Por muito pouco, o Mundial de Clubes de 2022 não foi o último de uma era. Dois anos após a pandemia de covid-19 suspender a ideia da competição quadrienal com 24 times, a FIFA retomou o projeto reformulado, agora previsto para 2025 e com 32 equipes. Ainda assim, o formato ficou com os dias contados.
As incertezas eram tantas que nem mesmo a entidade parecia ter clareza sobre o futuro do torneio. Prova disso é que a edição de 2022 foi organizada às pressas: o Marrocos foi confirmado como sede apenas dois meses antes do pontapé inicial, retornando ao papel de anfitrião após oito anos. A instabilidade também ficou evidente no desaparecimento de patrocinadores tradicionais, como a Coca-Cola, que sequer estampou sua marca na publicidade. Não houve logotipo exclusivo e, pela primeira vez, a disputa do quinto lugar foi abolida.
Apesar dos desencontros, a taça não perdeu brilho. O Real Madrid conquistou o oitavo título mundial após quatro anos de ausência, garantindo a vaga ao superar o Liverpool na final da Liga dos Campeões. A expectativa geral era por uma decisão contra o Flamengo, campeão da Libertadores diante do Athletico Paranaense, mas novamente o representante sul-americano caiu na semifinal.
O grande adversário dos espanhóis foi o Al-Hilal, da Arábia Saudita, escolhido pela confederação asiática, já que a liga continental ainda não havia terminado. Os outros participantes foram: Seattle Sounders, primeiro clube dos Estados Unidos a disputar o torneio pela Concacaf; Al-Ahly, tradicional equipe egípcia e vice-campeã africana; Auckland City, representante da Oceania; e Wydad Casablanca, campeão africano que também herdou a condição de anfitrião.
O torneio começou com vitória do Al-Ahly sobre o Auckland por 3 a 0. Nas quartas de final, o Wydad, empurrado pela torcida, acabou eliminado pelo Al-Hilal nos pênaltis (5 a 3), após empate por 1 a 1. Na outra partida, os egípcios venceram o Seattle Sounders por 1 a 0. Nas semifinais, o Flamengo caiu diante dos sauditas por 3 a 2, apesar dos dois gols de Pedro. Já o Real Madrid goleou o Al-Ahly por 4 a 1. Na disputa pelo terceiro lugar, os cariocas superaram os egípcios por 4 a 2.
A final entre Real Madrid e Al-Hilal foi disputada em 11 de fevereiro de 2023, no Estádio Prince Moulay Abdellah, em Rabat. E prevaleceu a lógica: com dois gols de Vinícius Júnior, dois de Federico Valverde e um de Karim Benzema, os merengues venceram por 5 a 3. Mesmo com a boa atuação dos sauditas, que marcaram três vezes, a decisão entrou para a história como uma das mais movimentadas e emocionantes da história do Mundial, com oito gols marcados.

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