Os Emirados Árabes foram muito bem na organização de seu segundo Mundial de Clubes. Para a segunda edição, pouca gente ainda sentia falta do Japão. Mas o que quase ninguém poderia imaginar é que, pela primeira vez em 50 anos, a decisão não seria entre Europa e América do Sul.
Na Liga dos Campeões, a Internazionale quebrou 45 anos de fila ao derrotar o Bayern de Munique na final e se tornar tricampeã europeia. O clube milanista chegaria naturalmente ao Oriente Médio para enfrentar o campeão da Libertadores na decisão, o Internacional, que havia sido bicampeão ao superar o Chivas Guadalajara.
O encontro dos “xarás” não aconteceria. Enquanto isso, confirmavam-se os outros participantes: Al-Wahda, pelo campeonato local; Pachuca, pela Concacaf; Seongnam Ilhwa, pela Ásia; e Hekari United, pela Oceania. Mas faltava um protagonista, responsável pela primeira grande zebra em Mundiais: o Mazembe, da República Democrática do Congo, tetracampeão da Liga dos Campeões da África após derrotar o Espérance Tunis por 5 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.
A competição começou com Al-Wahda e Hekari, e os donos da casa não tiveram problemas para fazer 3 a 0 no clube da Papua-Nova Guiné. Nas quartas de final, os sul-coreanos do Seongnam fizeram 4 a 1 no anfitrião, e o Mazembe aprontou pela primeira vez ao ganhar por 1 a 0 do Pachuca.
A história do Mundial aconteceu na semifinal. O Internacional era amplo favorito contra os congoleses, mas Patou Kabangu e Alain Kaluyituka acabaram com a lógica no segundo tempo, fazendo 2 a 0 nos brasileiros. Na outra semi, em 15 de dezembro, a Internazionale enfrentou o Seongnam e venceu por 3 a 0, com gols de Dejan Stankovic, Javier Zanetti e Diego Milito. Aos colorados restou o terceiro lugar, com vitória por 4 a 2 sobre os sul-coreanos. A quinta posição ficou com o Pachuca, que bateu o Al-Wahda nos pênaltis.
Mazembe e Internazionale se enfrentaram na final, em 18 de dezembro, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Os africanos arriscaram 16 chutes contra 9 da Inter, mas o placar mudou rapidamente: aos 13 minutos, Goran Pandev abriu o placar; aos 17, Samuel Eto’o ampliou; e aos 40 do segundo tempo, o reserva Jonathan Biabiany fechou em 3 a 0. No fim das contas, foi um tricampeonato mundial facilitado pelas circunstâncias. Mas a grande curiosidade da decisão estava na própria equipe milanista: nenhum italiano pisou no gramado durante o jogo. Ou melhor, teve um, o brasileiro naturalizado Thiago Motta.

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