São Paulo Campeão da Recopa Sul-Americana 1993

Há 50 anos, a Conmebol resolveu que precisava de uma segunda competição para acomodar aqueles times que chegavam perto, mas não alcançavam a Libertadores. Nascia então a primeira versão da Recopa Sul-Americana, nos mesmos moldes da Recopa Europeia.

"La Copa Ganadores de Copa" de 1970 reuniu oito clubes vencedores de copas nacionais (Brasil e Colômbia não entraram). O boliviano Mariscal Santa Cruz (hoje extinto) foi o campeão batendo o El Nacional, do Equador. Esta competição foi um fracasso, tanto que só quatro países ficaram para 1971. Assim, a Conmebol nunca deu o caráter oficial ao torneio vencido pelo América de Quito, e a ideia acabou engavetada.

Somente em 1988 que a América do Sul voltou a ter seu segundo campeonato: a Supercopa da Libertadores. Junto com ela, a Conmebol teve uma outra ideia, de juntar os vencedores da Libertadores e da competição criada em um terceiro certame, agora nos moldes da Supercopa Europeia. Eis a segunda versão da Recopa Sul-Americana, com uma nova proposta: ser rápida e rasteira, com apenas um ou dois jogos entre os campeões do ano anterior.

A primeira edição foi em 1989, entre Racing e Nacional do Uruguai, que foi campeão vencendo em Montevidéu e empatando em Avellaneda. A edição de 1990 foi em partida única, em Miami, e o Boca Juniors bateu o Atlético Nacional. Em 1991, um problema: o Olimpia vencera tudo na temporada anterior. Sem um segundo time para encarar, o clube paraguaio foi campeão automático. Em 1992 foi a vez do Brasil estrear, com o Cruzeiro. Contra o Colo Colo na cidade do Kobe, no Japão, os mineiros quase levaram, perdendo para os chilenos nos pênaltis.

-------------------------------------------

Então a Recopa Sul-Americana chega a 1993. E em sua quinta edição, ela obrigatoriamente ficou no Brasil. O Cruzeiro retornou para a segunda disputa seguida devido ao bicampeonato na Supercopa. Seu adversário foi o São Paulo, campeão da Libertadores de 1992.

Quatro anos depois do pontapé inicial, a competição voltou a ser feita em partidas de ida e volta. Muito por conta de problemas com o calendário. Não havia jeito de mandar os times em uma viagem de 30 horas ao Japão para fazer apenas um jogo. Eram muitas competições paralelas envolvendo mineiros e paulistas naquele 1993.

Assim, a Conmebol fez um acordo com a CBF e utilizou a partida que os dois clubes fizeram no Brasileirão daquele ano para executar a ida da decisão. Ela foi disputada durante um domingo de setembro, no Morumbi. O resultado foi 0 a 0, e quase nada ficou para a lembrança na posteridade.

Três dias depois aconteceu a volta, no Mineirão. O jogo foi igualmente sonolento, e o zero continuou no placar. Restou então a disputa de pênaltis. O Cruzeiro abriu a série com erro de Paulo Roberto, enquanto Dinho acertou o primeiro ao São Paulo. Depois, Ronaldo (aquele mesmo) errou a segunda cobrança cruzeirense, e Cafu permitiu dois gols de vantagem. Na terceira série, Luís Fernando Flores acertou o primeiro dos mineiros, e Válber anotou o terceiro são-paulino.

Continuando, Ademir deu esperança ao Cruzeiro fazendo o segundo gol. Mas Ronaldão estava lá para acertar a quarta batida do São Paulo, a que colocou ponto final em tudo. Por 4 a 2, o time treinado por Telê Santana tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar a Recopa, dando início a uma hegemonia de dez (talvez 11) taças.


Foto Arquivo/São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários no blog são moderados. Proibido spam e sugestões. Permitido correções na identificação de fotos ou nos textos.