A Eurocopa já virou mania. Todos os países do Velho Continente queriam estar entre os quatro melhores. O alto interesse das seleções levou a UEFA a tomar uma atitude de longo prazo: a edição de 1976 seria a última a contar com só quatro times na fase final. Para 1980 a programação passaria a ter oito equipes, sendo uma a sede pré-definida. Mas ainda faltavam quatro anos para esse avanço.
A última disputa dos anos 70 teve uma surpresa levando o título. Foi a Tchecoslováquia, jamais campeã e que só havia chegado nas cabeças em sua estreia, 16 anos antes. Fora da Copa do Mundo em 1974 e vice-lanterna em 1970, a seleção do Leste Europeu não era a principal aposta dos torcedores. Mas o quadro começou a ser revertido nas eliminatórias. No grupo 1, superou por poucos pontos Inglaterra e Portugal. Foram nove pontos contra oito dos ingleses e sete dos portugueses. Ainda teve na chave o zerado Chipre.
Embalados, os tchecos eliminaram nas quartas de final a União Soviética, vencendo por 2 a 0 a ida em Bratislava e empatando por 2 a 2 a volta em Kiev. Além da Tchecoslováquia, classificaram-se para a Eurocopa a Iugoslávia - escolhida como anfitriã -, Alemanha Ocidental e Holanda. Na semifinal em Zagreb, o time tcheco bateu o holandês por 3 a 1, na prorrogação.
A Alemanha foi a adversária na final, jogada no Estádio Red Star, em Belgrado. Com o respeito de todos adquirido, a Tchecoslováquia abriu dois gols de vantagem, com Ján Svehlík aos oito minutos do primeiro tempo, e com Karol Dobias aos 25. Mas os alemães buscaram o empate, descontado aos logo aos 28 e marcando outro aos 44 do segundo tempo. A prorrogação seguiu em 2 a 2, e a decisão ficou para os pênaltis, critério de desempate que ali estreava.
Até a quarta cobrança tcheca, todos converteram. Uli Hoeness errou o penúltimo pênalti da Alemanha, deixando o caminho livre à Tchecoslováquia. Antonín Panenka foi o responsável por fazer 5 a 3, dando o título histórico aos tchecos com uma cobrança nunca antes vista. Ele chutou a bola com pouca força, levantando ela em gancho no meio do gol, enganando o goleiro. A batida foi tão inédita que ficou apelidada com o seu sobrenome. No Brasil, ela ganhou outro nome: "cavadinha".
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