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Brasil Campeão Mundial Sub-20 2003

O Mundial Sub-20 de 2003 voltou para a Ásia e foi realizado nos Emirados Árabes. A competição estava inicialmente prevista para acontecer entre março e abril, mas acabou adiada para os meses de novembro e dezembro em função do início da Guerra do Iraque, o que alterou o calendário e a preparação das seleções.

O torneio manteve o regulamento com 24 seleções divididas em seis grupos. Os dois primeiros de cada chave, além dos quatro melhores terceiros colocados, avançaram para as oitavas de final, dando início ao mata-mata até a decisão do título.

A seleção brasileira chegou à competição buscando encerrar um jejum de dez anos sem conquistas na categoria, desde 1993. O time acabou alcançando o tetracampeonato com uma geração que revelou atletas importantes no cenário nacional e internacional, entre eles Daniel Alves, que posteriormente se consolidaria como um dos principais nomes da seleção principal e em clubes do futebol europeu.

Na fase de grupos, o Brasil esteve no Grupo C. Sua estreia foi com vitória por 2 a 0 sobre o Canadá. Na segunda rodada, empatou em 1 a 1 com a Tchéquia. Na última partida, a Seleção perdeu por 3 a 2 para a Austrália. Com quatro pontos, o time brasileiro avançou apenas em segundo lugar na chave.

No mata-mata, o Brasil precisava mostrar mais futebol, e foi crescendo aos poucos. Nas oitavas de final, superou a Eslováquia por 2 a 1 de virada e na prorrogação, depois de gol de ouro marcado por Dudu Cearense. Nas quartas, aplicou 5 a 1 sobre o Japão, e na semifinal venceu a Argentina por 1 a 0, garantindo vaga na grande decisão para enfrentar a Espanha. A equipe espanhola passou por Mali, Uzbequistão, Paraguai, Canadá e Colômbia

Brasil e Espanha reeditaram a final de 1985 no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Em uma partida difícil, o time canarinho conquistou o título com vitória por 1 a 0. O gol decisivo foi marcado por Fernandinho aos 43 minutos do segundo tempo, selando o tetracampeonato da equipe sub-20.

A campanha do Brasil:
7 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 14 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Rahbi Moghrabi/AFP/Getty Images

Porto Campeão da Liga Europa 2003

Portugal chegou ao primeiro título na Copa da UEFA apenas em 2003. O vencedor foi o Porto, que viveu uma de suas melhores eras na primeira metade dos anos 2000, com o auge nas conquistas da Liga dos Campeões e do Mundial em 2004. A temporada também foi marcada por ter sido a última completa do Estádio das Antas (que seria fechado e demolido no começo de 2004). E não menos importante, no comando dos jogadores estava um jovem técnico português muito promissor: José Mourinho.

Os dragões iniciaram a caminhada na primeira fase da Copa da UEFA, diante do Polonia Varsóvia. A classificação foi praticamente garantida  na partida de ida, na goleada por 6 a 0 no Estádio das Antas. Na volta, os portistas perderam por 2 a 0 fora de casa. Na segunda fase, foi a vez pelo Austria Viena. No primeiro jogo, vitória por 1 a 0 na capital austríaca. Na segunda partida, o triunfo foi por 2 a 0 em casa.

Na terceira fase, o Porto enfrentou o Lens, saído da Liga dos Campeões. A ida foi disputada no Estádio das Antas, e os dragões venceram por 3 a 0. Com a classificação encaminhada, bastou ao portugueses segurarem o ímpeto francês no Estádio Félix-Bollaert, que fez apenas 1 a 0 e não conseguiu reverter o confronto. O adversário nas oitavas de final foi o Denizlispor, da Turquia. E mais uma vez a passagem de fase foi tranquila, com goleada por 6 a 1 na ida em casa, e empate por 2 a 2 na volta fora.

Nas quartas de final, os dragões tiveram pela frente o Panathinaikos, e só então que as dificuldades apareceram. O primeiro jogo foi no Estádio das Antas, mas o Porto acabou derrotado por 1 a 0. As coisas ficaram para serem definidas na segunda partida em Atenas. O artilheiro Derlei abriu o placar aos portugueses ainda no primeiro tempo, que levou o confronto à prorrogação, quando Derlei fez 2 a 0.

A semi foi disputada contra a Lazio. Disposto a não repetir o sofrimento da fase anterior, o Porto tratou de ir para cima desde o começo contra os italianos. Com dois gols de Derlei, e um de Maniche e Hélder Postiga, os portugueses golearam a ida nas Antas por 4 a 1. A volta aconteceu no Olímpico de Roma, e a vaga na decisão veio após o empate por 0 a 0 que os azuis seguraram.

A final foi contra o Celtic, que passou por Suduva (Lituânia), Blackburn, Celta de Vigo, Stuttgart, Liverpool e Boavista. A partida foi realizada no Estádio de La Cartuja, à época chamado de Olímpico, em Sevilha, na Espanha. A parada foi dura. Derlei abriu o placar no fim do primeiro tempo, mas os escoceses empataram já na volta do intervalo. Dmitri Alenichev fez o segundo dos dragões aos nove minutos, mas 12 já estava tudo empatado de novo. Foi só na prorrogação, já sem o gol de ouro e a cinco minutos de acabar, que Derlei fez 3 a 2 e confirmou o título português.

A campanha do Porto:
13 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 29 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Alain Gadoffre/Onze/Icon Sport/Getty Images

Alemanha Campeã da Copa do Mundo Feminina 2003

A quarta edição da Copa do Mundo Feminina, em 2003, passou por uma grande turbulência. Inicialmente, a competição estava marcada para voltar à China, que venceu eleição sobre a Austrália, entre setembro e outubro. Mas um surto de SARS (doença causada pelo coronavírus) no país asiático levou a FIFA a mudar a sede de lugar quatro meses antes de seu início. Assim, o torneio precisou voltar para o último lugar em que foi realizado, os Estados Unidos.

O favoritismo outra vez recaiu sobre as seleções mais tradicionais: Alemanha, Estados Unidos, Noruega, China e Suécia, que ganhavam a companhia de Canadá e Brasil (mais fortalecido e com uma jovem atacante chamada Marta no time) na primeira prateleira da Copa. E depois de três tentativas na trave, as alemãs finalmente chegaram lá, com autoridade e uma pontada de emoção.

A Alemanha entrou no grupo C do Mundial. Na estreia, 4 a 1 de virada sobre o Canadá. Na sequência, vitória por 3 a 0 sobre o Japão garantiu a classificação antecipada. No fechamento da fase, goleada por 6 a 1 sobre a Argentina confirmou liderança da chave à Nationalelf, com nove pontos.

A maior goleada ainda viria, nas quartas de final: 7 a 1 sobre a Rússia. Na semifinal, o confronto com os Estados Unidos. Atuando no PGE Park, em Portland, a Alemanha conseguiu uma gigante vitória por 3 a 0, gols de Kerstin Garefrekes, Maren Meinert e Birgit Prinz. As então campeãs estavam fora, e o time alemão seguiu rumo à final.

No dia 12 de outubro, no Home Depot Center de Los Angeles, a Alemanha enfrentou a Suécia, que derrubou Coreia do Norte, Nigéria, Brasil e Canadá. O fato de ter eliminado a dona da casa não tornou a partida mais simples. As suecas largaram na frente do placar aos 41 minutos do primeiro tempo, com Hanna Ljungberg. A virada alemã teve um início precoce e um desfecho tardio e agônico.

O empate saiu logo no primeiro minuto do segundo tempo, com Meinert, e permaneceu assim até o fim dos 90 minutos. Foi só aos oito minutos da prorrogação que Nia Künzer, zagueira que entrou durante o jogo, virou para 2 a 1. O gol de ouro valeu o primeiro título de Copa Feminina à Alemanha, que teve como capitã a meio-campista Bettina Wiegmann.

A campanha da Alemanha:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 25 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Jonathan Larsen/Diadem Images

Cienciano Campeão da Copa Sul-Americana 2003

A Copa Sul-Americana ganhou um "upgrade" de 2002 para 2003. De 21 participantes, a competição saltou para 35. A Argentina passou de quatro para seis vagas e o Brasil enfim entrou na disputa, com 12 posições, todas definidas pelo ranking da Conmebol. Tantos brasileiros no torneio levou à formação de uma mini fase de grupos, com quatro triangulares. Destes, cada líder avançou às oitavas de final.

Ao mesmo tempo, Boca Juniors e River Plate tinham cadeiras cativas no mata-mata principal. Ao contrário, o San Lorenzo, defensor do título, teve de passar pela primeira fase. Mas nem Brasil nem Argentina sorriram no final. O campeão da segunda edição da Sul-Americana foi o Cienciano. Clube médio do Peru, "la furia roja" foi o primeiro (e único) do país a levantar uma taça continental até hoje.

Na primeira fase, o Cienciano eliminou o compatriota Alianza Lima, após vencer por 1 a 0 tanto em Cusco quanto na capital peruana. Nas oitavas, foi a vez de passar pela Universidad Catótica. Na ida, goleada por 4 a 0 em casa, no Estádio Inca Garcilaso de la Vega. Na volta, derrota por 3 a 1 no Chile.

O adversário nas quartas de final foi o Santos. O primeiro jogo foi na Vila Belmiro, e o Cienciano segurou um bom empate por 1 a 1. A segunda partida aconteceu na altitude de 3.300 metros de Cusco, e o clube peruano derrubou mais um gigante ao vencer por 2 a 1. A semifinal foi contra o Atlético Nacional, e o Cienciano venceu os dois jogos: 2 a 1 em Medellín e 1 a 0 no Peru.

A final foi contra o River Plate, que passou por Independiente, Libertad e São Paulo. A ida foi realizada no Monumental, em Buenos Aires. Giuliano Portilla abriu o placar para os peruanos aos 26 minutos do primeiro tempo. Os argentinos viraram para 2 a 1 no começo do segundo tempo, mas Germán Carty empatou aos 22 minutos e Portilla virou de novo aos 34. A cinco minutos do fim, o River empatou em 3 a 3 e deixou tudo em aberto para a volta.

A segunda partida foi na cidade de Arequipa, no Monumental de la UNSA, um estádio maior que o Inca Garcilaso. Todo o Peru apoiou o Cienciano. O gol do histórico título do rojo saiu aos 33 minutos do segundo tempo, com o zagueiro Carlos Lugo. Dá para dizer que esta vitória por 1 a 0 é a maior de todas para o futebol de clubes peruano.

A campanha do Cienciano:
10 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 17 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Cienciano

Milan Campeão da Liga dos Campeões 2003

Nove anos depois da última conquista, o Milan recuperou os bons tempos e levou para casa sua sexta taça da Liga dos Campeões da Europa, em 2003. Com um time bem estrelado e o recorde de 19 partidas, o clube superou forças tradicionais, emergentes e os rivais locais para ficar com o título.

Mas para chegar lá, o caminho foi longo e tortuoso. No italiano de 2002, o rossonero foi apenas o quarto colocado. Dessa forma, o início da campanha precisou ser antes da fase de grupos, na terceira preliminar. O adversário foi o Slovan Liberec, da República Tcheca. Na ida, 1 a 0 para o Milan no San Siro. Na volta, os tchecos fizeram 2 a 1 e a classificação à primeira fase só veio graças ao gol marcado fora de casa.

Quatro jogos depois, já no grupo G, os italianos apagaram a má impressão. A vaga na segunda etapa veio com 100% de vitórias até ali, nos 2 a 1 em casa sobre o Bayern de Munique. Depois, a equipe até perdeu para o Lens, da França, e o Deportivo La Coruña, da Espanha - os outros oponentes da chave. O Milan terminou líder com 12 pontos.

Na segunda fase, foi a vez de superar Lokomotiv Moscou, Borussia Dortmund e Real Madrid para garantir a ponta do grupo C. Outra vez com 12 pontos, quatro vitórias em seis partidas e confirmação na quarta rodada, no 1 a 0 sobre os russos fora de casa. Nas quartas de final, o Milan eliminou o Ajax depois de empatar por 0 a 0 em Amsterdã e vencer por 3 a 2 no San Siro.

A semifinal ficou marcada pelo "Derby della Madonnina" com a Internazionale. O primeiro jogo ficou sem gols. O segundo acabou empatado por 1 a 1, com o gol rossonero saindo dos pés de Andriy Shevchenko. Ambas partidas foram no San Siro, mas o gol fora valeu mesmo assim.

A final foi em outro clássico, com o Juventus. Eles passaram por Dínamo Kiev, Feyenoord, Basel, La Coruña, Barcelona e Real Madrid. A partida aconteceu no Old Trafford, em Manchester, e acabou 0 a 0. Nos pênaltis, Dida pegou três chutes ante dois erros milanistas. Shevchenko converteu a derradeira, e o Milan foi hexa com 3 a 2 no placar.

A campanha do Milan:
19 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 23 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Milan

França Campeã da Copa das Confederações 2003

Em 2003, a Copa das Confederações ficaria marcada para sempre por um dos fatos mais tristes da história do futebol, que foi a morte de um atleta em pleno campo de jogo. A competição foi disputada na França, que superou no processo eletivo Austrália, Portugal, Estados Unidos e a candidatura conjunta de África do Sul e Egito. Esta edição também ficou lembrada por ter sido a última e ano seguinte à uma Copa do Mundo.

Os franceses defenderam o título como anfitriãs e sem muita concorrência, pois o Brasil - na condição de campeão mundial - atuou com um time secundário. Na lacuna deixada pelo também vencedor europeu, a FIFA convidou a vice Itália e a melhor ranqueada Espanha, mas ambas recusaram. No fim, a escolha foi pela Turquia, terceira colocada da Copa. As outras vagas foram de Japão, Colômbia, Estados Unidos, Camarões e Nova Zelândia.

A campeã entrou no grupo A, e começou a campanha derrotando a Colômbia por 1 a 0. Na sequência, confirmou a classificação com vitórias por 2 a 1 sobre o Japão e por 5 a 0 sobre a Nova Zelândia. Les Bleus foram líderes da chave com nove pontos. Com seis, os colombianos ficaram na segunda posição.

No grupo B, o Brasil decepcionou ao perder para Camarões, vencer jogando mal contra Estados Unidos e empatar com a Turquia. A Canarinho fez quatro pontos, bem como os turcos. Mas os adversários fizeram quatro gols contra três dos brasileiros e levaram a classificação na vice-liderança. Os camaroneses somaram sete pontos e ficaram em primeiro.

Mas a história dos Leões Indomáveis tomaria outro rumo na semifinal, contra a Colômbia. Aos 25 minutos do segundo tempo, o coração de Marc-Vivien Foé parou de bater e ele desmaiou no gramado. Os médicos não conseguiram reanimá-lo e, ainda no ambulatório do Estádio Gerland, em Lyon, o jogador foi declarado morto. Camarões venceu a partida por 1 a 0 e foi à final. Sob luto, França e Turquia se enfrentaram na outra chave, com vitória francesa por 3 a 2. Os turcos ainda foram terceiro, ao fazerem 2 a 1 nos colombianos.

Com homenagens à Foé, a decisão entre franceses e camaroneses ocorreu no Stade de France, em Saint-Denis. Com o gol de ouro de Thierry Henry, aos sete do primeiro tempo da prorrogação venceu por 1 a 0 e foi bicampeã. Mas não havia motivos para festa.

A campanha da França:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Eddy Lemaistre/Getty Images

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2003

Após uma pequena interrupção no trabalho, o Boca Juniors recuperou o caminho da hegemonia na Libertadores. Carlos Bianchi deixou o comando do clube em 2001, depois da derrota no Mundial Interclubes, e fez um ano sabático em 2002. Nessa temporada, a equipe não conquistou títulos. Ele voltou em 2003, e junto reapareceram as glórias.

No grupo 7 da primeira fase, o Boca enfrentou Independiente Medellín, Barcelona de Guayaquil e Colo-Colo. O time venceu as três partidas do turno, porém acabou surpreendido por dois empates e uma derrota - para os colombianos - no returno, encerrando a chave na vice-liderança, com 11 pontos.

A combinação dos resultados proporcionou um histórico confronto com o Paysandu nas oitavas de final. A ida foi em Buenos Aires, e os brasileiros surpreenderam ao vencerem por 1 a 0 em plena La Bombonera. Mas o que uma camisa pesada não faz... Na volta, em Belém, os argentinos aplicaram 4 a 2 e acabaram com o sonho dos paraenses.

Nas quartas, foi a vez de encarar o Cobreloa. O primeiro jogo foi em Calama, no Chile, e o Boca venceu por 2 a 1, de virada. A segunda partida aconteceu em Buenos Aires, e novo 2 a 1 classificou o clube portenho. A semifinal foi de mais tranquilidade aos xeneizes, que passaram pelo América de Cali com duas vitórias: por 2 a 0 na Bombonera e por 4 a 0 na Colômbia.

Um reencontro de 40 anos marcou a decisão da Libertadores 2003. O Boca Juniors chegava para acertar uma conta do passado com o Santos, que foi à final depois de eliminar Nacional do Uruguai, Cruz Azul e Independiente Medellín. Os tempos não eram mais de Pelé, mas sim de Marcelo Delgado, que marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 na ida, em La Bombonera.

A volta foi no Morumbi, em São Paulo, e os hermanos aumentram a vantagem com outro gol de Delgado e mais dois de Carlos Tévez e Rolando Schiavi. Por 3 a 1, o Boca levava para casa sua quinta conquista sul-americana.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Boca Juniors Campeão Mundial 2003

Um clima de fim de feira começava a pairar sobre a Copa Intercontinental. A fórmula do Mundial da FIFA, adiada de 2001 para 2003, explodiu definitivamente no ano em que a parceria entre UEFA, Conmebol e Toyota completava 23 anos. Mas a concorrência ficaria com os dias contados, pois a entidade suíça, as duas confederações e a montadora japonesa enfim se entenderam, e a velha ideia de expansão do torneio mundialista evoluía, embora sem confirmação oficial até a segunda disputa em Yokohama.

Os trabalhos continuaram normalmente no preenchimento das duas vagas do Mundial. Na Libertadores, o Boca Juniors ampliava seu domínio na década de 2000, conquistando a terceira taça em quatro anos (e a quinta no total). O clube argentino derrubou Colo-Colo, Paysandu, Cobreloa e América de Cali, além do Santos na final, vencendo por 2 a 0 na ida e 3 a 1 na volta.

Na Europa, o Milan foi hexacampeão da Liga dos Campeões. Os italianos eliminaram Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Ajax e Internazionale para chegar à decisão contra a Juventus. O título veio após empate sem gols e vitória nos pênaltis por 3 a 2.

Cinco títulos mundiais e 11 continentais entraram em campo no Estádio Internacional de Yokohama, no dia 14 de dezembro de 2003. O Milan trazia uma verdadeira seleção, enquanto o Boca apostava na tradicional raça argentina. A partida foi equilibrada, e a disparidade entre os elencos não se refletiu em campo. O time italiano tentou tomar a iniciativa, mas foi igualmente surpreendido pelas chances criadas pelos xeneizes.

O primeiro gol foi milanista: aos 23 minutos do primeiro tempo, Andrea Pirlo roubou a bola no campo de defesa e fez um belo lançamento para Jon Dahl Tomasson, que tocou entre as pernas de Roberto Abbondanzieri. Os argentinos não se abateram e empataram aos 28, quando Guillermo Schelotto cruzou na área para o desvio de Iarley, que só não marcou porque Dida defendeu. No rebote, Matías Donnet completou para o gol. Ninguém sabia, mas esse empate seria o último gol da história da Copa Intercontinental.

O que se seguiu após o 1 a 1 foi um cenário de tensão e emoção à flor da pele, com uma série de oportunidades desperdiçadas por ambos os lados. O resultado permaneceu até o fim dos 90 e também nos 120 minutos. A grande história ficou para os pênaltis. Abbondanzieri defendeu as cobranças de Pirlo e Alessandro Costacurta, e viu Clarence Seedorf chutar para fora. Apenas Rui Costa converteu pelo Milan. Pelo Boca Juniors, foram três acertos e um erro, cabendo a Raúl Cascini marcar o gol derradeiro, que decretou 3 a 1 no placar e o tricampeonato mundial para os xeneizes.


Foto Arquivo/Boca Juniors

Vitória Campeão da Copa do Nordeste 2003

De todos os campeonatos regionais realizados entre 1997 e 2002, a Copa do Nordeste foi certamente o de maior sucesso, tanto para o clubes quanto para os torcedores. O ano de 2003 tinha tudo para seguir com o modelo adotado um ano antes, mas a criação do Brasileirão de pontos corridos mudou os planos. 

Com maior duração, a competição nacional diminuiu o tempo dos estaduais de cinco para apenas dois meses (janeiro a março). O baque fez as federações pressionarem a CBF, que removeu os regionais do calendário. Só que a Liga do Nordeste bateu o pé e organizou sozinha sua copa. O problema é que Bahia, Fortaleza, Confiança e o trio pernambucano pularam fora antes da disputa.

O jeito então foi convidar dois times de fora da liga (Corinthians-AL e Palmeiras de Feira) para fechar com 12 participantes e montar um simples regulamento de tiro curto, um mata-mata com preliminar de oito, quartas, semifinal e final. A única grande força da Copa do Nordeste de 2003 foi o Vitória, que levou o tricampeonato sem precisar de muito esforço.

O Leão da Barra entrou na competição já nas quartas de final, esperando o vencedor do jogo entre Sergipe e Palmeiras de Feira. Os sergipanos fizeram 2 a 0 e seguiram como o primeiro adversário do Vitória. Em partida única no Barradão, o time rubro-negro não teve nenhum problema e goleou por 4 a 0. Na semifinal, foi a vez do Leão encarar o América-RN. A ida foi no Machadão, em Natal, e o Vitória abriu vantagem vencendo por 1 a 0. Na volta em Salvador, o time baiano sofreu um pouco mas venceu por 3 a 2 e carimbou a vaga para a sexta final em oito edições. E ela seria realizada em um confronto estadual.

A última parada do Vitória foi o Fluminense de Feira, primeiro clube de interior na decisão e que eliminou Ceará e ABC. A primeira partida foi no Joia da Princesa, em Feira de Santana e acabou empatada por 1 a 1, com o rubro-negro saindo atrás no marcador. A segunda partida foi no Barradão. 

Apesar da pressão interiorana, o Leão tinha a vantagem do gol fora de casa e se segurou. Assim, o empate por 0 a 0 serviu bem para o Vitória chegar ao seu terceiro título, na única alegria de uma edição quase esquecida da Copa do Nordeste, que só gerou prejuízos e motivou a descontinuidade da competição para 2004.

A campanha do Vitória:
5 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Carlos Santana/Agência A Tarde/Futura Press

Ituano Campeão Brasileiro Série C 2003

A temporada do futebol brasileiro em 2003 foi marcada pela implantação dos pontos corridos na primeira divisão do campeonato nacional. Na contramão, a Série C se via novamente com regulamentos complexos. A reedição da regra que permitia a inscrição de qualquer clube filiado à CBF provocou um inchaço de 61 para 93 participantes. E no meio de tanta gente, o destaque veio mais uma vez do interior de São Paulo: o Ituano, que vivia um grande momento e vinha de um título paulista no ano anterior.

Dos 28 grupos na primeira fase, o Ituano ficou no 25, ao lado de Inter de Limeira e XV de Piracicaba. A estreia foi com derrota por 1 a 0 para o XV fora de casa. Nos dois jogos seguintes contra a Inter, vitória por 2 a 0 no Novelli Júnior e derrota por 3 a 0 em Limeira. Na rodada final, a vitória por 1 a 0 sobre o XV classificou o Galo de Itu na vice-liderança, com seis pontos.

A segunda fase foi disputada contra o União Barbarense. Na ida em Itu, vitória por 2 a 0. Na volta em Santa Barbára d'Oeste, derrota por 3 a 1 e classificação pelo gol marcado fora de casa. Na terceira fase, o time rubro-negro enfrentou o União Bandeirante, o qual eliminou com vitórias por 3 a 2 em casa e 1 a 0 fora.

Na quarta fase foi a vez de encarar o RS Futebol. O primeiro jogo no Novelli Júnior teve vitória por 3 a 1. O segundo jogo no interior gaúcho teve derrota pelo mesmo placar. Nos pênaltis, classificação paulista fazendo 4 a 3.

E sabe quem o Ituano enfrentou nas quartas de final? O RS Futebol! Isto ocorreu porque a fase anterior foi composta por sete chaves, então o melhor eliminado ganhava uma vaga por índice técnico. Na reedição dos confrontos, derrota rubro-negra por 2 a 1 no Rio Grande do Sul e vitória por 3 a 1 em Itu.

No quadrangular final, o Ituano fez seu último estágio pelo acesso contra Santo André, Botafogo-PB e Campinense. O começo foi com vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo em casa. Depois, derrota por 1 a 0 para o Campinense fora. Nas duas partidas contra o Santo André, vitória por 2 a 1 no Novelli Júnior e empate por 0 a 0 fora de casa. Na penúltima rodada, a vitória por 1 a 0 sobre o Campinense em casa confirmou o acesso do Galo para a segunda divisão.

A disputa pelo título foi na rodada final, na Paraíba, contra o Botafogo no Almeidão. O jogo teve um show de gols e terminou com empate por 4 a 4. Os gols do Ituano foram marcados por Fernando Gaúcho, Izaias e Jabá (dois). O resultado já bastava para para que o time conquistasse a Série C de 2003. Na Série B, o clube ficou do ano seguinte até 2007, quando foi rebaixado e não conseguiu mais o retorno.

A campanha do Ituano:
18 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 6 derrotas | 27 gols marcados | 23 gols sofridos


Foto Arquivo/Futura Press

Palmeiras Campeão Brasileiro Série B 2003

A Série B de 2003 foi histórica. As presenças de Palmeiras e Botafogo aumentaram a exposição da competição na mídia, e ela começou a ser vista com melhores olhos, deixando de ser aquele fim de mundo dos anos 80 e 90. Os times vieram de péssimo Brasileirão em 2002 e tinham o único pensamento de retornar rapidamente para a elite. Em relação aos últimos anos, a Série B até que foi tranquila, sem viradas de mesa e tribunais.

O único problema foi o regulamento. A CBF tinha a intenção de fazer a segunda divisão também em pontos corridos, até divulgou tabela. Mas na última hora voltou atrás, pois vários clubes alegaram não ter condições financeiras de jogar as 46 partidas. O regulamento então voltou ao modelo anterior e a competição teve um mês de atraso.

No fim, os 24 times jogam em turno único, com os oito melhores se classificando para a segunda fase. Como foi de se esperar, Palmeiras e Botafogo dominaram o torneio do início ao fim. O time carioca liderou por 10 rodadas, e o Alviverde assumiu a ponta nas outras 13. A estreia palmeirense foi com empate em 1 a 1 fora de casa com o Brasiliense. A primeira vitória foi na quarta rodada, por 4 a 0 sobre o São Raimundo-AM no Palestra Itália. A classificação foi garantida na goleada de 5 a 1 sobre o União São João em casa, na 19ª rodada.

O Verdão terminou a primeira fase na liderança, com 47 pontos, 13 vitórias, oito empates e duas derrotas. Fez seis pontos a mais que o vice Botafogo. Na segunda fase, os oito classificados ficaram em dois grupos. O Palmeiras enfrentou Sport, Brasiliense e Santa Cruz, e fez uma campanha tranquila, com 15 pontos, cinco vitórias e só uma derrota. Se classificou com sobras, sete pontos a mais que o vice Sport.

No quadrangular final chegaram Palmeiras, Sport, Botafogo e Marília. O Verdão começou a fase final com empate com os cariocas no Caio Martins por 1 a 1. Depois, vitória por 1 a 0 sobre o Sport em casa, e duas vezes 2 a 0 sobre o Marília, no Bento de Abreu e no Palestra Itália.

O acesso e o título palmeirense vieram na quinta rodada, na vitória por 2 a 1 sobre o Sport na cidade de Garanhuns, já que a Ilha do Retiro estava interditada. Na última rodada, todos jogaram de cabelo verde na goleada de 4 a 1 sobre o Botafogo, para comemorar a conquista com a taça. O Palmeiras de Marcos, Magrão e Vágner Love voltava em grande estilo.

A campanha do Palmeiras:
35 jogos | 23 vitórias | 9 empates | 3 derrotas | 80 gols marcados | 36 gols sofridos


Foto Arquivo/Palmeiras

Cruzeiro Campeão Brasileiro 2003

Muita gente passou décadas pedindo um campeonato nacional na forma de pontos corridos. E em 2003 a CBF os atendeu, ao acabar com qualquer confronto de mata-mata no regulamento. Os 24 participantes daquele ano tiveram que disputar dois turnos inteiros, em 46 rodadas, com o time que conquistasse mais pontos se tornando o campeão.

Vencendo somente Copas do Brasil e (sete anos antes da unificação dos títulos) a Taça Brasil de 1966, o Cruzeiro montou uma equipe quase imbatível, com jogadores como Alex, Aristizábal, Maicon, Luisão e Maldonado. O time treinado por Vanderlei Luxemburgo entrou como um dos favoritos e embalado pelo tetra na Copa do Brasil.

A Raposa estreou no Brasileirão em Belo Horizonte, empatando em 2 a 2 com o São Caetano. A primeira vitória veio na rodada seguinte, fora de casa, contra o São Paulo por 4 a 2. A liderança foi assumida pela primeira vez na quarta rodada, na vitória por 4 a 3 sobre o Coritiba no Couto Pereira. Na sexta partida, um empate em 1 a 1 com o Guarani em Campinas tirou a equipe Celeste do primeiro lugar, colocando no lugar o Internacional.

Na oitava rodada, a vitória fora de casa sobre o Santos por 2 a 0 deu a liderança novamente ao Cruzeiro. A primeira derrota só aconteceu na décima rodada, por 2 a 1 para o Vitória no Barradão. Na 16ª rodada, o líder mudou mais uma vez com a derrota cruzeirense para o Figueirense por 1 a 0,  em Florianópolis. 

O Santos tomou a ponta, mas a Raposa a recuperou na partida seguinte ao vencer o Fortaleza no Mineirão por 2 a 0. O turno encerrou com o Cruzeiro em primeiro, e assim ele permaneceu até a rodada 28, quando a derrota fora de casa por 1 a 0 para o Goiás colocou outra vez o Santos na liderança. O primeiro lugar cruzeirense foi conquistado em definitivo na 29ª rodada, quando venceu por 4 a 1 o Guarani, em Belo Horizonte.

Empilhando vitórias e gols, o Cruzeiro chegou ao título histórico na 44ª rodada, ao vencer o Paysandu por 2 a 1, no Mineirão. A Raposa ainda fecharia a competição com goleadas de 5 a 2 sobre o Fluminense, em casa, e de 7 a 0 sobre o Bahia, fora. No final, o Cruzeiro fez incríveis 100 pontos em 46 jogos, com 31 vitórias, sete empates, oito derrotas e 102 gols marcados. Pela primeira vez uma equipe superou 100 gols em uma só edição do Campeonato Brasileiro. Em grande estilo, o Raposa quebrou 37 anos de jejum e levou o bicampeonato.

A campanha do Cruzeiro:
46 jogos | 31 vitórias | 7 empates | 8 derrotas | 102 gols marcados | 47 gols sofridos


Foto Alexandre Mota/O Tempo

Cruzeiro Campeão da Copa do Brasil 2003

Vencer um título nacional é muito difícil. Dois, então, muito mais. E se for dois no mesmo ano, é praticamente impossível. Não para o Cruzeiro, que em 2003 levou para casa as taças do Brasileirão (o primeiro em pontos corridos) e da Copa do Brasil, que somadas ao estadual configuraram a obtenção da tríplice coroa. A copa, inclusive, foi a quarta do clube mineiro, especialista do formato.

A façanha da Raposa só foi possível graças à combinação de nomes, no auge ou em ascensão: Alex, Deivid, Aristizábal, Gomes, Maicon e Luisão foram os pilares em campo. Fora dele, Vanderlei Luxemburgo estava no melhor momento da carreira.

A campanha do tetra do Cruzeiro começou diante do Rio Branco-ES. No Kleber Andrade, em Cariacica, o time mineiro venceu por 4 a 2 e eliminou a partida de volta. Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o Coríntians-RN (a escrita é essa mesmo). Na ida, empate por 2 a 2 em Caicó, no interior potiguar. Na volta, goleada soberana por 7 a 0 no Mineirão.

O adversário da Raposa nas oitavas de final foi o Vila Nova. A primeira partida aconteceu em Belo Horizonte, com vitória azul por 2 a 0. O segundo jogo foi no Serra Dourada, em Goiânia, e o Cruzeiro voltou a triunfar, por 2 a 1. Nas quartas, dois confrontos contra o Vasco, com vitória por 2 a 1 no Mineirão, e empate por 1 a 1 em São Januário.

A semifinal foi contra o Goiás, e o primeiro jogo foi disputado no Serra Dourada. De maneira emocionante, o Cruzeiro venceu por 3 a 2 e fez vantagem. A segunda partida foi no Mineirão, e a Raposa voltou a vencer de maneira apertada, por 2 a 1, para chegar em outra final, a quinta de sua história.

Na decisão, o Cruzeiro encontrou o Flamengo, que passou por Botafogo-PB, Ceará, Remo, Vitória e Sport. A ida foi realizada no Maracanã, e foi de domínio cruzeirense. De letra, Alex abriu o placar para os mineiros, mas os cariocas marcaram 1 a 1 aos 48 minutos do segundo tempo. A volta ocorreu no Mineirão, e teve atuação de luxo da Raposa. No primeiro minuto de jogo, Deivid abriu o placar. Aos 15, Aristizábal fez o segundo. Aos 28, Luisão fez o terceiro e sacramentou o título do Cruzeiro. O Flamengo até descontou para 3 a 1, mas não diminuiu o show azul.

A campanha do Cruzeiro:
11 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 29 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Paulo Euler