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Espanha Campeã Olímpica 2024

De volta à normalidade. Os Jogos Olímpicos retomaram seu estado natural em 2024: com público nos eventos, sem restrição de pandemia e dentro do ano correto. A cidade de Paris voltou a sediar as Olimpíadas depois de exatos 100 anos, pela terceira vez em sua história. Mas, quem marcou a história em terras francesas foi a Espanha, que chegou ao bicampeonato no futebol masculino depois de 32 anos e devolveu a medalha de ouro da modalidade à Europa, algo que também não acontecia desde 1992.

O regulamento manteve mais uma vez o formato adotado em definitivo em 1976. Na primeira fase, 16 seleções foram divididas em quatro grupos, com as duas primeiras colocadas indo até o mata-mata. E sim, com a regra do limite de três jogadores acima dos 23 anos convocados para cada time, retornando ao habitual em função do adiamento dos jogos anteriores, de 2020 para 2021, quando o limite de idade foi esticado para 24 anos.

O ouro espanhol começou a ser desenhado no grupo C da primeira fase. Na estreia, a equipe venceu o Uzbequistão por 2 a 1. Na segunda rodada, bateu a República Dominicana por 3 a 1. Na terceira partida, porém, perdeu para o Egito por 2 a 1. O tropeço deixou a Espanha com seis pontos, classificada na segunda posição da chave.

A campanha no mata-mata teve início nas quartas de final, contra o Japão. Para se recuperar da derrota no fim da fase anterior, a Espanha venceu por 3 a 0, com dois gols do artilheiro Fermín López e um de Abel Ruiz. Na semifinal, foi a vez de passar pelo Marrocos com vitória por 2 a 1, de virada. Os marroquinos foram à disputa do bronze, em um confronto africano com o Egito, e levaram a medalha para casa ao golearem por 6 a 0.

O futebol masculino dos Jogos Olímpicos chegou na final entre Espanha e França, que eliminou Nova Zelândia, Guiné, Argentina e Egito. A partida foi disputada em Paris, no Parc des Princes. Os espanhóis começaram perdendo, mas viraram em dez minutos ainda no primeiro tempo, com dois gols de Fermín López e um de Álex Baena. Perto do fim do segundo tempo, os franceses buscaram o empate. Porém, na prorrogação, a Espanha mostrou mais força e conquistou a medalha de ouro ao fazer 5 a 3 no placar, com dois gols de Sergio Camello, vindo do banco de reservas.

A campanha da Espanha:
6 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Patrícia de Melo Moreira/AFP/Getty Images

Espanha Campeã da Eurocopa 2024

O principal campeonato de seleções depois da Copa do Mundo, a Eurocopa, teve mais uma edição em 2024, três anos depois da disputa adiada de 2020/2021. Esse foi o menor tempo de espera entre um torneio e outro, pois o normal é aguardar quatro temporadas. Normal também é o uso de um ou dois países-sede, e não 11 como aconteceu na última vez. Nesta oportunidade, a UEFA optou por colocar a competição inteiramente na Alemanha. 

Em solo alemão, foi vista uma Eurocopa que começou com jogos abertos e de muitos gols, ficou amarrada e econômica na metade, e terminou com viradas e fortes emoções. O título ficou nas mãos da Espanha, que repetiu 1964, 2008 e 2012 e chegou ao tetra do campeonato, sendo a equipe de melhor futebol apresentado. No grupo B da primeira fase, iniciou a campanha vencendo a Croácia por 3 a 0. Na segunda rodada, derrotou a Itália por 1 a 0. Por fim, os espanhóis fizeram 1 a 0 na Albânia e encerraram a etapa no primeiro lugar da chave, com nove pontos.

La Roja chegou para as oitavas de final para enfrentar a Geórgia. De virada, venceu por 4 a 1. Depois, encarou a Alemanha nas quartas. Na prorrogação, a equipe passou pela anfitriã do torneio ao vencer por 2 a 1. Na semifinal, foi a vez de eliminar a França com os mesmos 2 a 1, de virada, com gols marcados por Lamine Yamal, de apenas 17 anos, e Dani Olmo.

Na decisão, a Espanha enfrentou a Inglaterra. Para chegar lá, os ingleses superaram Sérvia, Eslováquia, Suíça e Holanda. O estádio que recebeu a partida foi o Olímpico de Berlim, na capital alemã. Mais de 70 mil torcedores assistiram à final. No primeiro tempo, os espanhóis foram ao ataque e os ingleses atuaram esperando um erro adversário, mas nada aconteceu.

Os gols só surgiram no segundo tempo. Aos dois minutos, Nico Williams abriu o placar para La Roja. Os ingleses até empataram o jogo aos 28, mas os espanhóis tinham mais time e mais vontade de vencer. Aos 43 minutos, Mikel Oyarzabal saiu do banco de reservas para fazer 2 a 1 e confirmar um tetracampeonato único na história da Eurocopa. Afinal, a Espanha desempatou o ranking de títulos com a Alemanha e se tornou a maior vencedora de todos os tempos na Europa, com 100% de aproveitamento.

A campanha da Espanha:
7 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 15 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Stu Forster/Getty Images

Espanha Campeã da Copa do Mundo Feminina 2023

A Copa do Mundo Feminina de 2023 foi a maior de todos os tempos, superando a edição de 2019 em tudo, desde audiência (quase duas bilhões de pessoas pelo planeta assistiram ao menos uma partida), número de jogos e de gols. Tudo isso, logicamente, puxado pelo aumento de 24 para 32 seleções. A competição foi disputada pela primeira vez em dois países, na Austrália e na Nova Zelândia, que superaram a concorrência da Colômbia na eleição e deram à Oceania a primeira sede de um torneio adulto da FIFA.

E só podia ser em terras inéditas o nascimento de uma nova campeã mundial, a quinta seleção da história a erguer a taça: a Espanha, que confirmou sua evolução no futebol feminino ao longo dos anos. Antes disso, porém, tivemos surpresas como as quedas de Alemanha e Brasil ainda na primeira fase, e dos Estados Unidos nas oitavas de final. Na contramão, a Colômbia foi até às quartas, e Jamaica, África do Sul e Marrocos chegaram às oitavas.

A campanha de La Roja teve início no grupo C, ancorado na Nova Zelândia. O início foi com vitória por 3 a 0 sobre a Costa Rica. Na sequência, as espanholas golearam a estreante Zâmbia por 5 a 0. Já classificada, a Espanha teve pela frente o Japão na última rodada, mas acabou derrotada por 4 a 0 e encerrou a chave na segunda colocação, com seis pontos.

Nas oitavas de final, a seleção de Aitana Bonmatí (futura Bola de Ouro da Copa), Olga Carmona Jennifer Hermoso, Alba Redondo, Alexia Putellas, Salma Paralluelo, entre outras, goleou a Suíça por 5 a 1. Nas quartas, foi a vez de eliminar a Holanda por 2 a 1, com gols de Mariona Caldentey e Paralluelo, este segundo na prorrogação. Na semifinal, a Espanha derrotou a Suécia pelo mesmo placar de 2 a 1, com mais um gol de Paralluelo e outro de Carmona.

A tão sonhada final da Copa foi entre Espanha e Inglaterra, que superou China, Haiti, Nigéria, Colômbia e Austrália. A partida foi realizada no Estádio Olímpico de Sydney, no dia 20 de agosto, para um público de quase 76 mil torcedores. O título de La Roja veio pela vitória mínima de 1 a 0. O gol foi anotado por Olga Carmona, lateral-direita e capitã da seleção, aos 29 minutos do primeiro tempo.

A campanha da Espanha:
7 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Dean Lewins/EPA

Espanha Campeã da Liga das Nações 2023

A Liga das Nações da UEFA chegou na terceira edição em 2023, cada vez mais importante e consolidada como uma taça de respeito para as seleções da Europa. A seleção campeã foi a Espanha, que supera a frustração do vice nessa mesma competição em 2021, além das eliminações recentes em Copas do Mundo e Eurocopas, voltando a comemorar um título depois de 11 anos.

Esta edição da Liga das Nações contou com o mesmo regulamento de 2021, com 16 seleções na Liga A, divididas em quatro grupos. Só houve duas diferenças: os piores da Liga C e os melhores da Liga D não fazem mais a troca direta de divisão, sendo submetidos a um play-off de acesso/permanência; e a exclusão e rebaixamento da Rússia na Liga B, em consequência da guerra provocada na Ucrânia.

A Liga A viu algumas surpresas em campo, como o rebaixamento da Inglaterra e a pífia campanha da Alemanha no grupo 3. Também teve a péssima jornada da França no grupo 1, quando defendia o título. A fase de grupos aconteceu antes da Copa do Mundo de 2022, então as perspectivas eram diferentes. Ainda sob o comando de Luis Enrique, a Espanha ficou no grupo 2. La Roja enfrentou Portugal, Suíça e República Tcheca. Em seis jogos, conseguiu três vitórias, dois empates e uma derrota.

Com 11 pontos, a Espanha superou os portugueses por um ponto e os suíços por dois. O início foi com empates por 1 a 1 com Portugal em casa, e por 2 a 2 com os tchecos fora. Depois, venceu a Suíça fora por 1 a 0, e a República Tcheca em casa por 2 a 0. No quinto jogo, a derrota por 2 a 1 para os suíços em Zaragoza deixou tudo aberto para a última rodada. E em Braga, La Roja venceu Portugal por 1 a 0.

A fase final da Liga das Nações aconteceu depois da Copa, em junho de 2023. Com técnico novo, Luis de la Fuente, a Espanha disputou o título com Holanda (sede), Croácia e Itália. A semifinal foi contra os italianos, no De Grolsch Veste, na cidade de Enschede, e os espanhóis venceram por 2 a 1, com gols de Yeremy Pino e Joselu.

A final foi contra a Croácia, que tirou a dona da casa Holanda na prorrogação da semi. A partida foi realizada no Estádio De Kuip, em Roterdã, e contou com a maioria da torcida croata. Mesmo assim, a Espanha foi superior em campo, com as melhores chances criadas. Porém, o 0 a 0 não saiu do placar em 120 minutos. Nos pênaltis, Unai Simón defendeu duas cobranças, Dani Carvajal acertou a batida decisiva, e La Roja foi campeã inédita por 5 a 4 na disputa.

A campanha da Espanha:
8 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 10 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Lars Baron/Getty Images

Espanha Campeã da Copa do Mundo 2010

A única vez que o continente africano sediou uma Copa do Mundo foi em 2010. A África do Sul teve a histórica incumbência de realizar a maior competição do futebol naquele ano. E foi debaixo do terrível som das vuvuzelas entoadas nas arquibancadas que a Espanha enfim concluiu seu sonho de ser campeã e chegar ao topo depois de sucessivas decepções. O famoso toque de bola do time de Iniesta, Xavi, Villa, Puyol e Sergio Ramos rendeu o maior fruto espanhol, além das conquistas das Eurocopas de 2008 e de 2012.

Mas antes de tudo, os espanhóis levaram um susto na primeira rodada, quando estrearam com derrota de 1 a 0 para a Suíça. A recuperação na fase de grupos veio a tempo com as vitórias de 2 a 0 sobre Honduras e 2 a 1 sobre o Chile, que ainda deram a liderança do grupo H para a Espanha, com seis pontos. Nas oitavas de final a Fúria fez o clássico ibérico contra Portugal, o qual venceu por 1 a 0, gol do artilheiro Villa. 

Nas quartas foi a vez de encarar o surpreendente Paraguai, em outra partida igualmente complicada e vencida por 1 a 0, com direito a pênalti perdido pelos paraguaios e outro gol de Villa, em que a bola precisou bater três vezes na trave antes de entrar. Aliás, as quartas de final da Copa em 2010 foram tão malucas que é impossível deixar de citar o confronto entre Gana e Uruguai, no qual os africanos tiveram a chance da vitória na prorrogação, mas desperdiçaram um pênalti (a mão do Suárez) e depois acabaram perdendo nas outras cobranças (a cavadinha do Abreu).

A Alemanha foi a adversária da semifinal, e outra vitória pelo placar de 1 a 0, gol de cabeça do zagueiro Puyol no segundo tempo, colocou os espanhóis na histórica final pela primeira vez em 80 anos de Copas do Mundo.

No Soccer City em Johanesburgo, a Espanha enfrentou a Holanda em confronto de onde sairia um campeão inédito. Depois de empate sem gols e muitos cartões amarelos no tempo normal, a decisão foi para a prorrogação. E faltando cinco minutos para o fim, Iniesta acertou chute cruzado no gol holandês. A quarta vitória seguida por 1 a 0 deu o título merecido para a seleção espanhola. A responsabilidade de erguer a taça como capitão da equipe ficou para o goleiro Casillas.

A campanha da Espanha:
7 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 1 derrotas | 8 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Eddie Keogh/Reuters

Espanha Campeã Olímpica 1992

O ano de 1992 foi marcado pelas diversas mudanças no mapa-múndi olímpico. A União Soviética dividiu-se em quatro, mudou de nome para Comunidade de Estados Independentes e competiu como a Equipe Unificada, antecedendo sua divisão definitiva em 15 nações. A Iugoslávia também fragmentou-se em quatro países, e os atletas da banida república-mãe competiram como Atletas Independentes. Por fim, a África do Sul foi reincluída entre as participantes após o fim do apartheid.

O futebol não vivenciou nenhuma dessas alterações, mas contou com outra modificação na maneira de convocar as seleções. A partir dos Jogos de Barcelona, na Espanha, apenas jogadores abaixo dos 23 anos de idade teriam permissão para a disputa, independentemente de serem amadores, profissionais ou de já terem atuado em Copa do Mundo. Muitas possibilidades surgiriam a partir de então.

Porém, a primeira experiência sub-23 seria conservadora, com o ouro ficando a dona da casa.  No grupo B da primeira fase, a Espanha estreou com goleada por 4 a 0 sobre a Colômbia. Depois, antecipou sua classificação ao fazer 2 a 0 no Egito. Por fim, novo 2 a 0 sobre o Catar, que deixou a Fúria na liderança, com seis pontos.

Nas quartas de final, vitória por 1 a 0 sobre a Itália. Na semifinal, foi a vez de derrotar por 2 a 0 o time de Gana. E assim, vencendo todos os jogos e não sofrendo gols, a Espanha chegou na decisão. A adversária foi a Polônia, que deixou para trás Estados Unidos, Kuwait, Catar e Austrália. Antes do ouro e da prata, foi definido quem levou a medalha de bronze: Gana fez 1 a 0 na Austrália. 

Espanhóis e poloneses se encontraram na final logo depois. Jogando no Camp Nou, La Roja encontrou as maiores dificuldades até então. Wojciech Kowalczyk abriu o placar aos 44 minutos do primeiro tempo. A Espanha empatou aos 20 do segundo, com Abelardo. Aos 27, Kiko virou a partida, mas Ryszard Staniek empatou de novo aos 31. Quando tudo se encaminhava à prorrogação, aos 45, Kiko fez 3 a 2 e explodiu a torcida espanhola em Barcelona. Na Olimpíada considerada como a melhor organizada da história, o título veio em casa.

A campanha da Espanha:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 14 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/EFE

Espanha Campeã da Eurocopa 2012

A última edição de Eurocopa com 16 seleções aconteceu em 2012, e ela foi duplamente sediada pela terceira vez na história, com a incumbência ficando nas mãos de Ucrânia e Polônia. Foi nos gramados ucranianos e poloneses que a Espanha completou a trilogia dos grandes títulos. Agora temida, a equipe chegava para buscar o tricampeonato ostentando ainda a Copa do Mundo erguida em 2010.

Na cabeça do grupo C, a Fúria estreou contra a Itália, porém não passou do empate por 1 a 1, tendo saído atrás no placar. As coisas voltariam ao normal a partir da segunda rodada, com a goleada por 4 a 0 sobre a Irlanda. No último jogo da fase, bastou à Espanha vencer a Croácia por 1 a 0 para garantir a liderança da chave com sete pontos. Os italianos também avançaram às quartas de final.

O primeiro mata-mata espanhol foi contra a França, uma velha pedra no sapato espanhol nas Euros de 1984 e de 2000, além do Mundial de 2006. Mas desta vez os franceses não tiveram chances e perderam por 2 a 0, ambos os gols marcados por Xabi Alonso. O confronto mais complicado veio na semifinal, contra Portugal. As equipes ficaram no 0 a 0 em Donetsk, tendo que decidir a vaga nos pênaltis. Os espanhóis foram mais eficientes nas cobranças e venceram por 4 a 3. Dessa forma, a Espanha atingia um feito que apenas União Soviética e Alemanha haviam conseguido: chegar em duas finais seguidas.

Mas soviéticos e alemães jamais conquistaram duas vezes consecutivas a Eurocopa. Era a grande chance espanhola de superá-las. Sua adversárias na decisão foi a Itália, marcando o reencontro da estreia. A partida foi disputada no Olímpico de Kiev, e contaria uma história bem distinta do que foi vista lá atrás. Bem leve em campo, a Espanha abriu o caminho do título aos 14 minutos do primeiro, quando David Silva abriu o placar. Aos 41, Jordi Alba ampliou.

A goleada estava por vir, e ela chegou a partir dos 39 do segundo tempo, com o gol de Fernando Torres. Aos 43, Juan Mata fez 4 a 0 e completou a festa. Pela primeira vez o título europeu ficava duas vezes seguidas com a mesma seleção. Mais: a Espanha igualava o topo do ranking de conquistas, ao lado da Alemanha, com três.

A campanha da Espanha:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Laurence Griffiths/Getty Images

Espanha Campeã da Eurocopa 2008

Mais uma Eurocopa começa, e junto com ela vem o surgimento de uma nova força, que sempre esteve ali mas que na hora H falhava. A história seria mudada com a Espanha a partir de 2008. Seu único título provinha do distante de 1964, na segunda edição continental. O outro troféu era a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1992. Em Copas do Mundo, a Fúria não passava de um quarto lugar em 1950 e algumas eliminações que são comentada até os dias de hoje, como em 2002. Tudo seria diferente nos gramados da Áustria e da Suíça, as anfitriãs da Euro.

No grupo D da competição, a Fúria estreou contra a Rússia, goleando-a por 4 a 1 com direito a hat-trick de do centroavante David Villa. Contra a Suécia, vitória por 2 a 1 encaminhou a classificação espanhola. Na última partida da fase, a Espanha passou pela então detentora do título, a Grécia, com outro triunfo por 2 a 1. Com os nove pontos possíveis, a equipe avançou na liderança da chave, com os russos logo atrás.

O jogo mais difícil de La Roja aconteceu nas quartas de final. Foi contra a Itália, que endureceu ao máximo e fez com que o placar não saísse do 0 a 0. Nos pênaltis, a Fúria fez 4 a 2 e passou à semifinal. No penúltimo passo, foi a vez de enfrentar novamente a Rússia. E a Espanha fez outro placar dilatado: 3 a 0, com todos os gols marcados no segundo tempo.

De volta à decisão, o time espanhol teria de encarar a Alemanha, que para também chegar ali passou por Áustria, Polônia, Portugal e Turquia. A partida foi disputada no Estádio Ernst-Hapel, em Viena. Melhor o tempo todo, a Espanha dominou os alemães com tranquilidade. O solitário gol do título saiu aos 33 minutos do primeiro tempo, quando Fernando Torres recebeu passe em profundidade e tocou na saída do goleiro Jens Lehmann, encobrindo-o.

O resultado final foi de só 1 a 0, mas poderia ter sido mais devido ao maior volume de jogo da Espanha, que conquistava o bicampeonato europeu. Esta jornada de 2008 foi só o começo de uma escalada marcante da seleção ibérica, que culminaria em três taças na galeria e um novo conceito de futebol.

A campanha da Espanha:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Shaun Botterill/Getty Images

Espanha Campeã da Eurocopa 1964

Foi bem-sucedido o começo da Eurocopa, apesar de a adesão de seleções nas eliminatórias em 1960 não tenha sido completa, inclusive com notáveis ausências, como as de Alemanha Ocidental, Itália e Inglaterra. O cenário mudou para 1964, e o número de participantes aumentou de 17 para 29, embora os alemães do lado oeste do muro ainda estivessem de fora. Todas as outras grandes estavam ali, tentando recuperar o tempo perdido.

E se quatro anos antes a Espanha havia ficado de fora da fase final apenas porque se recusou a desembarcar na União Soviética, agora não só ela seria a dona da casa nas partidas decisivas como também derrotaria a própria detentora do título na disputa derradeira. Mas antes, precisou bater alguns adversários durante os anos de 1962 e 1963. Na primeira eliminatória, passou pela Romênia com vitória por 6 a 0 em casa e derrota por 3 a 1 fora.

Nas oitavas de final, sofreu um bocado mas passou pela Irlanda do Norte ao empatar por 1 a 1 em casa e vencer por 1 a 0 fora. Nas quartas, não teve problemas para derrubar a Irlanda ao golear por 5 a 1 em casa e por 2 a 0 fora. A Fúria chegou na semifinal ao lado de Hungria, Dinamarca e União Soviética, e acabou escolhida como sede, com jogos em Madrid e em Barcelona. Na semifinal, o time espanhol venceu o húngaro por 2 a 1 na prorrogação, gols de Jesús Pereda e Amancio. Do outro lado, os soviéticos fizeram 3 a 0 nos dinamarqueses.

Espanha e União Soviética faziam na segunda decisão de Eurocopa um confronto que não aconteceu nas eliminatórias de 1960. O general Francisco Franco não era simpático ao colega Josef Stalin e os dois regimes de governo não se entendiam. Isso motinou a proibição da Fúria ao comparecimento em território russo. Mas para 1964 a UEFA chegou em acordo com Franco, que permitiu que os soviéticos jogassem em solo ibérico.

E a final aconteceu no Santiago Bernabéu, em Madrid. Gols, só no começo e no fim da partida. Pereda abriu o placar aos seis minutos do primeiro tempo e os soviéticos empataram aos oito. O 2 a 1 que valeu a primeira de três Eurocopas à Espanha veio aos 39 do segundo tempo, através do atacante Marcelino.

A campanha da Espanha:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 4 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/RFEF