A reunião de todas as confederações na busca pelo título mundial de clubes foi bem recebida pelos torcedores. Mas nem toda fórmula é perfeita. A FIFA não considerou a história entre 1960 e 2004 por pura birra. A Copa Intercontinental nunca foi organizada por ela, portanto todos os seus campeões acabaram “renegados”. A questão é lógica: o Mundial de Clubes só avançou depois que a entidade se juntou ao que já dava certo; os acontecimentos de um sucedem os do outro — futebol não é geografia.
O Mundial de 2006 ficou marcado pelo encontro de dois extremos na decisão. Pela América do Sul, o Internacional — com pragmatismo e um conjunto forte — conquistou o primeiro título da Libertadores ao derrotar o São Paulo. Pela Europa, o Barcelona — com um futebol de arte e estrelas de peso — conseguiu sua segunda Liga dos Campeões ao vencer o Arsenal.
Entre os dois clubes, completaram o Mundial: o mexicano América, pela América do Norte e Central; o egípcio Al-Ahly, pela África; o sul-coreano Jeonbuk Motors, pela Ásia; e o neozelandês Auckland City, pela Oceania.
Todos os olhos do planeta estavam voltados para o time catalão, amplo favorito e liderado por Ronaldinho, ainda no auge. O Inter, o primeiro rival da carreira do jogador, chegou ao Japão com um trabalho sério e silencioso, comandado por Abel Braga e capitaneado por Fernandão. A promessa era, no mínimo, tornar a final entre as equipes competitiva.
No início do torneio, o Al-Ahly derrotou o Auckland por 2 a 0, e o América eliminou o Jeonbuk por 1 a 0. O time africano foi o adversário do Colorado na semifinal, no dia 13 de dezembro, em Tóquio. Com bom futebol, os gaúchos venceram por 2 a 1, gols de Alexandre Pato e Luiz Adriano. Na outra semifinal, o Barcelona não tomou conhecimento dos mexicanos e aplicou 4 a 0, aumentando ainda mais o favoritismo europeu.
A decisão do Mundial aconteceu em 17 de dezembro, em Yokohama. O ritmo da partida seguiu o esperado: o Barcelona atacando e o Internacional explorando os contra-ataques. Mas o time espanhol desperdiçou inúmeras chances, o que abriu espaço para o sonho brasileiro. O momento decisivo ocorreu aos 31 minutos do segundo tempo, quando Fernandão deu lugar ao rejeitado Adriano Gabiru.
Coisas do destino: aos 36 minutos, Iarley recebeu lançamento, venceu dividida com Carles Puyol e tocou para Gabiru, que entrou livre na área e bateu na saída do goleiro Víctor Valdés. Depois do gol, Clemer apareceu com grandes defesas e garantiu o 1 a 0, surpreendendo o mundo e pintando-o de vermelho.
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