São Paulo Campeão Mundial 2005

Foram décadas e décadas de conversas, ameaças de boicote, propostas furadas e até uma breve concorrência entre FIFA e Copa Intercontinental. Até que, em 2005, enfim veio a união. O Mundial criado em 2000 nunca teve sua segunda edição realizada (a de 2001, adiada para 2003), e a entidade teve que dar o braço a torcer. Em 2004, ela deu início as negociações com a Toyota, patrocinadora do Intercontinental, e recebeu o consentimento de UEFA e Conmebol.

O novo Mundial de Clubes nasceu de uma fusão entre as duas competições. Todas as confederações passaram a ter seu representante em um mata-mata de mão única, com os times europeu e sul-americano entrando diretamente na semifinal. A FIFA assumiu a organização e a Toyota nomeou o torneio, continuando com a tradição de premiar o melhor atleta da final com um carro. Completando o processo de transição, uma nova taça foi introduzida.

O primeiro participante confirmado foi o Saprissa, da Costa Rica, campeão da Concacaf. Depois, o Liverpool venceu sua quinta Liga dos Campeões e confirmou vaga pela Europa. O terceiro foi o Sydney, da Austrália, vencedor na Oceania. Pela Libertadores, o São Paulo foi tricampeão e levou a quarta vaga. Por fim, o Al-Ahly, do Egito, venceu pela África e o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, venceu pela Ásia.

Voltando após 12 anos ao Mundial, o Tricolor Paulista ficou de camarote aguardando seu adversário na semifinal. E quem veio foi o Al-Ittihad, que derrotou o Al-Ahly por 1 a 0. Na outra chave, o Saprissa fez 1 a 0 no Sydney. Em 14 de dezembro, o São Paulo enfrentou o time saudita no Nacional de Tóquio, que voltava ao cenário mundialista. Com dois gols de Amoroso e um de Rogério Ceni, o Tricolor fez 3 a 2 e garantiu-se na final.

Do outro lado, o Liverpool naturalmente eliminou os costarriquenhos, fazendo 3 a 0. Antes da decisão, os eliminados jogaram mais um pouco. Na disputa do quinto lugar, o Sydney fez 2 a 1 no Al-Ahly. No duelo pela terceira posição, o Saprissa conseguiu 3 a 2 em cima do Al-Ittihad.

No dia 18, em Yokohama, São Paulo e Liverpool lutaram pelo novo título mundial. Os ingleses chegavam com uma série de dez jogos sem levar gols. Mas os brasileiros traziam a velha determinação de sempre, que rendeu dois títulos seguidos nos anos 90. E o tricampeonato foi conquistado pelos pés do volante Mineiro que, aos 27 minutos do primeiro tempo, dominou lançamento de Aloísio e bateu na saída do goleiro Pepe Reina.

Três títulos na história, mas um aos olhos da FIFA, que preferiu por muitos anos renegar a história anterior à do novo campeonato, caindo em contradição e desconhecendo o êxito do torneio que ela própria assumiu.


Foto Arquivo/Reuters

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