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Vasco Campeão Sul-Americano 1948

Nas primeiras décadas de existência do futebol, a posição de entidades como UEFA, Conmebol e FIFA era de organizar somente competições de seleções, deixando os torneios de clubes nas mãos de clubes e federações. Em 1948, o clube chileno Colo Colo teve a ideia de reunir a melhor equipe de cada país da América do Sul em uma competição em Santiago.

O torneio saiu do papel com o apoio de Luiz Valenzuela, presidente da Conmebol na época, e os oito filiados da entidade no momento deveriam indicar os campeões nacionais. Colômbia e Venezuela ainda não faziam parte da instituição, o Paraguai não indicou representante, o Peru indicou o vice nacional, e a Bolívia e o Equador indicaram, respectivamente, o campeões citadinos de La Paz e Guayaquil, pois os países não possuíam competição nacional e estas eram as maiores cidades.

O Brasil também não possuía uma competição nacional, a não ser pelo Campeonato Brasileiro de Seleções. O Distrito Federal/Guanabara (Rio de Janeiro) era o Estado campeão, e assim o Vasco campeão carioca foi indicado.

O torneio teve elementos em comum com a primeira edição da Libertadores, disputada apenas em 1960: sete países sul-americanos, cada um representado por seu melhor clube. O objetivo do Colo Colo era fazer um torneio que indicasse o campeão sul-americano, conforme o nome oficial do torneio em espanhol, "Campeonato Sudamericano de Campeones", que era bastante semelhante ao nome original da Libertadores até 1965: "Copa de Campeones de América".

Na época, o Vasco fora tratado como campeão da América, embora não houvesse posição oficial da Conmebol. Mas o critério de convites e as bases do torneio de 1948, juntamente com a concepção das Copas Rio de 1951 e 1952 serviram de embrião para a criação das competições continentais que existem até hoje, a Liga dos Campeões da Europa (desde 1955/56) e a Copa Libertadores (desde 1960). O Torneio Sul-Americano passou a ser tratado como precursor da Libertadores, e em 1996 a conquista do Vasco recebeu o reconhecimento da Conmebol e da FIFA como oficial.

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O Vasco foi convidado para o Torneio Sul-Americano de 1948 a partir do critério empregado pela CBD. Não existia uma competição nacional de clubes. Os Estados formavam seleções e disputavam uma espécie de Campeonato Brasileiro. Em 1947 o vencedor foi o Estado do Distrito Federal, que se mais tarde mudaria de nome para Guanabara, e mais tarde ainda se uniria com o Rio de Janeiro. Assim, o campeão carioca daquele ano foi definido como o representante brasileiro na competição.

Foram sete times no torneio, jogando todos contra todos em turno único, com todas as partidas senso disputadas no Estádio Nacional. O Vasco já era conhecido como o Expresso da Vitória e, comandado pelo técnico Flávio Costa, entrou como um dos favoritos. A estreia do Cruz-maltino foi contra o Litoral da Bolívia, e com vitória tranquila por 2 a 1. O resultado do segundo jogo foi ainda maior, goleada de 4 a 1 sobre o Nacional do Uruguai.

O terceiro confronto foi contra o Deportivo Municipal do Peru, e contou com outra goleada por 4 a 0. Na quarta partida as coisas foram mais apertadas, mas o Vasco superou o Emelec do Equador por 1 a 0. Líder do torneio, o time da Colina enfrentou a pressão da torcida contra o Colo Colo, e se saiu bem ao empatar em 1 a 1.

A última rodada reuniu os únicos times com chances de ser campeão. Vasco e River Plate tinham as melhores equipes da competição, dois esquadrões. O Cruz-maltino dependia somente de si, enquanto os argentinos precisavam vencer. Como toda rivalidade Brasil x Argentina pede, o jogo foi tenso, de muita marcação e faltas.

O Vasco soube aguentar a catimba do River Plate e manteve o 0 a 0 no placar. Dessa maneira, o time de Barbosa, Ademir de Menezes, Friaça, Augusto e Danilo se tornou o campeão dos campeões, o primeiro da América do Sul. Precursor do continente com o devido reconhecimento.

A campanha do Vasco:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/Vasco

Suécia Campeã Olímpica 1948

As tensões políticas e o totalitarismo aumentavam a cada dia na segunda metade dos anos 30. Os Jogos Olímpicos de 1936 já tiveram um forte reflexo disso, com a Alemanha Nazista sediando o evento e a Itália Fascista vencendo no futebol. Para 1940, tudo estava sendo preparado para que Tóquio fosse a cidade anfitriã, mas em setembro de 1939, o exército alemão invadiu a Polônia e deflagrou o início da Segunda Guerra Mundial. Os japoneses faziam parte das Potências do Eixo, juntamente com Alemanha e Itália, e o COI incialmente transferiu as Olimpíadas para Helsinque, na Finlândia. Mas o conflito espalhou-se rapidamente pela Europa, e as competições foram canceladas de vez.

A guerra durou até 1945, afetando também os Jogos Olímpicos de 1944. O retorno só aconteceu em 1948, com Londres sediando o evento pela segunda vez. O regulamento do torneio de futebol foi mantido, e 18 seleções confirmaram participação. Alemanha e Japão estiveram ausentes, cumprindo suspensão devido ao fato de serem os principais causadores do conflito armado. A Itália foi poupada e pôde defender seu título. Entre as novidades, Coreia do Sul, Índia e República da China fizeram o contingente asiático.

Nessa época, o profissionalismo já superava o amadorismo na maioria dos participantes da competição. Um dos poucos que ainda mantinha-se "jogando por amor" era a Suécia, que logo despontou com a favorita ao ouro, pois utilizava sua seleção principal. A estreia foi nas oitavas de final, derrotado a Áustria por 3 a 0. Nas quartas, os suecos não tiveram pena da Coreia do Sul, goleando-a por 12 a 0. Na semifinal, foi a vez de derrotar a Dinamarca por 4 a 2. Na outra chave, a Iugoslávia eliminava a Grã-Bretanha. Na disputa pelo bronze, dinamarqueses fizeram 5 a 3 nos britânicos.

O ouro ficaria mesmo entre suecos e iugoslavos, ambos com força máxima. A partida foi disputa no antigo Wembley, e a Suécia não encontrou muitos problemas para conseguir a vitória. Gunnar Gren abriu o placar aos 24 minutos do primeiro tempo. Aos 42, Stjepan Bobek empatou, mas o destino apontava à Escandinávia. Gunnar Nordahl desempatou aos três do segundo e Gren fez 3 a 1 aos 22. O resultado confirmou o único título sueco até a atualidade.

A campanha da Suécia:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/SVFF