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Fluminense Campeão da Recopa Sul-Americana 2024

O Fluminense acaba com seu último fantasma e é campeão da Recopa Sul-Americana de 2024. O 13º título do futebol brasileiro no torneio veio em cima da LDU Quito, em um acerto de contas que era esperado desde 2009, quando o clube carioca foi vice da Copa Sul-Americana para os equatorianos, e um ano antes também da Libertadores.

O primeiro fantasma extirpado foi o da Libertadores, conquistada em 2023 em cima do Boca Juniors. Quando o tricolor foi campeão, já sabia que o rival na Recopa seria a LDU Quito, que foi bi da Copa Sul-Americana sobre o Fortaleza.

A partida de ida aconteceu no Equador, no Estádio Casa Blanca, em Quito. Atuando mais na defesa, o Fluminense conseguiu segurar a LDU até quase o fim, mas sofreu um gol de escanteio aos 47 minutos do segundo tempo e perdeu por 1 a 0.

A volta foi realizada no Maracanã, e o Flu partiu ao ataque. Os equatorianos tentavam parar o jogo a todo instante, enquanto os cariocas empilhavam chances de gol. Mas eles só saíram no segundo tempo, e pelo mesmo jogador. Jhon Arias fez o primeiro de cabeça, aos 31 minutos, e o segundo de pênalti, aos 45, quando o Fluminense estava com um atleta a menos em campo. O colombiano marcou 2 a 0, que revertendo a desvantagem e confirmou o título inédito ao tricolor.


Foto Lucas Merçon/Fluminense

Palmeiras Campeão da Recopa Sul-Americana 2022

Na sua quarta final caseira (repetindo 1993, 1994 e 2013), o Brasil chegou ao 12º título da Recopa Sul-Americana. E pela primeira vez o Palmeiras foi campeão, superando a frustração do vice em 2021. O Verdão chegou para o confronto depois de ter conquistado a Libertadores sobre o Flamengo na final. Seu adversário foi o  Athletico-PR que faturou a Copa Sul-Americana ao bater o Bragantino na decisão.

O jogo de ida da Recopa foi realizado na Arena da Baixada, em Curitiba. O Athletico chegou a ficar duas vezes na frente do placar, com gols de David Terans aos 17 minutos do primeiro tempo, e de Marlos aos 31 do segundo. Mas o Palmeiras buscou o empate nas duas oportunidades, com Jailson aos 28 da etapa inicial, e Rapahel Veiga - de pênalti - aos 52 da complementar.

A partida de volta aconteceu no Allianz Parque, em São Paulo. No primeiro tempo, pouca coisa aconteceu, e o placar não saiu do zero, embora o time palmeirense tenha jogado melhor. As coisas melhoraram para o Alviverde nos outros 45 minutos. Logo aos cinco, Zé Rafael abriu o marcador.

O domínio do time paulista foi aumentando ainda mais e a conquista passou a ser mera questão de tempo. Aos 43, Danilo fez 2 a 0 e confirmou a primeira conquista do Palmeiras na Recopa. Mais do que isso: também é a primeira taça que o técnico Abel Ferreira levanta na presença do torcedor na capital paulista.


Foto César Greco/Palmeiras

Flamengo Campeão da Recopa Sul-Americana 2020

O Flamengo chegou ao seu primeiro título (e o 11º brasileiro) na Recopa Sul-Americana em 2020. Na continuação de um projeto que culminou em cinco troféus conquistados em quase 100 dias. Vencedor pela Libertadores, o time rubro-negro enfrentou na disputa o Independiente Del Valle, do Equador, campeão da Copa Sul-Americana. O Brasil recuperou a Recopa após um hiato de dois anos, já que em 2019 o Athletico-PR foi superado pelo River Plate.

A partida de ida da decisão foi em Quito, no Estádio Olímpico Atahualpa. O Fla saiu atrás no placar, gol do atacante rival Jacob Murillo aos 20 minutos do primeiro tempo. Na etapa final, aconteceu a virada carioca. Bruno Henrique empatou aos 20 minutos e Pedro fez o segundo aos 40. Quando a vitória parecia garantida, Cristian Pellerano marcou o 2 a 2 aos 46 minutos e reduziu a vantagem flamenguista.

A volta foi no Rio de Janeiro, no Maracanã, com quase 70 mil torcedores na arquibancada. O Flamengo começou a arrancar para o título inédito aos 19 minutos do primeiro tempo, quando Gabriel Barbosa abriu o marcador. A expulsão de Willian Arão aos 23 minutos não tirou o ímpeto rubro-negro, que administrou até aumentar o placar.

Aos 17 minutos do segundo tempo, Gerson ampliou a vantagem. E como se não bastasse um gol, o volante foi lá e marcou novamente aos 44 minutos. Os 3 a 0 sacramentaram mais um conquista para a história do Fla.


Foto Alexandre Vidal/Flamengo

Grêmio Campeão da Recopa Sul-Americana 2018

O penúltimo título brasileiro na Recopa Sul-Americana pertence ao Grêmio de 2018. O clube gaúcho se credenciou para a disputa após a conquista do tri na Libertadores. E reencontrou o Independiente da Argentina, o campeão da Copa Sul-Americana, 22 anos depois da primeira conquista.

A partida de ida da decisão foi no Estádio Libertadores de América, em Avellaneda. O Tricolor foi superior na maior parte do tempo - até numericamente em campo, durante 63 minutos -, mas apenas conseguiu empatar por 1 a 1. Os brasileiros abriram o placar aos 21 minutos do primeiro, com Luan aproveitando uma saída errada da defesa e chutando cruzado na saída do goleiro Campaña. Aos 33 minutos, os argentinos bateram falta na área, e Bruno Cortez desviou de cabeça contra o próprio gol, dando o empate definitivo ao Independiente.

A volta foi na Arena gremista, em Porto Alegre. A situação do jogo anterior se repetiu, com os argentinos tendo um jogador a menos por expulsão durante 48 minutos. O Grêmio empilhou oportunidades, tentou de todas as formas, mas os gols não saíram nem nos 90 regulamentares, nem nos 30 da prorrogação.

Sendo assim, os pênaltis decidiriam. Todos os gremistas acertaram as cobranças: Maicon, Cícero, Jael, Everton e Luan. Já os rojos enfileiraram quatro tentos. Faltava um para avançar à sexta marcha ou acabar tudo. Martín Benítez foi à bola e bateu no lado direito. E lá estava Marcelo Grohe para defender e garantir o resultado de 5 a 4. Assim, o Grêmio conquistou o bicampeonato da Recopa Sul-Americana, sua sexta taça em nível estrangeiro.


Foto Nelson Almeida/AFP

Atlético-MG Campeão da Recopa Sul-Americana 2014

Mais uma edição da Recopa Sul-Americana em que seus dois representantes estrearam, em 2014. O Atlético-MG, campeão da Libertadores 2013, versus o Lanús, campeão da Sul-Americana. As equipes se enfrentaram logo após o término da Copa do Mundo realizada no Brasil. Estreantes na Recopa, mas conhecidas de outra época, mais precisamente de 1997, quando ambas fizeram a decisão na Copa Conmebol.

O primeiro jogo da disputa foi realizado em La Fortaleza, na cidade de Lanús. O Galo ainda contava com Ronaldinho Gaúcho em campo, mas ele já não estava mais no auge, inclusive foi substituído no intervalo. Com cautela, o alvinegro conseguiu a vantagem com um gol de Diego Tardelli aos 21 minutos do segundo tempo. O resultado de 1 a 0 parecia o bastante para o Atlético levar com tranquilidade o segundo jogo. Mas não foi bem assim o que aconteceu.

A volta foi realizada no Mineirão, em Belo Horizonte, 15 dias depois do fatídico 7 a 1 da Seleção Brasileira. As coisas pareceram fáceis quando Tardelli fez o primeiro gol aos seis minutos do primeiro tempo. Então, o Galo relaxou e deixou o time argentino crescer. Aos 14 e aos 26 minutos, Ayala e Santiago Silva viraram para o Lanús. Pressionado, o Atlético tornou a atacar e empatou aos 38 com Maicosuel.

Vida resolvida? Não. Os argentinos levaram ao campo o clichê "o jogo só acaba quando termina" e desempataram com Acosta aos 49 minutos do segundo tempo. Sorte do Galo que não tinha a regra do gol fora de casa. Na tensa prorrogação, o surreal aconteceu: dois gols contra que decidiram de vez a Recopa.

Aos 13 minutos do primeiro tempo, o zagueiro Gustavo Gomez colocou a bola na própria rede e empatou para os mineiros. Aos 7 do segundo tempo, foi a vez de Ayala marcar novamente, agora para o lado errado - ou certo, dependendo do ponto de vista. Com emoção para todos os gostos, o 4 a 3 a favor do Atlético-MG enfim foi decretado, e pela primeira vez, o clube brasileiro conquistou a taça.


Foto Juliana Flister/DomTotal

Corinthians Campeão da Recopa Sul-Americana 2013

Volta e meia a Recopa Sul-Americana reserva confrontos entre equipes de um mesmo país: 1993, 1994, 1995 e 2008. Mas nenhum deles foi tão especial quanto em 2013, quando Corinthians e São Paulo protagonizaram duas edições do Clássico Majestoso. Os corinthianos vinham do melhor momento de sua história, campeões da Libertadores e bicampeões do mundo. Já os são-paulinos vinham da conquista da Copa Sul-Americana, um oásis no meio de um deserto de taças.

A primeira partida da Recopa foi no Morumbi. Embora fosse a casa do São Paulo, o Corinthians não deu a mínima. Abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo com Paolo Guerrero. No primeiro minuto do segundo tempo, no entanto, Aloísio "Boi Bandido" empatou para o rival. Com mais time, o alvinegro seguiu com as melhores chances, e aos 30 minutos, Renato Augusto fez o 2 a 1 definitivo.

Um gol de vantagem e 36 mil torcedores no Pacaembu foram os ingredientes da partida de volta. Assim, o Timão quase não teve problemas para consumar o título. Aos 36 minutos do primeiro tempo, Emerson Sheik aparou um lançamento longo e cruzou dentro da área. Guerrero dominou mal, mas finalizou em cima da defesa, que deu rebote para Romarinho, que chutou junto com o zagueiro Rafael Tolói. A bola foi mansa para o gol, abrindo o placar para o Corinthians.

Com total controle de jogo, o Corinthians chegou no segundo gol aos 23 minutos da etapa final. Fábio Santos cruzou para Danilo, que teve um primeiro cabeceio defendido por Rogério Ceni (em um milagre). No rebote, ele conseguiu a finalização para a meta quase aberta. Os 2 a 0 foram o bastante para que o Timão já comemorasse a conquista antes do término da partida. No fim, a festa foi feita do jeito certo: com a taça inédita erguida.


Foto Ricardo Nogueira/Folhapress

Santos Campeão da Recopa Sul-Americana 2012

Dois times estreantes compuseram a edição de 2012 da Recopa Sul-Americana: Santos e Universidad de Chile. O primeiro venceu a Libertadores de 2011, acabando com 48 anos de jejum. O segundo levantou o título inédito da Copa Sul-Americana com um futebol vistoso e ofensivo. Quase um ano depois das conquistas, muitas coisas estavam diferentes, pelo menos para o lado chileno, que já não apresentava a mesma intensidade.

O primeiro jogo da Recopa foi em 22 de agosto, no Estádio Nacional de Santiago. Com poucas emoções e um pênalti perdido por Neymar (que escorregou no momento do chute), o 0 a 0 não saiu do placar.

Mais de um mês depois, em 26 de setembro, o Pacaembu recebeu a segunda partida da decisão. Desta vez as equipes arriscaram mais, mas foi o Peixe quem teve mais competência. Aos 27 minutos do primeiro tempo, Neymar abriu o placar após tabelar com André e chutar rasteiro da entrada da grande área, no canto do goleiro Johnny Herrera. No fim da etapa, o atacante teve chance de aumentar o marcador, mas novamente desperdiçou pênalti, agora chutando nas mãos do goleiro chileno.

A tranquilidade santista só veio aos 15 minutos do segundo tempo, quando o zagueiro Bruno Rodrigo completou de cabeça para o gol uma cobrança de falta vinda da ala esquerda. Com os 2 a 0 na mão, a partir daí foi só garantir que a Universidad não tivesse mais oportunidades para encostar no resultado. Depois da partida, a única ordem era comemorar o título inédito da Recopa na gelada noite paulistana.


Foto Marcos Ribolli/Globoesporte.com

Internacional Campeão da Recopa Sul-Americana 2011

O título do Internacional em 2007 foi o retorno do Brasil às conquistas na Recopa Sul-Americana. Mal sabiam os torcedores que, a próxima também seria do Colorado. Mas não foi imediatamente, e até um vice aconteceu no meio disso. Em 2008, o Boca Juniors foi tetra ao bater o Arsenal de Sarandí. Em 2009, o Inter enfrentou a LDU porém perdeu as duas partidas. Em 2010, o time de Quito foi bicampeão sobre o Estudiantes.

Chegamos então a 2011 e a terceira participação colorada na Recopa. Vindo do bi na Libertadores e um traumático terceiro lugar no Mundial, o Internacional encarou na decisão o Independiente. Os argentinos estavam nas mesmas condições que os brasileiros: na terceira disputa, com um título e um vice. E se em 1996 o clube de Avellaneda sofreu com o lado azul da rivalidade Grenal, em 2011 foi a vez de apanhar do lado vermelho.

Não na ida. No Estádio Libertadores de América, o Inter até saiu na frente com um gol de Leandro Damião, mas sofreu a virada durante o segundo tempo. Os 2 a 1 contra colocaram o Colorado em leve desvantagem para a volta, duas semanas depois.

Em 24 de agosto, quase 40 mil torcedores encheram o Beira-Rio. Rapidamente, o Inter dominou um Independiente cambaleante (no primeiro ano da trinca que o rebaixaria na Argentina em 2013). Aos 19 minutos de jogo, Leandro Damião abriu o placar. Aos 25 minutos, o mesmo ampliou para o time gaúcho. Tudo parecia bem até que, aos 3 minutos do segundo tempo, Max Velásquez descontou para o time argentino. Como o resultado encaminha a situação para a disputa de pênaltis, era necessário atacar. 

O Inter martelou o Independiente a partir de então, até que aos 38 minutos conseguiu um pênalti. O lateral-esquerdo Kléber bateu e fez 3 a 1. Com pouco tempo para segurar, o resto da partida foi para evitar um segundo gol adversário. No fim tudo deu certo, e o Internacional comemorou o bicampeonato da Recopa Sul-Americana, conquista que deu início a uma hegemonia brasileira no torneio.


Foto Arquivo/Internacional

Internacional Campeão da Recopa Sul-Americana 2007

A Recopa Sul-America deixou de ser disputada após a edição de 1998/99. Como não havia mais Supercopa, a Copa Conmebol também deixaria de existir e as Copas Mercosul e Merconorte geravam campeões diferentes, ficou inviável a disputa. Isto foi até 2002, quando as "Mercos" foram reunidas na novíssima Copa Sul-Americana, que também trouxe de volta os critérios da Conmebol. Com a confederação tendo uma segunda competição clara novamente, a Recopa iniciou sua segunda era em 2003.

Na primeira edição do retorno, o Olimpia bateu o San Lorenzo em Los Angeles. Em 2004, o peruano Cienciano superou o Boca Juniors nos pênaltis em Fort Lauderdale. Em 2005, o Boca Juniors venceu contra o Once Caldas, quando a disputa passou a ser definitivamente em ida e volta. O Brasil voltou em 2006, mas o São Paulo perdeu a taça para o Boca Juniors.

O país só voltaria a vencer uma Recopa em 2007. O Internacional passava pelo melhor momento de sua história, era o campeão mundial e da Libertadores. Encarou na disputa o mexicano Pachuca, o único clube de fora da América do Sul a vencer um torneio 100% Conmebol (no caso, a Sul-Americana de 2006).

A ida do torneio foi jogada no Estádio Hidalgo, em Pachuca del Soto. O Colorado fez uma boa apresentação no México, saiu na frente com gol de Alexandre Pato, mas acabou sofrendo a virada faltando dez minutos para acabar. A derrota por 2 a 1 não foi o fim do mundo, levando em conta que existia a regra do gol fora de casa.

Na volta, mais de 46 mil colorados encheram o Beira-Rio na chuvosa noite de 7 de junho. E demorou 30 minutos de partida para que o Inter desmontasse a vantagem do Pachuca. Alex abriu o placar cobrando pênalti. Aos cinco minutos do segundo tempo, Pinga ampliou a contagem. Aos 19, Alexandre Pato fez o terceiro gol colorado. Tudo já era festa quando, aos 32 minutos, o zagueiro Aquivaldo Mosquera fechou o placar fazendo contra. Com os 4 a 0 no placar, o Internacional comemorou muito o título inédito da Recopa.


Foto Edison Vara/Placar

Cruzeiro Campeão da Recopa Sul-Americana 1998

A primeira era da Recopa Sul-America estava próxima do fim. Depois do título gremista em 1996, a Conmebol organizou só mais duas edições antes da paralisação. Em 1997, dois argentinos na partida realizada em Kobe. Vélez Sarsfield e River Plate empataram por 1 a 1 no tempo normal, e nos pênaltis a equipe do Liniers venceu por 4 a 2.

A edição de 1998 deveria ter ocorrido como as anteriores, com jogo único no Japão, mas Cruzeiro, River Plate e Conmebol não conseguiram acertar uma data para a disputa. O ano passou, as duas equipes até se enfrentaram pela Copa Mercosul, mas nada foi decidido.

Então chegamos em 1999. Coincidentemente, brasileiros e argentinos ficaram novamente no mesmo grupo da Mercosul. Assim, para não deixar passar mais um cavalo encilhado, a Conmebol utilizou os dois confrontos para definir o campeão da Recopa equivalente a 1998. Os jogos aconteceram entre agosto e setembro. Não se confunda: as partidas foram em 1999, mas valeram por 1998.

A ida foi em Belo Horizonte, no Mineirão. Com tranquilidade, o Cruzeiro conseguiu abrir uma boa vantagem, vencendo por 2 a 0, gols de Müller e Geovanni. A volta foi em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez. Pouco mais de 20 mil argentinos se animaram a ver um River Plate quase eliminado na Mercosul e que precisava devolver três gols. A trinca foi marcada, mas pela Raposa.

Aos 18 minutos do primeiro tempo, Geovanni recebeu lançamento de Marcos Paulo, arrancou pelo lado esquerdo e fez um lindo gol por cobertura, sem chances para o goleiro Bonano. Aos 37 minutos do segundo tempo, o meia Paulo Isidoro sofreu pênalti. Marcelo Ramos cobrou no meio do gol, marcando o segundo cruzeirense. O terceiro gol saiu aos 47 minutos, com o lateral Gustavo entrando pela direita e chutando cruzado.

O 3 a 0 no placar consumou a primeira conquista da Recopa para o Cruzeiro, que assim superou os vices seguidos de 1992 e 1993. E após 1998/99, a competição entrou em recesso. Sem Copa Conmebol, e com Mercosul e Merconorte dividindo o confederação, não havia mais adversário para confrontar com o vencedor da Libertadores até 2002.


Foto Arquivo/Jornal Hoje em Dia

Grêmio Campeão da Recopa Sul-Americana 1996

A Recopa Sul-Americana teve uma boa época quando jogada em campos japoneses. O clima parecido com o do Mundial, o som contínuo das cornetas que ecoavam da arquibancada... Depois do bicampeonato do São Paulo, a edição de 1995 não contou com brasileiros, mas viu uma grande partida entre argentinos. Vélez Sarsfield e Independiente se enfrentaram no Estádio Olímpico de Tóquio. No mesmo lugar onde cinco meses antes vencer o Milan, na disputa mundial, o Vélez acabou derrotado pelo rival de Avellaneda.

Para a Recopa de 1996, o Independiente permaneceu na disputa graças ao bicampeonato na Supercopa. Pela Libertadores, o representante voltou a ser do Brasil: o Grêmio. O torneio voltou para o Universiade Memorial, em Kobe.

O time gaúcho deu poucas margens para um possível segundo título dos argentinos. O primeiro gol do Tricolor saiu aos 18 minutos do primeiro tempo, com Jardel cabeceando com precisão cruzamento do lateral Roger. Aos 22, o Independiente empatou com um pênalti bem batido por Burruchaga. Aos 51 minutos, o Grêmio voltou a ficar na frente com Carlos Miguel, que aproveitou falha do goleiro Mondragón para acertar o gol quase vazio.

No segundo tempo, o Tricolor assumiu de vez o controle do jogo. Aos 23 minutos, o zagueiro Adílson assinalou o terceiro gol em cobrança de pênalti. O gol que confirmou o título foi marcado aos 35 minutos, após arrancada pela esquerda, onde Carlos Miguel cruzou a bola na área. Ela encontrou Paulo Nunes próximo da segunda trave, que finalizou para consolidar os 4 a 1 e o título inédito para o Grêmio.

Diretamente do Japão, outra conquista para uma época das mais lembradas pelo torcedor gremista. Entre 1994 e 1997. A equipe treinada por Luiz Felipe Scolari (em uma das raríssimas vezes que ele usou terno durante uma partida) conseguiu sete títulos nesse período, sendo a Recopa de 1996 o quarto deles.


Foto Ricardo Alfieri/Placar

São Paulo Campeão da Recopa Sul-Americana 1994

Vencedor da Recopa Sul-Americana de 1993, o São Paulo teve uma temporada inesquecível. Além da taça já citada, o clube conseguiu também Mundial, Libertadores e Supercopa. Sim, o Tricolor obteve a façanha ser campeão das duas competições qualificadoras à Recopa. A primeira, goleando em casa e controlando fora a Universidad Católica. A segunda, nos pênaltis contra o Flamengo. Então, o título da Recopa de 1994 seria automático? A reposta é: não.

Diferentemente de 1991, quando o Olimpia ganhou sem jogar devido às duas competições de 1990, desta vez havia um terceiro torneio. A Copa Conmebol teve sua segunda edição em 1993, com o Botafogo levando o troféu nos pênaltis contra o Peñarol. Para não ver novamente uma equipe ser campeã sem entrar em campo, a entidade-mor do futebol sul-americano resolveu eleger o time carioca para a segunda vaga em 1994.

E desta vez, os problemas de calendário estavam contornados, já que a competição retornou à partida única no Japão. Mais de 30 mil pessoas acompanharam ao jogo, disputado em 3 de abril no Estádio Universiade Memorial, em Kobe.

Mesmo tendo uma equipe superior, o São Paulo custou a superar o Botafogo. O primeiro gol até saiu cedo, logo aos 12 minutos do primeiro tempo, com o meia Leonardo após duas tentativas: goleiro rival Wagner salvou na primeira, mas ficou batido no rebote. A partida seguiu lá e cá até o empate dos cariocas, aos 23 minutos do segundo tempo, com Roberto Cavalo anotando em cobrança de pênalti.

Só depois disso é que o Tricolor despertou, marcando o segundo gol aos 28 minutos, com Guilherme aproveitando escanteio cobrado por Juninho Paulista. Aos 42 minutos, depois de algumas tentativas frustadas do Botafogo, o time paulista sacramentou a vitória com Euller, que chutou para o gol aberto uma bola antes perdida por Guilherme - na trave - e por Juninho - bloqueado pela defesa. Com 3 a 1 no placar, o São Paulo chegou ao bicampeonato da Recopa Sul-Americana, a quinta conquista seguida em âmbito internacional.


Foto Arquivo/Placar/São Paulo

São Paulo Campeão da Recopa Sul-Americana 1993

Há 50 anos, a Conmebol resolveu que precisava de uma segunda competição para acomodar aqueles times que chegavam perto, mas não alcançavam a Libertadores. Nascia então a primeira versão da Recopa Sul-Americana, nos mesmos moldes da Recopa Europeia.

"La Copa Ganadores de Copa" de 1970 reuniu oito clubes vencedores de copas nacionais (Brasil e Colômbia não entraram). O boliviano Mariscal Santa Cruz (hoje extinto) foi o campeão batendo o El Nacional, do Equador. Esta competição foi um fracasso, tanto que só quatro países ficaram para 1971. Assim, a Conmebol nunca deu o caráter oficial ao torneio vencido pelo América de Quito, e a ideia acabou engavetada.

Somente em 1988 que a América do Sul voltou a ter seu segundo campeonato: a Supercopa da Libertadores. Junto com ela, a Conmebol teve uma outra ideia, de juntar os vencedores da Libertadores e da competição criada em um terceiro certame, agora nos moldes da Supercopa Europeia. Eis a segunda versão da Recopa Sul-Americana, com uma nova proposta: ser rápida e rasteira, com apenas um ou dois jogos entre os campeões do ano anterior.

A primeira edição foi em 1989, entre Racing e Nacional do Uruguai, que foi campeão vencendo em Montevidéu e empatando em Avellaneda. A edição de 1990 foi em partida única, em Miami, e o Boca Juniors bateu o Atlético Nacional. Em 1991, um problema: o Olimpia vencera tudo na temporada anterior. Sem um segundo time para encarar, o clube paraguaio foi campeão automático. Em 1992 foi a vez do Brasil estrear, com o Cruzeiro. Contra o Colo Colo na cidade do Kobe, no Japão, os mineiros quase levaram, perdendo para os chilenos nos pênaltis.

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Então a Recopa Sul-Americana chega a 1993. E em sua quinta edição, ela obrigatoriamente ficou no Brasil. O Cruzeiro retornou para a segunda disputa seguida devido ao bicampeonato na Supercopa. Seu adversário foi o São Paulo, campeão da Libertadores de 1992.

Quatro anos depois do pontapé inicial, a competição voltou a ser feita em partidas de ida e volta. Muito por conta de problemas com o calendário. Não havia jeito de mandar os times em uma viagem de 30 horas ao Japão para fazer apenas um jogo. Eram muitas competições paralelas envolvendo mineiros e paulistas naquele 1993.

Assim, a Conmebol fez um acordo com a CBF e utilizou a partida que os dois clubes fizeram no Brasileirão daquele ano para executar a ida da decisão. Ela foi disputada durante um domingo de setembro, no Morumbi. O resultado foi 0 a 0, e quase nada ficou para a lembrança na posteridade.

Três dias depois aconteceu a volta, no Mineirão. O jogo foi igualmente sonolento, e o zero continuou no placar. Restou então a disputa de pênaltis. O Cruzeiro abriu a série com erro de Paulo Roberto, enquanto Dinho acertou o primeiro ao São Paulo. Depois, Ronaldo (aquele mesmo) errou a segunda cobrança cruzeirense, e Cafu permitiu dois gols de vantagem. Na terceira série, Luís Fernando Flores acertou o primeiro dos mineiros, e Válber anotou o terceiro são-paulino.

Continuando, Ademir deu esperança ao Cruzeiro fazendo o segundo gol. Mas Ronaldão estava lá para acertar a quarta batida do São Paulo, a que colocou ponto final em tudo. Por 4 a 2, o time treinado por Telê Santana tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar a Recopa, dando início a uma hegemonia de dez (talvez 11) taças.


Foto Arquivo/São Paulo