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União Soviética Campeã Olímpica 1988

Após 16 anos e três Olimpíadas neste intervalo de tempo, não houve nenhum boicote para atrapalhar a maior festa esportiva do mundo. A edição de 1988 dos Jogos ficou ancorada em Seul, a capital da Coreia do Sul. E o torneio de futebol foi revitalizado e com as principais forças para mais uma disputa. Mas nem tudo foram sorrisos, e no fim foi necessário trocar uma equipe: o México foi banido de todas as competições pela FIFA por causa de adulterações na idade de alguns jogadores durante as qualificatórias. A Guatemala entrou no lugar.
Se quatro anos antes não foi possível ver o resultado da reforma que permitiu a convocação de atletas profissionais, devido à ausência da maioria dos times do lado socialista - amadores desde a raiz -, agora a resposta estaria mais próxima. E ela não foi diferente ao que se via desde os anos 50. Vivendo com as incertezas da "perestroika" e da "glasnost", a União Soviética daria seu último suspiro olímpico. No grupo C do futebol, sua estreia foi com empate por 0 a 0 com a Coreia do Sul. Na rodada seguinte, venceu a Argentina por 2 a 1. Na última partida, contra os Estados Unidos, uma emblemática vitória por 4 a 2 garantiu a liderança soviética, com cinco pontos. Nas quartas de final, foi a vez de bater a Austrália por 3 a 0. A semifinal foi contra a Itália, e com um difícil 3 a 2 na prorrogação a União Soviética conseguiu seu lugar na decisão. Pela outra chave, o Brasil eliminava Iugoslávia, Nigéria, Argentina e Alemanha. Os italianos ficaram com o bronze ao baterem os alemães por 3 a 0.
O Olímpico de Seul recebeu a disputa do ouro entre União Soviética e Brasil. Os brasileiros saíram na frente aos 30 minutos do primeiro tempo, com Romário. O empate soviético aconteceu aos 16 do segundo, quando Igor Dobrovolski acertou um pênalti. A virada e o bicampeonato vieram aos 13 da primeira etapa da prorrogação, quando o reserva Yury Savichev fez 2 a 1. De um lado, a comemoração pelo segundo ouro, 36 anos depois do primeiro. Do outro, a decepção pelo segundo vice consecutivo. Uma obsessão nascia naquele momento.

A campanha da União Soviética:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 14 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/COI

União Soviética Campeã Olímpica 1956

Pela primeira vez na história, os Jogos Olímpicos saem da rota Europa/América do Norte e ancoram do outro lado mundo, mais precisamente na Oceania. A edição de 1956 foi sediada em Melborune, na Austrália. Com isso, o futebol também apresentou novidades: a cidade australiana foi a primeira não-europeia a receber o torneio oficialmente. (Saint Louis viria a ocupar esse meio século depois). Porém nem tudo foram flores. Dos 16 participantes programados, cinco desistiram da viagem: Egito, Turquia, Hungria, Vietnã do Sul e a nova China comunista. O mata-mata original foi reorganizado para abrigar os 11 remanescentes.
Sem os húngaros, o favoritismo à medalha de ouro caiu no colo da União Soviética, que ali fazia sua segunda participação olímpica (se contarmos a aparição em 1912, nos tempos do Império, é a terceira). Como seu futebol era amador e os atletas eram funcionários do governo, a seleção jogou com o que tinha de melhor a oferecer, no que foi chamado à época de "futebol científico". Na primeira fase, venceu a Alemanha (unificada com jogadores ocidentais e orientais) por 2 a 1. Nas quartas de final, os soviéticos foram inicialmente surpreendida pela Indonésia, que segurou o empate por 0 a 0 em 120 minutos. Na partida extra de desempate, a porteira abriu: 4 a 0. Na semifinal, foi a vez de eliminar a Bulgária em jogo complicado, derrotando o adversário por 2 a 1 na prorrogação. Os búlgaros foram à disputa pela medalha de bronze, e derrotaram a Índia por 3 a 0.
O ouro e a prata ficariam entre os times da União Soviética e da Iugoslávia, que, além dos indianos, passou pelos Estados Unidos. A final foi disputada no Melbourne Cricket Ground. Os dois times estavam embalados, e a partida foi de poucas oportunidades. Quem não desperdiçou foi Anatoli Ilyin, que aos três minutos do segundo tempo fez 1 a 0 e confirmou o título soviético. Foi o primeiro título de uma era interessante de mais de 30 anos para o futebol da união das repúblicas socialistas, que passaria ainda pela conquista da primeira Eurocopa, quatro anos depois, e por sucessivas boas campanhas em Copas do Mundo.

A campanha da União Soviética:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 9 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/RFS

União Soviética Campeã da Eurocopa 1960

Fundada em 1954 com o objetivo de ser a única voz dos interesses europeus futebolísticos, a UEFA rapidamente se estabeleceu como a principal associação de futebol depois da FIFA, superando a já quarentona Conmebol. No ano seguinte ela criou a Copa dos Campeões, um torneio de clubes atualmente conhecido como Liga dos Campeões. E não demorou para que fosse instituída também uma competição de seleções, inicialmente denominada Copa das Nações. Pensada para ser realizada a cada quatro anos, exatamente no meio do caminho entre os Mundiais, sua ideia inicial é bem anterior ao surgimento da entidade, remetendo a 1927.
O início dos jogos foi em 1959, com a primeira final prevista para acontecer em 1960. Em 1968, o nome foi mudado para Campeonato Europeu. Quase 30 anos depois, a partir de 1996, o torneio passou a ser comercialmente chamado de UEFA Euro. Mas apesar da tripla designação ao longo de seis décadas, a competição ficou conhecida aqui pelas bandas do Brasil como Eurocopa. E entre todas essas alcunhas, seu troféu não ficou esquecido: Taça Henri Delaunay, em homenagem ao primeiro Secretário-Geral da UEFA e maior idealizador de um campeonato entre os países europeus. Ele não pôde ver seu sonho ser concretizado, pois faleceu em 1955.

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Os regulamentos das primeiras edições de Eurocopa foram bem diferentes do que são na atualidade, pois não havia uma diferenciação clara sobre o que era eliminatórias e o que era fase final. Tudo era visto como uma coisa só, que poderia durar uma ou duas temporadas. As seleções inscritas eram divididas em chaves conforme a demanda e se enfrentavam em ida e volta, até que sobrassem quatro na semifinal. Então, um país-sede era escolhido entre o quarteto e o mata-mata restante era realizado em partidas únicas. Nas disputas até 1976, os critérios de desempate foram variados: sorteio e jogo extra até 1968, e pênaltis na última do recorte.
Em 1960, 17 seleções embarcaram na competição. O molde das eliminatórias foi de um confronto preliminar seguido por oitavas e quartas de finais completas. As quatro sobreviventes foram França, Iugoslávia, União Soviética e Tchecoslováquia, com a sede ficando nas mãos da primeira. Eram tempos de Guerra Fria, então tudo o que chegava do lado socialista era envolto de mistério, como o "futebol científico" dos soviéticos. Visto inicialmente nas Olimpíadas de 1952 e 1956, além da Copa do Mundo de 1958, o time chamava a atenção pelas obediências física e tática. Nas oitavas de final das Eliminatórias, eliminaram a Hungria com duas vitórias, por 3 a 1 na ida em casa e por 1 a 0 na volta fora. Nas quartas era para ter jogado contra a Espanha, mas os espanhóis - contrários ao governo de Josef Stalin - se recusaram viajar para Moscou. Assim, com dois W.O.s, a União Soviética chegava na primeira Eurocopa. E na semifinal em Marselha, derrotou  a Tchecoslováquia por 3 a 0.
A decisão foi no Parc des Princes, em Paris, contra a Iugoslávia, que passou pela França num histórico 5 a 4. Foi uma boa partida entre as equipes do Leste Europeu. Os soviéticos sofreram o gol antes, aos 43 minutos do primeiro tempo. O empate veio com Slava Metreveli, aos quatro da segunda etapa, e o placar se manteve assim até o fim. Na prorrogação, aos oito do segundo tempo, Viktor Ponedelnik virou para 2 a 1 e confirmou o primeiro e único título continental da União Soviética. Hoje em dia, os resultados do time soviético pertencem ao currículo da Rússia.

A campanha da União Soviética:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/RFS