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Remo Campeão Paraense 1977

Um ano após abandonar o Campeonato Paraense em protesto, o Remo voltou a conquistar o título em 1977. Foi o 27º estadual na história do clube e iniciou mais uma sequência de vitórias na década.

O torneio contou com 14 participantes. Na primeira fase, eles foram divididos em três grupos e se enfrentaram em turno único. O líder de cada chave foi para o triangular que apontou um finalista. A segunda fase foi disputada da mesma forma. Na terceira fase, as 12 melhores campanhas foram reorganizadas em quatro grupos, que também aconteceram em turno único. Os líderes avançaram para o quadrangular que deu a terceira vaga na decisão. Cada etapa valeu um ponto extra para a final. Por fim, o quadrangular do título reuniu os vencedores das três fases e a melhor campanha geral, em dois turnos.

O Remo iniciou a campanha no grupo A, com vitórias por 4 a 0 sobre o Júlio César, por 2 a 1 sobre o Tiradentes e por 3 a 0 sobre o Sport Belém. Com seis pontos, o Leão Azul foi para o triangular e garantiu a vaga na decisão após empatar com o Comercial de Belém por 1 a 1, vencer o Castanhal por 3 a 0, e vencer o Comercial por 1 a 0 no jogo extra de desempate. 

Na segunda fase, o Remo ficou no grupo C, goleando o Altamira por 6 a 0, o Santarém e o Liberato de Castro, ambos por 4 a 0, e empatando com o  Inter de Alenquer por 0 a 0. O time fez sete pontos e passou ao triangular, onde venceu o Paysandu por 3 a 1 e empatou sem gols com a Tuna Luso. Assim, o Leão faturou o segundo ponto de bônus para a decisão.

A equipe azulina ficou outra vez no grupo C, na terceira fase. Em dois jogos contra Castanhal e Júlio César, o Remo goleou por 4 a 1 e avançou para o quadrangular com quatro pontos. Nesta etapa, o time fez três partidas, com uma vitória, um empate e uma derrota, que o deixou em terceiro lugar, com três pontos, atrás da líder Tuna Luso e do vice Paysandu, e à frente do Comercial.

O quadrangular final rolou com Remo, que venceu duas fases, Tuna Luso, que venceu uma fase, Comercial e Paysandu, que fizeram as melhores campanhas no geral. Os dois pontos de vantagem ajudaram o Leão a levar o título com uma rodada de antecedência, na vitória por 1 a 0 sobre a Tuna no Baenão. Ao todo, foram cinco vitórias e um empate em seis jogos, com 13 pontos somados.

A campanha do Remo:
23 jogos | 17 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 52 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Remo

Vila Nova Campeão Goiano 1977

Um novo domínio começou a ser erguido em Goiás em 1977. Naquele ano, o Vila Nova voltou a conquistar o estadual depois de quatro, chegando ao sexto título no geral e dando início ao período mais vencedor de sua história, culminado no tetracampeonato posterior.

O Goiano de 1977 teve dez times. Na primeira fase, eles se enfrentaram em turno único e os dois melhores se classificaram para o quadrangular final, o líder com dois pontos extras e o vice com um ponto. Na segunda fase, a fórmula foi repetida, com a mesma lógica da pontuação de bônus para os classificados ao quadrangular. Por fim, a fase final determinou o campeão também em turno único.

O Tigre iniciou a campanha fora de casa, com vitória por 2 a 0 sobre o Mineiros. A estreia em casa foi no empate sem gols com a Jataiense. Nas demais sete partidas, a equipe venceu quatro, empatou duas e perdeu uma. Ao todo, o Vila Nova somou 13 pontos e se classificou na segunda colocação, levando um ponto extra para o quadrangular final. O Goiás foi o líder e ficou com dois pontos.

O Vila baixou o ritmo na segunda fase. O time estreou com derrota por 1 a 0 para a Jataiense fora de casa e só foi vencer a primeira partida na terceira rodada, ao golear o Goiatuba por 5 a 0 em Goiânia. Nos outros sete jogos, foram acumuladas três vitórias, um empate e três derrotas, que deixaram o Tigre apenas em sexto lugar, com nove pontos. Os classificados desta etapa foram Goiânia, com dois pontos de bonificação, e Rio Verde, com um ponto.

Em desvantagem no quadrangular final, disputado inteiramente no Serra Dourada, o Vila Nova não tinha direito ao erro. Na estreia, já tratou de vencer o rival Goiás por 3 a 2, indo a três pontos. Na segunda rodada, bateu o Rio Verde por 1 a 0 e subiu a cinco, assumindo a liderança com um ponto de vantagem para o Goiânia, dois para o próprio Rio Verde e três para o Goiás, que ficou sem chances.

A decisão aconteceu na última rodada. O Rio Verde perdeu para o Goiás na preliminar e também deu adeus ao sonho do título. Assim, na partida principal, o Vila Nova entrou podendo até empatar com o Goiânia para ser campeão. Mas a equipe venceu mais uma vez, por 1 a 0, e tornou a festa completa.

A campanha do Vila Nova:
21 jogos | 12 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 27 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Walter Soares/Placar

Ceará Campeão Cearense 1977

Nada mudou no Ceará em 1977. O clube que leva o nome do Estado faturou o tricampeonato estadual naquele ano, totalizando 24 conquistas ao todo e mantendo a hegemonia durante a década de 1970.

O Campeonato Cearense de 1977 contou com dez participantes. Na primeira fase, todos se enfrentaram em dois turnos. O líder se classificou para a final, enquanto os oito melhores avançaram para a etapa seguinte. Na segunda fase, o regulamento foi repetido, com o líder se garantindo na decisão e os seis melhores indo à terceira fase. A última etapa também aconteceu em dois turnos, valendo a terceira vaga na final.

O Vozão deu início à campanha com vitória por 3 a 1 sobre o Tiradentes. Nas outras 17 partidas, conseguiu mais 13 triunfos e quatro empates. Desta forma, não foi difícil para o time alvinegro fica na liderança e conquistar a primeira fase com 32 pontos, três a mais que o Fortaleza.

A segunda fase começou ruim. O Ceará levou 3 a 1 do Ferroviário na estreia e ficou no 0 a 0 com o Tiradentes na segunda rodada. Mas a recuperação veio a partir do terceiro jogo, quando venceu o Icasa por 1 a 0. Nas 11 partidas seguintes, a equipe obteve nove vitórias, um empate e uma derrota. O Vozão voltou a ficar na liderança, com 22 pontos, conseguindo assim um ponto extra na decisão.

Na terceira fase, os alvinegros iniciaram com goleada por 4 a 0 sobre o Icasa. Só que o time não manteve uma regularidade alta, com mais cinco vitórias, um empate e três derrotas nos outros nove jogos. O Ceará ficou em segundo lugar com 13 pontos, quatro atrás do Fortaleza, que se classificou para a final. Porém, antes da decisão, na última rodada, o Vozão impôs ao rival a maior goleada da história do Clássico-Rei ao vencer por 6 a 0, desmoralizando qualquer favoritismo do outro lado.

O Ceará chegou para a final embalado com o ponto de bônus e os seis gols sobre os tricolores. O clube tinha tudo para ser tricampeão, era necessário apenas não perder a primeira partida, realizada no Castelão. No fim, não foi preciso nem mesmo marcar gols, e o empate por 0 a 0 bastou para carimbar mais uma conquista alvinegra.

A campanha do Ceará:
43 jogos | 30 vitórias | 8 empates | 5 derrotas | 81 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Chapecoense Campeã Catarinense 1977

Mais um campeão inédito em Santa Catarina. Em 1977, o título ficou no oeste do Estado, com a Chapecoense. Fundado em 1973, o clube disputou quatro torneios até levantar a primeira taça.

A competição teve 20 times. Na primeira fase, eles foram divididos em dois grupos de seis e um grupo de oito, que apontaram oito classificados após a disputa de dois turnos. Os outros 12 foram à repescagem. Na segunda fase, os classificados ficaram em dois quadrangulares, que apontaram dois finalistas. A terceira fase contou com os mesmos oito clubes, mais dois vindos da repescagem, que se enfrentaram em dois turnos. Os três melhores se garantiram na decisão. Por fim, a fase final contou com os cinco classificados das segunda e terceira etapas, mais um sexto clube vindo de outra repescagem.

A Chapecoense iniciou a campanha no grupo C, que tinha oito equipes. Na estreia, empatou por 1 a 1 com o Joaçaba fora de casa. A primeira vitória veio em Chapecó, no Índio Condá, por 3 a 0 sobre o Guarani de São Miguel do Oeste. Nas outras 12 partidas, o time acumulou mais dez vitórias, um empate e uma derrota, se classificando na liderança da chave, com 24 pontos.

Na segunda fase, o Verdão do Oeste encarou Carlos Renaux, Avaí e Figueirense no grupo D. Em seis jogos, conseguiu cinco vitórias e um empate, somando 11 pontos e se garantindo na fase final.

O time de Chapecó tirou o pé na terceira fase. Na estreia, levou 2 a 1 do Joinville fora de casa. Nos 17 jogos restantes, foram obtidas cinco vitórias, sete empates e cinco derrotas, que deixaram a Chapecoense apenas na oitava posição, com 17 pontos.

A força verde estava guardada para a fase final, que aconteceu com cinco times. Isto porque o Joinville acumulou duas classificações na segunda e terceira fases, o que deu um ponto extra ao clube. Mas este ponto não serviu de nada, pois a Chapecoense deixou muito para trás quase todos os adversários, com cinco vitórias, dois empates e uma derrota em oito partidas. Foram 12 pontos para o Verdão do Oeste, que ficou empatado na liderança com o Avaí.

Este empate na liderança obrigou a realização de um jogo extra para a definição do campeão catarinense. Ele aconteceu na casa do time de melhor campanha geral, a Chapecoense. E foi diante da própria torcida, no Índio Condá, que a Chape ficou com o título ao vencer o Avaí por 1 a 0.

A campanha da Chapecoense:
47 jogos | 27 vitórias | 12 empates | 8 derrotas | 72 gols marcados | 27 gols sofridos


Foto Arquivo/Chapecoense

Sport Campeão Pernambucano 1977

Em uma final que insistia em não acabar, o Sport levou o título pernambucano de 1977. A reconquista estadual depois de dois anos representou a 21ª taça estadual do clube rubro-negro.

O torneio daquela temporada teve somente seis equipes: Sport, Náutico, Santa Cruz, América de Recife, Central e Caruaru. Elas se enfrentaram em três fases com dois turnos cada. O vencedor de cada fase se garantiu na decisão com um ponto extra.

Na primeira fase, o Leão da Ilha fez sete vitórias, dois empates e uma derrota. Foram 16 pontos somados, que deixaram o Sport empatado com o Santa Cruz. No desempate, o rubro-negro venceu por 2 a 1 no Arruda e garantiu a vaga a final e o primeiro ponto extra.

Na etapa seguinte, o Sport obteve oito vitórias e dois empates. Os resultados o colocaram mais uma vez na liderança, mas de maneira isolada, com 18 pontos. Foi o segundo ponto rubro-negro para a decisão.

O Leão da Ilha chegou para a terceira fase para conseguir mais seis vitórias, três empates e uma derrota, que somaram 16 pontos. O Sport voltou a empatar na pontuação, agora contra o Náutico. No desempate, que já antecipou a final geral do estadual, o rubro-negro perdeu por 1 a 0.

A decisão tinha um regulamento específico: será campeão o time que abrir dois pontos para o adversário em até três ou quatro jogos. O Sport iniciou com dois pontos contra um do Náutico. Na primeira partida, o Leão perdeu por 1 a 0. No segundo jogo, o Sport fez 2 a 0. Na terceira partida, deu empate por 0 a 0. Assim, o rubro-negro chegou a cinco pontos contra quatro do rival, fazendo-se necessário o quarto jogo.

O quarto e último jogo foi disputado no Arruda, e daria ao título ao Sport em caso de vitória ou empate. Mas o time levou 1 a 0 do Náutico, que foi a seis pontos. Sem ninguém atingir os dois pontos de diferença, o regulamento determinava a disputa de prorrogação até alguém marcar um gol. E foram necessários quatro tempos para o Sport chegar ao título, com seu gol sendo anotado aos 13 minutos do quarto tempo (148º minuto de partida).

A campanha do Sport:
36 jogos | 23 vitórias | 9 empates | 4 derrotas | 62 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Sport

Bahia Campeão Baiano 1977

O Tricolor de Aço continuou a empilhar títulos baianos em 1977. Na oportunidade, o Bahia conquistou o pentacampeonato estadual, equivalente à 28ª taça do clube.

O campeonato contou com 12 equipes e dois grupos. Na primeira fase, elas se enfrentaram dentro das chaves e as cinco melhores avançaram ao pentagonal final, que deu uma vaga na decisão. Na segunda fase, foi a vez de os times de um grupo enfrentar os do outro, com os cinco melhores novamente indo a um pentagonal de definição. A terceira fase repetiu a dinâmica da primeira etapa, enquanto a quarta fase repetiu a segunda. A novidade em 1977 foi que as vitórias a partir de três gols de diferença nas fases de grupos valeram três pontos, enquanto que as partidas empatadas nos dois primeiros pentagonais foram definidas nos pênaltis, em que o ganhador ficava com dois pontos e perdedor não ficava com nenhum.

No grupo A, o Bahia estreou com goleada por 4 a 1 sobre o Redenção. Depois, ganhou mais dois jogos, empato um e perdeu outro, ficando em segundo lugar com oito pontos. No pentagonal, o time triunfou mais três vezes e perdeu uma partida, somando seis pontos e logo conquistando uma vaga na decisão.

Na segunda fase, o Tricolor de Aço iniciou aplicando 8 a 0 no Humaitá. Na sequência, conseguiu mais quatro triunfos e um empate, que deixaram a equipe na liderança com 13 pontos. No pentagonal, foram mais três triunfos e um empate. Esta igualdade foi no clássico com o Vitória, que terminou sem gols e foi para uma interminável disputa de pênaltis, que ficou em 16 a 15 para o Bahia. Os resultados deixaram o time líder com oito pontos, e isso o deu um segundo ponto extra na fase final.

O Bahia deu início à terceira fase goleando mais uma vez o Redenção, por 6 a 0. Na outras quatro partidas, ganhou duas e empatou duas, que fizeram o time líder de chave com nove pontos. No pentagonal, mais três triunfos e um empate deixaram o tricolor com sete pontos e outra vez em primeiro, com três pontos de bônus na final.

O penta baiano virou questão de tempo na quarta fase. O Bahia estreou fazendo 5 a 0 no Jequié, triunfou mais três vezes, empatou dois jogos e ficou líder do grupo A com 13 pontos. No pentagonal, dois triunfos e dois empates valeram a conquista antecipada, com as quatro fases vencidas e seis pontos. A partida do título aconteceu na última rodada, no empate sem gols com o Vitória na Fonte Nova.

A campanha do Bahia:
38 jogos | 26 triunfos | 10 empates | 2 derrotas | 71 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Grêmio Maringá Campeão Paranaense 1977

Um título improvável e que marcou a volta por cima de um time que não desiste. O Grêmio Maringá conquistou o Campeonato Paranaense de 1977 de maneira marcante, onde colocou fim na sequência de vitórias do Coritiba e acabou com o jejum de si próprio, de 13 anos sem vencer o estadual. Foi a terceira taça na história do clube alvinegro, campeão antes em 1963 e 1964.

O estadual teve 16 equipes. Na primeira fase, elas ficaram em dois grupos e se enfrentaram em dois turnos. As quatro melhores de cada chave passaram à segunda fase, enquanto as demais foram à repescagem. A segunda etapa foi disputada em dois octogonais, onde o líder de cada parte e a melhor campanha somada se classificou para a terceira fase. Já a repescagem foi dividida em dois grupos regionais, onde o líder de cada metade em cada chave foi ao mata-mata que apontou um classificado à etapa seguinte. Por fim, a terceira fase foi jogada dois quadrangulares, com o líder de cada indo à final.

Foi nessa salada que o Grêmio Maringá se encontrou. No grupo B, o time estreou com empate por 2 a 2 com o Paranavaí em casa, no Willie Davids. Nos 13 jogos seguintes, aconteceram mais quatro empates, quatro vitórias e cinco derrotas. A campanha irregular colocou o Galo Guerreiro em quinto lugar na chave com 13 pontos, a três de distância da segunda fase e dentro da repescagem.

O Grêmio Maringá se somou a Paranavaí, Umuarama e 9 de Julho, de Cornélio Procópio, no grupo norte da repescagem. Nas três primeiras partidas, o time conseguiu duas vitórias e um empate, que o deixaram líder com cinco pontos e classificado ao mata-mata. Nos outros jogos, o Galo obteve mais três triunfos e continuou em primeiro, com seis pontos. Isso levou a equipe foi direto à decisão, onde bateu o Rio Branco ao vencer por 3 a 0 no Willie Davids e empatar por 1 a 1 em Paranaguá.

Na terceira fase, o Grêmio Maringá encontrou três adversários de Curitiba. Na estreia, fez 1 a 0 no Atlético em casa. Depois, empatou por 1 a 1 com o Colorado fora e bateu o Coritiba por 2 a 1 em casa. Com cinco pontos, o time liderou o primeiro quadrangular e se classificou para a final. Na outra metade, o Galo ficou com uma vitória, um empate e uma derrota e ficou em segundo lugar, com três pontos.

A decisão estadual foi entre Grêmio Maringá e Coritiba, líder do segundo quadrangular e que estava atrás do heptacampeonato. A ida foi disputada no Willie Davids, e o Galo venceu por 1 a 0. A volta aconteceu no Couto Pereira, estádio antes conhecido como Belfort Duarte, e os alvinegros seguraram o empate por 1 a 1 para concluir a campanha de recuperação e ficar com o título histórico. 

A campanha do Grêmio Maringá:
30 jogos | 14 vitórias | 10 empates | 6 derrotas | 48 gols marcados | 23 gols sofridos


Foto Arquivo/Grêmio Maringá

Cruzeiro Campeão Mineiro 1977

Visando se recuperar das sucessivas derrotas que tivera em 1977, o Cruzeiro entrou com tudo para buscar o título mineiro daquele ano. Em abril, o clube viu a chance do penta estadual escapar para o Atlético. Em setembro, perdeu a final da Libertadores para o Boca Juniors. Ainda houve o vice no Mundial para o Bayern de Munique, em dezembro de 1976. Era preciso se redimir, e o melhor caminho foi a conquista do 20º estadual.

O Mineiro de 1977 teve um regulamento bem simples se comparado ao de 1976, que extrapolou a temporada até abril do ano seguinte e obrigou o próximo a ser mais curto. Foram 12 participantes na disputa de dois turnos. O líder de cada turno se garantiu na final.

A estreia do Cruzeiro no estadual foi diante do Valeriodoce, com goleada por 5 a 1. Depois, o time obteve mais oito vitórias, um empate e uma derrota nas dez partidas restantes. Foi uma ótima campanha, exceto pelo revés por 3 a 0 para o Atlético, que tirou a chance da Raposa se classificar para a final já no primeiro turno. Com 19 pontos, a equipe ficou em segundo lugar e viu o próprio rival ficar na liderança, com 20 pontos.

No segundo turno, a Raposa iniciou vencendo o Uberaba por 3 a 0. Na sequência, vieram mais sete vitórias, dois empates e uma derrota para o time azul, que somou 18 pontos. O Cruzeiro teve menos tropeços que os rivais e conseguiu a classificação para a final com um ponto de vantagem para o Atlético e dois para o América. Na última rodada, os cruzeirenses seguraram o empate por 0 a 0 no clássico com os atleticanos e evitaram o título antecipado do adversário.

A taça acabou decidida na final. Foram marcados dois jogos no Mineirão, com possibilidade de uma terceira partida. No primeiro confronto, 11 dias após ser vice da Libertadores, o Cruzeiro perdeu por 1 a 0. No segundo jogo, a Raposa venceu por 3 a 2 e forçou a partida extra. O terceiro encontro também aconteceu no Mineirão, e o Cruzeiro voltou a vencer, por 3 a 1, para ficar com o título.

A campanha do Cruzeiro:
25 jogos | 19 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 49 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Cruzeiro

Grêmio Campeão Gaúcho 1977

O Grêmio passou nove anos sem vencer o Campeonato Gaúcho entre 1968 e 1977. Nesse meio tempo, o clube viu seu maior rival oito títulos, entre 1969 e 1976. Tudo isso aconteceu após o tricolor fazer a sua maior hegemonia, o hepta entre 1962 e 1968. Mas a gangorra voltaria a se inverter.

O Gauchão teve 24 times. Na primeira fase, eles foram divididos em dois grupos e se enfrentaram em turno único. Ainda houve duas rodadas de clássicos com os rivais de chaves opostas. O líder de cada grupo fez a decisão que apontou um finalista, os quatro melhores passaram de fase e os cinco seguintes foram à repescagem, que indicou mais dois para a etapa seguinte. A segunda e terceira fases foram em decagonal, com o líder de cada também indo à final. Cada fase deu um ponto extra aos seus vencedores.

No grupo B, o Grêmio começou com goleada por 4 a 0 sobre o Cruzeiro de Porto Alegre no Olímpico. Na sequência, venceu todas as dez partidas dentro da chave. Nos dois clássicos com o Internacional, vitória por 3 a 0 em casa e derrota por 1 a 0 fora. O tricolor liderou seu grupo com 24 pontos. Na final, contra o próprio Inter, perdeu a ida por 1 a 0 no Beira-Rio e empatou a volta sem gols no Olímpico, deixando escapar a primeira vaga na decisão.

Em alerta, o Imortal foi à segunda fase. Na estreia, fez 2 a 0 no Esportivo em casa. Depois, venceu cinco jogos e empatou três, incluindo uma histórica goleada por 10 a 0 sobre o Pelotas. Com 15 pontos, o Grêmio ficou com um a mais que o Internacional e conseguiu a classificação para a final.

Na terceira fase, a equipe tricolor iniciou com nova goleada, por 6 a 0 sobre o Novo Hamburgo no Olímpico. Nas outras oito partidas, conseguiu mais seis vitórias, um empate e uma derrota. Assim, o Grêmio fez mais uma vez 15 pontos e faturou a segunda bonificação para a decisão.

O Grêmio chegou para a final com dois pontos extras ante um do Internacional. Desta forma, uma vitória já na primeira partida podia confirmar o título. E ela veio dentro do Olímpico, por 1 a 0, para dar o 20º titulo para tricolor gaúcho e colocar um ponto final na hegemonia do rival.

A campanha do Grêmio:
34 jogos | 26 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 70 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto J.B. Scalco/Placar

Vasco Campeão Carioca 1977

O Rio de Janeiro voltou a ser cruz-maltino em 1977. O Vasco colocou fim em sete anos de tabu no Campeonato Carioca naquele ano, chegando ao 14º título estadual. Tudo isso com domínio de ponta a ponta no torneio e muito drama na última partida.

A competição naquele ano foi simples, com 12 times da cidade do Rio e três convidados do estado fluminense: Volta Redonda, Goytacaz e Americano. Os 15 participantes se enfrentaram em dois turnos distintos, a Taça Guanabara e a Taça Manoel do Nascimento Vargas Netto. O campeão de cada fase teve uma vaga na decisão.

O Vasco iniciou a Taça Guanabara com vitória por 2 a 1 sobre o Goytacaz. Nas 14 partidas restantes, venceu 13 e perdeu uma, com algumas goleadas entre os resultados positivos: 6 a 0 sobre o Bangu e 7 a 1 sobre o Madureira. Com 26 pontos, o time da Colina conquistou a taça ao bater o Botafogo por 2 a 0 na última rodada.

A campanha arrasadora prosseguiu no segundo turno. Na estreia, o cruz-maltino fez 2 a 0 sobre o Campo Grande. Na sequência, emendou mais 11 vitórias e dois empates, sem sofrer gols em nenhum dos jogos. Os resultados deixaram o Vasco outra vez com 26 pontos na classificação. O problema é que o Flamengo fez uma trajetória igual e ficou com a mesma pontuação. Assim, os dois clubes precisaram decidir a fase em uma partida de desempate, o que para os vascaínos tornou-se na final do campeonato.

A decisão entre Vasco e Flamengo, confronto conhecido como Clássico dos Milhões, aconteceu no Maracanã, que recebeu mais de 152 mil torcedores. Nenhum dos times conseguiu chegar ao gol nos 90 minutos da partida, e isso demandou uma prorrogação de 30 minutos. Mas o placar continuou no 0 a 0 no tempo extra. Assim, foi preciso realizar uma disputa de pênaltis. Os cruz-maltinos acertaram todas as cinco cobranças, enquanto que os rubro-negros erraram uma. Por 5 a 4, o Vasco chegou ao título estadual.

A conquista ficou marcada pela solidez defensiva do campeão. Os vascaínos passaram 1.816 minutos sem levar gols, o que equivale a quase 18 jogos: da 12ª rodada da Taça Guanabara até a final.

A campanha do Vasco:
29 jogos | 25 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 69 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Vasco

Corinthians Campeão Paulista 1977

O Natal corinthiano é celebrado em 13 de outubro. Porque foi nesse dia que, em 1977, os torcedores se libertaram do grito que estava parado no ar há 23 anos. Foi quando o Corinthians reconquistou o título paulista após um longo jejum, que começou no estadual de 1954. Foi quando os mais velhos voltaram a comemorar uma taça e os mais jovens puderam festejar pela primeira vez.

O Paulistão de 1977 teve 19 times e foi longo. Na primeira fase, todos se enfrentaram, mas classificados em quatro grupos. O líder de cada chave disputou o mata-mata que deu uma vaga para a terceira fase ao campeão. A segunda fase foi idêntica, com outra composição de grupos. O vencedor de cada etapa e as seis melhores campanhas somadas disputaram a terceira fase, que aconteceu na mesma dinâmica das outras: todos contra todos e duas chaves. O líder de cada grupo foi à decisão. Um diferencial do regulamento foi que as vitórias a partir de três gols de diferença valeram três pontos, ao invés de dois.

O Corinthians iniciou a campanha com vitória por 2 a 0 sobre a Portuguesa Santista. Nas demais 17 partidas da primeira fase, a equipe obteve mais oito triunfos, cinco empates e quatro derrotas, que renderam 26 pontos. O Timão ficou em segundo lugar do grupo B, seis pontos atrás do Botafogo de Ribeirão Preto, que superou Guarani e São Paulo no mata-mata e levou a primeira fase.

Na segunda fase, os alvinegros estrearam fazendo 2 a 0 no São Bento. Na sequência, conseguiram mais 12 vitórias e cinco derrotas, que somaram 29 pontos. O time ficou empatado com a Ponte Preta no grupo C, mas conseguiu a liderança por ter uma vitória a mais. Na semifinal, o Corinthians fez 2 a 1 no São Paulo, e na final, bateu o Palmeiras por 1 a 0, garantindo a vaga na terceira fase.

A etapa seguinte começou com o Timão empatando por 2 a 2 com o Santos. Depois, seguiu com três vitórias e duas derrotas até a penúltima rodada. Com sete pontos, o Corinthians era vice do grupo F e precisava vencer o último jogo com o São Paulo, que tinha oito, para ir à final. E conseguiu, por 2 a 1, ultrapassar o rival e chegar aos nove pontos. No grupo E, a Ponte Preta liderou com 12 pontos.

A final foi entre Corinthians e Ponte Preta, histórica quaisquer fosse o resultado (primeiro título do interior ou a quebra do tabu). As partidas aconteceram no Morumbi, em São Paulo. Na primeira, o Timão venceu por 1 a 0. Na segunda, deu Ponte Preta, por 2 a 1. Foi preciso fazer um terceiro jogo, também no Morumbi, para o desempate. E então, eles vestiram uma camisa listrada e saíram por aí: 1 a 0 para o Corinthians, campeão paulista pela 16ª vez.

A campanha do Corinthians:
48 jogos | 30 vitórias | 6 empates | 12 derrotas | 73 gols marcados | 38 gols sofridos


Foto Arquivo/Estadão

Hamburgo Campeão da Recopa Europeia 1977

A Recopa Europeia chega a 1977 com uma pequena mudança no regulamento. Na verdade, foi um retorno, o da fase preliminar, em função de volta ao número de 33 participantes após alguns anos ocorrendo com 32. O título nesta temporada volta à Alemanha, por meio do Hamburgo.

Um dos mais tradicionais times alemães, "die rothosen" (os calções vermelhos) foram bicampeões da Copa da Alemanha em 1976, iniciando o caminho rumo ao primeiro título continental do clube. Na primeira fase, o adversário foi o Keflavík, da Islândia. A ida foi jogada no antigo Volksparkstadion, com vitória do Hamburgo por 3 a 0. Na volta, empate por 1 a 1 fora de casa.

O adversário seguinte foi o Heart of Midlothian, nas oitavas de final. O primeiro jogo aconteceu na Alemanha, e o Hamburgo conseguiu uma boa vitória por 4 a 2. A segunda partida foi disputada na Escócia, e a vantagem alemã ficou ainda maior, pois a equipe goleou por 4 a 1.

Nas quartas, foi a vez de encarar o MTK Budapeste. A partida de ida foi realizada na Hungria, e o Hamburgo garantiu o empate por 1 a 1 fora de casa. O jogo de volta ocorreu no Volksparkstadion, e a classificação alemã veio com mais uma goleada por 4 a 1.

Na semfiinal, o Hambrugo teve um confronto difícil contra o Atlético de Madrid. O primeiro jogo aconteceu no Vicente Calderón, mas os alemães não renderam o esperado e saíram derrotados por 3 a 1. Na segunda partida, os jogadores tiveram que correr o dobro no Volksparkstadion. O esforço deu certo, pois o Hamburgo venceu por 3 a 0 e reverteu a desvantagem.

A decisão da Recopa Europeia de 1977 foi entre Hamburgo e Anderlecht, que defendia o título e havia passado por Roda JC, Galatasaray, Southampton e Napoli. A partida ocorreu no Estádio Olímpico de Amsterdã, sendo definida próximo ao fim do segundo tempo. Aos 33 minutos, os belgas cometeram pênalti, que foi convertido por Georg Volkert. Aos 43 minutos, Felix Magath fez 2 a 0 e sacramentou o título do Hamburgo.

A campanha do Hamburgo:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Hamburgo

Juventus Campeã da Liga Europa 1977

Chegou a vez da Itália. Na Copa da UEFA de 1977, a Juventus fez uma campanha que ficou marcada como um capítulo pioneiro na história do clube. Foi nesta competição que os bianconeri chegaram pela primeira vez ao topo de um torneio na Europa.

A caminhada começou na primeira fase, onde a Juventus enfrentou o Manchester City. O primeiro jogo aconteceu na Inglaterra, com derrota por 1 a 0. Logo de cara, era preciso fazer algo a mais para reverter o resultado. E no Estádio Comunale de Turim, a Juve conseguiu fazer os 2 a 0 necessários para a classificação.

Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o outo lado da cidade de Manchester. Contra o United, novamente a Vecchia Signora largou atrás, perdendo por 1 a 0 no Old Trafford. A diferença é que vitória na partida de volta foi maior, por 3 a 0 na Itália.

Nas oitavas de final, a Juventus encarou o Shakhtar Donetsk. A classificação veio com vitória por 3 a 0 em Turim, e nova derrota por 1 a 0 fora, na União Soviética. Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Magdeburg, da Alemanha Oriente. E finalmente, a Juventus demonstrou seu poder ofensivo nas duas partidas, avançando de fase com vitórias por 3 a 1 fora de casa, e por 1 a 0 em casa.

O confronto na semifinal foi contra o AEK Atenas. A primeira partida aconteceu em Turim, e acabou com uma convincente vitória por 4 a 1. O segundo jogo foi realizado na Grécia, e os bianconeri confirmaram seu lugar na decisão com novo triunfo, por 1 a 0. O gol da classificação foi anotado por Roberto Bettega.

A final foi em dois duelos contra o Athletic Bilbao, que eliminou Újpest, Basel, Milan, Barcelona e RWD Molenbeek. O primeiro jogo, disputado no Comunale de Turim, terminou com vitória magra por 1 a 0, deixando tudo em aberto para a partida de volta. O gol foi marcado por Marco Tardelli, logo aos 14 minutos do primeiro tempo.

A tensão estava no ar quando as duas equipes se enfrentaram novamente no Estádio San Mamés, em Bilbao. O Juventus mostrou a sua classe logo no começo, aos sete minutos, com o gol de Bettega, que encomendou o título. Os espanhóis ainda tiveram forças para buscar a virada por 2 a 1 e pressionar na busca pelo terceiro tento. Mas com uma consciência tática brilhante, a equipe italiana se segurou e conquistou o título da Copa da UEFA de forma merecida, apesar do uso da regra do gol fora de casa.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 8 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 1977

Os domínios holandês e alemão passaram, e a Copa dos Campeões da Europa passou a ver uma nova hegemonia. A partir de 1977, três equipes inglesas emendaram uma sequência de seis títulos, que jamais seria igualada por qualquer outro país. E quem deu a partida na nova era da competição foi o Liverpool, treinado pela lenda Bob Paisley, de quase 50 anos dedicados ao clube.

Na primeira fase, os "reds" enfrentaram o Crusaders, da Irlanda do Norte, e avançaram de maneira tranquila, com vitórias por 2 a 0 no Anfield Road, e por 5 a 0 em Belfast. Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Trabzonspor, da Turquia. Na ida, o Liverpool foi surpreendido e levou 1 a 0 dos turcos em Trabzon. Os ingleses compensaram a derrota na volta em casa, fizeram 3 a 0 em 19 minutos de jogo e levaram a classificação.

Nas quartas, o adversário foi o Saint-Étienne, em mais dois confrontos com dificuldades. A primeira partida aconteceu na França, com outra derrota vermelha por 1 a 0. O segundo jogo foi no Anfield, e o Liverppol mais uma vez reverteu o quadro ao ganhar por 3 a 1.

A semifinal foi disputada contra o Zürich, da Suíça. A ida foi jogada no Letzigrund, em Zurique, e os reds obtiveram a vitória por 3 a 1. A volta ocorreu em Liverpool, e o clube inglês novamente venceu por 3 a 0.

Pela primeira vez na final, o Liverpool enfrentou na busca pelo título inédito o Borussia Mönchengladbach, já conhecido (e vencido) na disputa derradeira na Copa da UEFA em 1973. Na tentativa de manter a supremacia germânica, o time alemão passou por Austria Viena, Torino, Club Brugge e Dínamo Kiev.

A partida aconteceu no Estádio Olímpico de Roma, e os ingleses não demoraram muito para tomar o controle. Aos 28 minutos do primeiro tempo, Terry McDermott abriu o placar. O empate rival veio aos sete do segundo tempo, mas Tommy Smith desempatou aos 19, e Phil Neal converteu pênalti aos 38 para determinar 3 a 1 e o primeiro dos seis títulos europeus do Liverpool.

A campanha do Liverpool:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1977

Sem o título da Libertadores em 1976, era a hora de a Argentina reorganizar suas forças. Sem o Independiente e com Racing e Estudiantes longe dos melhores dias, coube a um clube super tradicional de Buenos Aires chegar à conquista em 1977. Embora multicampeão em terras portenhas, o Boca Juniors jamais havia levado a principal taça sul-americana, tendo batido na trave com o vice em 1963. Já passava da hora de vencer.

A equipe xeneize ficou no grupo 1, contra duas pedreiras: o rival River Plate e o Peñarol, além do Defensor, o outro uruguaio. Apear da dificuldade, o Boca passou a primeira fase com quatro vitórias e dois empates. Os pontos perdidos foram fora de casa, com os 0 a 0 contra Defensor e no clássico contra o River. Os demais resultados foram vitórias magras. Contra o Peñarol, duas vezes 1 a 0. Contra o Defensor, 2 a 0 em casa. Antes disso tudo teve a estreia, no superclássico em La Bombonera, com outro 1 a 0. Ao todo foram dez pontos para classificar à segunda fase.

A campanha continuou econômica na semifinal, contra o paraguaio Libertad e o colombiano Deportivo Cali: dois 1 a 0 nos paraguaios e dois 1 a 1 com os colombianos. A vaga na final veio com seis pontos e uma rodada antes do segundo empate - quando o Libertad derrotou o Deportivo e tirou as chances do clube da Colômbia.

O Cruzeiro apareceu do outro lado da decisão para defender o título, após eliminar o Internacional e a Portuguesa da Venezuela. Só que o Boca venceu o jogo de ida na Bombonera por 1 a 0, gol de Carlos Veglio aos três minutos do primeiro tempo. A segunda partida foi no Mineirão, em Belo Horizonte, e os cruzeirenses devolveram o 1 a 0.

No desempate, no Centenario de Montevidéu os times empataram por 0 a 0, que obrigou a Conmebol a utilizar pela primeira vez a disputa de pênaltis. E os xeneizes ganharam por 5 a 4, levando a primeira de suas seis Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 10 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Boca Juniors Campeão Mundial 1977

Quantas coisas podem ser feitas em um período de 11 meses? E em cinco? Torcedores europeus e sul-americanos fizeram estas perguntas entre 1977 e 1978, durante a crise existencial da Copa Intercontinental. Se em 1974 e 1975 ela quase foi para o espaço, os anos seguintes não contribuíram em nada para a melhora da situação.

A Copa Europeia de 1977 terminou em maio com o primeiro título do Liverpool, que na final bateu o alemão Borussia Mönchengladbach. Nem houve tempo para apreensão na UEFA: os ingleses comunicaram desde o começo que não iriam jogar o Mundial. Assim como as desculpas de Ajax e Bayern, o clube foi alegou que sua agenda local conflitava com a do Mundial. Enquanto isto, em setembro, a Libertadores era decidida entre Boca Juniors e Cruzeiro. Após 1 a 0 para cada lado, o desempate acabou sem gols. Nos pênaltis, o time argentino fez 5 a 4 e chegou à sua primeira conquista continental.

A celeuma já estava grande com outra desistência, mas o Boca tentou negociar de todos os modos com o Liverpool, chegando inclusive a virar o ano com o plano. Tudo foi em vão. E com o tempo, surgiu o boato de que os ingleses desistiram em protesto à ditadura militar que comandava a Argentina. O jeito foi trazer mais uma vez o vice europeu, mas o Borussia não pareceu muito afim de topar. Mas os xeneizes ganharam pela insistência, sob a condição de que os alemães jogariam apenas quando o calendário estivesse disponível.

O Mundial começou a ser jogado em 21 de março de 1978, em La Bombonera. O desinteresse do Borussia era só fora de campo. Dentro, o Boca passou maus bocados diante dos 60 mil de público. Saiu na frente com Mastrángelo aos 16 minutos do primeiro tempo, mas levou a virada aos 24 e aos 29, de Hannes e Bonhof. Os argentinos melhoraram no segundo tempo e empataram em 2 a 2 aos seis minutos, com Ribolzi. Mas foi só o que aconteceu, e nada ficou encaminhado para a volta.

Cinco longos meses passaram-se, até que em 1º de agosto o Borussia conseguiu uma folga. A segunda partida foi no Wildpark, em Karlsruhe, com um bom público de 38 mil torcedores. Porém, pelo visto, o time alemão esqueceu do que estava buscando no Mundial. O time argentino passeou no primeiro tempo. Aos dois minutos, Felman abriu o placar. Aos 33, Mastrángelo ampliou. E aos 37, Salinas fechou os 3 a 0. No segundo tempo, foi só deixar o Boca deixar o tempo passar para depois comemorar seu primeiro título mundial.

O mais longo de todos os tempos: 11 meses de definição e cinco de disputa, e que selou as dúvidas do início deste texto: dá para ser o melhor time do mundo nestes períodos.


Foto Arquivo/Boca Juniors

São Paulo Campeão Brasileiro 1977

Para o ano de 1977, a Copa Brasil manteve todas as regras dos anos anteriores. O mesmo não aconteceu com o número de time, que subiu para 62. No meio de tanto clube, o São Paulo se credenciou para conquistar o seu primeiro título brasileiro.

Na primeira fase, os participantes foram divididos em seis grupos, e o Tricolor ficou no no grupo 2. Em turno único e jogando dentro de cada grupo, o São Paulo se classificou na vice-liderança, atrás do Palmeiras. Foram seis vitórias, dois empates e uma derrota, marcando 18 pontos (quatro extras). Para a fase seguinte, avançaram os cinco primeiros de cada grupo. Os demais foram para a repescagem.

Na segunda fase, os trinta clubes foram divididos em seis grupos de cinco. O Tricolor Paulista entrou no grupo 2, e ao final das quatro rodadas, conseguiu outro segundo lugar. Foram duas vitórias, um empate e uma derrota, obtendo sete pontos (dois extras). Ficou dois pontos atrás do Corinthians e e dois na frente do America-RJ, o outro classificado. De cada grupo, passaram três times. Na repescagem, 32 times se dividiram em seis grupos, com o líder de cada se classificando.

Na terceira fase, 24 clubes foram divididos em quatro grupos. O São Paulo ficou no grupo 3, e manteve uma boa regularidade. Com quatro vitórias e uma derrotas, conseguiu a única vaga do grupo para a semifinal. O time marcou 11 pontos (três extras), ficando quatro à frente do vice-líder Grêmio. Nos outros grupos, Londrina, Atlético-MG e Operário de Campo Grande conseguiram as vagas restantes.

O Tricolor enfrentou na semifinal a surpresa que veio do (ainda) Mato Grosso. No primeiro jogo, abriu vantagem com vitória por 3 a 0. Na volta, o Operário assustou, mas o São Paulo só perdeu por 1 a 0. No outro lado, o Atlético-MG despachou a surpresa paranaense, o Londrina.

Em março de 1978, a falta de calendário obrigou a grande final ser em partida única. E o São Paulo teve de viajar até Belo Horizonte, pois o time mineiro tinha melhor campanha. O Atlético-MG estava invicto, e assim terminou a Copa Brasil. O Tricolor segurou o empate em 0 a 0 no Mineirão, e pela primeira vez um Brasileirão foi decidido nos pênaltis. Nas cobranças, Waldir Peres brilhou defendendo três cobranças, o São Paulo venceu por 3 a 2 e comemorou seu primeiro título brasileiro.

A campanha do São Paulo:
21 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 40 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Rodolpho Machado/Placar