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Paraguai Campeão da Copa América 1979

Com o novo formado aprovado, apesar de algumas falhas, a América do Sul voltou a se reunir na Copa América em 1979. O momento do futebol no continente era de renovação. A Argentina chegava com o recente título mundial e ali revelaria Diego Maradona para os torcedores. O Brasil também passava por reformulações, com a geração que jogou com Pelé saindo dando lugar para as lideranças de Zico e Sócrates. Mas a conquista mais uma vez passaria longe das principais forças, ficando com o Paraguai.

O futebol paraguaio teve um ano de 1979 inesquecível, com o Olimpia levando o título tanto da Libertadores quanto do Mundial. A força se refletiu na Copa América, outra vez sem sede fixa. Vencedora apenas uma vez, em 1953, "La Albirroja" ficou no grupo C da competição, junto com Uruguai e Equador. A jornada começou de maneira perfeita, com duas vitórias sobre os equatorianos, por 2 a 1 em Quito e por 2 a 0 em Assunção.

A disputa pela classificação foi exclusivamente contra os uruguaios. No primeiro jogo, no Defensores del Chaco, empate sem gols. A segunda partida foi no Centenario, em Montevidéu, e o Paraguai arrancou outro empate, por 2 a 2. Como o Uruguai havia perdido um jogo para o Equador, os paraguaios foram à semifinal com seis pontos contra quatro dos uruguaios e dois dos equatorianos. 

Na partida de ida da semi, a cidade de Assunção parou para o confronto contra o Brasil. A pressão no Defensores del Chaco deu certo, pois La Albirroja venceu por 2 a 1. A volta aconteceu no Rio de Janeiro, no Maracanã. Os brasileiros chegaram a ficar duas vezes na frente do placar, o que forçaria um sorteio de cara ou coroa. Porém, Milcíades Morel e Romerito fizeram os gols que levaram ao empate por 2 a 2, resultado que colocou os paraguaios na final.

Outra vez a Copa América teve uma decisão com tons mais alternativos, agora entre Paraguai e Chile, que na primeira fase superou Colômbia e Venezuela, e na semifinal bateu o Peru. O primeiro jogo foi no Defensores del Chaco, vencido pela Albirroja por 3 a 0, gols de Romerito (dois) e Morel. A segunda partida foi no Estádio Nacional de Santiago, e o time chileno devolveu um placar de 1 a 0, forçando o desempate em campo neutro, no Estádio José Amalfitani, em Buenos Aires.

Na Argentina, o empate por 0 a 0 imperou no placar até o fim da prorrogação. Neste caso, a regra dizia que a vantagem era do time com melhor saldo de gols, portanto o Paraguai comemorou o título de sua segunda Copa América.

A campanha do Paraguai:
9 jogos | 4 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Barcelona Campeão da Recopa Europeia 1979

É no fim da década de 1970 que começa a história mais bem-sucedida da Recopa Europeia. Em 1979, o Barcelona conquistou o primeiro dos quatro títulos que o tornaram maior campeão da competição. Foi também a primeira conquista do clube espanhol em torneios organizados pela UEFA.

A Recopa de 1979 contou com 31 participantes. Classificado após o título da Copa do Rei de 1978, o time blaugrana iniciou a campanha na primeira fase, contra o Shakhtar Donetsk. Na partida de ida, vitória por 3 a 0 atuando no Camp Nou. Na volta, empate por 1 a 1 na União Soviética.

Nas oitavas, o adversário foi o Anderlecht, então o bicampeão da Recopa. A primeira partida foi na Bélgica, e os catalães perderam por 3 a 0. A desvantagem alta obrigou o Barcelona a atacar desde o começo do segundo jogo, no Camp Nou. A tática funcionou e o time conseguiu devolver os 3 a 0, gols de Hans Krankl, Juan Carlos Heredia e Rafael Zuviría. Nos pênaltis, vitória blaugrana por 4 a 1.

O Barcelona seguiu para as quartas de final, onde encarou o Ipswich Town. O primeiro jogo aconteceu na Inglaterra, com os espanhóis outra vez tendo que voltar para casa com a derrota, por 2 a 1. A segunda partida foi realizada no Camp Nou, e o Barça se classificou no gol qualificado ao vencer por 1 a 0.

Na semifinal, o time blaugrana enfrentou o Beveren, da Bélgica. Desta vez a ida aconteceu no Camp Nou, com vitória catalã por 1 a 0, gol anotado por Carles Rexach, de pênalti. A volta foi em solo belga, com mesmo roteiro: triunfo espanhol por 1 a 0 e gol de pênalti, de Krankl.

A decisão da Recopa foi entre Barcelona e Fortuna Düsseldorf, que passou por Universitatea Craiova, Aberdeen, Servette e Baník Ostrava. No St. Jakob, na Basileia, José Sánchez abriu o placar aos cinco minutos do primeiro tempo e os alemães empataram aos oito. Juan Asensi fez o segundo aos 34 e os alemães empataram de novo aos 41, o que se manteve até a prorrogação. Rexach anotou o terceiro aos 14 do primeiro tempo, e Krankl fez o quatro aos seis do segundo tempo. Os alemães descontaram para 4 a 3 aos nove minutos, no que se tornou uma das finais mais emocionantes da história da Recopa.

A campanha do Barcelona:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 15 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Imago/Panoramic

Borussia Mönchengladbach Campeão da Liga Europa 1979

O Borussia Mönchengladbach viveu no fim da década de 1970 o melhor momento de sua história. O clube foi vice da Copa dos Campeões e do Mundial em 1977, além de ter colecionado alguns títulos alamães, outro vice e uma conquista da Copa da UEFA, esta em 1975. Em 1979, seria a vez do bicampeonato. Sob a liderança do técnico Udo Lattek, o M'Gladbach exibiu uma determinação notável durante todo o torneio.

A campanha começou contra o Sturm Graz, da Áustria. Com vitórias por 5 a 1 em casa, e por 2 a 1 fora, "die fohlen" chegaram à segunda fase, onde enfrentaram o Benfica. Após empates sem gols tanto em Lisboa quanto em Mönchengladbach, o Borussia precisou da prorrogação. Com gols de Hans-Günter Bruns e Hans Klinkhammer, o time venceu por 2 a 0 e avançou.

O adversário seguinte foi o Slask Wroclaw, da Polônia, e o Borussia Mönchengladbach novamente encontrou dificuldades. Em casa, no Bökelbergstadion, a equipe ficou apenas no empate por 1 a 1. A classificação para as quartas de final e o alívio só vieram fora de casa, na convincente vitória por 4 a 2.

Nas quartas, o Borussia enfrentou Manchester City. Atuando no antigo Maine Road na ida, os alemães obtiveram um bom empate por 1 a 1. A volta aconteceu na Alemanha, e mais uma passagem de fase foi garantida no triunfo por 3 a 1.

Na semifinal, o adversário do M'gladbach foi o Duisburg, também da Alemanha Ocidental. Apesar de um empate por 2 a 2 no jogo de ida, a equipe alemã mostrou sua força no jogo de volta, com uma vitória categória por 4 a 1 no Bökelbergstadion. Os gols de Allan Simonsen, Christian Kulik e Ewald Lienen selaram a passagem do Borussia para a final.

A decisão foi disputada contra o Estrela Vermelha, time iugoslavo que superou Dínamo Berlim, Sporting Gijón, Arsenal, West Bromwich e Hertha Berlim. O primeiro jogo, disputado em Belgrado, terminou empatado por 1 a 1, deixando tudo em aberto para a partida de volta na Alemanha.

Em uma disputa tensa e emocionante no Rheinstadion, em Düsseldorf, o Borussia Mönchengladbach garantiu a vitória por 1 a 0, com o gol sendo marcado por Simonsen, de pênalti, aos 18 minutos do primeiro tempo. A conquista do título da Copa da UEFA de 1979 foi o ápice para o clube do oeste alemão, que jamais voltaria a erguer uma taça de cunho internacional.

A campanha do Borussia Mönchengladbach:
12 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 0 derrotas | 26 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Kicker

Nottingham Forest Campeão da Liga dos Campeões 1979

O Liverpool levou o bicampeonato europeu em 1978, mas não conseguiu fazer o mesmo na busca pelo tri no campeonato inglês. O time terminou a competição no segundo lugar, atrás do Nottingham Forest, um clube médio do interior da Inglaterra que até então nunca havia vencido a primeira divisão.

Pois este foi o primeiro passo de uma ascensão fulminante na vida da equipe do centro-leste britânico, treinada pelo histórico Brian Clough e cujo torcedores também são conhecidos como "reds", que culminaria no período de dominância mais alternativo já visto na Copa dos Campeões da Europa.

Na primeira fase, a UEFA tratou de eliminar um dos ingleses ao fazer o confronto caseiro entre os ganhadores do país e do continente. Na ida, o Nottingham abriu vantagem ao fazer 2 a 0 no seu estádio, o City Ground. Na volta, bastou segurar o empate sem gols no Anfield para conseguir a classificação e despachar o defensor de título de maneira precoce.

Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o AEK Atenas. Com tranquilidade, a equipe da árvore venceu os dois jogos, por 2 a 1 na Grécia e por 5 a 1 na Inglaterra. Nas quartas, o adversário foi o Grasshopper, da Suíça. No primeiro jogo, o Nottingham voltou a golear em casa, agora de virada, por 4 a 1. Na segunda partida, o empate por 1 a 1 em Zurique selou a vaga na semifinal.

O oponente seguinte foi o alemão Colônia (ou Köln). Na ida, um emocionante empate por 3 a 3, cheio de reviravoltas no City Ground. Na volta, o Nottingham precisou desembolsar uma suada vitória por 1 a 0 fora de casa para atingir a final.

A novidade britânica na decisão enfrentou outro clube igualmente estreante nesta fase, o Malmö. Os suecos chegaram lá ao passar por Monaco, Dínamo Kiev, Wisla Cracóvia (Polônia) e Austria Viena. O jogo foi disputado no Estádio Olímpico de Munique, na Alemanha. De poucas oportunidades, o jogo teve o placar definitivo aos 46 minutos do primeiro tempo, quando Trevor Francis fez 1 a 0 para o Nottingham Forest - um pequeno, grande, novo e invicto campeão.

A campanha do Nottingham Forest:
9 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Paul Popper/Popperfoto/Getty Images

Olimpia Campeão da Libertadores 1979

Em 18 anos de Libertadores, o título circulou por somente três países: Argentina, Brasil e Uruguai. Embora com muitos times tradicionais oriundos dos outros locais, era complicado quebrar essa barreira. Até que, em 1979, o Olimpia chegou para colocar o Paraguai ao lado do trio forte da América do Sul. Primeiro vice da história, o Decano conquistou o torneio com uma bela jornada, de ponta a ponta.

No grupo 2 da primeira fase, junto ao compatriota Sol de América e dos bolivianos Bolívar e Jorge Wilstermann, o Olimpia não teve dificuldades para liderar. Venceu cinco das seis partidas e somou dez pontos. Sua única derrota foi na altitude de La Paz, por 2 a 1 para o Bolívar. De resto, vitórias categóricas, como os 4 a 2 sobre o Wilstermann e os 3 a 0 sobre o algoz boliviano do primeiro turno, ambos em casa.

O clube obteve a segunda melhor campanha entre os 20 da fase inicial, perdendo no saldo de gols para o Guarani. E o time brasileiro foi um dos adversários dos paraguaios na semifinal, assim como o Palestino, do Chile. Em Assunção, o Decano derrotou o clube de Campinas por 2 a 1. Depois, em Santiago, 2 a 0 nos chilenos. Na volta em casa, 3 a 0 no Palestino encaminhou a classificação.

Bastava secar o Guarani na rodada de folga. E deu certo, pois a equipe brasileira ficou no 2 a 2 em casa com a chilena. No último jogo, sobrou o empate por 1 a 1 no Brinco de Ouro. Com sete pontos, o Olimpia chegava em sua segunda final de Libertadores.

O adversário do time paraguaio na decisão foi o Boca Juniors, que estava atrás do tri seguido e havia batido Indepediente e Peñarol. A partida de ida foi jogada no Defensores del Chaco, em Assunção, e o Olimpia conseguiu uma ótima vantagem de 2 a 0, gols de Osvaldo Aquino e Miguel Piazza. A volta foi em La Bombonera, e era só não perder para ficar com o título inédito. Foi o que aconteceu: empate por 0 a 0 na Argentina e o Decano começava a fazer por merecer um outro apelido futuro: Rey de Copas.

A campanha do Olimpia:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Olimpia Campeão Mundial 1979

Inúmeros problemas assolaram a realização do Mundial na década de 70. Como por exemplo, a disputa de 1977 acontecendo somente no ano seguinte e empurrando a edição de 1978 para o início de 1979. Só que o representante europeu de 78 seria o mesmo de 77, o Liverpool, bicampeão da Copa dos Campeões e totalmente desinteressado na Copa Intercontinental. E desta vez nem o vice Brugge aceitou o convite. Bicampeão da Libertadores em cima do Deportivo Cali, o Boca Juniors ficou sem a chance de repetir a dose também no Mundial.

Assim, as atenções passaram a ficar na edição de 1979 mesmo. A torcida de UEFA e Conmebol era de que tudo voltasse ao normal, e a Copa Europeia ficou nas mãos de outro time inglês: o Nottingham Forest, que na final venceu por 1 a 0 o Malmö, da Suécia. Mas o clube seguiu a onda dos vencedores anteriores e pulou fora do Mundial. Na Libertadores, o Olimpia desbancava o Boca Juniors na decisão, fazendo 2 a 0 na ida e empatando sem gols na volta. O time paraguaio aguardou por quatro meses pelo Mundial, até que o Malmö aceitasse o convite.

A Copa Intercontinental teve início em 18 de novembro, no Estádio Municipal de Malmö. O público que compareceu à ida é o pior da história dos Mundiais: exatos 4.811 torcedores. Sem pressão e com uma equipe superior à sueca, o Olimpia conseguiu a vitória sem muito problema. Aos 41 minutos do primeiro tempo, Evaristo Isasi fez 1 a 0 e garantiu a vantagem paraguaia.

A volta mundialista não aconteceu em 1979, por outra falta de espaço no calendário europeu. Só em 2 de março de 1980 é que a disputa foi retomada. O Defensores del Chaco, em Assunção, recebeu 47 mil pessoas, em um clima totalmente oposto ao da Suécia. O apoio foi fundamental ao Olimpia, que abriu o placar aos 39 da etapa inicial com Solalinde. No primeiro minuto do segundo tempo, Erlandsson assustou a todos ao empatar o jogo. O Decano manteve a calma, e aos 26 minutos o reserva Michelagnoli fez 2 a 1 e garantiu o título mundial ao clube paraguaio. Um feito jamais igualado.

O Mundial de 1979 foi mais um realizado a duras penas, sob muita insistência. Porém, a história estaria prestes a mudar na virada de década. Os times deixariam de atravessar o Oceano Atlântico e passariam a viajar pelo Pacífico. O motivo? Na busca pela salvação da Copa Intercontinental, UEFA e Conmebol firmaram uma parceria com a Toyota, que levou a disputa para o Japão a partir de 1980. O torneio em ida e volta, com o risco de desistências por medo de violência e por falta de atrativo financeiro, estava extinto.


Foto Arquivo/Olimpia

Internacional Campeão Brasileiro 1979

O ápice da bizarrice foi o número de times participantes do Brasileiro de 1979. A CBD, em seu último ano de atividade, colocou 94 equipes para participar da Copa Brasil. Foi tanta desorganização que Corinthians, Portuguesa, Santos e São Paulo desistiram antes do começo. Alheio aos fatos, o Internacional renovava sua geração vencedora na década de 70 e premiava seu torcedor com mais uma taça.

Na primeira fase do torneio, 80 times foram divididos em dez grupos. O Inter ficou no grupo 7, e ao final de nove rodada terminou a fase na liderança, com seis vitórias e três empates. Com 15 pontos, se classificou com outros sete times.

Na segunda fase, 44 times se juntaram a mais 12 de São Paulo e Rio de Janeiro, e se dividiram em oito grupos. O Colorado entrou no grupo 3, e ficou mais uma fase sem perder. Com quatro vitórias e três empates, o Internacional liderou o grupo com 11 pontos, um a mais que o vice Atlético-PR. Ambos avançaram, junto com outros 12 times.

Na terceira fase, os 14 classificados se juntaram a Guarani e Palmeiras, os finalistas do ano anterior, e se dividiram em quatro grupos. O Inter ficou no grupo 3. Em três rodadas, venceu Goiás, Cruzeiro e Atlético-MG (por W.O.) e conseguiu a classificação para a semifinal com seis pontos. Coritiba, Palmeiras e Vasco foram os outros sobreviventes da maratona.

Na semifinal, o Colorado enfrentou o Palmeiras, reeditando o confronto de 1978. A sorte mudou lado com a vitória colorada no Morumbi por 3 a 2. No Beira-Rio, o Inter confirmou a vaga na final com empate em 1 a 1.

A final foi disputada contra o Vasco. Com justiça, dois times invictos chegaram no último confronto, e só um continuaria com esse status. O jogo de ida foi no Maracanã, e o Internacional tratou de escrever a história para seu lado com a vitória por 2 a 0. No Beira-Rio, outra vitória por 2 a 1 confirmou o terceiro título para os gaúchos. O último que conseguiu a façanha sem perder nenhuma partida.

A campanha do Internacional:
23 jogos | 16 vitórias | 7 empates | 0 derrotas | 40 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto J. B. Scalco/Placar