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Uruguai Campeão da Copa do Mundo 1950

Depois de 12 anos de paralisação e atravessar toda a década de 1940 sem competição, a Copa do Mundo voltou a ser realizada em 1950. O Brasil era um dos candidatos a sede em 1942, e foi o único que manteve a proposta quando do retorno. A FIFA tentou antecipar a realização em um ano, mas voltou atrás e seguiu com o cronograma conhecido.
O mundo estava em reconstrução e muitos países sequer entraram nas Eliminatórias. Além disso, Alemanha e Japão estavam banidas pela participação na II Guerra Mundial. Inicialmente, 16 países estavam classificados para o Mundial. Mas Turquia, Escócia e Índia desistiram de participar. Seus substitutos, Portugal, França e Irlanda, também declinaram.
A competição ficou com 13 seleções e grupos mancos, dois com quatro países, um com três e outro com só dois. Neste último grupo, o Uruguai, um time esforçado que já lembrava com nostalgia do passado vencedor, com jogadores como Alcides Ghiggia e Obdulio Varela. A Celeste enfrentou apenas a Bolívia na primeira fase, e goleou por 8 a 0 em Recife. As partidas contra a Irlanda e França não aconteceram. Então, com esses dois pontinhos, o time uruguaio liderou o grupo D e avançou para o quadrangular final.
A Copa começou de fato para o Uruguai no quadrangular final. Enfrentou a Espanha em São Paulo, e buscou empate por 2 a 2. Na segunda rodada, virou de maneira sofrida contra a Suécia, 3 a 2 no Pacaembu. Enquanto isso, o Brasil fez 7 a 1 nos suecos e 6 a 1 nos espanhóis, e era o pleno favorito para vencer mais uma.
O Estádio Municipal - futuro Maracanã -, do Rio de Janeiro recebeu a partida final. Somente Uruguai e Brasil tinham chances de título, e os brasileiros jogavam pelo empate. A Celeste teve que enfrentar quase 200 mil torcedores, e foi aguentando a pressão. Não se abalou quando sofreu um gol no primeiro minuto do segundo tempo. O Uruguai se aproveitava dos contra-ataques e chegou ao empate com Juan Schiaffino, por volta dos 21 minutos.
O Brasil esbarrava na forte defesa uruguaia e se abria em busca de ter mais tranquilidade na partida. E em outro contra-ataque, aos 34 minutos, Ghiggia avançou pela ponta-direita e chutou firme no canto esquerdo do goleiro Barbosa. Com a virada heroica os uruguaios se seguraram ainda mais, e os brasileiros se desesperavam. O jogo terminou com 2 a 1, e sob o silêncio da arquibancada a Celeste conquistou o bicampeonato da Copa do Mundo, com a taça recebida pelas mãos do capitão Obdulio.

A campanha do Uruguai:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Keystone/Getty Images

Uruguai Campeão da Copa do Mundo 1930

Até 1928, a competição de futebol dos Jogos Olímpicos era o principal título que uma seleção nacional poderia ter. Mas segundo as regras da época, apenas jogadores amadores podiam disputá-la. E em uma época que o profissionalismo estava crescente no futebol, era preciso um torneio novo que se ajustasse nas evoluções da modalidade, sem se prender nas amarras de uma tradição olímpica. Foi sob este argumento que - naquele mesmo ano - nasceu a Copa do Mundo, um campeonato idealizado pelo francês Jules Rimet, presidente da FIFA na época.
A primeira edição do Mundial foi marcada para ter início em 1930, e a partir disto ela seria disputada de quatro em quatro anos, alternado entre as edições das Olimpíadas. Vários países se candidatam para ser o anfitrião: Itália, Suécia, Holanda, Espanha, Hungria e Uruguai.
A FIFA optou pela última opção, seduzida pelo fato de a seleção uruguaia ser a melhor do mundo na época, bicampeã olímpica. Isto desagradou aos europeus, que sempre se consideraram o berço do futebol. Alegando dificuldades no deslocamento para a América do Sul, nenhum deles aceitou o convite para participar.
Foi então que entraram em jogo os dirigentes da FIFA. Jules Rimet convenceu a França, enquanto o vice-presidente Rodolphe Seeldrayers convenceu a Bélgica a atravessarem o Oceano Atlântico. O Rei Carol II, apaixonado por futebol, bancou todas as despesas da Romênia, inclusive garantiu a manutenção dos empregos e salários dos jogadores, ainda amadores.
Por fim, a Iugoslávia aceitou o convite por intervenção do Rei Alexandre I, que passou por cima do boicote dos croatas e montou uma seleção apenas com sérvios. Assim, a primeira Copa do Mundo foi formada com 13 seleções: sete da América do Sul, quatro da Europa e duas da América do Norte.

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O Uruguai tinha a seleção mais forte na década de 1920, vinha de dois títulos olímpicos e praticava o futebol mais bonito. Já pintava como o principal favorito a vencer a primeira Copa do Mundo, em 1930, e na própria casa. Seu principal oponente estava do outro lado do Rio da Prata, a Argentina, vice-campeã olímpica.
Quem vinha da Europa não assustava, já que as principais forças fizeram um boicote velado a competição. O time uruguaio era liderado por seu ataque, com Pedro Cea, Hector "Manco" Castro, Hector Scarone, Santos Iriarte e Pedro Petrone. Este último se machucou na estreia, mas foi muito bem substituído por Pelegrino Anselmo e Pablo Dorado. Além deles, o capitão José Nasazzi liderava na defesa.
A estreia uruguaia foi só na segunda rodada, pois seu grupo tinha três seleções e a folga foi já na primeira. O confronto de abertura foi contra o Peru, vencido por simples 1 a 0. A segunda partida foi a da definição da classificação, contra a Romênia. O Uruguai goleou por 4 a 0 e avançou na liderança do grupo C, com quatro pontos. Na semifinal, confronto contra a Iugoslávia e goleada de virada por 6 a 1 em atuação tranquila, apesar da reclamação iugoslava com a arbitragem. A final seria contra a grande rival, a Argentina.
A decisão do Mundial foi disputada no novíssimo Estádio Centenário de Montevidéu, que recebeu mais de 68 mil torcedores. A primeira Copa do Mundo não tinha um material oficial de jogo, cada seleção era responsável pelo seu. Por isso, houve um impasse quanto a bola que seria utilizada. Os uruguaios queriam a sua, e os argentinos a deles. Para resolver isto, cada tempo foi jogado com um bola diferente. Na primeira etapa foi usada a bola argentina.
O Uruguai abriu o placar com Dorado, mas a Argentina virou Carlos Peucelle e Guillermo Stábile. A etapa final foi jogada com a bola uruguaia. E a Celeste Olímpica tornou a virar a partida com naturalidade, gols de Cea, Iriarte e Castro. Com a vitória por 4 a 2, o Uruguai celebrou seu primeiro título mundial com muita festa no país todo. E diferentemente do que seria tradição futura, a taça foi entregue somente no vestiário, para o presidente da Associação Uruguaia de Futebol. Mas isto pouco importa diante do fato de o Uruguai ser o primeiro campeão mundial de futebol da história.

A campanha do Uruguai:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 15 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images

Uruguai Campeão do Mundialito 1980

Para comemorar os 50 anos da Copa do Mundo, em 1980, a FIFA resolveu criar um torneio especial. Sua premissa era simples: reunir todos os ganhadores mundiais e definir o "campeão de ouro". Logo ficou decidido que a competição seria disputada no primeiro país sede da histórias das Copas, o Uruguai. E que Itália, Alemanha, Brasil, Inglaterra e Argentina seriam os demais participantes. Nasceu então a "Copa de Oro de Campeones Mundiales", no idioma anfitrião. Para os brasileiros, ela ficou apelidada de Mundialito.
Mas nem tudo foram flores de início. Primeiro, a desistência dos ingleses. Eles acabaram substituídos pela Holanda, vice dos últimos dois Mundiais. Depois, o calendário. A FIFA não conseguiu achar brecha para introduzir o Mundialito durante 1980. Somente no penúltimo dia, 30 de dezembro, que a bola rolou. As seis seleções ficaram em dois grupos. No A, Uruguai, Holanda e Itália. No B, Brasil, Argentina e Alemanha. Todos os jogos aconteceram no Estádio Centenario, em Montevidéu. Só o líder de cada chave avançava de fase.
Na abertura, os uruguaios bateram os holandeses por 2 a 0. Em 1º de janeiro de 1981, os argentinos estrearam com vitória por 2 a 1 - de virada - sobre os alemães. No dia 3, os Charrúas fizeram outro 2 a 0, agora nos italianos, e confirmaram a classificação antecipada à decisão. No dia 4, ocorreu a estreia brasileira, no empate por 1 a 1 com os Albicelestes. No dia 6, a Azzurra e a Laranja cumpriram tabela no empate por 1 a 1. E no dia 7, a Canarinho também garantiu seu lugar na final ao golear a Nationalelf por 4 a 1.
A classificação dos grupos ficou assim: no A, Uruguai líder com quatro pontos, Itália e Holanda fora com um cada. No B, Brasil e Argentina somaram três - com saldo de três gols para os brasileiros e um para os argentinos - e a Alemanha não marcou nada.
A decisão, em 10 de janeiro, reuniu Uruguai e Brasil no Centenario. De um lado, a chance de recuperar parte do tempo perdido desde a última boa incursão em Copas, na edição de 1970. Do outro, mais uma oportunidade de vingar o Marcanazzo de 30 anos antes. Em campo, os uruguaios compensaram a baixa na experiência internacional (o último Mundial jogado era o de 1974) com a força do torcedor na arquibancada. Já os brasileiros apresentavam o embrião do time de 1982 já sob o comando de Telê Santana.
A pressão deu certo. Jorge Barrios abriu o placar aos cinco minutos do segundo tempo. Sócrates empatou, de pênalti, aos 17 e Waldemar Victorino fechou em 2 a 1 aos 35. O Uruguai era o campeão de ouro.

A campanha do Uruguai:
3 jogos | 3 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 1 gols sofrido


Foto Bob Thomas/Getty Images

Uruguai Campeão Olímpico 1928

O apogeu do Torneio Olímpico de futebol aconteceu na edição de 1928, sediada em Amsterdã, a capital da Holanda. O projeto da Copa do Mundo já estava encaminhado neste ano, com a FIFA determinando o início dela para 1930 e uma periodicidade quadrienal, com disputas entre os ciclos da Olimpíada. E o que se viu nos gramados holandeses foi uma prévia do que viria a ser o novo Mundial.
O regulamento dos Jogos seguiu o mesmo formato de sempre, com chaveamentos de mata-mata em quatro fases. Desta vez foram 17 seleções participantes, algo muito próximo do que a própria Copa presenciara em 1934 e 1938. O número de não-europeus aumentou de quatro para sete, com Argentina, México e Chile juntando-se a Estados Unidos, Egito, Turquia e Uruguai. Mais forte do que quatro anos antes, a Celeste era a grande favorita ao bicampeonato, e desta vez contava com o respeito de todos (tanto que o país foi o escolhido para ser o anfitrião da primeira Copa). Sua estreia nas oitavas de final foi exatamente contra a dona da casa Holanda, a qual derrotou por 2 a 0. Nas quartas, a equipe goleou a Alemanha por 4 a 1. A semifinal foi um pouco mais complicada, mas os uruguaios tiraram de letra a dificuldade, vencendo por 3 a 2, de virada. Indo à disputa pela medalha de bronze, os italianos pegaram o lugar mais baixo do pódio ao aplicar 11 a 3 no Egito.
O ouro e a prata ficaram em decisão entre Uruguai e Argentina, que pela primeira vez extrapolaram as linhas do clássico para fora da América do Sul. O rival da Celeste chegou na final eliminando Estados Unidos, Bélgica e Egito. E como o previsto, a partida entre as duas seleções foi pegada, de muita oportunidades mas poucos gols. Após 90 minutos de jogo e 60 de prorrogação no Estádio Olímpico de Amsterdã, o resultado ficou no 1 a 1, gol uruguaio marcado por Pedro Petrone e argentino por Manuel Ferreira. O jeito foi fazer o desempate três dias depois, no mesmo local. O Uruguai abriu o placar aos 17 minutos do primeiro tempo com Roberto Figueroa. Aos 28, Luis Monti empatou à Argentina. Para evitar mais desgastes, Héctor Scarone fez 2 a 1 aos 28 do segundo tempo, confirmando o segundo título e o status de melhor seleção do mundo dos uruguaios. E ainda viria mais, mas na Copa do Mundo. No Torneio Olímpico, a incerteza passaria a rondar a mente dos torcedores e do COI.

A campanha do Uruguai:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 12 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/AUF

Uruguai Campeão Olímpico 1924

Um Mundial antes de existir a Copa do Mundo. Este era o status do Torneio Olímpico nos anos 20. Conquistar a medalha de ouro era o máximo que um atleta poderia almejar naquela época. Por isso, não é a toa que o Uruguai se considera tetracampeão, somando as vitórias de 1924 e 1928 aos títulos de 1930 e 1950. A edição de 1924 das Olimpíadas foi em Paris. Era a segunda experiência da capital francesa com a organização, e diferentemente de 1900, quando o futebol foi só um evento de demonstração com três times, agora 22 seleções marcariam presença na competição.
A Celeste foi a primeira representação oriunda da América do Sul. Junto com Estados Unidos, Egito e Turquia (na época representante da Ásia), foram as equipes de fora da Europa. O sistema de disputa foi outra vez o mata-mata, com cinco fases. A estreia uruguaia foi na primeira etapa, arrasando por 7 a 0 a Iugoslávia. Nas oitavas de final, derrubou os norte-americanos ao vencer por 3 a 0. A campanha seguiu com mais uma vitória história, desta vez goleando por 5 a 1 a França. A vítima do Uruguai na semifinal foi a Holanda, derrotada por 2 a 1. A partida valendo o ouro seria contra a Suíça, que chegou até a decisão eliminando Lituânia, Tchecoslováquia, Itália e Suécia. Antes, no confronto que valeu a medalha de bronze, suecos bateram holandeses em dois jogos: 1 a 1 no original, 3 a 1 no extra. 
A partida aconteceu no Estádio Olímpico de Colombes, município localizado na região metropolitana de Paris. Com um futebol que encantou não apenas o público presente, como também a Europa inteira, o Uruguai conquistou sua primeira medalha com uma incontestável vitória por 3 a 0. O placar foi aberto por Pedro Petrone aos nove minutos do primeiro tempo. Pedro Cea ampliou aos 20 do segundo. E o lendário Ángel Romano fechou a conta aos 37 minutos. O título da Celeste foi um marco da primeira grande revolução no futebol. Ela aconteceu menos na parte tática e mais na parte das ideias fora de campo, porque foi neste momento que a Europa percebeu que havia vida futebolística fora do seu território. E foi a partir desta escalada uruguaia que o projeto da FIFA de criar uma Copa do Mundo independente começou a sair do papel.

A campanha do Uruguai:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 20 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/AUF

Uruguai Campeão da Copa América 2011

Um ciclo termina, outro começa. Depois de 34 anos, a Copa América retorna à Argentina, dando início a um novo rodízio de sedes. De quebra, a competição volta à sua configuração de periodicidade original, a a cada quatro anos, sempre um após a disputa da Copa do Mundo. O torneio foi marcado pelos resultados inesperados e estranhos, além das quedas precoces de Argentina e Brasil, nas quartas de final e ambos nos pênaltis. O primeiro caiu para o futuro campeão Uruguai, já o outro ficou diante do Paraguai, errando todas as cobranças e perdendo apenas por 2 a 0.
Renascida, a Celeste Olímpica vinha embalada pela quarta colocação no Mundial, treinada por Óscar Tabárez e liderada em campo pela experiência de Diego Forlán e Diego Lugano, e o talento de Luis Suárez e Edinson Cavani, que começavam a entrar no auge das carreiras. A equipe ficou localizada no grupo C, e estreou apenas empatando por 1 a 1 diante do Peru. Na segunda rodada, contra o Chile, outro empate por 1 a 1. A primeira vitória e a classificação vieram na última partida, ao fazer 1 a 0 no México. De modo simples, com cinco pontos, o time uruguaio encerrou a fase de grupos na vice-liderança. Nas quartas de final foi a vez de enfrentar a dona da casa, a Argentina. E mais uma vez o 1 a 1 imperou no placar, no que levou o jogo à disputa de pênaltis. E fazendo 5 a 4, a Celeste avançou mais uma vez. O Peru voltou a ser adversário, agora na semifinal, e desta vez o resultado foi diferente, vencendo tranquilamente por 2 a 0.
Na final, o adversário foi um Paraguai de campanha muito incomum: cinco empates em cinco jogos, eliminando Equador na primeira fase, e Brasil e a surpresa Venezuela no mata-mata. A partida foi realizada no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. A onda de empates paraguaios seria definitivamente encerrada pelos uruguaios. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Suárez abriu o placar. Aos 41, Forlán ampliou. A decisão foi jogada de maneira tranquila, sem nenhuma ameaça à conquista celeste. Aos 44 do segundo tempo, Forlán fez 3 a 0 e decretou os números finais do título, o 15º do Uruguai na Copa América, desempatando com a Argentina no ranking histórico.

A campanha do Uruguai:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Emiliano Lasalvia/El Gráfico

Uruguai Campeão da Copa América 1995

A edição de 1995 da Copa América consolidou muitas das novidades que o Mundial do ano anterior havia trazido, como os três pontos por vitória. Mas a competição é mais lembrada pelos resultados históricos, como os 3 a 0 dos Estados Unidos sobre a Argentina na fase de grupos e a subsequente semifinal do time norte-americano, além do empate por 2 a 2 dos argentinos com o Brasil nas quartas de final, com o gol brasileiro que levou aos pênaltis sendo marcado por Túlio após ajeitar a bola no braço. E por fim, pelo título do anfitrião Uruguai, que marcou o fim de uma era para o futebol do país.
A Celeste começou a trajetória rumo ao 14º título no grupo A. Sua estreia foi ótima, goleando a Venezuela por 4 a 1. Na segunda rodada, bateu o Paraguai por 1 a 0, gol de Enzo Francescoli. Fechando a primeira fase, o Uruguai teve de buscar o empate por 1 a 1 contra o México, que lhe deixou classificado na liderança da chave, com sete pontos. Nas quartas foi a vez de enfrentar a Bolívia, algoz nas Eliminatórias da Copa do Mundo dois anos antes. E os uruguaios conseguiram a revanche ao vencerem por 2 a 1. Na semifinal veio a Colômbia, e o embalada equipe venceu por 2 a 0, chegando mais uma vez na decisão.
A final da Copa América teria mais um encontro entre Uruguai e Brasil, o terceiro desde a reformulação em 1975. E os brasileiros eram o outro algoz da Celeste nas Eliminatórias do Mundial. Para chegar até ali, foi preciso passar por Argentina e Estados Unidos no mata-mata. Mas o Uruguai tinha toda a força da sua torcida e conhecimento de cada pedaço do gramado gelado do Estádio Centenario, em Montevidéu. A partida foi bem equilibrada, bem como todo clássico entre as duas seleções era na época. O Brasil abriu o placar com Túlio aos 30 minutos do primeiro tempo. o Uruguai não ficou abalado e empatou por 1 a 1 aos seis do segundo tempo, com gol de falta de Pablo Bengoechea. Nos pênaltis, todos os uruguaios converteram, enquanto uma cobrança brasileira parou nas mãos de Fernando Álvez. Por 5 a 3, o Uruguai era mais uma vez o (invicto) campeão, no que foi praticamente o último ato da geração de Francescoli e Bengoechea, que ali já fazia sua transição para uma entressafra que duraria até após a virada do século 20.

A campanha do Uruguai:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 4 gols sofridos 


Foto Arquivo/El País

Uruguai Campeão da Copa América 1987

A Copa América desembarca em 1987 com muitas novidades. Algumas ditariam os anos seguintes da competição, como a introdução do rodízio de sedes. A Conmebol determinou que, a partir daquele ano e pelas nove edições subsequentes, todos os federados seriam anfitriões uma vez, começando pela Argentina e seguindo a ordem: Brasil, Chile, Equador, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Peru e Venezuela. Outra mudança anunciada foi a redução da periodicidade para de dois em dois anos, o que garantia até 2005 (inicialmente) a realização do torneio. E para que tudo desse certo, foi preciso mexer no regulamento. Para o começo, foram cortados o returno da fase de grupos e as voltas da semifinal e da final. Com tudo pela metade e um país-sede definido, a Copa América passaria a ser executada em 16 dias, ao invés de ficar diluída durante todo o ano.
Desse jeito, o caminho para o Uruguai ser campeão mais uma vez ficou muito fácil, pois a equipe já tinha uma vaga direta na semifinal. Na fase de grupos, a Celeste assistiu as classificações de Argentina, Chile e Colômbia. No grupo A, a dona da casa empatou com o Peru e venceu o Equador. No grupo B, os chilenos bateram e Venezuela e golearam o Brasil com um histórico 4 a 0. E no grupo C, os colombianos derrotaram Bolívia e Paraguai. Com os quatro semifinalistas definidos, ficou determinado que o Uruguai enfrentaria a Argentina. Uma tarefa ingrata contra o anfitrião e então campeão mundial, que eliminara os próprios uruguaios durante a campanha. Mas dessa vez o time charrua venceu, por 1 a 0, gol de Antonio Alzamendi.
Na final, o Uruguai encarou o Chile, que passou pela Colômbia. Com os argentinos fora, o público não empolgou muito no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Só 35 mil torcedores foram ao estádio, a maioria de uruguaios que atravessaram o Rio da Prata. A facilidade geográfica ajudou muito, apesar da violência que as duas equipes praticaram em campo. Foram dois expulsos para cada lado. Entre os charruas, foram ao chuveiro mais cedo dois dos jogadores mais importantes do time: o craque Enzo Francescoli e o capitão José Perdomo. Mesmo com as ausências mais importantes, o Uruguai chegou no gol do título aos 11 minutos do segundo tempo, através de Pablo Bengoechea. O placar de 1 a 0 consumou o 13º título de Copa América para a Celeste.

A campanha do Uruguai:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 2 gols marcados | 0 gols sofridos


Foto Arquivo/AUF

Uruguai Campeão da Copa América 1983

O formato em partidas de ida e volta e sem sede fixa na Copa América foi executado pela última vez na edição de 1983. E após dois torneios sem a presença do principal trio de seleções na final, era a hora de voltar a mostrar força. Uruguai e Brasil foram os bichos-papões da vez, enquanto a Argentina voltou a ter dificuldades, apesar de não ter perdido para os brasileiros na primeira fase. E o título ficou nas mãos do time charrua, que disputava palmo a palmo o posto de maior vencedor com os argentinos.
No grupo A do torneio, o time começou sua campanha logo com dois jogos em casa. No Centenario, venceu o Chile por 2 a 1 e a Venezuela por 3 a 0. Nas partidas fora de casa, foi muito mal contra os chilenos, perdendo por 2 a 0 em Santiago, e venceu os venezuelanos por 2 a 1 em Caracas. Com seis pontos marcados e todos os jogos realizados, o Uruguai precisava secar o Chile, que vinha com quatro, saldo de gols maior e uma partida por fazer contra a Venezuela. A torcida contra funcionou, pois o time andino não passou do empate contra a os vinotintos. Classificada, a Celeste fez uma dura semifinal contra o Peru. Na ida no Nacional de Lima, vitória suada por 1 a 0, gol de Carlos Aguilera. Na volta em Montevidéu, a equipe peruana abriu o placar no primeiro tempo, e o Uruguai só buscou o empate na segunda etapa, aos quatro minutos, quando Wilmar Cabrera fez 1 a 1 e deu a vaga de sua seleção na decisão. Do outro lado, o Brasil ficou à frente da Argentina na fase de grupos e eliminou o Paraguai na semifinal, após empatar duas vezes e vencer o sorteio de desempate.
Era a quarta final entre brasileiros e uruguaios na história. Nas três anteriores, duas vitórias charruas na Copa do Mundo de 1950 e no Mundialito de 1980. A favor dos tupiniquins, só o triunfo no distante Sul-Americano de 1919, além da semifinal no Mundial de 1970. O prognóstico favorável ao Uruguai acabou confirmado no gramado do Centenario no primeiro jogo. Diante de 65 mil compatriotas, Enzo Francescoli e Víctor Diogo fizeram os gols do 2 a 0 que abriu boa vantagem para a volta. A segunda partida aconteceu em Salvador, na Fonte Nova. O Brasil abriu o placar na etapa inicial, mas o Uruguai ainda precisaria sofrer outro gol para se preocupar. Mas isto não ocorreu. Ao contrário, a Celeste empatou aos 32 minutos do segundo tempo, com Aguilera. No fim, o 1 a 1 confirmou o 12º título uruguaio na Copa América - sendo o primeiro no novo formato - e terminou com 16 anos anos de fila.

A campanha do Uruguai:
8 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/AUF