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Estudiantes Campeão da Libertadores 2009

Das derrotas que doem e das vitórias que lavam a alma, a final da Libertadores de 2009 é, sem dúvidas, uma das mais lembradas. De um lado, uma quebra de 39 anos de fila. Do outro, uma virada dentro de casa. Assim se resume o tetracampeonato do Estudiantes. E o vice do Cruzeiro.

O caminho do clube pincharrata teve início antes da fase de grupos. Foi contra o Sporting Cristal, na preliminar (ou pré-Libertadores). E quase que acabou ali mesmo, pois os argentinos perderam na ida por 2 a 1, no Peru. Na volta, em La Plata, vitória por 1 a 0 e classificação pelo gol fora de casa.

No grupo 5, os adversários foram Deportivo Quito, Universitario de Sucre e... Cruzeiro! A estreia argentina foi contra os mineiros, com derrota por 3 a 0 em Belo Horizonte. Os argentinos se recuperaram a tempo, golearam os brasileiros por 4 a 0 em casa, na quarta rodada, e beliscaram o segundo lugar na última partida, ao empatarem sem gols com o Sucre, na Bolívia.

Com dez pontos e três vitórias, o Estudiantes chegou nas oitavas de final, que acabaram sem os mexicanos Chivas Guadalajara e San Luís. A pandemia de Gripe H1N1 teve início no México, em 2009, e os clubes retiraram-se ao não toparem fazer jogos únicos fora do país.

O pincharrata seguiu a vida e eliminou o Libertad com 3 a 0 em casa e 0 a 0 fora. Nas quartas, passou pelo Defensor com duas vitórias por 1 a 0, em Montevidéu e La Plata. Na semifinal, derrubou outro uruguaio, o Nacional, com 1 a 0 em casa e 2 a 1 fora.

O reencontro com o Cruzeiro deu-se após os mineiros baterem Universidad de Chile, São Paulo e Grêmio. A ida foi no Ciudad de La Plata, e terminou 0 a 0. A volta aconteceu no Mineirão, em Belo Horizonte, e o Estudiantes saiu perdendo aos sete minutos do segundo tempo. Tudo perdido? Não, pois Gastón Fernández empatou aos 12 e Mauro Boselli virou para 2 a 1 aos 27. O destino do título reencontrou a trilha de quatro décadas.

A campanha do Estudiantes:
16 jogos | 10 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 21 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images

Estudiantes Campeão da Libertadores 1970

A Libertadores vira a década e entra no ano de 1970 ainda em desacerto com o Brasil. Pelo segundo ano seguido, e pelo terceiro em cinco temporadas, o país não indicou representantes. Outra vez a CBD preferiu priorizar a preparação da seleção para a Copa do Mundo. De forma que, com o retorno dos argentinos desde a fase de grupos, 19 times participaram da edição.

Dono das duas últimas taça e imbatível atuando dentro de seu estádio, o Estudiantes entrou novamente na semifinal e aguardou o desenrolar das partidas. A primeira fase foi composta por quatro grupos, sendo um de seis equipes e três de quatro.

Naturalmente, as melhores campanhas vieram da chave hexagonal, com as classificações de Guaraní do Paraguai e Universidad de Chile. Mas no aproveitamento, Boca Juniors e Peñarol também fizeram bonito em primeiro de seus grupos.

Os oito classificados seguiram à segunda fase, onde jogaram divididos em mais três chaves. Cada líder avançou até a semifinal, onde enfim encontraram-se com os pincharratas. E o confronto de abertura da campanha do tricampeonato do Estudiantes começou de forma caseira, contra o River Plate. Com duas vitórias -  1 a 0 em Buenos Aires e 3 a 1 em La Plata -, os então campeões rumaram à terceira decisão consecutiva.

O adversário na final foi o Peñarol, que sofreu para bater a Universidad de Chile na fase anterior. O jogo de ida foi disputado no Jorge Luis Hirschi, e o Estudiantes abriu vantagem com simples 1 a 0, gol marcado pelo zagueiro Néstor Togneri aos 43 minutos do segundo tempo.

A volta aconteceu no Estádio Centenario, em Montevidéu, e o time pincharrata precisou enfrentar uma enorme pressão. Mas os jogadores conseguiram segurar o 0 a 0 em solo uruguaio e ficaram com a terceira Libertadores nas mãos. Até ali, um feito inalcançável pelos outros.

A campanha do Estudiantes:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/El Gráfico

Estudiantes Campeão da Libertadores 1969

A Libertadores de 1969 teve um aspecto marcante, que nunca se repetiu e dificilmente se repetirá na história. A edição do torneio foi a única que não teve nenhum representante indicado do Brasil e da Argentina. O primeiro porque a Taça Brasil ficou travada nos tribunais e o segundo porque campeão e vice do Nacional desistiram da participação. De forma que, o único time argentino na disputa foi o Estudiantes, que defendeu seu título e entrou diretamente na semifinal.

Até chegar nesse estágio, as outras 16 equipes participantes atuaram divididas em quatro grupos. A primeira fase não teve grandes destaques, com Peñarol e Cerro Porteño fazendo as melhores campanhas em suas chaves.

A curiosidade ficou na conta do grupo com chilenos e peruanos, em que todos os times marcaram seis pontos, e - já não havia critérios de desempate - duas rodadas extras além das seis normais foram necessárias para apontar os classificados, Universidad Católica e Santiago Wanderers. 

Na segunda fase, os oito sobreviventes jogaram em mais três chaves, avançando o líder de cada para a semfinal. A estreia do Estudiantes foi exatamente contra a Católica, cansada das partidas a mais. Logo na ida, em Santiago, vitória por 3 a 1 encaminhou a classificação pincharrata. Outro 3 a 1, desta vez no Jorge Luis Hirschi selou a vaga na final.

Do outro lado, o Nacional do Uruguai passou pelo rival Peñarol e também chegou na decisão. O primeiro jogo aconteceu no Centenario, em Montevidéu. Eduardo Flores deu início ao bicampeonato ao fazer o gol da vitória aos 21 minutos do segundo tempo. Com o 1 a 0 de frente, o empate já bastava ao Estudiantes para fazer outra festa em La Plata.

Mas o segundo título da Libertadores veio com outra vitória, agora por 2 a 0, gols de Flores aos 32 e de Marcos Conigliaro aos 38 do primeiro tempo. Nunca houve, e jamais haveria, outro campeão da América com 100% de aproveitamento.

A campanha do Estudiantes:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Estudiantes Campeão da Libertadores 1968

O início da dinastia do Estudiantes na Libertadores, em 1968, é uma história digna de filme: um time pequeno, localizado fora da região da capital federal da Argentina e que jamais havia tido um título profissional de primeira divisão até 1967, quando levou a taça do Metropolitano.

A glória conduziu o clube ao Nacional daquele mesmo ano, onde foi vice e obteve a vaga de estreante na competição sul-americana, que contou com 21 equipes, sendo 20 delas divididas em cinco grupos na primeira fase.

Com um futebol caracterizado pela máxima "defender primeiro, atacar, depois" e por supostas práticas que adentraram ao folclore da época, como a de zagueiros e volantes atuarem com agulhas escondidas nas mãos para espetarem os atacantes adversários, o plantel comandado por Osvaldo Zubeldía ficou no grupo 1, junto de Independiente e os colombianos Deportivo Cali e Millonarios. Em seis jogos, os pincharratas venceram cinco e empataram um, classificando-se na liderança com 11 pontos.

Na segunda fase, os dez líderes e vices foram reorganizados em três chaves. O Estudiantes voltou a ficar no grupo 1 e a enfrentar o Independiente, desta vez com a companhia do Universitario, do Peru. Com três vitórias em quatro partidas, o clube de La Plata marcou seis pontos e conseguiu um lugar na semifinal, onde já estava o então campeão da América, o Racing. Depois de fazerem 3 a 0 na ida em casa, levarem 2 a 0 na volta fora e segurarem o 1 a 1 no jogo extra, os platenses chegaram à final.

O oponente do Estudiantes na primeira decisão de Libertadores foi o Palmeiras, que havia eliminado o Peñarol. O primeiro jogo ocorreu no mítico Jorge Luis Hirschi, em La Plata, com vitória sofrida por 2 a 1, de virada no fim - gols de Juan Ramón Verón e Eduardo Flores.

A segunda partida foi no Pacaembu, em São Paulo, mas a derrota por 3 a 1 forçou o desempate. E no Centenario, em Montevidéu, Felipe Ribaudo e Verón marcaram os tentos do 2 a 0 que abriu a porteira do tri pincharrata.

A campanha do Estudiantes:
16 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 25 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Estudiantes Campeão Mundial 1968

Argentinos e britânicos sempre são lembrados na história pela Guerra das Malvinas, em 1982. Mas 15 anos antes, eles já batalhavam ferozmente nos campos de futebol. O Mundial entre Racing e Celtic, em 1967, foi a primeira prova da influência da violência na disputa. Para 1968, Argentina e Reino Unido ficaram frente a frente de novo. Tentando evitar os incidentes de um ano antes, UEFA e Conmebol decidiram pela inclusão do saldo de gols como critério de desempate, antes do jogo extra.

A Copa Europeia saiu da Escócia e foi para a Inglaterra pelas mãos do Manchester United, que na decisão bateu o Benfica por 4 a 1. A Libertadores foi vencida pelo Estudiantes - até então um pequeno clube da cidade de La Plata -, sobre o Palmeiras na final: vitória por 2 a 1 na ida, derrota por 3 a 1 na volta, e vitória por 2 a 0 no desempate. Na teoria, o gigante United de Bobby Charlton, George Best e Matt Busby tinha tudo para ser campeão da Copa Intercontinental com sobras, mas o que se viu na prática foi nova demonstração de união entre os argentinos. Em muitos sentidos.

O primeiro jogo  foi no dia 25 de setembro, em La Bombonera de Buenos Aires. Lá, os ingleses tiveram que encarar a hostilidade de 11 Pincharratas e mais 66 mil torcedores. Antes mesmo de a bola rolar, uma bomba explodiu dentro do campo. Durante o jogo, o Estudiantes também não aliviou, apelando até mesmo para socos. Principalmente contra o atacante Stiles, expulso quando revidou uma das ações aos 34 minutos do segundo tempo. Bem antes, aos 27 da primeira etapa, Conigliaro marcou o gol da vitória argentina. Ao United, restou se defender de tudo e todos. O técnico Busby chegou a declarar que "segurar a bola na frente colocava em perigo a vida dos seus jogadores".

A volta aconteceu em 16 de outubro, no Old Trafford, em Manchester. Agora em casa e com mais de 63 mil torcedores a favor, o United entrou disposto a mudar completamente a história. Os Red Devils tomaram conta do ataque desde os primeiros minutos, mas não cuidaram da defesa. Logo aos seis minutos, Juan Ramón Verón (o pai), de cabeça, abriu o placar ao Estudiantes e calou o estádio. No gol argentino, Poletti segurou a pressão inglesa com várias defesas.

Precisando de três gols, o United passou a ficar nervoso. Aos 44 do segundo tempo, Best deu um murro em Medina e os dois foram expulsos. E a torcida, em revolta, atirou moedas contra o argentino. Aos 45, o United empatou com Morgan, mas o 1 a 1 era insuficiente para tirar o título do Estudiantes, que não pode dar volta olímpica por conta dos muitos objetos que a torcida insistia em atirar nos atletas. Apesar de tudo, o time pincharrata surpreendia o mundo, e ali deixava de vez a fama de clube pequeno.


Foto Arquivo/El Grafico