A parte final da década de 80 foi marcada por alguns fatos que afetariam também o futebol. Um ano antes da queda do Muro de Berlim, em 1988, a Alemanha Ocidental sediava a oitava edição da Eurocopa. Entre os oito participantes dela, somente uma força vinda do lado socialista do mundo, a União Soviética, que ali viveria seu último grande momento como seleção. E uma ausência notável, esta do ocidente mesmo: a França, que falhou nas eliminatórias e não conseguiu defender seu título.
A taça ficou com um time que vinha ensaiando há quase 15 anos. Assim como na Copa do Mundo de 1974, a Holanda ressurgia em gramados alemães com uma geração no auge, agora liderada por Ruud Gullit, Marco Van Basten e Frank Rijkaard. Eles queriam um desfecho diferente de seus antecessores, e conseguiram. Antes foi preciso passar pelas eliminatórias, e o fizeram sem dificuldades contra Grécia, Hungria, Polônia e Chipre.
Já no grupo B da primeira fase, a estreia não foi boa contra a União Soviética, perdendo por 1 a 0. A recuperação foi tranquila nas partidas seguintes, ao vencer a Inglaterra por 3 a 1 - com hat-trick de Van Basten - e a Irlanda por 1 a 0. Com quatro pontos, a Laranja avançou na vice-liderança, ficando atrás dos russos.
A adversária da semifinal foi a Alemanha, revivendo as memórias da final mundialista de 14 anos antes. E tal qual aconteceu naquela decisão, o vencedor fez 2 a 1 de virada. A única diferença foram os vencedores, agora sendo os holandeses, que marcaram com Ronald Koeman e Van Basten, a 16 e dois minutos do fim, respectivamente.
A final foi marcada para acontecer no Olímpico de Munique, e reuniu Holanda e União Soviética, que passou pela Itália. Era o reencontro da estreia das seleções, e nada do que ocorreu 13 dias antes seria visto. A Laranja estava em alta e soube corrigir o que deu errado anteriormente. A equipe treinada por Rinus Michels abriu o placar aos 32 minutos do primeiro tempo, com uma cabeçada do capitão Gullit. Aos nove do segundo tempo, Van Basten fez 2 a 0 em um gols mais lindos já vistos, acertando um sem-pulo, quase sem ângulo, da direita da grande área no lado oposto do goleiro Rinat Dasayev. O resultado garantia, enfim, o título que a Holanda tanto perseguiu em duas décadas.
A campanha da Holanda:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 9 gols marcados | 3 gols sofridos
Foto Pro Shots
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