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Hamburgo Campeão da Recopa Europeia 1977

A Recopa Europeia chega a 1977 com uma pequena mudança no regulamento. Na verdade, foi um retorno, o da fase preliminar, em função de volta ao número de 33 participantes após alguns anos ocorrendo com 32. O título nesta temporada volta à Alemanha, por meio do Hamburgo.

Um dos mais tradicionais times alemães, "die rothosen" (os calções vermelhos) foram bicampeões da Copa da Alemanha em 1976, iniciando o caminho rumo ao primeiro título continental do clube. Na primeira fase, o adversário foi o Keflavík, da Islândia. A ida foi jogada no antigo Volksparkstadion, com vitória do Hamburgo por 3 a 0. Na volta, empate por 1 a 1 fora de casa.

O adversário seguinte foi o Heart of Midlothian, nas oitavas de final. O primeiro jogo aconteceu na Alemanha, e o Hamburgo conseguiu uma boa vitória por 4 a 2. A segunda partida foi disputada na Escócia, e a vantagem alemã ficou ainda maior, pois a equipe goleou por 4 a 1.

Nas quartas, foi a vez de encarar o MTK Budapeste. A partida de ida foi realizada na Hungria, e o Hamburgo garantiu o empate por 1 a 1 fora de casa. O jogo de volta ocorreu no Volksparkstadion, e a classificação alemã veio com mais uma goleada por 4 a 1.

Na semfiinal, o Hambrugo teve um confronto difícil contra o Atlético de Madrid. O primeiro jogo aconteceu no Vicente Calderón, mas os alemães não renderam o esperado e saíram derrotados por 3 a 1. Na segunda partida, os jogadores tiveram que correr o dobro no Volksparkstadion. O esforço deu certo, pois o Hamburgo venceu por 3 a 0 e reverteu a desvantagem.

A decisão da Recopa Europeia de 1977 foi entre Hamburgo e Anderlecht, que defendia o título e havia passado por Roda JC, Galatasaray, Southampton e Napoli. A partida ocorreu no Estádio Olímpico de Amsterdã, sendo definida próximo ao fim do segundo tempo. Aos 33 minutos, os belgas cometeram pênalti, que foi convertido por Georg Volkert. Aos 43 minutos, Felix Magath fez 2 a 0 e sacramentou o título do Hamburgo.

A campanha do Hamburgo:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Hamburgo

Juventus Campeã da Liga Europa 1977

Chegou a vez da Itália. Na Copa da UEFA de 1977, a Juventus fez uma campanha que ficou marcada como um capítulo pioneiro na história do clube. Foi nesta competição que os bianconeri chegaram pela primeira vez ao topo de um torneio na Europa.

A caminhada começou na primeira fase, onde a Juventus enfrentou o Manchester City. O primeiro jogo aconteceu na Inglaterra, com derrota por 1 a 0. Logo de cara, era preciso fazer algo a mais para reverter o resultado. E no Estádio Comunale de Turim, a Juve conseguiu fazer os 2 a 0 necessários para a classificação.

Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o outo lado da cidade de Manchester. Contra o United, novamente a Vecchia Signora largou atrás, perdendo por 1 a 0 no Old Trafford. A diferença é que vitória na partida de volta foi maior, por 3 a 0 na Itália.

Nas oitavas de final, a Juventus encarou o Shakhtar Donetsk. A classificação veio com vitória por 3 a 0 em Turim, e nova derrota por 1 a 0 fora, na União Soviética. Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Magdeburg, da Alemanha Oriente. E finalmente, a Juventus demonstrou seu poder ofensivo nas duas partidas, avançando de fase com vitórias por 3 a 1 fora de casa, e por 1 a 0 em casa.

O confronto na semifinal foi contra o AEK Atenas. A primeira partida aconteceu em Turim, e acabou com uma convincente vitória por 4 a 1. O segundo jogo foi realizado na Grécia, e os bianconeri confirmaram seu lugar na decisão com novo triunfo, por 1 a 0. O gol da classificação foi anotado por Roberto Bettega.

A final foi em dois duelos contra o Athletic Bilbao, que eliminou Újpest, Basel, Milan, Barcelona e RWD Molenbeek. O primeiro jogo, disputado no Comunale de Turim, terminou com vitória magra por 1 a 0, deixando tudo em aberto para a partida de volta. O gol foi marcado por Marco Tardelli, logo aos 14 minutos do primeiro tempo.

A tensão estava no ar quando as duas equipes se enfrentaram novamente no Estádio San Mamés, em Bilbao. O Juventus mostrou a sua classe logo no começo, aos sete minutos, com o gol de Bettega, que encomendou o título. Os espanhóis ainda tiveram forças para buscar a virada por 2 a 1 e pressionar na busca pelo terceiro tento. Mas com uma consciência tática brilhante, a equipe italiana se segurou e conquistou o título da Copa da UEFA de forma merecida, apesar do uso da regra do gol fora de casa.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 8 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 1977

Os domínios holandês e alemão passaram, e a Copa dos Campeões da Europa passou a ver uma nova hegemonia. A partir de 1977, três equipes inglesas emendaram uma sequência de seis títulos, que jamais seria igualada por qualquer outro país. E quem deu a partida na nova era da competição foi o Liverpool, treinado pela lenda Bob Paisley, de quase 50 anos dedicados ao clube.

Na primeira fase, os "reds" enfrentaram o Crusaders, da Irlanda do Norte, e avançaram de maneira tranquila, com vitórias por 2 a 0 no Anfield Road, e por 5 a 0 em Belfast. Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Trabzonspor, da Turquia. Na ida, o Liverpool foi surpreendido e levou 1 a 0 dos turcos em Trabzon. Os ingleses compensaram a derrota na volta em casa, fizeram 3 a 0 em 19 minutos de jogo e levaram a classificação.

Nas quartas, o adversário foi o Saint-Étienne, em mais dois confrontos com dificuldades. A primeira partida aconteceu na França, com outra derrota vermelha por 1 a 0. O segundo jogo foi no Anfield, e o Liverppol mais uma vez reverteu o quadro ao ganhar por 3 a 1.

A semifinal foi disputada contra o Zürich, da Suíça. A ida foi jogada no Letzigrund, em Zurique, e os reds obtiveram a vitória por 3 a 1. A volta ocorreu em Liverpool, e o clube inglês novamente venceu por 3 a 0.

Pela primeira vez na final, o Liverpool enfrentou na busca pelo título inédito o Borussia Mönchengladbach, já conhecido (e vencido) na disputa derradeira na Copa da UEFA em 1973. Na tentativa de manter a supremacia germânica, o time alemão passou por Austria Viena, Torino, Club Brugge e Dínamo Kiev.

A partida aconteceu no Estádio Olímpico de Roma, e os ingleses não demoraram muito para tomar o controle. Aos 28 minutos do primeiro tempo, Terry McDermott abriu o placar. O empate rival veio aos sete do segundo tempo, mas Tommy Smith desempatou aos 19, e Phil Neal converteu pênalti aos 38 para determinar 3 a 1 e o primeiro dos seis títulos europeus do Liverpool.

A campanha do Liverpool:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1977

Sem o título da Libertadores em 1976, era a hora de a Argentina reorganizar suas forças. Sem o Independiente e com Racing e Estudiantes longe dos melhores dias, coube a um clube super tradicional de Buenos Aires chegar à conquista em 1977. Embora multicampeão em terras portenhas, o Boca Juniors jamais havia levado a principal taça sul-americana, tendo batido na trave com o vice em 1963. Já passava da hora de vencer.

A equipe xeneize ficou no grupo 1, contra duas pedreiras: o rival River Plate e o Peñarol, além do Defensor, o outro uruguaio. Apear da dificuldade, o Boca passou a primeira fase com quatro vitórias e dois empates. Os pontos perdidos foram fora de casa, com os 0 a 0 contra Defensor e no clássico contra o River. Os demais resultados foram vitórias magras. Contra o Peñarol, duas vezes 1 a 0. Contra o Defensor, 2 a 0 em casa. Antes disso tudo teve a estreia, no superclássico em La Bombonera, com outro 1 a 0. Ao todo foram dez pontos para classificar à segunda fase.

A campanha continuou econômica na semifinal, contra o paraguaio Libertad e o colombiano Deportivo Cali: dois 1 a 0 nos paraguaios e dois 1 a 1 com os colombianos. A vaga na final veio com seis pontos e uma rodada antes do segundo empate - quando o Libertad derrotou o Deportivo e tirou as chances do clube da Colômbia.

O Cruzeiro apareceu do outro lado da decisão para defender o título, após eliminar o Internacional e a Portuguesa da Venezuela. Só que o Boca venceu o jogo de ida na Bombonera por 1 a 0, gol de Carlos Veglio aos três minutos do primeiro tempo. A segunda partida foi no Mineirão, em Belo Horizonte, e os cruzeirenses devolveram o 1 a 0.

No desempate, no Centenario de Montevidéu os times empataram por 0 a 0, que obrigou a Conmebol a utilizar pela primeira vez a disputa de pênaltis. E os xeneizes ganharam por 5 a 4, levando a primeira de suas seis Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 10 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Boca Juniors Campeão Mundial 1977

Quantas coisas podem ser feitas em um período de 11 meses? E em cinco? Torcedores europeus e sul-americanos fizeram estas perguntas entre 1977 e 1978, durante a crise existencial da Copa Intercontinental. Se em 1974 e 1975 ela quase foi para o espaço, os anos seguintes não contribuíram em nada para a melhora da situação.

A Copa Europeia de 1977 terminou em maio com o primeiro título do Liverpool, que na final bateu o alemão Borussia Mönchengladbach. Nem houve tempo para apreensão na UEFA: os ingleses comunicaram desde o começo que não iriam jogar o Mundial. Assim como as desculpas de Ajax e Bayern, o clube foi alegou que sua agenda local conflitava com a do Mundial. Enquanto isto, em setembro, a Libertadores era decidida entre Boca Juniors e Cruzeiro. Após 1 a 0 para cada lado, o desempate acabou sem gols. Nos pênaltis, o time argentino fez 5 a 4 e chegou à sua primeira conquista continental.

A celeuma já estava grande com outra desistência, mas o Boca tentou negociar de todos os modos com o Liverpool, chegando inclusive a virar o ano com o plano. Tudo foi em vão. E com o tempo, surgiu o boato de que os ingleses desistiram em protesto à ditadura militar que comandava a Argentina. O jeito foi trazer mais uma vez o vice europeu, mas o Borussia não pareceu muito afim de topar. Mas os xeneizes ganharam pela insistência, sob a condição de que os alemães jogariam apenas quando o calendário estivesse disponível.

O Mundial começou a ser jogado em 21 de março de 1978, em La Bombonera. O desinteresse do Borussia era só fora de campo. Dentro, o Boca passou maus bocados diante dos 60 mil de público. Saiu na frente com Mastrángelo aos 16 minutos do primeiro tempo, mas levou a virada aos 24 e aos 29, de Hannes e Bonhof. Os argentinos melhoraram no segundo tempo e empataram em 2 a 2 aos seis minutos, com Ribolzi. Mas foi só o que aconteceu, e nada ficou encaminhado para a volta.

Cinco longos meses passaram-se, até que em 1º de agosto o Borussia conseguiu uma folga. A segunda partida foi no Wildpark, em Karlsruhe, com um bom público de 38 mil torcedores. Porém, pelo visto, o time alemão esqueceu do que estava buscando no Mundial. O time argentino passeou no primeiro tempo. Aos dois minutos, Felman abriu o placar. Aos 33, Mastrángelo ampliou. E aos 37, Salinas fechou os 3 a 0. No segundo tempo, foi só deixar o Boca deixar o tempo passar para depois comemorar seu primeiro título mundial.

O mais longo de todos os tempos: 11 meses de definição e cinco de disputa, e que selou as dúvidas do início deste texto: dá para ser o melhor time do mundo nestes períodos.


Foto Arquivo/Boca Juniors

São Paulo Campeão Brasileiro 1977

Para o ano de 1977, a Copa Brasil manteve todas as regras dos anos anteriores. O mesmo não aconteceu com o número de time, que subiu para 62. No meio de tanto clube, o São Paulo se credenciou para conquistar o seu primeiro título brasileiro.

Na primeira fase, os participantes foram divididos em seis grupos, e o Tricolor ficou no no grupo 2. Em turno único e jogando dentro de cada grupo, o São Paulo se classificou na vice-liderança, atrás do Palmeiras. Foram seis vitórias, dois empates e uma derrota, marcando 18 pontos (quatro extras). Para a fase seguinte, avançaram os cinco primeiros de cada grupo. Os demais foram para a repescagem.

Na segunda fase, os trinta clubes foram divididos em seis grupos de cinco. O Tricolor Paulista entrou no grupo 2, e ao final das quatro rodadas, conseguiu outro segundo lugar. Foram duas vitórias, um empate e uma derrota, obtendo sete pontos (dois extras). Ficou dois pontos atrás do Corinthians e e dois na frente do America-RJ, o outro classificado. De cada grupo, passaram três times. Na repescagem, 32 times se dividiram em seis grupos, com o líder de cada se classificando.

Na terceira fase, 24 clubes foram divididos em quatro grupos. O São Paulo ficou no grupo 3, e manteve uma boa regularidade. Com quatro vitórias e uma derrotas, conseguiu a única vaga do grupo para a semifinal. O time marcou 11 pontos (três extras), ficando quatro à frente do vice-líder Grêmio. Nos outros grupos, Londrina, Atlético-MG e Operário de Campo Grande conseguiram as vagas restantes.

O Tricolor enfrentou na semifinal a surpresa que veio do (ainda) Mato Grosso. No primeiro jogo, abriu vantagem com vitória por 3 a 0. Na volta, o Operário assustou, mas o São Paulo só perdeu por 1 a 0. No outro lado, o Atlético-MG despachou a surpresa paranaense, o Londrina.

Em março de 1978, a falta de calendário obrigou a grande final ser em partida única. E o São Paulo teve de viajar até Belo Horizonte, pois o time mineiro tinha melhor campanha. O Atlético-MG estava invicto, e assim terminou a Copa Brasil. O Tricolor segurou o empate em 0 a 0 no Mineirão, e pela primeira vez um Brasileirão foi decidido nos pênaltis. Nas cobranças, Waldir Peres brilhou defendendo três cobranças, o São Paulo venceu por 3 a 2 e comemorou seu primeiro título brasileiro.

A campanha do São Paulo:
21 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 40 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Rodolpho Machado/Placar