A região Norte do Brasil é historicamente a menos bem-sucedida com o futebol. Mas isso não impediu os clubes de lá a tentarem buscar suas próprias competições. A primeira de destaque foi o Torneio do Norte, que fazia parte do Torneio Norte-Nordeste, entre 1968 e 1970. Antes, de 1959 a 1967, os times nortistas e nordestinos jogavam a Zona Norte da Taça Brasil, com o campeão avançando às quartas de final. Entre 1975 e 1990, também houve o Torneio Integração da Amazônia, disputado com equipes dos antigos Territórios Federais do Acre, Amapá, Rio Branco (Roraima) e Guaporé (Rondônia). Mas foi só em 1997 que a região passaria a ter uma competição de fato, sem ficar pendurada em outra e que reunisse a maioria dos Estados: a Copa Norte.
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A Copa Norte de 1997 foi criada pela CBF no início da onda dos campeonatos regionais do fim do século 20. Ela valia vaga na Copa Conmebol para seu campeão e foi disputada por times de seis Estados da região, mais Maranhão e Piauí. O Tocantins foi a ausência notada no início, e o local acabaria incluído com as equipes do Centro-Oeste anos depois. Foram dez times qualificados pelos estaduais, divididos em dois grupos de cinco e atuado em turno único.
Vice acriano em 1996, o Rio Branco-AC entrou no torneio ao lado o Independência, o terceiro colocado (o campeão Juventus abriu mão de seu lugar). O time alvirrubro ficou no grupo B, sediado na sua própria cidade, a homônima Rio Branco. O começo foi na segunda rodada, já que a folga veio logo na estreia: no José de Melo, apenas 0 a 0 com o Ji-Paraná. A primeira vitória foi no jogo seguinte, por 1 a 0 sobre o Baré. Só o líder da chave avançava, e o Rio Branco arrancou rumo à final com vitórias por 1 a 0 sobre o Independência e por 4 a 1 sobre o Nacional-AM. Com dez pontos, ficou dois à frente do Ji-Paraná.
A decisão da primeira Copa Norte foi entre Rio Branco e Remo, que no grupo A (com sede em Belém) venceu todas as partidas e ficou com cinco pontos a mais que o Imperatriz. O jogo de ida foi no José de Melo, e terminou com empate sem gols. A volta não seria fácil, pois o clube paraense era o favorito e a peleja seria disputada no Mangueirão. Mas o Estrelão vivia um dos melhores momentos da sua história e não ligou para os fatores externos. A equipe venceu a derradeira por 2 a 1 e conquistou a Copa Norte, seu principal título e o único do Acre em competições sem contar os óbvios estaduais.
E na Copa Conmebol o Rio Branco quase surpreendeu: contra o Deportes Tolima, perdeu a ida fora por 2 a 1 e venceu a volta em casa por 1 a 0. Porém, como não havia a regra do gol fora de casa, derrota nos pênaltis por 3 a 1 eliminou o time nas oitavas.
A campanha do Rio Branco-AC:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 8 gols marcados | 2 gols sofridos
Foto Francisco Chagas/Placar