Mostrando postagens com marcador 2005. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 2005. Mostrar todas as postagens

CSKA Moscou Campeão da Liga Europa 2005

Em 2005, a Copa da UEFA deu mais um passo de atualização. Nesta temporada, a competição deixou de ser disputada toda em mata-mata e adotou uma fase de grupos, que substituiu uma etapas do regulamento anterior. A nova fórmula foi definida com duas fases preliminares regionalizadas, seguidas da primeira fase, com 80 times. Daqui saíram 40, que foram divididos em oito chaves de cinco equipes, que jogaram em turno único. O número de participantes total do torneio continuou em 145.

O número de jogos continuaria inalterado para os clubes egressos da Liga dos Campeões, que continuaram com a entrada programada na terceira fase. Um dos oito contemplados em 2005 foi o CSKA Moscou, que levou a Rússia ao primeiro título europeu na história. A União Soviética até venceu três Recopas no passado, mas com times da Ucrânia e da Geórgia. Russo de fato, só foi acontecer com os soldados azuis e vermelhos, com a adição dos brasileiros Vágner Love e Daniel Carvalho. 

O CSKA sucumbiu na Liga dos Campeões ante Chelsea e Porto, mas ficou à frente do Paris Saint-Germain e conseguiu uma vaga na Copa da UEFA. Nesta competição, 24 times avançaram dos oito grupos (os três primeiros colocados). O primeiro adversário dos soldados foi o Benfica. A ida foi jogada na cidade de Krasnodar, no Estádio Kuban, e os russos venceram por 2 a 0. Na volta, empate por 1 a 1 no Estádio da Luz.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Partizan. O primeiro jogo foi em Belgrado, e o CSKA arrancou o empate por 1 a 1 dos sérvios. A segunda partida foi em Krasnodar, e nova vitória por 2 a 0 coloco a equipe russa nas quartas. Neste fase, o rival foi o Auxerre e a ida foi disputada em Moscou, no Estádio Lokomotiv. E o CSKA goleou por 4 a 0. Na volta, derrota permitida por 2 a 0 na França.

Na semifinal, os soldados encararam o Parma. A primeira partida foi realizada no Ennio Tardini, terminando empatada por 0 a 0. O segundo jogo aconteceu em Moscou, e o CSKA carimbou a vaga na decisão ao vencer por 3 a 0, com dois gols de Daniel Carvalho e um de Vasili Berezutski.

Na final, o CSKA enfrentou o Sporting, que superou Rapid Viena, Panionios, Dínamo Tbilisi, Feyenoord, Middlesbrough, Newcastle e AZ Alkmaar. O desafio russo era duplo, pois o estádio da partida foi o José Alvalade, casa do time português em Lisboa. E eles ainda abriram o placar no primeiro tempo. Mas nos 45 minutos restantes veio a virada épica. Aos 11, Aleksei Berezutski empatou. Aos 20, Yuri Zhirkov fez o segundo. Aos 30, Vágner Love fechou o título em 3 a 1.

A campanha do CSKA Moscou:
9 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/CSKA Moscou

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2005

Mudanças à vista. A Copa Sul-Americana não ficou tão sul-americana assim a partir de 2005. Num movimento parecido com o que fez na Libertadores, a Conmebol expandiu sua segunda competição para o Norte, com a entrada de dois participantes do México. Mais do que isso, a entidade também abriu espaço para um time dos Estados Unidos, o DC United, de Washington.

Essa expansão refletiu no Brasil, que caiu de 12 para oito vagas (o campeão brasileiro e os sete melhores colocados fora da Libertadores). O número geral de equipes baixou de 35 para 34 e o regulamento permaneceu o mesmo, com fases preliminares nacionais e lugares cativos nas oitavas de final para os convidados da América do Norte, o campeão Boca Juniors, além de River Plate e Vélez Sarsfield - um convidado da AFA e o outro, melhor argentino, com uma das vagas herdada do Boca.

Na defesa do título, o Boca Juniors viu no bicampeonato da Sul-Americana (junto com a Recopa) a salvação da temporada, pois o time foi mal na sua liga nacional e não se classificou para a Libertadores de 2006. A campanha começou contra o Cerro Porteño, com o qual empatou por 2 a 2 na Paraguai e goleou por 5 a 1 em Salta, no mesmo Estádio Padre Ernesto Martearena da conquista de 2004.

Nas quartas de final, o clube xeneize também repetiu um adversário da temporada anterior, o Internacional. A ida foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, com derrota por 1 a 0 nos acréscimos do segundo tempo. A volta aconteceu em La Bombonera, e os argentinos tornaram a conseguir a classificação com goleada, por 4 a 1. A semifinal foi contra a Universidad Católica, e o Boca passou depois de empatar por 2 a 2 em Buenos Aires e vencer por 1 a 0 no Chile.

Na final, o Boca Juniors ficou frente a frente com o Pumas UNAM, clube mexicano que passou por The Strongest, Corinthians e Vélez Sarsfield. A primeira partida ocorreu no Estádio Olímpico Universitário, na Cidade do México, e terminou empatada por 1 a 1. O gol xeneize foi de Rodrigo Palacio.

O segundo jogo foi realizado em La Bombonera, com novo empate por 1 a 1. Martín Palermo abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo, com a igualdade mexicana saindo na segunda etapa. Nos pênaltis, o Boca ficou com o bicampeonato ao vencer por 4 a 3. O gol derradeiro ficou por conta do goleiro Roberto "Pato" Abbondanzieri.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 2005

Entre as mais de 60 finais de Liga dos Campeões já realizadas, a de 2005 é certamente a mais épica. O Liverpool - sem levar a taça desde 1984 - saiu da derrota quase certa por 3 a 0 nos primeiros 45 minutos para empatar no tempo seguinte e obter sua quinta conquista nos pênaltis. Nada igual foi visto antes ou depois.

Para chegar lá, os reds partiram do quarto lugar no inglês de 2004 e começaram a campanha na terceira preliminar, ao eliminarem o Grazer, da Áustria, com vitória por 2 a 0 fora e uma inesperada derrota por 1 a 0 em casa. 

Depois, no grupo A, o Liverpool enfrentou Monaco, Olympiacos e Deportivo La Coruña. Em seis jogos, foram só três vitórias e dez pontos. A classificação veio na última rodada, nos 3 a 1 sobre os gregos em Anfield - resultado que fez os ingleses ficarem na vice-liderança, à frente do próprio adversário ateniense pelo saldo de gols (3 a 0).

Nas oitavas de final, os reds eliminaram o Bayer Leverkusen com duas vitórias por 3 a 1 - antes em casa e depois fora. Nas quartas, foi a vez de passar pelo Juventus com 2 a 1 em Anfield e 0 a 0 na Itália. A semifinal foi contra o Chelsea, e a classificação para a decisão veio com empate sem gols na ida fora e triunfo por 1 a 0 na volta em casa.

A final foi no Estádio Olímpico Atatürk, na turca Istambul, contra o Milan, que superou Shakhtar Donetsk, Celtic, Manchester United, Internazionale e PSV Eindhoven. Antes do apito inicial, nenhum torcedor poderia imaginar o roteiro que ali iria se desenvolver.

No primeiro tempo, um massacre italiano no ataque, três gols sofridos e quase tudo perdido. A reação histórica veio no segundo tempo. Aos nove minutos, Steven Gerrard marcou o primeiro gol. Aos 11, Vladimír Smicer fez o segundo. O empate em 3 a 3 veio aos 16, com Xabi Alonso. Assim ficou até os pênaltis. Das cobranças milanistas, a primeira foi para fora, e a segunda e a quarta foram defendidas por Jerzy Dudek. Com mais cabeça, o Liverpool venceu por 3 a 2 e chegou ao penta europeu após 21 anos.

A campanha do Liverpool:
15 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 20 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto David Rawcliffe/Propaganda

Brasil Campeão da Copa das Confederações 2005

Após a Copa das Confederações de 2003, a FIFA resolveu mudar o itinerário. Não haveriam mais edições de pós-Copa, sobrando apenas as versões de evento-teste no país-sede do Mundial de um ano depois. Assim, a competição passaria a ser disputa a cada quatro anos. E 2005, na Alemanha, deu o pontapé inicial na nova fase.

Junto com a anfitriã, Brasil e Argentina despontaram como candidatos ao título. Campeão do mundo e da América do Sul, a Canarinho foi com força quase máxima. A Albiceleste, que herdou uma das vagas brasileiras no vice continental, prometia incomodar. Os outros lugares ficaram com México, Grécia, Japão, Austrália e Tunísia.

O Brasil ficou no grupo B do torneio, e começou vencendo bem o time grego, por 3 a 0. Na segunda rodada, porém, os brasileiros perderam por 1 a 0 para os mexicanos e ficaram com a classificação ameaçada. Na última partida, contra a equipe japonesa, o Brasil não podia perder. Ficou no 2 a 2 (empate cedido nos minutos finais) e conseguiu uma vaga na semifinal ao ficar na vice-liderança da chave, com quatro pontos, tal como o próprio Japão. Mas no saldo de gols, o dois contra zero deixou para trás os asiáticos. Em primeiro, o México fez sete pontos.

No grupo A, alemães e argentinos duelaram ponto a ponto e chegaram a sete. No saldo, Alemanha líder com quatro gols e Argentina vice com três. Austrália e Tunísia nem chance tiveram, com um ponto cada.

Na semifinal, o Brasil se reencontrou contra a dona da casa e venceu por 3 a 2, com dois gols de Adriano e um de Ronaldinho. No outro jogo, argentinos venceram os mexicanos por 6 a 5 nos pênaltis após empate por 1 a 1 em 120 minutos. Na disputa do terceiro lugar, a Alemanha fez 4 a 3 no México.

A decisão, no Waldstadion, em Frankfurt, reuniu o maior clássico da história. Valendo o bicampeonato, Brasil e Argentina prometeram, ao menos no papel, uma partida equilibrada. Mas o que se viu foi um baile brasileiro em campo. Adriano, aos 11 do primeiro tempo e aos 18 do segundo, abriu e fechou a goleada, que também passou pelos gols de Kaká, aos 16 da etapa inicial, e de Ronaldinho, aos dois da complementar. Pablo Aimar descontou para 4 a 1 aos 20 minutos, porém isso não serviu nem um pouco para diminuir o efeito do passeio brasileiro.

A campanha do Brasil:
5 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nilton Santos/CBF

São Paulo Campeão da Libertadores 2005

O formato da Libertadores mudou mais uma vez, em 2005, com o número de participantes chegando a 38. A fase preliminar retornou e foi expandida para todos os países, com 12 times lutando por seis lugares nos grupos, que voltavam a ser oito. E foi no meio desse furdunço que a competição teve a sua primeira decisão entre equipes do mesmo país, com São Paulo e Athletico-PR.

O Tricolor Paulista passou dez anos longe da disputa, mas voltou quase sendo campeão, em 2004. Para o tri não passar do ano seguinte, a base do time foi fortalecida. O time ficou no grupo 3, com Universidad de Chile, The Strongest e Quilmes, da Argentina.

O caminho são-paulino começou tranquilo, com três vitórias no Morumbi e três empates fora de casa, classificando-se na liderança da chave com 12 pontos. Com a quinta melhor campanha, o clube encontrou nas oitavas de final o quarto melhor vice, o Palmeiras. Em dois clássicos, o São Paulo avançou com 1 a 0 no Palestra Itália e 2 a 0 no Morumbi.

Nas quartas, o confronto foi contra o Tigres UANL, do México. Na ida, Rogério Ceni estava inspirado e marcou dois gols dos 4 a 0, em casa. Na volta, em Monterrey, o São Paulo avançou de fase mesmo com a derrota de 2 a 1. A semifinal foi contra o River Plate. No Morumbi, vitória por 2 a 0. Em Buenos Aires, vitória por 3 a 2 colocou a equipe treinada por Paulo Autuori na final.

A primeira decisão caseira chegou. O Athletico-PR também chegou lá após deixar para trás Cerro Porteño, Santos e Chivas Guadalajara. O jogo de ida foi realizado no Beira-Rio, em Porto Alegre, pois, na época, a Arena da Baixada não tinha a capacidade mínima de torcedores. E ela terminou empatada por 1 a 1.

A partida de volta foi no Morumbi, e o Tricolor não tomou conhecimento dos paranaenses. Com gols de Amoroso, Fabão, Luizão e Diego Tardelli, a goleada de 4 a 0 foi a cereja do bolo da campanha do São Paulo, tricampeão da Libertadores.

A campanha do São Paulo:
14 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 34 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Djalma Vassão/Gazeta Press

São Paulo Campeão Mundial 2005

Foram décadas e décadas de conversas, ameaças de boicote, propostas furadas e até uma breve concorrência entre FIFA e Copa Intercontinental. Até que, em 2005, enfim veio a união. O Mundial criado em 2000 nunca teve sua segunda edição realizada (a de 2001, adiada para 2003), e a entidade teve que dar o braço a torcer. Em 2004, ela deu início as negociações com a Toyota, patrocinadora do Intercontinental, e recebeu o consentimento de UEFA e Conmebol.

O novo Mundial de Clubes nasceu de uma fusão entre as duas competições. Todas as confederações passaram a ter seu representante em um mata-mata de mão única, com os times europeu e sul-americano entrando diretamente na semifinal. A FIFA assumiu a organização e a Toyota nomeou o torneio, continuando com a tradição de premiar o melhor atleta da final com um carro. Completando o processo de transição, uma nova taça foi introduzida.

O primeiro participante confirmado foi o Saprissa, da Costa Rica, campeão da Concacaf. Depois, o Liverpool venceu sua quinta Liga dos Campeões e confirmou vaga pela Europa. O terceiro foi o Sydney, da Austrália, vencedor na Oceania. Pela Libertadores, o São Paulo foi tricampeão e levou a quarta vaga. Por fim, o Al-Ahly, do Egito, venceu pela África e o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, venceu pela Ásia.

Voltando após 12 anos ao Mundial, o Tricolor Paulista ficou de camarote aguardando seu adversário na semifinal. E quem veio foi o Al-Ittihad, que derrotou o Al-Ahly por 1 a 0. Na outra chave, o Saprissa fez 1 a 0 no Sydney. Em 14 de dezembro, o São Paulo enfrentou o time saudita no Nacional de Tóquio, que voltava ao cenário mundialista. Com dois gols de Amoroso e um de Rogério Ceni, o Tricolor fez 3 a 2 e garantiu-se na final.

Do outro lado, o Liverpool naturalmente eliminou os costarriquenhos, fazendo 3 a 0. Antes da decisão, os eliminados jogaram mais um pouco. Na disputa do quinto lugar, o Sydney fez 2 a 1 no Al-Ahly. No duelo pela terceira posição, o Saprissa conseguiu 3 a 2 em cima do Al-Ittihad.

No dia 18, em Yokohama, São Paulo e Liverpool lutaram pelo novo título mundial. Os ingleses chegavam com uma série de dez jogos sem levar gols. Mas os brasileiros traziam a velha determinação de sempre, que rendeu dois títulos seguidos nos anos 90. E o tricampeonato foi conquistado pelos pés do volante Mineiro que, aos 27 minutos do primeiro tempo, dominou lançamento de Aloísio e bateu na saída do goleiro Pepe Reina.

Três títulos na história, mas um aos olhos da FIFA, que preferiu por muitos anos renegar a história anterior à do novo campeonato, caindo em contradição e desconhecendo o êxito do torneio que ela própria assumiu.


Foto Arquivo/Reuters

Remo Campeão Brasileiro Série C 2005

Poucas coisas mudaram na Série C em 2005. O número de participantes foi levemente aumentado, para 63. A competição misturou times novos e promissores com outros tradicionais buscando se reerguer. Nesta segunda categoria se encontrou o Remo, rebaixado da Série B que teve a chance imediata da redenção.

A primeira fase foi dividida em 16 grupos, com o Remo ficando no grupo 3. A estreia do clube foi em Roraima, em empate por 2 a 2 contra o São Raimundo-RR. No primeiro jogo em casa, venceu o Abaeté por 2 a 1. Na sequência, fez 3 a 2 sobre o São José-AP no Mangueirão. No returno, empate por 1 a 1 com o São José em Macapá, venceu por 2 a 1 o Abaeté em Belém e terminou com goleada por 4 a 0 sobre o São Raimundo também na capital paraense. Com 14 pontos, o Leão Azul se classificou na liderança da chave.

Na segunda fase o Remo teve um susto contra o Tocantinópolis, pois foi derrotado por 2 a 0 na ida no Tocantins. Na volta no Mangueirão, teve que correr dobrado para fazer 4 a 1 e reverter o confronto. Na oitavas de final houve o reencontro com o Abaeté, e com classificação igualmente suada. Os dois jogos foram em Belém, e o Remo apenas empatou por 1 a 1 na primeira partida. O alívio veio na segunda partida, vencida por 3 a 2.

Nas quartas, contra o Nacional-AM, vitória por 2 a 0 em Manaus e derrota por 1 a 0 no Mangueirão. Apesar de alguns resultados adversos o Leão Azul chegou ao quadrangular final, enfrentando América-RN, Ipatinga e Novo Hamburgo. Na estreia contra o time gaúcho, vitória por 1 a 0 em Belém. Depois, em dois jogos fora de casa, derrotas por 1 a 0 para mineiros e potiguares. A virada aconteceu no returno, quando venceu o América por 2 a 0 e empatou com o Ipatinga por 2 a 2, ambos no Mangueirão.

O Remo chegou à ultima rodada em terceiro lugar do grupo, com sete pontos, contra de nove do time potiguar e oito do time mineiro. O time então precisaria vencer o Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul para confirmar o acesso e ainda torcer por empate na outra partida para ser campeão.

A combinação mágica aconteceu. O time azulino fez 2 a 1 no Sul e Ipatinga e América não passaram do 0 a 0. Com dez pontos, o Remo superou o potiguar no saldo de gols e faturou seu primeiro título nacional. Mas a volta à Série B não durou muito, pois o time paraense foi rebaixado em 2007 e desde então não conseguiu o sonhado regresso.

A campanha do Remo:
18 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 31 gols marcados | 19 gols sofridos


Foto Carlos Silva/Imapress

Grêmio Campeão Brasileiro Série B 2005

O Grêmio encontrou o fundo do poço em 2005, depois dos desastres nos dois anos anteriores, e o iminente rebaixamento no Brasileiro. Sem dinheiro, o time precisava do acesso urgentemente, pois o caso era sério, e uma possível licença das competições nunca foi descartada na época.

A saída era conseguir uma das duas vagas pela Série B, torneio onde o Tricolor já havia dado as caras em 1992, onde conseguiu uma classificação indolor, em nono lugar. Foram 22 times na segunda divisão, e o regulamento seguia os moldes da época, com turno único, oito classificados e seis rebaixados.

A campanha gremista não começou boa. A primeira rodada registrou derrota por 2 a 1 para o Gama fora de casa. No jogo seguinte veio a primeira vitória, um sofrido 4 a 3 sobre o Avaí em um Beira-Rio de portões fechados, fruto da punição ao clube ainda no fim de 2004. Até a nona rodada, o Tricolor alternou bons e péssimos resultados, como a vitória de 2 a 1 sobre o Paulista, recém vencedor da Copa do Brasil, no Olímpico, e a derrota por 4 a 0 para a Anapolina em Goiás. As coisas só melhoraram mesmo no 11º jogo, uma virada de 4 a 3 sobre o Ceará no Castelão. A passagem de fase veio na 18ª rodada, ao vencer a Portuguesa por 2 a 1 no Canindé.

O Grêmio encerrou a primeira fase em quarto lugar, com 35 pontos em 21 jogos, nove vitórias, oito empates e quatro derrotas. Na fase seguinte, grupo dividido com Santo André, Avaí e Santa Cruz. O time se classificou sem problemas, em segundo lugar com 12 pontos, um a menos que os pernambucanos e dois a mais que os paulistas.

No quadrangular final, Grêmio, Santa Cruz, Náutico e Portuguesa duelaram pelo acesso e pelo título. O Tricolor começou com pé direito, vencendo o Náutico no Olímpico por 1 a 0. Na sequência, dois empates fora de casa e por 1 a 1, com Santa Cruz e Portuguesa. Na quarta rodada, o Grêmio buscou empate de 2 a 2 com o time paulista. Depois, vitória de 2 a 0 sobre o Santa Cruz no Olímpico.

A última rodada foi fora de casa, e tudo estava em aberto. De um lado, o Santa Cruz venceu a Portuguesa e garantiu a primeira vaga. Do outro, Náutico e Grêmio empatavam, com pernambucanos perdendo um pênalti. Quando o árbitro marcou o segundo, a revolta gremista foi geral. Quatro jogadores expulsos, e o time no limite, não podendo perder.

Eis que surge o primeiro herói, o goleiro Galatto, que defendeu a nova penalidade. Na saída de bola, o segundo herói, Ânderson, pegou a defesa no Náutico aberta e fez o gol do acesso e do título. Com sete jogadores em campo, o Tricolor comprovava novamente a fama de Imortal e voltava para a primeira divisão. Esta partida se tornou conhecida como "Batalha dos Aflitos", por causa no nome do estádio em que se realizou. Um capítulo de orgulho para o torcedor do Grêmio.

A campanha do Grêmio:
33 jogos | 16 vitórias | 11 empates | 6 derrotas | 48 gols marcados | 34 gols sofridos


Foto Teófilo Pereira/Fone Mídia

Corinthians Campeão Brasileiro 2005

O Brasileirão de 2005 foi um dos mais emocionantes, polêmicos e manchados da história. Em campo, 22 equipes repetiram o regulamento de pontos corridos. Fora dele, a Máfia do Apito abalou com as estruturas do futebol nacional. Durante o campeonato, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho foi preso em uma operação da polícia por manipular resultados dos jogos em que atuou para que empresários de sites de apostas pudessem lucrar mais.

Em uma decisão polêmica e inédita em toda a história do futebol, o STJD determinou a anulação dos 11 jogos apitados pelo árbitro envolvido nas acusações. Estes jogos alteraram toda a configuração final da tabela de classificação. Sem a anulação, o Internacional teria quebrado 26 anos de jejum de títulos brasileiros. Com a anulação, o Corinthians terminou como tetracampeão. E com uma equipe com Tevez, Mascherano e Nilmar não poderia ser diferente.

O Timão começou a competição de maneira tímida, empatando com o Juventude em 2 a 2 no Pacaembu. Nos jogos seguintes, derrotas para o Botafogo por 3 a 1 no Rio de Janeiro, e para o São Paulo em um desastre por 5 a 1 em casa. A primeira vitória veio apenas na quarta rodada, por 2 a 1 sobre o Atlético-PR na Arena da Baixada. A partir dali o Corinthians foi se ajeitando, cresceu de produção, e na 17ª rodada assumiu o primeiro lugar com uma vitória em casa por 3 a 0 sobre o Coritiba. 

O turno terminou na 21ª rodada com os paulistas na frente. Neste momento é que começa a briga direta com o Internacional, com os dois times revezando na ponta a cada rodada. O escândalo de arbitragem estourou depois da 27ª rodada. Neste momento o Alvinegro era vice-líder, e os gaúchos estavam na frente. Em meio aos jogos da 29ª rodada, a decisão pela anulação dos 11 jogos foi oficializada, e assim o Corinthians pulou para a liderança em definitivo, com o Internacional caindo para terceiro. Nessa rodada, o Timão venceu o Brasiliense por 3 a 2 no Pacaembu.

Antes da confirmação do título, o Corinthians ainda protagonizou dois jogos históricos no estádio em que era mandante: a goleada por 7 a 1 sobre o Santos na 37ª rodada, e o empate em 1 a 1 com o Internacional na 40ª rodada. Esta partida foi considerada a final do campeonato, e também teve a sua polêmica, o pênalti que Fábio Costa teria cometido sobre o volante Tinga, mas que o árbitro não marcou, e ainda expulsou o colorado.

O tetra corinthiano aconteceu na última rodada, na derrota para o Goiás por 3 a 2 no Serra Dourada. O Internacional também perdeu seu jogo (1 a 0 para o já rebaixado Coritiba), e a combinação de resultados permitiu a festa do Corinthians pelo título, apesar de toda a turbulência.

A campanha do Corinthians:
42 jogos | 24 vitórias | 9 empates | 9 derrotas | 87 gols marcados | 59 gols sofridos


Foto Paulo Pinto/Estadão Conteúdo

Paulista Campeão da Copa do Brasil 2005

Os anos de 2004 e 2005 foram os da zebra na Copa do Brasil. Primeiro, o Santo André calou o Flamengo em pleno Maracanã. Depois, foi a vez do Paulista de Jundiaí, outro integrante da Série B do Brasileirão, bater nos grandes e faturar mais um título para o interior de São Paulo.

Em moldes semelhantes ao do vencedor anterior, mas com uma campanha cujo todos seus adversários estavam na Série A, a equipe do estreante técnico Vágner Mancini atingiu um impensável auge em sua história.

A incrível jornada do Galo do Japi rumo ao título começou diante do Juventude. Na ida, vitória por 1 a 0 no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí. Na volta, empate por 1 a 1 no Alfredo Jacobo, em Caxias do Sul. Na segunda fase, foi a vez de eliminar o Botafogo com dois empates, por 1 a 1 em casa, e por 2 a 2 no Maracanã, garantindo a vaga pelos gols fora de casa.

Nas oitavas de final, o Paulista encontrou o Internacional. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, e os jundiaienses acabaram derrotados por 1 a 0. No segundo jogo, o 1 a 0 foi devolvido no Jaime Cintra, e o Galo passou com vitória por 4 a 2 nos pênaltis. Nas quartas, a vítima foi o Figueirense, com o mesmo roteiro: derrota por 1 a 0 em Florianópolis, vitória pelo mesmo placar em Jundiaí, e classificação por 3 a 1 nas penalidades.

Na semifinal, o Paulista enfrentou o Cruzeiro. O primeiro jogo foi disputado no Jaime Cintra, e os donos da casa conquistaram o que foi até ali a vitória mais categórica da campanha, por 3 a 1. A segunda partida foi no Mineirão. Os cruzeirenses até tentaram a reação contra o Galo do Japi, que soube se segurar na vantagem e se classificou mesmo com a derrota por 3 a 2.

Na histórica final, o Paulista teve como adversário o Fluminense, que eliminou Campinense, Esportivo-RS, Grêmio, Treze e Ceará. A ida foi jogada no Jaime Cintra, e o Galo obteve a maior vitória da sua trajetória por 2 a 0, com gols de Márcio Mossoró e Léo, ambos no segundo tempo. A volta aconteceu em São Januário, pois o Maracanã foi fechado para reformas. E tudo o que o Paulista precisou fazer para ser campeão foi manter a ótima vantagem, segurando o empate por 0 a 0.

A campanha do Paulista:
12 jogos | 5 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 14 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Daryan Dornelles/Placar