O regulamento com partidas de ida e volta e sem sede fixa na Copa América foi executado pela última vez na edição de 1983. E após dois torneios sem a presença do principal trio de seleções na final, era a hora de voltar a mostrar força. Uruguai e Brasil foram os bichos-papões da vez, enquanto a Argentina deu o azar de ter ficado no mesmo grupo que os brasileiros na primeira fase. O título ficou nas mãos dos uruguaios pela 12ª vez, em uma disputa palmo a palmo (e que dura até hoje) pelo posto de maior vencedor com os argentinos (que também tinha 12).
No grupo A do torneio, La Celeste começou sua campanha logo com dois jogos em casa. No Centenario, venceu o Chile por 2 a 1 e a Venezuela por 3 a 0. Nas partidas fora de casa, o início foi com uma dura derrota por 2 a 0 para os chilenos em Santiago, o que obrigou os uruguaios derrotar os venezuelanos em Caracas. No último jogo, o esperado triunfo veio por 2 a 1, mas foi considerado pouco diante da fraqueza da Venezuela. O Uruguai fechou a fase com seis pontos e três gols de saldo, já o Chile estava com quatro pontos, seis gols de saldo um jogo por fazer com os próprios venezuelanos. Com o secador ligado, La Celeste se classificou vendo os chilenos ficarem no 0 a 0 com a Venezuela.
Na semifinal, o Uruguai enfrentou o Peru. A ida foi realizada em Lima, uma vitória suada por 1 a 0, gol de Carlos Aguilera. A volta foi em Montevidéu, mais suada ainda: os peruanos abriram o placar no primeiro tempo e os uruguaios só buscaram o empate na segunda etapa, quando Wilmar Cabrera fez 1 a 1 e colocou La Celeste na decisão.
Do outro lado da final, estava o Brasil. Na primeira fase, os brasileiros eliminaram Argentina e Equador. Na semifinal, bateram o Paraguai no cara ou coroa. Foi a quarta decisão entre Brasil e Uruguai na história. Nas três anteriores, duas vitórias uruguaias na Copa do Mundo de 1950 e no Mundialito de 1980. A favor dos brasileiros, só estava o triunfo no distante Sul-Americano de 1919, além da semifinal no Mundial de 1970.
O prognóstico histórico era favorável ao Uruguai, que confirmou sua superioridade também no gramado do Centenario no primeiro jogo. Com gols de Enzo Francescoli e Víctor Diogo, La Celeste venceu por 2 a 0 e abriu boa vantagem para a volta, que foi realizada na Fonte Nova, em Salvador. Na segunda partida, o Brasil abriu o placar na etapa inicial, situação que forçava o jogo extra. Porém, o Uruguai buscou o empate aos 32 minutos do segundo tempo, com Aguilera, e o 1 a 1 confirmou o 12º título uruguaio na Copa América, tirando a seleção de uma fila de 16 anos.
A campanha do Uruguai:
8 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos
8 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos
Foto Arquivo/AUF
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