficitários estaduais.

Até que chega 2010 e a Liga do Nordeste se reúne com força. Baseada no regulamento de 2002 e com direitos de transmissão vendidos ao Esporte Interativo, a Copa do Nordeste consegue seu reingresso no calendário, aproveitando a parada da Copa do Mundo daquele ano. Sem parte na organização da competição, a CBF deu o sinal verde para que fossem usadas as lacunas de calendário para a disputa das rodadas. Foram 15 participantes, já que o Sport preferiu não entrar.

O nivelamento da competição era evidente, já que os clubes integrantes da Série A e da Série B optaram em usar suas equipes de aspirantes. Uma delas foi o Vitória, que seria vice na Copa do Brasil e brigaria para não cair no Brasileiro. O Leão da Barra estreou perdendo por 1 a 0 para o CRB fora de casa, e na sequência empatou por 2 a 2 com o ABC em casa.

O time só engrenou no terceiro jogo, quando tocou 5 a 1 sobre o rival Bahia em Pituaçu. Tendo o controle dos resultados e sempre próximo ou dentro da zona de classificação, o Vitória ficou definitivamente lá a partir da décima rodada, ao fazer 2 a 1 no América-RN no Barradão. A equipe não chegou a liderar, mas ficou sem perder desde então.

A vaga na semifinal foi confirmada na última rodada, ao empatar sem gols com o Treze em casa. Vice-líder com 25 pontos, livrou três do eliminado Bahia, superou o CSA no saldo de gols e ficou cinco atrás do ABC. Foram sete vitórias, quatro empates e três derrotas na campanha. Na semifinal em partida única, o rubro-negro venceu por 2 a 1 o CSA em Salvador.

A final da Copa do Nordeste também foi em jogo único. O ABC passou pelo Treze na outra chave e ficou com o direito de receber o Vitória no Frasqueirão. Então, o time de aspirantes foi até Natal, e não se assustou com a pressão. Até saiu perdendo, mas conseguiu a virada durante o segundo tempo. Com 2 a 1 no placar, o Leão conquistou o tetra, até hoje insuperável. Quatro dias depois, a equipe principal encerraria o Brasileirão em 17º lugar, rebaixada para a Série B.

A campanha do Vitória:
16 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 26 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Frankie Marcone/FuturaPress

Guarany de Sobral Campeão Brasileiro Série D 2010

A primeira edição da Série D foi um sucesso entre os clubes pequenos. Então, a CBF repetiu a fórmula para 2010, incluindo o estranho sistema de mata-mata em que, dos dez times participantes da terceira fase, avançam os cinco vencedores e os três perdedores de melhor campanha, para formar as quartas de final.

Dos participantes com camisa mais pesada, nesta temporada tivemos Remo, Santa Cruz, Botafogo-SP, CSA, Operário-PR e Joinville, este último se envolvendo com tapetão. Mas o campeão da competição veio novamente do interior, agora do Ceará. Outrora participante das Séries B e C, o Guarany de Sobral partiu para uma conquista inédita através do terceiro lugar no estadual.

Na primeira fase, o Cacique do Vale ficou no grupo A3, definido somente no saldo de gols. Guarany, Sampaio Corrêa e JV Lideral-MA ficaram com nove pontos e duas vitórias, e a sorte sorriu para o time rubro-negro no saldo de gols (6 contra 2 e 0). Na condição de líder, enfrentou na segunda fase o Santa Cruz. A camisa pernambucana não pesou, o Guarany perdeu por 4 a 3 fora de casa, venceu por 2 a 0 em casa e se classificou.

Na terceira fase, o reencontro com o Sampaio Corrêa. A ida foi disputada no Junco, e o Cacique venceu por 3 a 2. A volta foi no Nhozinho Santos, em São Luís, e os sobralenses avançaram sem índice técnico ao empatarem por 1 a 1.

As quartas de final foram jogadas contra O Vila Aurora do Mato Grosso. A primeira partida foi em Rondonópolis, e o Guarany abriu vantagem fazendo 2 a 0. A segunda partida foi em Sobral, e com nova vitória por 2 a 1 o time cearense conseguiu o acesso. Na semifinal contra o Araguaína, empate por 2 a 2 no Tocantins e por 0 a 0 no Ceará classificaram o Guarany no critério do gol fora de casa.

A final foi contra o América do Amazonas, que mandou a ida em Santarém (PA). Lá, empate por 1 a 1. A volta foi no Junco, e o Guarany conquistou o primeiro título nacional da história do Ceará com goleada por 4 a 1. E é aqui que entra o tapetão. O América-AM não subiu para a Série C junto com os cearenses. O time foi punido com a perda de dez pontos por escalação irregular contra o Joinville nas quartas de final. E os catarinenses herdaram a vaga. No fim, o Guarany teve como vice o Madureira.

A campanha do Guarany de Sobral:
16 jogos | 7 vitórias | 7 empates | 2 derrotas | 33 gols marcados | 19 gols sofridos


Foto Arquivo/Guarany de Sobral

ABC Campeão Brasileiro Série C 2010

A Série C chega a 2010, mais uma vez com seus 20 participantes divididos em quatro grupos. O equilíbrio deste formato era evidente. Vários times chegavam na rodada final da primeira fase tanto com chances de classificação quanto de rebaixamento. Poucos destoaram dessa lógica, como o time que viria a ser campeão. O ABC fez uma de suas melhores temporadas naquele ano, com dois títulos conquistados.

Na fase inicial, o time alvinegro ficou na chave 2, junto com o rival Alecrim, além de Campinense, CRB e Salgueiro. A abertura foi no Frasqueirão, com vitória por 3 a 1 sobre o CRB. Na sequência, empate em casa por 1 a 1 com o Alecrim, e vitória fora por 3 a 0 sobre o Salgueiro. A primeira derrota foi no fechamento do turno, por 1 a 0 para o Campinense em Campina Grande.

No returno, fez 3 a 1 no Salgueiro em casa, empatou novamente por 1 a 1 com o Alecrim, além de um resultado sem gols com o Campinense, também em Natal. O encerramento foi com derrota por 1 a 0 para o CRB em Maceió, mas o Elefante já estava classificado. O ABC terminou a fase na liderança com 12 pontos, só dois a mais que o Alecrim, que começou a última rodada na vice-liderança e acabou na lanterna, rebaixado.

Nas quartas de final, o adversário pelo acesso foi o Águia de Marabá. Na ida no Pará, o alvinegro encaminhou a situação ao vencer por 1 a 0. Na volta, confirmou a vaga com vitória por 3 a 1 no Frasqueirão. Na semifinal, o ABC reencontrou o Salgueiro, o qual eliminou com empate por 1 a 1 em Pernambuco e vitória por 2 a 0 em Natal.

A final foi realizada contra o Ituiutaba, que atualmente não existe mais e se tornou o Boa Esporte. O primeiro jogo foi em Minas Gerais, no Parque do Sabiá, de Uberlândia. Diante de um público de 879 pagantes, o alvinegro venceu por 1 a 0, gol do artilheiro Cascata. Com a vantagem mínima, o ABC fez o segundo jogo no seu Frasqueirão lotado. E de todas as formas possíveis, o time potiguar conseguiu segurar o time mineiro, mantendo o 0 a 0 no placar.

Ao final da partida, muita festa pelo título da Série C, o primeiro nacional vencido um clube do Rio Grande do Norte. A conquista reconduziu o ABC à Série B, da qual participou por cinco temporadas, entre 2011 e 2015. E desde então, a equipe tem se alternado entre a segunda e a terceira divisão.

A campanha do ABC:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 19 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Moacir Nascimento/Placar

Coritiba Campeão Brasileiro Série B 2010

Depois de três anos, o Coritiba volta a disputar a Série B, em 2010. E calejado recentemente pelos percalços da competição, sabia exatamente qual era o caminho para o retorno rápido à elite nacional.

Só que o começo não foi muito bom para o Coxa. Estreou perdendo de 3 a 1 para o Náutico nos Aflitos. Na sequência, empates em 1 a 1 com o América-MG (em casa) e 2 a 2 com a Portuguesa (fora). A primeira vitória só aconteceu na quarta rodada, por 2 a 1 sobre o Brasiliense no Couto Pereira.

A partir de então, o time engatou uma sequência de partidas sem perder, que culminou com a chegada na liderança, na 11ª rodada, após vencer por 1 a 0 Vila Nova no Serra Dourada. O Coritiba segurou o primeiro lugar até o 15º jogo, quando fez a pior atuação no campeonato, levando 5 a 1 do Ipatinga fora de casa. O Coxa virou o turno afastado do líder Figueirense, e alternando bons e maus jogos.

A briga só esquentaria de vez na 23ª rodada, quando a vitória de 1 a 0 sobre o Brasiliense na Boca do Jacaré recolocou o time paranaense na liderança. Daqui para o final, o Coritiba se manteve na frente, abrindo distância para os adversários.

Na 35ª partida, o acesso foi consolidado depois de vencer por 3 a 2 o Duque de Caxias no Rio de Janeiro. O título foi confirmado duas rodadas depois, no empate em 2 a 2 com o Icasa em Juazeiro do Norte. Assim, o Coritiba se tornava o terceiro clube bicampeão da segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Na campanha, 71 pontos em 38 jogos, 21 vitórias, oito empates e nove derrotas. Os time que subiram ao lado do Coxa foram, Figueirense, Bahia e América-MG.

A campanha do Coritiba:
38 jogos | 21 vitórias | 8 empates | 9 derrotas | 69 gols marcados | 49 gols sofridos
 

Foto Arquivo/Gazeta do Povo

Fluminense Campeão Brasileiro 2010

A taça do Campeonato Brasileiro seguiu no Rio de Janeiro em 2010. Um ano depois de ter se livrado do rebaixamento na última rodada do torneio, o Fluminense derrubou 26 anos de jejum e venceu o tricampeonato nacional.

A estreia do Tricolor foi contra o Ceará, no Castelão. E não foi boa, com derrota por 1 a 0. A primeira vitória aconteceu na segunda rodada, sobre o Atlético-GO por 1 a 0 no Maracanã. Já demonstrando que brigaria nas primeiras posições nas rodadas iniciais, com mais vitórias que derrotas, o Flu assumiu a liderança pela primeira vez na 10ª rodada, ao vencer o Cruzeiro por 1 a 0 em casa. Ela durou só uma rodada, pois no jogo seguinte houve empate em 1 a 1 com o Botafogo no Engenhão, e o Corinthians o passou.

Mas no jogo seguinte, o Fluminense vence em casa por 3 a 1 o Atlético-PR e recupera a frente, a ocupando por dez rodadas. Nesse meio tempo, o Tricolor trocou de estádio. Se despediu do Maracanã na 18ª rodada, no empate em 1 a 1 com o Palmeiras. O campo foi fechado para as obras da Copa do Mundo de 2014, e o time se transferiu para o Engenhão na 20ª rodada, na vitória sobre o Ceará por 3 a 1.

O Flu virou o turno como líder, e deixou o posto outra vez na 23ª rodada, ao empatar em 3 a 3 com o Flamengo e ser ultrapassado novamente pelo Corinthians. O primeiro lugar foi retomado na 25ª rodada, com a vitória por 2 a 1 sobre o Vitória no Barradão. Na 29ª rodada, nova troca de líder, e em confronto direto. O Fluminense foi a Uberlândia e perdeu para o Cruzeiro por 1 a 0, e os mineiros pularam para a ponta.

Na 31ª rodada, o Flu voltou ao primeiro lugar ao empatar em 2 a 2 com o Athletico-PR na Arena da Baixada. E ainda assim era difícil se descolar dos rivais pelo título. Na 35ª rodada, um empate em 1 a 1 com o Goiás no Engenhão tirou os cariocas da liderança mais uma vez, colocando o Corinthians nela de novo. Somente na rodada seguinte é que o Fluminense teve mais tranquilidade, ao retornar para a primeira posição com a goleada de 4 a 1 sobre o São Paulo fora de casa.

Dependendo apenas de si nas rodadas finais, o Tricolor venceu o Palmeiras por 2 a 1 na Arena Barueri, na 37ª rodada e o Guarani por 1 a 0 no Engenhão, na última rodada que definiu a conquista para o Fluminense. Foram 71 pontos com 20 vitórias, 11 empates e sete derrotas, e a consagração de uma equipe que foi do inferno ao céu.

A campanha do Fluminense:
38 jogos | 20 vitórias | 11 empates | 7 derrotas | 62 gols marcados | 36 gols sofridos


Foto Buda Mendes/Getty Images

Santos Campeão da Copa do Brasil 2010

A Copa do Brasil de 2010 viu o surgimento de um novo craque brasileiro. O primeiro título do Santos na competição foi conquistado sob os gols e dribles de Neymar, com apenas 18 anos de idade. Junto com Paulo Henrique Ganso, a dupla foi responsável pelo início de um ciclo vitorioso, que culminaria no tri da Libertadores do ano seguinte.

O Peixe iniciou sua campanha contra o Naviraiense, do Mato Grosso do Sul. O primeiro jogo foi disputado na capital Campo Grande, com vitória santista por 1 a 0. A segunda partida foi na Vila Belmiro, e o Santos lavou a alma de tanto fazer gols: 10 a 0, com seis no primeiro tempo e quatro no segundo. Na segunda fase, o time goleou o Remo em Belém por 4 a 0.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Guarani. Sem pena, o Peixe voltou a golear de maneira assombrosa em casa, na partida de ida, por 8 a 1. Só Neymar aqui anotou cinco gols. A volta foi no Brinco de Ouro, em Campinas, e o Santos levou a primeira derrota, de virada, por 3 a 2.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Atlético-MG. O primeiro jogo foi no Mineirão, e o alvinegro praiano voltou a sofrer derrota por 3 a 2, com o segundo gol marcado aos 37 minutos do segundo tempo. A segunda partida foi na Vila Belmiro, e o Santos reverteu a desvantagem com vitória por 3 a 1.

A semifinal foi contra o Grêmio, em dois jogos emocionantes. No primeiro, no Olímpico, o Peixe abriu dois gols de diferença na etapa inicial, mas os gaúchos reagiram com quatro tentos na etapa complementar. No fim, deu para o Santos descontar para 4 a 3. No segundo jogo, o alvinegro só furou a defesa gremista depois de 51 minutos, mas fez isso três vezes e venceu por 3 a 1, chegando à decisão.

A final da Copa do Brasil de 2010 foi entre Santos e Vitória, que bateu Corinthians-AL, Náutico, Goiás, Vasco e Atlético-GO. A ida foi jogada na Vila Belmiro, e o Peixe confirmou o favoritismo ao vencer por 2 a 0, gols de Neymar e Marquinhos. A volta foi em Salvador, no Barradão, e Edu Dracena deixou o Santos mais perto da taça ao abrir o placar no primeiro tempo. Os baianos viraram para 2 a 1 no segundo tempo, porém foi insuficiente.

A campanha do Santos:
11 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 39 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Marco Sacco/Placar