Nacional Campeão Mundial 1988

O encontro de duas escolas distintas de futebol nas competições mundiais sempre foi um evento interessante de se assistir. E na Copa Intercontinental é possível viajar horas e horas por estes embates, que ganham páginas muito bem escritas por quem viu a história acontecer. A edição mundialista de 1988 é uma das mais importantes neste sentido. Nela foi possível ver o retorno e a despedida de duas forças diferentes.

A Holanda ressurgiu naquele ano, tanto com a seleção quanto com os clubes. O PSV, de Eindhoven, foi campeão europeu pela primeira vez ao bater o Benfica na decisão: empate por 0 a 0 no tempo regulamentar e na prorrogação e vitória por 6 a 5 nos pênaltis. Antes, os Boerens eliminaram Galatasaray, Bordeaux e Real Madrid. No time-base havia parte dos atletas vencedores da Eurocopa, como o goleiro Hans Van Breukelen, o zagueiro Ronald Koeman e o volante Gerald Vanenburg.

Já a Libertadores viu o último suspiro do Uruguai, através do tricampeonato do Nacional. O Decano passou por Millonarios, Universidad Católica e América de Cali, e na final reverteu contra o Newell's Old Boys, perdendo por 1 a 0 na ida e vencendo por 3 a 0 na volta. A equipe tinha nomes como Santiago Ostolaza, Ernesto Vargas e Hugo De León, de volta como capitão após oito anos. Por ironia do tempo, ele não conseguiu jogar o Mundial de 1980, pois sua transferência para o Grêmio (onde venceria em 1983) aconteceu antes da disputa atrasada de fevereiro de 1981.

O Mundial foi disputado no dia 11 de dezembro, com sol e tempo limpo, bem diferente da nevasca do ano anterior. O Nacional jogou com a base do tri, enquanto o PSV ganhou o acréscimo de Romário no ataque. O confronto foi movimentado e cheio de reviravoltas, no que muitos consideram como o melhor já jogado. Logo aos sete minutos, Ostolaza abriu o placar para El Bolso, de cabeça após um escanteio. O time holandês só empatou aos 30 do segundo tempo, quando Romário aproveitou uma bola mal afastada pelo goleiro Jorge Seré e também concluiu de cabeça.

Na prorrogação, aos cinco do segundo tempo, Hans Gillhaus sofreu pênalti. Koeman converteu e virou para o PSV. O árbitro já conferia o relógio quando, aos 14 minutos, o Nacional conseguiu um escanteio. Yubert Lemos levantou para Ostolaza cabecear. A zaga afastou a bola, mas depois de ela ultrapassar a linha. O 2 a 2 nos últimos segundos da partida levou a decisão aos pênaltis. Depois de 18 cobranças, Berry Van Aerle atirou nas mãos de Seré, enquanto Tony Gómez acertou o canto esquerdo do gol, marcando 7 a 6 e dando o último título mundial do Uruguai, o tri do Nacional.


Foto Masahide Tomikoshi

Um comentário:

  1. Saudades dos tempos que os clubes sul americanos se sobressaiam diante dos europeus.

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