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Goiás Campeão Goiano 1972

Uma força esmeraldina começava a ser formada no início da década de 1970. Vencedor do segundo título goiano na história em 1971, o Goiás partiu para chegar na terceira taça, e ao bicampeonato, em 1972, em uma campanha inesquecível e invicta.

O estadual de 1972 teve a participação de 12 times: Goiás, Atlético Goianiense, Vila Nova, Goiânia, Campinas, Anápolis, Goiatuba, Itumbiara, Ipiranga de Anápolis, Santa Helena, América de Morrinhos e Inhumas. O regulamento foi simples, com a  disputa de dois turnos de 11 rodadas cada, com o campeão de cada fase classificado à final, que foi jogada em partidas de ida e volta.

A trajetória do Goiás no estadual teve início com vitória por 1 a 0 em cima do Santa Helena fora de casa. Depois, o Esmeraldino ficou no empate por 3 a 3 com o Ipiranga, também fora. Em casa, a estreia aconteceu no terceiro jogo, na vitória por 1 a 0 sobre o Anápolis. Nos oito jogos seguintes, a equipe conseguiu mais seis vitórias e dois empates. Com 19 pontos, o Goiás garantiu a vaga na decisão com um ponto de vantagem sobre o rival Atlético, algo que foi obtido na vitória por 1 a 0 na última rodada do turno.

No segundo turno, o Esmeraldino iniciou com empate sem gols com o Itumbiara fora de casa. A primeira vitória foi no jogo seguinte, por 2 a 1 sobre o América, também fora. Em Goiânia, o começo foi com triunfo por 2 a 1 em cima do Inhumas. O Goiás seguiu com mais sete vitórias e um empate nas oito partidas restantes, que deixaram o time com 20 pontos, uma a mais que na fase anterior. O problema é que o Atlético também fez 20 pontos e terminou em primeiro lugar, com dez vitórias ante as nove esmeraldinas.

Assim, o Goiás teve de disputar a final contra o rival rubro-negro em dois jogos, que aconteceram no Olímpico de Goiânia. No primeiro, o time verde venceu por 1 a 0. Este resultado permitia aos esmeraldinos até o empate para conquistar o título na segunda partida. Mas a equipe queria fechar a jornada invicta com outro triunfo e voltou a fazer 1 a 0  no clássico.

A campanha do Goiás:
24 jogos | 19 vitórias | 5 empates | 0 derrotas | 43 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Draulas Vaz/Placar

Ceará Campeão Cearense 1972

Depois de sair de uma fila de oito anos sem vencer o estadual, com um título obtido debaixo de confusão, o Ceará partiu rumo ao bicampeonato cearense em 1972. A 21ª conquista do Vozão veio com um roteiro mais tranquilo, ainda mais com a ajuda do regulamento.

A competição teve a presença de nove times, com a volta do Maguari junto a Ceará, Fortaleza, Ferroviário, Guarany de Sobral, Quixadá, Calouros do Ar, Tiradentes e América de Fortaleza. A fórmula escolhida para a disputa foi a de três turnos em mão única, com o vencedor de cada fase classificado à decisão.

O Ceará deu início à campanha do primeiro turno com vitória por 3 a 1 em cima do América. Na sequência, o time ditou o ritmo dos adversários e obteve mais seis vitórias e um empate. Com 15 pontos, o Vozão ficou em primeiro e se garantiu na final, com três pontos a mais que o Maguari e cinco a mais que o Fortaleza.

No segundo turno, a regularidade caiu um pouco. Na estreia, o Ceará ficou no empate por 1 a 1 com o Guarany. Depois, ficou no 2 a 2 com o Tiradentes e só venceu na terceira partida, por 2 a 0 sobre o América. Nos cinco jogos restantes, o alvinegro venceu dois, empatou dois e perdeu um. Os resultados deixaram o time em quarto lugar com dez pontos, três a menos que o líder e classificado Fortaleza.

As coisas voltaram a melhorar para o Ceará no terceiro turno. Na primeira partida, goleada por 4 a 0 sobre o América, que foi seguida por mais sete vitórias. Com 100% de aproveitamento e 16 pontos, o Vozão voltou a ser líder e conseguiu uma importante vantagem para a decisão com o Fortaleza: o empate. E o benefício foi confirmado exatamente contra o rival na última rodada, com vitória por 1 a 0.

Outro Clássico-Rei decidiu o campeão cearense de 1972, Com dois turnos conquistados, o Ceará entrou no Presidente Vargas precisando apenas não perder, enquanto o Fortaleza tinha obrigação da vitória. Com dois terços de possibilidades, o Vozão conseguiu o objetivo do título ao ficar no 1 a 1 com o rival. Desta vez sem polêmica.

A campanha do Ceará:
25 jogos | 18 vitórias | 6 empates | 1 derrota | 50 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Figueirense Campeão Catarinense 1972

O Campeonato Catarinense de 1972 foi um marco para o futebol de Santa Catarina, por dois motivos. Primeiro, porque o título voltou a ser de um clube da capital Florianópolis depois de 13 anos. O último havia acontecido com o Paula Ramos (atualmente amador) em 1959. Segundo, porque acabou com um tabu de 31 anos sem conquistas do Figueirense. O Furacão do Estreito não era campeão desde 1941. Foi a sétima conquista do time.

O estadual daquele ano teve a presença de dez equipes. Na primeira fase, todas se enfrentaram em dois turnos. Ao fim de 18 rodadas, as quatro melhores colocadas passaram ao quadrangular final, que também foi disputado em dois turnos e definiu o campeão.

A primeira fase foi equilibrada. Na estreia, o Figueira ficou no empate sem gols com o Inter de Lages no Orlando Scarpelli. Na segunda rodada, derrota fora por 1 a 0 para o Paysandu de Brusque. A primeira vitória aconteceu na terceira partida, por 2 a 1 sobre o Caxias de Joinville em casa.

A campanha alvinegra não era regular, mas teve mais altos que baixos. Em 18 jogos, foram nove vitórias, três empates e seis derrotas. Com 21 pontos, o Figueirense se classificou para o quadrangular final em segundo lugar, dois pontos atrás do América de Joinville, empatado com o Avaí (mas com um triunfo a mais que o rival) e um ponto na frente do Hercílio Luz.

Esses quatro clubes passaram ao quadrangular do título, que foi dominado pelo Figueira. Na primeira rodada, o time venceu o América por 1 a 0 no Orlando Scarpelli. No segunda partida, empatou por 0 a 0 com o Hercílio Luz, também em casa. O terceiro jogo foi o clássico com o Avaí no antigo Estádio Adolfo Konder, também empatado por 0 a 0.

Apesar dos empates, a situação era favorável ao Figueirense. Na quarta rodada, a vitória por 1 a 0 sobre o América em Joinville encaminhou o título. Os alvinegros estavam com seis pontos, contra quatro do Hercílio Luz e três de Avaí e América. A quinta partida foi exatamente contra o Hercílio, no Estádio Aníbal Costa, em Tubarão. Bastava vencer fora de casa para o título vir antecipadamente, e isso aconteceu com o placar de 1 a 0. Na última rodada, as faixas e a festa no empate sem gols com o Avaí.

A campanha do Figueirense:
24 jogos | 12 vitórias | 6 empates | 6 derrotas | 23 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Paulo Dutra/Placar

Santa Cruz Campeão Pernambucano 1972

Um título tranquilo, soberano, que mostrou porque o Santa Cruz era o clube dominante em Pernambuco naquele período. Em 1972, o clube chegou ao tetracampeonato estadual e 13ª conquista no geral, evidenciando ainda mais o grande momento vivido.

O torneio daquela temporada teve a participação de oito equipes, em uma disputa com duas fases. Na primeira, houve enfrentamento em dois turnos, com o líder garantindo vaga na final e os seis primeiros passando à etapa seguinte. Na segunda fase, esses seis times jogaram mais dois turnos, com o líder também classificado à decisão.

Mas a final não foi necessária, porque o Santinha levou as duas fases. Na estreia, o cartão de visitas foi a goleada por 8 a 0 sobre o Íbis. Na partida seguinte, outra vitória com placar elástico, por 5 a 0 sobre o Santo Amaro. Nos outros 12 jogos, o Santa Cruz obteve mais nove vitórias e três empates, que deixaram o time na liderança da primeira fase com 25 pontos, sete a mais que o vice Sport e o terceiro Náutico.

Santo Amaro e Íbis ficaram na primeira fase, enquanto Santa Cruz, Sport, Náutico, Central, América de Recife e Ferroviário de Recife seguiram em frente. O time tricolor começou a segunda fase com vitória por 3 a 0 sobre o Ferroviário, que foi emendada com mais triunfos, sem dar chance aos adversários.

Ao fim de sete rodadas, o Santinha tinha sete vitórias e 14 pontos na liderança, contra dez do Central, nove do Náutico e oito do Sport. A vantagem era enorme, com três chances de levar o título antecipado. Na oitava partida, o time tricolor enfrentou justamente o vice Central, nos Aflitos. Uma vitória simples já confirmaria a conquista, mas o Santa Cruz foi além e garantiu a taça com goleada por 4 a 0. Sem necessidade de final e com duas rodadas de antecedência.

A campanha do Santa Cruz foi quase perfeita. No penúltimo jogo, a equipe recebeu o Náutico no Arruda e goleou por 4 a 1. E a campanha só não acabou invicta porque na última partida os tricolores perderam, talvez de ressaca, por 1 a 0 para o Sport na Ilha do Retiro.

A campanha do Santa Cruz:
24 jogos | 20 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 68 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Vitória Campeão Baiano 1972

Clube baiano mais antigo, fundado em 1899, o Vitória tem uma história com altos e baixos. Campeão estadual em 1908 e 1909, o time só chegou ao terceiro título em 1953, 44 anos depois. Nesse meio tempo, o rival Bahia foi fundado e se tornou hegemônico. Aos poucos, o rubro-negro voltou ao cenário.

Em 1972, o Vitória já tinha sete títulos, que o deixavam como terceiro maior ganhador. Mas naquele ano o time já era a segunda força, pois o Ypiranga, segundo maior campeão, parou de vencer em 1951. O Bahia tinha 23 títulos e era bicampeão no momento. Coube então ao Leão da Barra frear o rival e conquistar a oitava taça, a única da década e que quebrou com sete anos de fila.

O estadual teve 13 participantes e três fases. Na primeira, as equipes atuaram em turno único, com os dois primeiros disputando uma partida que definiu um classificado à decisão. Na segunda fase, os times ficaram em dois grupos, com partidas em turno único. O líder de cada grupo também fez um jogo para definir outro finalista. A terceira fase foi igual, mas com os times jogando em chaves cruzadas.

O Vitória começou a campanha derrotando o Jequié por 2 a 1 em Salvador. Nas 11 partidas seguintes, teve mais sete vitórias e quatro empates, que deixou o time com 20 pontos na vice-liderança, mas empatado em pontos com o líder Bahia. Na decisão, porém, o rubro-negro perdeu o Bavi por 1 a 0.

Na segunda fase, o Leão ficou no grupo B, com Fluminense de Feira, Palestra de Salvador, Ypiranga, Botafogo de Salvador, Ilhéus e Conquista. O Vitória fez seis jogos, com três vitórias e três empates, e foi líder com nove pontos. Na decisão de fase com o Bahia, o time venceu por 2 a 1, na prorrogação.

Na terceira fase, foi a vez de enfrentar os times do grupo A: Bahia, Atlético Alagoinhas, Itabuna, Galícia, Jequié e Leônico. Em seis partidas, o Vitória teve três vitórias, dois empates e uma derrota, que deixaram o time em primeiro da chave B com oito pontos. Na final, em outro Bavi, empatou sem gols e perdeu nos pênaltis por 5 a 4.

A final do Baianão teve Vitória, com um ponto extra da segunda fase, e Bahia, com dois pontos extras da primeira e terceira fases. O time que atingisse quatro pontos levava o título. Em dois jogos na Fonte Nova, o Leão superou essa pontuação, e foi campeão com vitórias por 2 a 1 e por 3 a 1.

A campanha do Vitória:
29 jogos | 17 vitórias | 10 empates | 2 derrotas | 39 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Raimundo de Jesus/Placar

Coritiba Campeão Paranaense 1972

O pontapé inicial foi dado em 1971. Em 1972, aconteceu o segundo título da histórica sequência de seis estaduais que o Coritiba conquistou até 1976. A conquista veio após um campeonato extremamente longo, quase cansativo, mas que fez tudo valer a pena no fim.

O Campeonato Paranaense daquele ano teve 15 participantes, sem divisão de grupos. Na primeira fase, as equipes se enfrentaram em dois turnos, com o líder avançando à decisão e os oito primeiros passando à etapa seguinte. Na segunda fase, os classificados disputaram mais dois turnos entre si, com o líder também garantindo um lugar na decisão.

O Coxa iniciou a maratona com empate por 1 a 1 com o Londrina fora de casa. A primeira vitória veio na partida seguinte, por 2 a 0 sobre o Pontagrossense, também fora. Em casa, o primeiro triunfo aconteceu no terceiro jogo, por 2 a 0 sobre o Mourãoense, no Belfort Duarte (atual Couto Pereira). Ao fim de 28 partidas, o Coritiba conseguiu 45 pontos, com 19 vitórias, sete empates, duas derrotas e 40 gols de saldo. O Athletico teve a mesma pontuação com 18 vitórias, porém com 50 gols de saldo. Como os gols eram o principal critério de desempate, o rival foi quem garantiu a vaga na final.

A dupla Atletiba foi à segunda fase ao lado de Colorado, Grêmio Maringá, Londrina, União Bandeirante, Pinheiros e Pontagrossense. Precisando ser o primeiro, o Coxa começou a campanha com goleada por 5 a 0 sobre o União Bandeirante em casa. Depois, obteve mais dez vitórias, dois empates e uma derrota, que deixaram o time na liderança com 24 pontos. Na última vitória, o triunfo por 2 a 0 sobre o Colorado em casa garantiu o Coritiba na decisão com dois pontos a mais que o Athletico.

Dois Atletibas decidiram o campeão paranaense de 1972. Ambas as partidas aconteceram no Estádio Belfort Duarte, o maior do Paraná na época e tido como campo neutro mesmo pertencendo ao Coritiba. Foram duas partidas difíceis, mas com o final feliz para o lado verde de Curitiba. Na primeira partida, o Coxa venceu por 1 a 0 e abriu vantagem. No segundo jogo, foi preciso segurar a pressão rubro-negra e garantir o empate sem gols para chegar ao 21º título estadual.

A campanha do Coritiba:
44 jogos | 31 vitórias | 10 empates | 3 derrotas | 87 gols marcados | 24 gols sofridos


Foto Arquivo/Coritiba

Cruzeiro Campeão Mineiro 1972

Depois de dois vices consecutivos, um para o Atlético e outro para o América, o Cruzeiro voltou a ser campeão mineiro em 1972. O time chegou ao 17º título estadual depois de fazer uma grande campanha, mas perseguido de perto pelo seu maior rival. A campanha foi o início de um tetracampeonato.

O estadual teve 20 participantes na disputa de quatro fases. Na primeira, 13 equipes atuaram divididas em três grupos de dois turnos. Na segunda, cinco classificados juntaram-se à Cruzeiro, Atlético, América, Valeriodoce, Uberlândia, Villa Nova e Tupi, em mais dois grupos com dois turnos. Na terceira, oito classificados ficaram em mais duas chaves, que foram cruzadas em dois turnos. Na fase final, quatro classificados disputaram o quadrangular do título, com possibilidade de jogos extras em caso de empate na pontuação.

Dispensado da fase inicial, a Raposa iniciou o estadual no grupo B da segunda etapa, contra Nacional de Uberaba, Atlético de Três Corações, Uberlândia, Villa Nova e Tupi. A estreia foi com empate por 2 a 2 com o Nacional fora de casa. Nos nove jogos seguintes, a equipe venceu mais cinco vezes e empatou quatro, garantindo a classificação na liderança, com 16 pontos.

Na terceira fase, o Cruzeiro ficou novamente no grupo B, enfrentando os times da chave A. O começo não foi bom com três empates por 0 a 0, contra Caldense, América e Valeriodoce. No quatro jogo do turno, outro empate por 1 a 1 no clássico com o Atlético. Mas a Raposa reagiu com quatro vitórias no returno e se classificou em primeiro de seu grupo, com 12 pontos.

O Cruzeiro chegou para o quadrangular final no Mineirão junto com Atlético, América e Atlético de Três Corações. A estreia foi com goleada por 4 a 0 sobre os tricordianos, seguido por mais duas vitórias, um empate e uma derrota até a penúltima rodada. A Raposa tinha sete pontos, assim como o Atlético. Na última partida, as equipes empataram o clássico por 1 a 1 e chegaram a oito pontos, forçando assim um jogo extra para a definição do título. E neste desempate deu Cruzeiro, na prorrogação, por 2 a 1.

A campanha do Cruzeiro:
25 jogos | 14 vitórias | 10 empates | 1 derrota | 36 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Célio Apolinário/Placar

Internacional Campeão Gaúcho 1972

Ninguém conseguia parar o Internacional no Rio Grande do Sul na década de 1970. No ano de 1972, o clube chegou ao 20ª título gaúcho de sua história, sendo também o tetracampeonato da sequência que levaria ao octa. Era a metade do caminho, que ainda veria outras taças maiores mais tarde.

O Campeonato Gaúcho daquela temporada manteve o número de participantes em 25, mas com novo regulamento. A ideia era poupar a dupla Grenal de participar do início do estadual, portanto a primeira fase contou com 23 times divididos em quatro grupos, com partidas em turno e returno. Os dois primeiros de cada chave passaram para a fase final em um decagonal final em mais dois turnos, juntamente com Grêmio e Inter, para a definição do campeão estadual.

As oito equipes classificadas da primeira fase foram Gaúcho de Passo Fundo, Esportivo, Caxias (novo nome do Flamengo), Aimoré, Cruzeiro de Porto Alegre, Santa Cruz, Brasil de Pelotas e Novo Hamburgo. A estreia colorada se deu contra o Cruzeiro, em vitória por 2 a 0 no Beira-Rio. Depois, a equipe foi empilhando mais vitórias pelo caminho, como os 4 a 0 sobre Caxias, Brasil e Cruzeiro e os 6 a 2 sobre o Santa Cruz.

A dois jogos para o fim do decagonal, o Internacional tinha 30 pontos, contra 27 do Grêmio. Na penúltima rodada, o Colorado dependeu apenas de si para ser tetra. Contra o Esportivo no Beira-Rio, a equipe venceu por 2 a 0 e confirmou a conquista estadual. Na última partida, para completar, o Inter ainda bateu o rival por 1 a 0, em pleno Estádio Olímpico.

Foi um título fácil para o Inter. O time não perdeu nenhuma partida no campeonato estadual, além de quase não ter visto empates na campanha. Em 18 partidas disputadas, foram 16 vitórias e dois empates, que garantiram a taça com uma rodada de antecipação, com 34 pontos contra 29 do Grêmio. Pela primeira vez na sequência, a situação foi diferente das três temporadas anteriores, quando o Colorado só foi campeão na última partida.

A campanha do Internacional:
18 jogos | 16 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 42 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Artur Franco/Placar

Flamengo Campeão Carioca 1972

Eram sete anos sem vencer o Campeonato Carioca, quando o Flamengo entrou no ano de 1972. Desde então, o clube viu os três maiores rivais erguerem a taça, além do Bangu. O time almejava muito voltar a ser campeão. E conseguiu, pela 16ª vez.

O estadual do Rio de Janeiro em 1972 trouxe uma novidade histórica. Pela primeira vez, a Taça Guanabara representou a primeira fase do torneio. Ela foi criada em 1965, como troféu independente, e teve 12 times na disputa, com o campeão indo à decisão e os quatro piores ficando eliminados. As oito equipes restantes disputaram outras duas fases, as Taças Fadel Fadel e José de Albuquerque, com o campeão de cada também avançando ao triangular final. Cada fase foi disputada em turno simples. 

Na estreia da Taça Guanabara, o Flamengo empatou por 1 a 1 com o Olaria. Na sequência, venceu por 1 a 0 o America e engatou mais sete vitórias e um empate até chegar na última partida, quando goleou por 5 a 2 o Fluminense e confirmou o título e a vaga na decisão com 20 pontos.

O Fla continuou no estadual junto com Fluminense, Botafogo, Vasco, America, Olaria, São Cristóvão e Bonsucesso, enquanto Campo Grande, Portuguesa, Bangu e Madureira foram eliminados. Na Taça Fadel Fadel, o rubro-negro estreou com empate por 2 a 2 com o Vasco, seguido de duas vitórias, dois empates e uma derrota até a penúltima rodada. No último jogo, a derrota por 1 a 0 para o Fluminense tirou as chances do time ficar em primeiro, com oito pontos, e colocou o rival na final, com dez pontos.

Na Taça José de Albuquerque, o Flamengo iniciou com vitória por 2 a 1 sobre o São Cristóvão, seguido de mais duas vitórias, três empates e uma derrota até a última rodada. Com nove pontos, o rubro-negro encerrou a fase em terceiro lugar, dois atrás do Vasco, que foi o vencedor e avançou ao triangular.

A fase decisiva contou com três partidas no Maracanã. Na primeira, o Flamengo fez 1 a 0 no Vasco. Na segunda, o Fluminense venceu por 2 a 0 os vascaínos, que foram eliminados. No terceiro jogo, o rubro-negro entrou precisando vencer o Fla-Flu, devido ao saldo de gols. E sob mais de 136 mil vozes na arquibancada, o Fla derrotou por 2 a 1 os tricolores e confirmou o título depois de sete anos.

A campanha do Flamengo:
27 jogos | 17 vitórias | 7 empates | 3 derrotas | 43 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Manchete Esportiva

Palmeiras Campeão Paulista 1972

O auge de um time histórico, que até hoje flutua nos pensamentos dos torcedores. O Palmeiras em 1972 abocanhou os dois títulos que disputou, o Campeonato Paulista e o Campeonato Brasileiro. A Segunda Academia teve ainda outros títulos, como os nacionais em 1969 e 1973 e o estadual em 1974.

Mesmo com tantas conquistas nessa época, também contando os dois Brasileiros em 1967 (Robertão e Taça Brasil), o Verdão sentia falta de uma taça paulista, que não vinha desde 1966. Afinal, era o principal estadual do país. E o 16º título palmeirense veio da melhor forma possível, invicto.

O Paulistão de 1972 teve 16 participantes, com o regulamento idêntico ao de 1971. Na primeira fase, 12 times se enfrentaram, com seis classificados para a fase final de pontos corridos e dois turnos com outros seis clubes: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e Ponte Preta. Da etapa inicial, avançaram Juventus, Ferroviária, América de Rio Preto, São Bento, Guarani e XV de Piracicaba.

O Palmeiras iniciou a campanha com vitória por 2 a 1 sobre o São Bento em casa. O Verdão ainda teve outros cinco triunfos na sequência, que já deram mostras de que o título poderia vir com tranquilidade. O primeiro tropeço só aconteceu na sétima partida, no empate por 1 a 1 no Derby com o Corinthians.

Porém, se o Palmeiras não perdia de um lado, o São Paulo também ficava invicto do outro. O time tricolor estava atrás do tricampeonato e travou uma luta ponto a ponto com o alviverde. O primeiro Choque-Rei, na metade da fase, ficou empatado por 0 a 0. O segundo foi adiado até a última rodada.

Com 15 vitórias e seis empates, o Palmeiras chegou para a decisão com 36 pontos. O São Paulo tinha 14 vitórias e sete empates, com 35 pontos. Ou seja, outro empate no clássico era suficiente para o Verdão ser campeão. A partida foi no Pacaembu e os alviverdes seguraram a pressão tricolor, garantindo outro 0 a 0 e o título estadual.

A campanha do Palmeiras:
22 jogos | 15 vitórias | 7 empates | 0 derrotas | 33 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Lemyr Martins/Placar

Rangers Campeão da Recopa Europeia 1972

Depois de dois títulos consecutivos dos clubes ingleses, foi a vez de a Escócia chegar lá na Recopa Europeia e dar prosseguimento ao domínio britânico no começo dos anos 1970. Na edição de 1972, na temporada em que completou 100 anos de existência, o Rangers conquistou o maior título de sua história.

Os "gers", ou "teddy bears" (ursos de pelúcia) foram vice-campeões da Copa da Escócia de 1971, mas herdaram a vaga do campeão Celtic (que foi para a Liga dos Campeões) e aproveitaram a chance. Na primeira fase, passaram pelo Rennes após empatarem por 1 a 1 na França e vencerem por 1 a 0 no Estádio Ibrox, em Glasgow.

Nas oitavas de final. a má interpretação do regulamento pela arbitragem salvou o Rangers contra o Sporting. Na ida, os escoceses venceram por 3 a 2 em Glasgow. Na volta, os portugueses devolveram o resultado nos 90 minutos em Lisboa. Na prorrogação, um gol para cada lado fez a partida acabar em 4 a 3 para o Sporting. Pela regra, a classificação era do Rangers pelos gols anotados fora de casa, mas o árbitro Laurens Van Ravens ordenou uma disputa de pênaltis, vencida pelos portugueses por 3 a 0. Posteriormente, a UEFA anulou as penalidades e classificou os gers às quartas.

A competição seguiu com o Rangers enfrentando o Torino nas quartas de final. No primeiro jogo, empate por 1 a 1 com os italianos em Turim. Na segunda partida, vitória por 1 a 0 no Ibrox. Na semifinal, a vítima foi o Bayern de Munique, com os escoceses empatando a ida por 1 a 1 na Alemanha e vencendo a volta por 2 a 0 em Glasgow.

A decisão foi contra o Dínamo Moscou, que passou por Olympiacos, Eskisehirspor, Estrela Vermelha e Dínamo Berlim. No Camp Nou, em Barcelona, o Rangers partiu rumo ao título de maneira contundente. Colin Stein abriu o placar e Willie Johnston marcou dois gols entre os 23 minutos do primeiro tempo e os 4 do segundo. Os soviéticos tentaram reagir no fim, mas o placar foi 3 a 2 para os escoceses campeões. 

A campanha do Rangers:
9 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Rangers

Tottenham Campeão da Liga Europa 1972

A Copa das Cidades com Feiras fez um sucesso tão estrondoso nos anos 1960, que a UEFA se incomodou com tamanha concorrência. A importância do torneio foi tanta que, em 1971, a entidade a encampou transformou na sua terceira competição de clubes, com o nome Copa da UEFA. À sua frente, já existiam a Copa dos Campeões (reservada aos ganhadores das ligas nacionais, hoje Liga dos Campeões) e a Recopa Europeia (para os vencedores das copas nacionais, extinta em 1999).

A Copa da UEFA ficou destinada aos vices, terceiros, quartos e até quintos colocados nacionais, dependendo do país. A primeira edição, entre 1971 e 1972, teve a presença de 63 clubes, distribuídos num mata-mata de seis fases. O primeiro campeão veio da Inglaterra: o Tottenham Hotspur, terceiro lugar no Campeonato Inglês de 1971.

A jornada dos spurs na competição começou na primeira fase, contra o Keflavík, da Islândia. O time avançou com vitórias por 6 a 1 na ida fora, e por 9 a 0 na volta em casa. Na segunda fase, a equipe enfrentou o Nantes. Na França, empate por 0 a 0. Na Inglaterra, 1 a 0 para o Tottenham.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Rapid Bucareste. Mais duas vitórias, por 3 a 0 em Londres e por 2 a 0 na Romênia colocaram o clube inglês nas quartas, contra o Arad, também da Romênia. Sem problemas, o Tottenham ao vencer por 2 a 0 fora, e empatar por 1 a 1 em casa.

Na semifinal, o Tottenham encontrou o Milan. O primeiro jogo, em Londres, terminou com vitórias inglesa por 2 a 1, com Steve Perryman marcando os gols dos spurs. No jogo de volta, no San Siro, os londrinos mostraram sua força e seguraram empate por 1 a 1, com um gol de Alan Mullery ainda no começo do primeiro tempo. Com esse resultado, a vaga na final da Copa da UEFA estava assegurada.

A final foi disputada em duas partidas contra o Wolverhampton, outro clube inglês que eliminou Académica de Coimbra, Den Haag, Carl Zeiss Jena, Juventus e Ferencváros. A ida, no Estádio Molineux, em Wolverhampton, terminou com uma vitória do Tottenham por 2 a 1. Os gols foram anotados por Martin Chivers, aos 11 e aos 42 minutos do segundo tempo.

Na volta, no White Hart Lane, em Londres, o Tottenham confirmou sua superioridade. Mullery, em sua despedida do clube, abriu o placar aos 29 do primeiro tempo. O rival até empatou por 1 a 1, mas o 3 a 2 no agregado bastou para a conquista, invicta, do primeiro título dos spurs na Copa da UEFA.

A campanha do Tottenham:
12 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 30 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Tottenham

Ajax Campeão da Liga dos Campeões 1972

O Ajax fez acontecer em 1971 e manteve-se em alta em 1972, mesmo após a saída de Rinus Michels. Para o seu lugar, veio o técnico romeno Stefan Kovács. Dentro de campo, o futebol total continuou imune a tudo, e o clube holandês partiu rumo ao segundo título da Copa dos Campeões da Europa.

O adversário na primeira fase do torneio foi o Dínamo Dresden, da Alemanha Oriental. Na ida, vitória do Ajax em casa por 2 a 0. Na volta, empate fora por 0 a 0. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o Olympique Marselha e passar com mais tranquilidade, vencendo por 2 a 1 na França e por 4 a 1 na Holanda, ambas de virada.

Nas quartas, o oponente foi o Arsenal, e o Ajax avançou ganhando novamente os dois jogos, por 2 a 1 no Olímpico de Amsterdã, e por 1 a 0 no Highbury, em Londres. Na semifinal, esteve à frente do Benfica. A primeira partida aconteceu em Amsterdã, e o Ajax abriu pequena vantagem sobre os portugueses ao vencer por 1 a 0. O segundo jogo foi no Estádio da Luz, em Lisboa, e os holandeses seguraram o empate sem gols para presença na terceira final dentre as últimas quatro disputas europeias.

Do outro lado estava a Internazionale, que sofreu a campanha toda e até levou goleada que não valeu. Na ida das oitavas, o time perdeu por 7 a 1 para o Borussia Mönchengladbach. Porém, uma latinha de Coca-Cola que um torcedor alemão acertou no atacante Roberto Boninsegna fez com que a partida fosse anulada. A repetição foi realizada após a volta (4 a 2 para a Inter) e terminou 0 a 0. Antes, os italianos superaram o AEK Atenas, e depois, Standard Liège e Celtic.

E a decisão foi disputada na terra do Ajax mesmo, mas em Roterdã, no Estádio De Kuip. Então, o apoio era todo holandês. No segundo tempo, Johan Cruyff apareceu para marcar os gols do título. O primeiro saiu aos dois minutos, e o 2 a 0 definitivo veio aos 33. Agora invicto, o clube chegou ao justo bicampeonato continental, no segundo terço da jornada.

A campanha do Ajax:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 14 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/Ajax

Independiente Campeão da Libertadores 1972

Rei morto, rei posto. Um ditado comum na política que pode ser aplicado também ao esporte. Principalmente o futebol. Após três temporadas de domínio, o Estudiantes não levou a Libertadores em 1971, caindo logo depois no ostracismo (levaria uma década para ressurgir). Mas para 1972 a Argentina retornaria com outra dinastia, que já havia tido um ensaio nos anos 1960 e voltaria para assumir todos os recordes, a maioria perdurando até a atualidade, com o Independiente.

Campeão metropolitano, o time rojo participou da primeira fase no grupo 1, junto de Rosario Central e os colombianos Santa Fe e Atlético Nacional. A classificação veio com quatro vitórias, dois empates e dez pontos na liderança da chave. O principal resultado foi o 4 a 2 sobre o Santa Fe em plena Bogotá. 

Na segunda fase, o sorteio colocou o Independiente frente a São Paulo e Barcelona de Guayaquil. Sua estreia foi no Equador, empatando por 1 a 1. Na sequência, vitória por 1 a 0 sobre os equatorianos em Avellaneda. No Brasil, a equipe roja perdeu sua primeira na competição, levando 1 a 0 do São Paulo. A disputa da vaga na final ficou mesmo entre os dois, na Doble Visera, na última rodada. E com vitória por 2 a 0 o clube argentino voltou à decisão depois de sete anos.

Seu adversário foi uma surpresa. Vindo do Peru, o Universitario derrubou simplesmente Nacional e Peñarol na semifinal. A partida de ida aconteceu no Estádio Nacional de Lima, e o Independiente soube segurar a pressão, levando para casa um empate sem gols.

A volta foi em Avellaneda, na Doble Visera. O placar foi aberto aos seis minutos do primeiro tempo, com Eduardo Maglioni. O segundo gol veio aos 16 da etapa complementar, novamente com Maglioni. O Universitario chegou a reagir aos 34 minutos, com Percy Rojas, mas a história já apontava para o Independiente, que venceu por 2 a 1, ficou com o tri da Libertadores e deu início a uma sequência de quatro taças jamais igualada.

A campanha do Independiente:
12 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 19 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Polônia Campeã Olímpica 1972

Chegam os anos 70, e junto com a nova década a Olimpíada entra em uma nova fase. A tecnologia começa torna-se cada vez mais um aliado, tanto no auxílio às modalidades quanto nas transmissões televisivas. Os Jogos de 1972, em Munique, eram para ter sido um símbolo de uma nova Alemanha, cada vez mais afastada de seu passado totalitarista.

Mas as competições são lembradas até hoje pelo medo, depois do atentado à delegação de Israel na Vila Olímpica. Orquestrado pelo grupo terrorista Setembro Negro, o ataque matou 17 pessoas, dentre eles seis treinadores e cinco atletas israelenses. Depois desse episódio, a segurança redobrou nas instalações olímpicas, tanto na cidade alemã quanto nas futuras edições, mudando para sempre o trato entre público, atletas e organização.

No futebol, o Torneio Olímpico mudou mais uma vez o regulamento. O mata-mata foi substituído pela segunda fase, onde os oito classificados da primeira seriam divididos em mais dois grupos, com líderes avançando rumo ao ouro e a prata, e vice indo para disputar o bronze. O que não mudou foi o domínio do Leste Europeu.

Uma nova força crescia por aqueles lados: a Polônia, frenteada por Kazimierz Deyna e Robert Gadocha, e com um jovem Grzegorz Lato no banco de reservas. No grupo D, estreou goleando a Colômbia por 5 a 1. Na sequência, aplicou 4 a 0 em Gana. Na rodada final, disputou a liderança com a Alemanha Oriental, vencendo-a por 2 a 1 e terminando com 6 pontos.

Na segunda fase, o time polaco ficou no grupo 2. Seu primeiro adversário foi a Dinamarca, com a qual empatou por 1 a 1. Contra a União Soviética, uma inesquecível vitória por 2 a 1, de virada. Precisando vencer de novo para ir à final, a Polônia derrotou o Marrocos por 5 a 0, encerrando outra vez no primeiro, com cinco pontos.

O bronze foi definido entre soviéticos e alemães-orientais, que empataram por 2 a 2 e dividiram a medalha. Pelo ouro, os poloneses enfrentaram a Hungria, no Estádio Olímpico de Munique. A Polônia conquistou seu único título vencendo por 2 a 1, novamente de virada. Ambos os gols foram marcados por Deyna, aos dois e aos 23 minutos do segundo tempo.

A campanha da Polônia:
7 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 21 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Peter Robinson/PA Images

Alemanha Campeã da Eurocopa 1972

Os anos 70 começam, e o futebol presencia o surgimento de uma história duradoura nas competições de seleções, que é a da Alemanha com a Eurocopa. O mapa-múndi era diferente naquela época, e o país era dividido em dois: Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental. Os melhores clubes e jogadores estavam na sua maioria localizados no lado capitalista, e foram eles quem assumiram o protagonismo na competição continental, em natural continuidade aos grandes trabalhos que já eram vistos nas Copas do Mundo.

Fora das duas primeiras edições, o time alemão estreou em Eurocopas somente na terceira, mas não chegou na fase final. Só na disputa de 1972 que a Alemanha conseguiria passar para as decisões. Nas eliminatórias, liderou o grupo 8 com boa folga. Enfrentando Polônia, Turquia e Albânia, venceu quatro jogos e empatou dois, somou dez pontos e obteve a vaga nas quartas de final.

Nesta etapa, o adversário foi a Inglaterra. Na ida em Londres, no antigo Wembley, vitória categórica dos alemães por 3 a 1, vingando-se em definitivo da derrota na final do Mundial seis anos antes. A volta foi em Berlim Ocidental, no Olímpico, e o empate por 0 a 0 garantiu a Nationalelf nas decisões, que ficaram sediadas na Bélgica. A semifinal foi justamente contra a dona da casa, na Antuérpia. Só que a força da torcida local no Bosuilstadion não compensou em campo, e a Alemanha foi à final ao vencer por 2 a 1.

Na decisão em Bruxelas, o time alemão encarou a União Soviética, única seleção com 100% de presença nas fases finais de Eurocopa. Mas a Alemanha aparecia com uma geração de atletas no auge, capitaneada por Franz Beckenbauer. A partida foi no Estádio de Heysel, e com quase nenhuma dificuldade os germânicos aplicaram 3 a 0 nos russos. Gerd Müller abriu o placar aos 27 minutos do primeiro tempo. Aos sete do segundo tempo, Herbert Wimmer ampliou. E aos 13, Müller fechou a conta, dando o primeiro de três títulos europeus à Alemanha. Não apenas isso: a partir da edição de 1972, a seleção alemã não deixou de participar nenhuma vez, emendando 13 participações até a disputa atrasada de 2020.

A campanha da Alemanha:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/DFB

Ajax Campeão Mundial 1972

Embora meio esvaziado com a ausência do campeão europeu, o Mundial de 1971 fez tanto sucesso quanto os anteriores. Mais do que isso, a calma e a disputa exclusiva na bola ajudou a dar sobrevivência ao torneio. E a soma destes fatores levou ao Ajax repensar seu auto-veto em 1972.

Dito e feito: em 31 de maio, o time holandês derrotou por 2 a 0 a Internazionale na final da Copa dos Campeões e confirmou presença na Copa Intercontinental. Uma semana antes, na Libertadores, o Independiente chegava ao tricampeonato ao bater o peruano Universitario na decisão, com 0 a 0 na ida e 2 a 1 na volta. Nem mesmo o fato de um clube argentino ser o adversário diminuiu o receio do Ajax em atravessar o Oceano Atlântico. As confusões de Racing e Estudiantes ainda estavam vivas na memória de todos, mas aparentemente superadas.

A presença do Ajax no Mundial também trazia algo mais. A equipe era dona do melhor futebol praticado no momento. Comandada pelo técnico romeno Stefan Kovács e com Cruyff, Neeskens, Krol e mais dois terços da seleção da Holanda no time-base, colocava em jogo o conceito que ficou conhecido como "Carrossel", que chegaria no seu auge durante a Copa do Mundo de 1974: nenhum jogador de linha com posição fixa, posse de bola total e marcação feita por zona, diminuindo os espaços do oponente.

O Mundial teve início em 6 de setembro, na Doble Visera de Avellaneda. Diante de 60 mil argentinos, o Ajax sentiu a longa viagem. Além disto, os atletas do Independiente não aliviaram em campo. Caçado, Cryuff foi substituído aos 30 minutos do primeiro tempo. Antes das dores e hematomas, o craque abriu o placar aos cinco minutos. Na raça e com certa dose de violência, o time argentino em 1 a 1 aos 36 do segundo tempo com Francisco Sá. A rispidez sul-americana neste jogo não chegou nem perto da que houve entre 1967 e 1969, mas levou ao Ajax firmar um pacto, de vencer a competição na bola e - se necessário - no braço.

Em 28 de setembro, o Olímpico de Amsterdã sediou a segunda partida do Mundial. Não foi preciso o braço para a vitória, pois agora era o Independiente quem sentia a viagem. Neeskens fez 1 a 0 aos holandeses logo aos 12 minutos de jogo, e logo em seguida os argentinos caíram no carrossel. Sem forças para nada, restava esperar algum erro do Ajax. Mas isto não aconteceu. Posto em campo aos 16 do segundo tempo, Johnny Rep deitou e rolou na zaga cansada. Ele ampliou o placar aos 20 minutos, e finalizou os 3 a 0 aos 35. E confirmando a lógica, os "Filhos dos Deuses" comemoraram o primeiro Mundial na frente de mais de 45 mil torcedores.

Título ganho, confiança perdida: o Ajax não gostou da postura violenta do Independiente na partida da Argentina e, mesmo campeão, voltou a prometer que não retornaria mais a um Mundial.


Foto Arquivo/Ajax

Sampaio Corrêa Campeão Brasileiro Série B 1972

O Brasileiro da Série B teve sua continuidade no ano de 1972, mas com várias mudanças. Começando pelo nome, que foi "corrigido" para Campeonato Nacional da Segunda Divisão. O número de 23 participantes até continuou igual, mas o número de grupos diminuiu para quatro.

E somente equipes do Nordeste do Brasil marcaram presença no torneio. Uma regra que permaneceu foi a do não acesso e descenso. Em campo, o Sampaio Corrêa havia acabado de quebrar sete anos de jejum no Maranhense, e entrava como favorito ao título.

A Bolívia Querida ficou no grupo 1, que contou com seis times. Passados dois turnos, o clube se classificou na liderança com 13 pontos em dez rodadas, sendo cinco vitórias, três empates e duas derrotas. De cada grupo, duas equipes passavam de fase, e ao lado do Sampaio o Tiradentes do Piauí garantiu a outra vaga do grupo. Na segunda fase, os oito classificados se separaram em outros dois grupos.

O Tubarão ficou no grupo 1, e enfrentou novamente o Tiradentes-PI, além do Itabaiana e o Atlético Alagoinhas da Bahia. A briga foi ferrenha com o time piauiense, os dois fizeram seis pontos nos seis jogos, venceram três e perderam o resto, e marcaram seis gols. Mas o Sampaio Corrêa sofreu três gols, enquanto o Tiradentes levou quatro. Assim, o time maranhense se classificou para a final. Do outro grupo, saiu o Campinense.

A final estava marcada para ser em jogo único, e um sorteio definiu o mando de campo. Deu Sampaio, e a partida foi no Nhozinho Santos, em São Luís. O jogo foi um teste de cardíaco para o torcedor boliviano, que viu seu time sair atrás no placar e conseguir o empate somente aos 44 minutos do segundo tempo, com o atacante Pelezinho.

Com o resultado de 1 a 1, a partida foi para a prorrogação e não houve gols nesse tempo extra. A solução foi decidir tudo nos pênaltis, que ocorreu de maneira diferente da tradicional. Um mesmo jogador faria as cinco cobranças da sua equipe.

O zagueiro Neguinho acertou todas para o Sampaio Corrêa, enquanto Ivan Lopes errou uma para o Campinense. Por 5 a 4, o Tubarão se sagrou campeão brasileiro da Série B pela única vez. Para o ano seguinte, a CBD uniu primeira e segunda divisões em uma competição só. A Segundona então foi extinta, retornando à atividade somente no ano de 1980.

A campanha do Sampaio Corrêa:
17 jogos | 7 vitórias | 3 empates | 7 derrotas | 19 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto Arquivo/Sampaio Corrêa

Palmeiras Campeão Brasileiro 1972

O processo de inchaço do Campeonato Nacional continuou a crescer o número de equipes. Em 1972, os participantes aumentaram para 26, seis a mais que no ano anterior. Na política que o Brasil vivia na época, a grande preocupação da CBD era em contemplar o maior número possível de estados e regiões. Essas 26 equipes se enfrentaram em 25 rodadas, mas foram divididas em quatro grupos com seis e sete times casa. Dono de quatro taças até então, o Palmeiras ficou no grupo B ímpar.

Ao final da fase, o Verdão terminou na liderança e com a melhor campanha, fazendo 36 pontos, com 14 vitórias, oito empates e três derrotas. Desse grupo, também avançaram Coritiba, Cruzeiro e Flamengo. Com um calendário apertadíssimo, a segunda fase foi curta. Os 16 classificados foram divididos em quatro grupos, se enfrentando em apenas três rodadas.

No grupo 2 com São Paulo, Coritiba e America-RJ, o Alviverde estreou perdendo por 2 a 0 no clássico paulista, mas se recuperando com vitórias por 3 a 1 sobre o America-RJ e 3 a 0 sobre o Coritiba. Esses gols ajudaram o Palmeiras a superar o São Paulo e se classificar para a semifinal no número de gols pró (6 a 4), pois ambos fizeram quatro pontos no grupo.

Ainda com a melhor campanha, o Palmeiras recebeu o Internacional no Pacaembu na partida única da semifinal. Saiu perdendo, mas buscou o empate em 1 a 1 que lhe classificava para a final. Na outra chave, o Botafogo derrotou o Corinthians.

A grande final foi um jogo único a dois dias do Natal de 1972. No Morumbi, o Palmeiras recebeu o Botafogo jogando outra vez por empate. O time carioca precisava de gols, mas a bola não quis entrar em nenhuma rede. Com 0 a 0 no placar, o Palmeiras comemorou o primeiro título no Campeonato Nacional, e o seu quinto título brasileiro.

A campanha do Palmeiras:
30 jogos | 16 vitórias | 10 empates | 4 derrotas | 46 gols marcados | 19 gols sofridos


Foto Arquivo/Palmeiras